PE-4354439 Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente Flauberto de Sousa Marinho Pablo Vitoriano Cirino Nurimar C. Fernandes Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente INTRODUÇÃO • O Vitiligo é caracterizado por máculas acrômicas de diferentes formas e tamanhos. Apresenta frequência variável de 0,38 a 2,9% da população mundial. • Este estudo teve como objetivo demonstrar o perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente em Serviço de Dermatologia. Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente MÉTODOS • Estudo observacional e retrospectivo baseado na análise de 119 prontuários no período de 2005 a 2011 com o objetivo de analisar as seguintes variáveis: sexo, faixa etária de início do quadro, forma clínica The Vitiligo Global Issues Consensus Conference - VGICC, terapêutica e resposta, associação com outras dermatoses e avaliação psicológica. • Para análise estatística foram utilizados os testes qui-quadrado e exato de Fischer. • Considerou-se estatisticamente significativo o valor de p < 0,05. Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente RESULTADOS • A idade do início do quadro clínico variou dos quatro meses aos 14 anos de idade. • Dos 119 pacientes, 50 (42%) eram do sexo masculino e 69 (58%) do feminino. • A maioria dos casos, 40% (48/119), ocorreu entre os seis anos e dez anos de idade e a minoria, 11% (13/119), abaixo dos dois anos. • A distribuição segundo faixa etária e sexo mostrou que o vitiligo apresentouse mais tardiamente no sexo masculino (p = 0,014) (Tabela 1). Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente RESULTADOS • A forma clínica prevalente foi a generalizada com 40 (34%) casos seguida pela segmentar com 34 (29%) casos; o restante correspondeu às formas indeterminada 25 (21%), acrofacial 16 (13%) e mucoso associado ao Vitiligo não segmentar 4 (3%). • A distribuição dos casos segundo forma clínica e sexo mostrou que no masculino predominaram as formas generalizada e segmentar significativamente quando comparadas ao sexo feminino (p = 0,008) (Tabela 2). Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente RESULTADOS • • • • Para avaliação da resposta terapêutica excluíram-se casos com tratamento irregular, isto é: 19 (16%) casos, sendo utilizados: corticoides tópicos e PUVA sol tópico - creme de oxsoralen 0,2% associado à exposição solar – em 44% (44/100), corticoides tópicos em 35% (35/100), tacrolimus em 10% (10/100), PUVA sol tópico em 6% (6/100) e UVB – banda estreita em 5% (5/100). O tempo de tratamento variou de um a dois anos. Foram definidas resposta total (repigmentação total das lesões) observada em 14% (14/100) e resposta parcial (repigmentação parcial, porém satisfatória para o paciente e médico) em 83% (83/100). Três 3% (3/100) não obtiveram resposta. A resposta clínica (total x parcial) foi semelhante entre as modalidades de tratamento clínico empregadas (teste exato de Fisher – p = 0,48). Vinte e dois (18,5%) pacientes apresentavam também outras dermatoses, sendo que o nevo halo foi encontrado em sete (5,9%) casos. Foram submetidos à avaliação psicológica 30 (25%) dos 119 pacientes, sendo que 18 (60%) referiram situação relevante como: separação ou morte de um dos pais, abuso sexual e morte de animal de estimação. Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente DISCUSSÃO E CONCLUSÕES • • • Os resultados obtidos neste estudo mostram um maior número de casos no sexo feminino, maior prevalência entre seis e dez anos (46,6%) e menor abaixo dos dois anos (5,5%). De forma semelhante, um estudo sobre epidemiologia do vitiligo na criança observou maior prevalência da forma generalizada (78%) enquanto alguns autores relatam a forma segmentar como a segunda mais comum em crianças. Um trabalho que avaliou uso de PUVA sol tópico em 95 crianças com vitiligo mostrou resposta parcial em 72 (75,7%) e total em 13 (13,6%). Um estudo mostrou a coexistência do nevo halo em 4,9% dos pacientes com vitiligo. O vitiligo que se inicia na criança pode estar associado ao trauma psicológico. Foi observado por um autor que em 7,2% há vinculação entre o início do quadro e algum estresse emocional. Existem poucos estudos sobre o perfil clínico e epidemiológico do vitiligo nesta faixa etária tanto na literatura brasileira quanto mundial; apesar disto, os resultados obtidos apresentaram semelhanças àquelas encontradas na literatura. Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente DISCUSSÃO Tabela 1 – Distribuição dos casos segundo faixa etária e sexo Masculino Feminino Total Faixa etária n % n % n % 0 – 2 anos (lactente) 8 16 5 7,2 13 11 Maior que 2 – 5 anos (pré-escolar) 12 24 21 30,4 33 28 Maior que 5 – 10 anos (escolar) 14 28 34 49,3 48 40 Maior que 10 – 18 anos (adolescente) 16 32 9 13 25 21 Total 50 42 69 58 119 100 IPPMG – UFRJ (2005-2011) x2 P<0,05 Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente DISCUSSÃO Tabela 2 – Distribuição dos casos segundo forma clínica e sexo Classificação Formas clínicas Vitiligo não segmentar Masculino Feminino Total n % n % n % Acrofacial 5 10 11 16 16 13 Mucoso (mais de uma mucosa) 0 0 4 5,8 4 3 Generalizado 23 46 17 24,6 40 34 Vitiligo segmentar Uni, bi ou plurisegmentar 17 34 17 24,6 34 29 Indeterminado / não classificável Focal e mucoso (um sítio) 5 10 20 29 25 21 Total Total 50 42 69 58 119 100 IPPMG – UFRJ (2005-2011) x2 P<0,05 Perfil clínico epidemiológico do vitiligo na criança e adolescente REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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