UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Coordenador Prof. Dr. Paulo Mazzoncini de Azevedo Marques Pesquisador aresponsável Dra. Juliana Pereira de Souza Colaboradores Flávio Barbosa Kátia Mitiko Firmino Suzuki Cozin Lais Primo Luiz Ap. Virginio Junior Sara Galleni de Oliveira William Dias 1 Criado pela parceria entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS). Destina-se a Sistemas de Registro Eletrônico de Saúde: ◦ Qualquer sistema que capture, armazene, apresente, transmita ou imprima informação identificada em saúde. Principais motivações: ◦ discussões relacionadas à legalidade do uso de S-RES em instituições de saúde; ◦ substituição do papel pelo formato eletrônico; ◦ conscientização da necessidade de S-RES de qualidade nas instituições de saúde. 2 Verifica se o S-RES atende à uma série de requisitos considerados fundamentais para a garantia da qualidade de um S-RES. Requisitos criados com base em normas e padrões nacionais e internacionais: ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Normas do Comitê de Informática em Saúde da ISO; Resoluções do CFM; Infraestrutura de Chaves Públicas ICP-Brasil; Cadastro Nacional de Usuários do SUS; Entre outros. 3 Avaliar o Sistema de Registro Eletrônico de Saúde (S-RES) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) com base no Processo de Certificação de S-RES da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde e Conselho Federal de Medicina (SBIS/CFM). 4 Manual de Certificação para S-RES (versão 3.3): Descreve o processo de certificação realizado pela SBIS, as categorias e enquadramento certificáveis dos sistemas e os requisitos de conformidade. Manual Operacional de Ensaios e Análises para Certificação de S-RES (versão 1.2): Contém uma série de rotinas (scripts) que devem ser executadas para a verificação da conformidade de requisitos mandatórios especificados no Manual de Certificação. 5 Agrupamento dos Requisitos: ◦ Requisitos de Segurança: Requisitos NGS1 para S-RES de acesso local; Requisitos NGS1 para S-RES de acesso remoto; Requisitos NGS2; ◦ Requisitos de Estrutura, Conteúdo Funcionalidades para S-RES Assistencial (ECFA); e 6 Classificação dos requisitos quanto a sua presença no S-RES: ◦ mandatório: requisito cuja presença no S-RES é obrigatória; ◦ recomendado: requisito que possivelmente será mandatório em versões posteriores do manual; ◦ opcional: requisito relevante, porém opcional; ◦ não se aplica: requisito não aplicável ao contexto do S-RES. 7 Manual de Certificação para S-RES (versão 3.3). Manual Operacional de Ensaios e Análises para Certificação de S-RES (versão 1.2). Etapas do Projeto: ◦ Preparação para a avaliação do S-RES. Montagem do Cenário Fictício. ◦ Processo de teste de conformidade dos requisitos. ◦ Análise dos resultados. 8 Foram avaliados apenas os módulos que se enquadravam na categoria Assistencial Ambulatorial: ◦ Menu versão 2.00.045: autenticação no sistema. ◦ ACESSO versão 1.00.023: módulo para cadastro de usuários e atribuição de permissões de usuário. ◦ Sistema de Informação Hospitalar (SIH) versão 1.04.009: utilizado para realização de cadastro de pacientes. ◦ Impressão de Resultado de Exames versão 1.01.032: módulo que permite que o paciente tenha acesso a suas informações do prontuário. ◦ Apoio a Atenção Hospitalar (ATHOS) versão 1.05.092: voltado ao Atendimento Eletrônico do Paciente (AEP). Utilizado para o atendimento ao paciente (preenchimento de laudos, agendamento de consultas, etc). 9 Tabela 1 - Resultados gerais dos requisitos e scripts. NGS1 ECFA Resultado Requisitos Scripts Requisitos Scripts Total 38 48 39 35 Não se Aplica 8 10 0 0 Total Aplicáveis 30 38 39 35 Em Conformidade 11 15 21 19 Em Conformidade Parcial 6 5 10 11 Em Não Conformidade 13 18 8 5 10 Gráfico 1 – Comparativo entre os resultados de cada categoria. 11 12 13 Requisitos principais em não conformidade: ◦ NGS1.06.06-Comunicação entre S-RES Informações “circuladas” no sistema não são criptografadas. ◦ NGS1.09.01-Documentação Ausência de documentação pode: Dificultar a usabilidade do sistema por parte dos usuários; Dificultar a manutenibilidade do sistema; Provocar conflitos caso os únicos profissionais que detêm um maior conhecimento do S-RES não estejam disponíveis. ◦ NGS1.04.07-Delegação de poder A delegação de poder pode evitar problemas relacionados à autenticidade de informações registradas no S-RES. ◦ NGS1.08.01-Auditoria de acesso Rastreamento das ações realizadas pelos usuários do sistema, bem como a data e hora desta ação. 14 Principais motivos para a não conformidade: ◦ NGS1: Existência de requisitos dependentes da conformidade de outros requisitos. ◦ ECFA: Impossibilidade de adicionar ou substituir dados no RES. Sistema exige que um novo RES seja gerado ao invés de permitir que um RES seja alterado (marcando a informação antiga como inválida) em caso de erro. 15 As maiores falhas encontradas referem-se aos requisitos de segurança – NGS1 (43,3% em não conformidade e 20% em conformidade parcial). Requisitos de segurança devem receber uma atenção maior. ◦ Sistema é mais estruturado e funcional do que seguro. ◦ Caso o HCRP venha a implantar o certificado digital, visando eliminar o prontuário em papel, o S-RES obrigatoriamente deverá estar em conformidade nas categorias NGS1 e NGS2. Resolução CFM Nº 1.821, de 11 de julho de 2007 ◦ Incluindo os requisitos NGS2, o S-RES apresenta conformidade de 77% dos requisitos de segurança: não 13 requisitos NGS1 em não conformidade; 6 requisitos NGS1 em conformidade parcial; 18 requisitos e NGS2 em não conformidade; Total de 48 requisitos aplicáveis (30 NGS1 e 18 NGS2). 16 O processo de certificação SBIS/CFM pode efetivamente evidenciar aspectos falhos e em não conformidade com os requisitos considerados fundamentais em um S-RES. Avaliação do S-RES evidencia a importância da implantação continuada de processos de auditoria interna em sistemas localmente desenvolvidos, por equipe outra que não a responsável pelo desenvolvimento. 17