Licenciatura em Biologia Humana 2º Ano (4º Semestre) Ano Letivo 2011/2012 Júri: Prof. Fernando Capela Prof. Paulo de Oliveira Elaborado por: Maria Ferreira nº 27496 Mariana Ascensão nº 27756 Biologia do Desenvolvimento – 28 de Junho de 2012 De acordo com o tipo de células que podem gerar dividem-se em: Totipotentes Pluripotentes Multipotentes Oligopotentes Unipotentes Figura 1 – “Stem cells” pluripotentes “Stem cells” pluripotentes derivadas artificialmente de células não-pluripotentes pela indução de uma manifestação “forçada” de certos genes Não são obtidas a partir do embrião, mas sim de células diferenciadas Yamanaka (2006) – 1ª vez que se geraram iPSCs a partir de fibroblastos de ratinhos Foram isolados 4 genes essenciais para a produção de “stem cells” Yamanaka (2007) – descobriu que: Nanog um dos principais determinantes da pluripotência celular c-Myc é oncogénico Yamanaka (2007) – transformou fibroblastos humanos em células iPS’s Hochedlonger (2008) - utilizou um adenovírus para transportar os 4TF para o DNA de célula da pele e fígado de ratinhos Yamanaka (2008) - concluiu que se poderiam transferir os 4 genes necessários com um plasmídeo Figura 2 - Yamanaka Freed (2009) – demonstrou outra vantagem do adenovírus Morrisey (2011) – usou microRNAs, melhorando a eficiência da reprogramação Células para reprogramação: Eficácia, período de tempo e extensão da reprogramação varia conforme as células iniciais Tecidos da medula óssea são uma fonte de “stem cells” Cirurgia invasiva e dolorosa Figura3 – Indução de iPSC’s Células Adultas Geração de iPSC Células adultas podem ser reprogramados para um estado pluripotente pela expressão “forçada” de alguns fatores embrionários de transcrição Eficiência da produção extremamente baixa Se forem usados vírus poderá haver alteração genética das células e a expressão de oncogenes pode ser acionada iPSC’s são tipicamente derivadas por transfecção de certas células Exemplo: Fibroblastos O estado de diferenciação da célula alvo influencia a sua suscetibilidade para a reprogramação e para o potencial de diferenciação das iPSC’s daí derivadas Stem cells de músculo de rato reprogramam com maior eficiência que as suas células filhas mais diferenciadas (mioblastos e fibroblastos) depende Reguladores transcricionais cruciais envolvidos no processo de indução, cuja ausência torna impossível a indução Oct-3/4 Sox2 Fatores adicionais para ↑ eficiência da indução: Klf4 c-Myc oncogénico Transferência dos 4TF, exceto c-Myc Nanog LIN28 Células Adultas Células iPS Processo: + lento - eficaz Não se desenvolve cancro Oct-3/4 Papel crucial na manutenção da pluripotência Ausência → conduz à diferenciação Sox2 Semelhante ao Oct-3/4 → mantém pluripotência Expresso em “stem cells” pluripotentes e unipotentes Klf4 fator capaz de gerar células iPS c-Myc Mostrou-se desnecessários para a geração de iPSC’s humanas Oncogene → por isso o seu uso é preocupante Nanog Necessário para promover pluripotência Poder de renovar “stem cells” Ausência → rápida diferenciação Desnecessário para a indução LIN28 Fator de geração de iPSC’s Desnecessário Proteína supressora de tumores Principal inibidora da geração de células iPS Liga-se diretamente ao promotor do Nanog para suprimir o seu nível de expressão Inicia-se a diferenciação de “stem cells” em células adultas Deleção do gene p53 iPSCs em 1000x ↑ eficiência de geração de Proteínas envolvida na geração de células iPS humanas Possui 2 promotores alternativos: TAp73 DNp73 funções semelhantes à p53 inibe o p53 e o p73 ↑a expressão Nanog pode ↑ eficiência da geração de iPSC’s humanas células geradas com a sua expressão são + resistentes à diferenciação (in vitro e in vivo) Os 2 promotores da p73 têm papéis opostos Lin et al descobriu que a adição do gene humano de DNp73 ↑ a geração de iPSC’s Condições basais: • Oct-3/4 • Sox 2 •Klf4 Condições basais + •c-Myc DNp73 Gráfico 1 – Colónias de iPSC humanas Contribui diretamente para a expressão do Nanog e do Oct-3/4 Manutenção da pluripotência Gráfico 2 – Expressão de fatores de transcrição Até 2009, todos os métodos desenvolvidos envolviam a utilização de materiais genéticos Possibilidade de ocorrerem modificações genéticas Tumores Hongyan et al Utilizaram proteínas recombinantes capazes de reprogramação celular piPSC’s Hongyan et al Autorrenovam-se piPSC’s Pluripotentes in vitro e in vivo Evitam introdução de modificações genéticas piPSC’s Foram criadas em ratinhos Indistinguíveis das “stem cells” embrionárias Exigem métodos de aperfeiçoamento Representa Vantagens um avanço em relação