Avaliação dos programas de
pós-graduação em saúde
coletiva
Rosana Onocko-Campos
ENSP- 2014
“would you tell me, please, which way
I ought to go from here?” That
depends a good deal on where you
want to get to”, said the cat." I don’t
much care where” said Alice.
“Then it doesn't matter which way
you go”, said the cat.
“So long as I get somewhere”, Alice
added as an explanation.
“Oh, you’re sure to do that”, said the
cat, “if you only walk long enough”.
Rosana Onocko Campos - 2014
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Para quê?
• Pergunta que se dirige as finalidades, está (ou deveria estar) no cerne
de todo planejamento.
• Podemos gostar de onde estamos e ainda assim não saber para onde
vamos?
• Isso pode ser bom numa rua de Paris, mas não o é para uma coordenação de
aperfeiçoamento de pessoal de nível superior
Rosana Onocko Campos - 2014
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CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior
• O que espera um país de seu pessoal de nível superior?
• O que poderíamos chamar consensualmente de aperfeiçoamento?
• Qual o papel dos programas de pós-graduação nesse contexto?
• Pós-graduação
Pesquisa
• Plano Nacional de pós-graduação 2011-2020
Rosana Onocko Campos - 2014
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Onde estamos?
Avanços inegáveis do sistema:
• Expansão
• No de programas
• No de alunos (matriculados e concluintes)
• Aumento da produtividade:
• Egressos
• Publicações
Institucionalização de um sistema
regular de avaliação
Rosana Onocko Campos - 2014
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• Qual deve ser o nosso tamanho?
• Quão rápido devemos mudar?
Rosana Onocko Campos - 2014
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Serve ao país uma ciência
(e particularmente em
nossa área de SC) grande
demais?
• Produtivismo que
não produz soluções
nem inovações
• Aparentemente caro
se comparado a
outros países
(relação paper Vs. $
investido em
pesquisa)
Rosana Onocko Campos - 2014
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PNPG 2011-2020
• “O sistema de avaliação deverá sofrer algumas correções de rota, sem
dúvida, importantes, ainda que não resultem em novo modelo” p22
• “a exigência de introduzir novos parâmetros e procedimentos nos
processos – tanto no sentido de aprimorar o modelo atual como de
corrigir distorções- havendo aquelas que induzem a um certo
conservadorismo dos grupos, junto com a acomodação dos
programas; e outras que levam ao produtivismo e à primazia da
quantidade” p 22
Rosana Onocko Campos - 2014
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Número de artigos publicados em periódicos
A1
A2
B1
B2
B3
B4
B5
Total
No de
artigos
Situação
6
real
programa x
10
20
10
8
6
10
70 (22% nos extratos A1 e A2;
51% até B1)
Simulação
10
20
10
4
0
0
50 (32% nos extratos A1 e A2;
72% até B1)
6
Rosana Onocko Campos - 2014
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“Would you tell me, please, "said
Alice a little timidly, “why are you
painting those roses?” (...)
“Why, the fact is, you see, Miss,
this here ought to have been a red
rose-tree, and we put a white one by
mistake; and if the Queen was to
find it out, we should all have our
heads cut off, you know. So you
see, Miss, we’re doing our best...”
Rosana Onocko Campos - 2014
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PNPG 2011-2020
• “a base poderá consistir em uma seleção das melhores publicações,
puxando o nível para cima”
• “Ademais poderá ser introduzido o princípio do espaçamento da
avaliação para os cursos com conceito 6 e 7, por exemplo de 3 para 5
anos, conservando a periodicidade trienal para os demais”
• “os cursos 6 e 7, que ocupam o topo do sistema, poderão beneficiarse de uma desregulamentação parcial de suas atividades, {poderão
plantar roseiras brancas!!!!} permitindo a busca do novo e de
experimentações, com o acompanhamento de avaliadores
estrangeiros, ficando o monitoramento mais estrito reservado aos
demais programas.” p22
Rosana Onocko Campos - 2014
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Dúvidas...
O quê o PNPG
chama de rota e
o quê de
modelo?
Será possível
manter o
modelo e trocar
de rota?
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Que modelo avaliativo é esse?
