Prof. José Carvalho
2008
Parágrafo, período e frase
“Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais, havia um
ministro da Paciência. Era um senhor alto, de óculos redondos e
grandes bigodes, que se chamava Sebastião Domingos Folgado.
Tinha sido eleito para governar a Paciência por ser sabedor, justo e
muitíssimo paciente. Nas caves e subcaves do seu ministério
empilhavam-se bilhas cheiinhas de paciência, que ele procurava
distribuir, com sabedoria e justiça, pelo seu povo.
O ministro da Paciência chegava ao ministério sempre muito cedo.
Ainda empregadas e empregados faziam a limpeza, correndo de
baldes e esfregonas na mão, ligando aspiradores, abrindo e fechando
janelas, regando plantas e flores. O ministro espreitava para dentro do
seu gabinete e cumprimentava:
– Ora, então, muito bom dia!
– Olá, ministro Sebastião – respondiam-lhe os empregados todos
ao mesmo tempo. – Então, está bonzinho?
– Cá estamos para mais um dia de trabalho!”
(…)
in, O ministro da Paciência
Manuela Alves
Parágrafo
Se olhares com atenção para a mancha gráfica do texto
poderás verificar que nem todas as suas linhas começam
na mesma direcção.
De vez em quando há uma linha que começa mais dentro
em relação às outras. É a primeira linha do PARÁGRAFO.
As falas das personagens (iniciadas com um travessão)
começam igualmente mais dentro em relação às outras
linhas do texto. Por isso, também são parágrafos.
Assim sendo, o nosso texto tem 6 parágrafos.
Parágrafo, período e frase
1 “Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais, havia um
ministro da Paciência. Era um senhor alto, de óculos redondos e
grandes bigodes, que se chamava Sebastião Domingos Folgado.
2 Tinha sido eleito para governar a Paciência por ser sabedor, justo e
muitíssimo paciente. Nas caves e subcaves do seu ministério
empilhavam-se bilhas cheiinhas de paciência, que ele procurava
distribuir, com sabedoria e justiça, pelo seu povo.
3 O ministro da Paciência chegava ao ministério sempre muito cedo.
Ainda empregadas e empregados faziam a limpeza, correndo de
baldes e esfregonas na mão, ligando aspiradores, abrindo e fechando
janelas, regando plantas e flores. O ministro espreitava para dentro do
seu gabinete e cumprimentava:
4 – Ora, então, muito bom dia!
5 – Olá, ministro Sebastião – respondiam-lhe os empregados todos
ao mesmo tempo. – Então, está bonzinho?
6 – Cá estamos para mais um dia de trabalho!”
(…)
in, O ministro da Paciência
Manuela Alves
Parágrafo
Vejamos como começa cada um desses 6 parágrafos….
1º parágrafo  Num país cheio de sol…
2º parágrafo  Tinha sido eleito…
3º parágrafo  O ministro da Paciência…
4º parágrafo  - Ora, então,…
5º parágrafo  - Olá, ministro Sebastião…
6º parágrafo  - Cá estamos para…
Parágrafo
Um parágrafo…
- é uma parte do texto
- corresponde a um momento da história
- começa mais dentro em relação às outras linhas
- inicia-se sempre com letra maiúscula
- começa sempre com um travessão (-) e letra
maiúscula no caso das falas de personagens
- termina com um dos sinais de pontuação (.), (:), (!),
(?) ou (…)
Parágrafo
A partir da imagem ao lado
vais imaginar e construir um
parágrafo.
Período
Os parágrafos podem dividir-se em partes mais pequenas,
os PERÍODOS.
Repara no 1º parágrafo do texto reproduzido abaixo. Nele
podemos encontrar 2 períodos.
“Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais, havia um
ministro da Paciência. Era um senhor alto, de óculos redondos e
grandes bigodes, que se chamava Sebastião Domingos Folgado.”
Como se pode ver pelo exemplo, dentro de um parágrafo,
os períodos terminam e separam-se entre si com um (.)
ponto final.
Período
Repara agora no 3º parágrafo do texto reproduzido abaixo.
Quantos períodos nele podemos encontrar… 1, 2, 3, ou?
“O ministro da Paciência chegava ao ministério sempre muito cedo.
Ainda empregadas e empregados faziam a limpeza, correndo de baldes
e esfregonas na mão, ligando aspiradores, abrindo e fechando janelas,
regando plantas e flores. O ministro espreitava para dentro do seu
gabinete e cumprimentava:”
Disseste 3! Vejamos…
“O ministro da Paciência chegava ao ministério sempre muito cedo.
Ainda empregadas e empregados faziam a limpeza, correndo de baldes
e esfregonas na mão, ligando aspiradores, abrindo e fechando janelas,
regando plantas e flores. O ministro espreitava para dentro do seu
gabinete e cumprimentava:”
Período
A partir da imagem apresentada cria um parágrafo que
contenha dois ou mais períodos.
