Modos de produção do conhecimento Simon Schwartzman IETS Uma ideia que vem de longe De um lado, a ideia que os cientistas, acadêmicos e filósofos costumam ter, que existe um único modo “científico” de conhecer o mundo (o certo, o verdadeiro), e outros modos errados, não científicos De outro, o reconhecimento de existem muitas maneiras diferentes de conhecer e produzir conhecimento, e que o conhecimento se dá a partir de organizações e formatos institucionais e sociais muito diferentes uns dos outros. Polêmica: a construção social do conhecimento e as “science wars”. Primeira aproximação, 1981: modelos de atividade científica Modelos de atividade científica As bases institucionais dos três modelos • O modelo da ciência – as universidades, os acadêmicos • Sociologia da ciência: Merton, Ben-David, Polanyi, Khuen • O modelo da técnica – a indústria, crescimento econômico, inovação • Os economistas: Nathan Rosemberg, Richard Nelson, Paulo David • O modelo burocrático: a “big science” militar e governamental • Cientistas, marxistas, cientistas políticos: J.D. Bernal, J. J.Salomon • A polêmica: “Scientist’s role” (Ben-David) vs. “role of science” (Bernal) • Tese: os três coexistem, mas têm culturas distintas, e se ignoram Segunda aproximação: The New Production of Knowledge, 1994 Repercussão (Google Scholar) • The new production of knowledge: the dynamics of science and research in contemporary societies - Cited by 4933 Os diferentes autores e suas preocupações • Stint/Svensson (Suécia) Michael Gibbons (Inglaterra, administração) • tornar a pesquisa e as universidades mais relevantes para a competitividade • Peter Scott (Inglaterra) • Os desafios das mudanças culturais, os temas do relativismo e do pós-culturalismo • Camille Limoge, Montreal • Planejamento, coordenação e desenvolvimento dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia • Martin Trow, sociólogo • A massificação do ensino superior e como lidar com as questões de qualidade e autonomia das universidades • Helga Nowotny: • Os novos desenvolvimentos da ciência e os formatos institucionais e sistemas de política científica que requerem • Simon Schwartzman • Desenvolvimento e políticas de C&T em países em desenvolvimento Modo 1 e Modo 2 Aspectos correlacionados • • • • Conhecimento como mercadoria comercializada e marquetizada A massificação da educação superior e da pesquisa A crise “pós-cultural” das ciências sociais e humanidades O conhecimento distribuído em redes: competitividade, colaboração, globalização • A reconfiguração das instituições • Que políticas de ciência e tecnologia são possíveis / desejáveis no novo contexto? • Visão antiga: política científica é dar dinheiro para os cientistas, que decidem como aplicá-lo • Visão tecnocrática: as políticas de ciência e tecnologia podem ser planejadas de forma centralizada • Visão atual: o papel dos governos como estimulador e intermediário de uma pluralidade atores e interesses O Impacto sobre o ensino superior • Diferenciação das universidades • • • • Ensino vs. Pesquisa Pública vs. Privada Filantrópicas vs. privadas Global, nacional, regional e local • Politização e o “new managerialism” • O papel da “profissão acadêmica” • O papel dos sindicatos docentes • O espaço para as políticas públicas Aonde estamos? - Criticas • O “modo 2” não é tão novo como se pretende (lembremos Pasteur...) • Ele não pode ser pensado e empregado como a única maneira de organizar a atividade de pesquisa, e muito menos as instituições universitárias • Ele não toma em conta as profundas transformações e tensõs dos sistemas modernos de ensino superior • Ele não considera os processos de formação, que tendem a ser disciplinares • Ele não aprofunda a questão da “big science” e sua vertente militar Mas... • Mas as questões de fundo, de como lidar com as questões de criação, apropriação, transmissão e uso do conhecimento, em um contexto de altos custos e grandes interesses públicos e privados, permanecem... Muito obrigado! [email protected]