• “os princípios que nortearão o sistema de avaliação na próxima
década são: a diversidade e a busca pelo contínuo aperfeiçoamento”
• “um conjunto de universidades, com propostas e perfis diversos,
tendo autonomia para criar ou fechar cursos, mas dependendo do
financiamento da Capes e do seu ranking, que lhes atribui o selo de
qualidade.” p 127 (podemos continuar a chamar isso de autonomia?)
• “a Capes somos nós” – retórica tecnoburocratica. Avaliação
autoritária. Situação extremamente desconfortável da Sucupira por
exemplo.
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CUDOS x PLACE (Ziman, 1984 apud PNPG p 129 e
seguintes)
Place
Cudos
• C = comunalismo
• U = universalismo
• D = desinteresse
• O = originalidade
• S = Ceticismo (organized
skepticism)
• P = propriedade do
conhecimento
• L = local (não universal)
• A = autoridade (boss, gerencial)
• C = comissionado (fins práticos,
feito por encomenda)
• E = especialista (expert problems
solvers)
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Qual ciência queremos?
A ciência mais universalista e em
favor do bem comum (saúde
coletiva) ou a do cientista
empreendedor?
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Saúde coletiva...
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Distribuição dos docentes por subárea:
DOCENTES
TOTAL
EPIDEMIO
PPG
CSHS
OUTROS
%
714
351
141
116
106
Rosana Onocko Campos - 2014
100%
49%
20%
16%
15%
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Mediana e média por subária:
MEDIANA/ANO
GERAL
EPI
OUTROS
PPG
CSHS
200
255
183
165
163
MÉDIA/ANO
294
380
248
185
208
Rosana Onocko Campos - 2014
MEDIANA/TRÊNIO
600
765
549
495
489
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Em outros estudos...
• A epidemiologia respondeu por quase metade (49,6%) dos artigos
produzidos pela área no período estudado, sendo seguida pelo
planejamento (23%), ciências sociais e humanas em saúde (21%) e
outras áreas (6,4%) (Camargo Jr KR et al, 2010)
• Em 2002, cerca de 70% dos bolsistas de produtividade em pesquisa
do CNPq tinham como área de atuação a epidemiologia (Barata &
Goldbaum, 2003)
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Estudos em vias de extinção...
• Estudos de caso
• Estudos descritivos
• Estudos de tipo ensaio (Castiel et al, 2014)
• Estudos “acusados” de locais
• A criação, a inovação e a novidade SEMPRE começam
como locais. A descrição do ‘não ainda descrito’ não é
uma operação banal. É a base dos estudos analíticos.
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Novos rumos... Novo modelo?
• Manter a unidade da área de Saúde Coletiva (não por conservadorismo,
senão pelo seu radicalismo e ineditismo)
• Tendência mundial á divisão das agencias financiadoras que atenta contra as
produções de interface
• Cuidar da relação desenvolvimento nacional > ciência sem forçar a
conversão de todas as áreas ao modelo PLACE
• Importância dos MP
• Atentar para a largura do campo ‘aperfeiçoamento de pessoal’
(inclusive em suas implicações éticas formativas que o produtivismo
enterrou de vez)
• Relações entre Estado e comunidade científica que não podem ser
reduzidas a relações Governo/agência > obediência devida
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Propostas
• Adotar a seleção de um número máximo de produções por autor/ano.
• “um pequeno conjunto de produtos (não necessariamente publicações) ligados
ao projeto ou programa que possam ser examinados, para que a elusiva
qualidade da produção seja de fato considerada nas avaliações” (Camargo Jr KR,
2013).
• Agregar indicadores de produtividade tecnológica e social aos critérios
predominantemente acadêmicos já existentes.
• Estimular as atividades docentes de aperfeiçoamento e formação de quadros
(estudos de egressos) por meio da avaliação como indutor > novos indicadores.
• Instaurar mecanismos de diálogo/consulta a comunidade acadêmica de forma
sistemática e regular que permitam uma modelagem mais bottom top das
avaliações.
• Valorizar as atividades de parecerista (concretamente e não proforma, como
estratégia princeps para melhora das revistas brasileiras)
Rosana Onocko Campos - 2014
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Obrigada!
[email protected]
Rosana Onocko Campos - 2014
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