aos outros métodos Vantagens: Elimina o risco de modificar o genoma da célula-alvo Oferece um método para gerar iPSC’s + seguras Confere uma abordagem + simples e + rápida Poderia potencialmente permitir a aplicação de uma metodologia de reprogramação mais ampla e mais económica larga escala produção de proteína recombinantes em Reduzido número de células Falta de metodologias simples Custos Rendimento Inserção genómica Rejeição Imunológica Teratomas Plasmídeos – evita vírus, necessita de oncogenes e é menos eficiente Adenovírus – não incorpora os seus genes no hospedeiro alvo e necessita de pouco tempo de apresentação Proteínas recombinantes Propriedades celulares biológicas: Morfologia – forma redonda, nucleótidos grandes e citoplasma escasso Propriedades de crescimento – tempo de duplicação e atividade mitótica Marcadores de stem cells - iPS humanas expressam os marcadores específicos para hESC, incluindo SSEA-3, SSEA-4, TRA-1-60, TRA-1-81, TRA-2-49/6E e Nanog Genes de ‘stem cells’ – Oct-3/4, Sox2, Nanog, GDF3, REX1, FGF4, ESG1, DPPA2, DPPA4 e hTERT Atividade da telomerase – hESCs expressam alta atividade de telomerases para sustentar a autorrenovação e proliferação e assim como as iPS Plutipotência: Diferenciação neural – iPS diferenciadas em neurónios, expressando βIII-tubulina, tirosina hidroxilase, AADC, DAT, Chat, LMX1B e MAP2 Diferenciação cardíaca – iPSC diferenciadas em cardiomiócitos Formação de teratomas Quimeras de ratinhos Complementação tetraploide Grande plasticidade celular Não geram riscos de rejeição imune Possibilidade de modelos de doenças in vivo Possibilidade de reparação de doenças por mutações A eficácia de indução de iPSC’s é muito baixa dando origem a células insuficientemente reprogramadas A tecnologia das iPS tem potencial para avançar com a terapia médica personalizada, a medicina regenerativa e criar novos modelos de doenças humanas para pesquisa e testes terapêuticos Uso de iPSC’s para a terapia de doenças incuráveis: produção de células adultas específicas para cada paciente e doença específica O transplante de órgãos exige disponibilidade de tecidos e tratamento com imunossupressores As iPSCs humanas poderiam ser induzidas nos tipos de células desejados e seriam geneticamente compatíveis com o paciente Surgiram discussões sobre o fornecimento de terapias celulares em humanos, nomeadamente para pacientes com doenças debilitantes e distúrbios neurológicos – Questão ética É necessário superar a barreira que está entre a eficiência e a integração genómica. Caracterização proteómica de iPSC’s. Uso de iPSC’s para identificar fármacos terapêuticos capazes de resgatar um fenótipo. Por exemplo, linhas de células iPS derivadas de pacientes afetados pela síndrome de displasia ectodérmica (CEE), onde o gene p63 está mutado, exibem um compromisso epitelial anormal que poderia ser parcialmente resgatado. Modelação de doenças Descoberta de fármacos Terapia genética Terapia de substituição/reprogramação Terapia para o Parkinson Terapia para reparação cardíaca Terapia para reparação hepática Estas técnicas de geração de células iPS são revolucionárias pois, anteriormente só se podiam obter células pluripotentes a partir do embrião e agora, é possível obtê-las a partir de células adultas. A eficiência das iPSC é muito baixa insuficientemente rerogramadas células A utilização de vírus pode levar a alterações genómicas Reguladores transcricionais cruciais envolvidos no processo de indução, cuja ausência torna impossível a indução Importante descoberta para a terapêutica. Lin et al. DNp73 improves generation efficiency of human induced pluripotent stem cells. BMC Cell Biology. 2012; 13:9 TAN, Kah Yong et al. Efficient Generation of iPS Cells from Skeletal Muscle Stem Cells. PLoS ONE. Outubro 2011; vol. 6 ZHOU, Hongyan et al. Generation of Induced Pluripotent Stem Cells Using Recombinant Proteins. Cell Press. Maio 2009 Figura 1 - “Stem cells” pluripotenes em http://dererummundi.blogspot.pt/2008/03/clulas-estaminais-e-expressognica.html Figura 2 – Yamanaka em http://www.gladstone.ucsf.edu/gladstone/site/publicaffairs/content/1/64 8 Figura 3 – Indução de iPSC’s em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Induction_of_iPS_cells.svg Gráfico 1- Colónias de iPSCs humanas em Lin et al. DNp73 improves generation efficiency of human induced pluripotent stem cells. BMC Cell Biology. 2012; 13:9 Gráfico 2 - Expressão de fatores de transcrição em Lin et al. DNp73 improves generation efficiency of human induced pluripotent stem cells. BMC Cell Biology. 2012; 13:9