Frase
Repara de novo no 1º parágrafo do texto reproduzido
abaixo. Ele está dividido em 2 períodos (um escrito a
vermelho e o outro a azul), mas estes também se podem
dividir…
“Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais, havia um
ministro da Paciência. Era um senhor alto, de óculos redondos e
grandes bigodes, que se chamava Sebastião Domingos Folgado.”
Neste caso, cada um dos períodos pode ainda ser dividido
em partes mais pequenas, a FRASE.
2
1
“Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais, havia um
3
ministro da Paciência. Era um senhor alto, de óculos redondos e grandes
4
bigodes, que se chamava Sebastião Domingos Folgado.”
Frase
A frase é portanto a estrutura mais pequena de todo e
qualquer texto e é constituída por uma ou mais palavras,
formando sentido.
Vejamos algumas frases retiradas dos vários parágrafos do texto:
Era um senhor alto, de óculos redondos e grandes bigodes…
Nas caves e subcaves do seu ministério empilhavam-se bilhas cheiinhas de
paciência…
O ministro espreitava para dentro do seu gabinete…
– Então, está bonzinho?
– Cá estamos para mais um dia de trabalho!
Frase
Cria uma frase para cada uma das imagens abaixo:
Parágrafo, período e frase
Recapitulando:
O primeiro grande conjunto de palavras do texto é…
1 parágrafo,
tem…
2 períodos
e cada período tem…
2 frases (4 frases ao todo no parágrafo)
“Num país cheio de sol, onde às vezes chovia demais,
havia um ministro da Paciência. Era um senhor alto, de
óculos redondos e grandes bigodes, que se chamava
Sebastião Domingos Folgado.”
Parte II
Frase / não frase
“Com pézinhos de lã, Serafina passou pela cozinha e
ouviu vozes e risadas e barulho de pratos e copos. Foi pela
escada acima, descobriu o quarto da bruxa noiva e o cofre
de dinheiro debaixo da cama. Agarrou nele, desceu as
escadas, saiu pela porta e pela cancela e largou a correr até
à cabaceira, que lhe disse:
- Já ouço o cão a ladrar, porque acabou o pão.
As bruxas vêm aí, vai à cerejeira que te esconderá!
A rapariga foi à cerejeira. E quando as bruxas chegaram
perguntaram à cabaceira:
- Ó cabaça, viste passar alguém com um cofre?
- Não passou ninguém, palavra de cabaça! – respondeu
ela.” (…)
in, Aprender em português - Outras leituras
Carmen Castanheira
Frase / não frase
Uma frase é...
- um conjunto organizado de palavras
- com sentido completo
- começa com letra maiúscula
- termina com um sinal de pontuação (.), (:), (!), (?), (…)
Basta apenas não aplicar uma destas regras para que
tenhamos uma não frase.
Frase… ou não frase?
Com pézinhos de lã, Serafina passou pela cozinha…
frase
ouviu vozes e risadas e barulho de pratos e copos. não frase
- Já ouço o cão a ladrar, porque acabou.
não frase
Aí as bruxas vêm… não frase
A rapariga foi à cerejeira.
frase
E quando as bruxas chegaram perguntaram à cabaceira:
- Ó cabaça, viste passar alguém com um cofre
- Não passou ninguém, palavra de cabaça! frase
frase
não frase
Tipos de frase
As frases podem ser de 4 tipos, variando o seu nome de
acordo com o sinal de pontuação com que terminam ou
com a ideia que exprimem.
Se as frases terminam com um (?) ponto de interrogação,
se fazem uma pergunta, são frases do tipo interrogativo.
Se as frases terminam com um (!) ponto de exclamação, se
exprimem uma admiração ou um espanto, essas frases são
do tipo exclamativo.
Se as frases transmitem uma ideia de ordem – com ou sem
ponto de exclamação (!), são frases do tipo imperativo.
Se as frases fazem apenas uma afirmação, dão-nos uma
ideia geral do que se passa, são frases do tipo declarativo.
Tipos de frase
Refere qual o tipo de cada uma das frases seguintes:
- Não passou ninguém, palavra de cabaça!
tipo exclamativo
- Ó cabaça, viste passar alguém com um cofre?
tipo interrogativo
… ouviu vozes e risadas e barulho de pratos e copos.
- Já ouço o cão a ladrar, porque acabou o pão.
… vai à cerejeira que te esconderá!
A rapariga foi à cerejeira.
tipo declarativo
tipo declarativo
tipo imperativo
tipo declarativo
tipo
E quando as bruxas chegaram perguntaram à cabaceira: declarativo
Formas de frase
As frases podem estar na forma afirmativa, ou na forma
negativa, conforme afirmem ou neguem acontecimentos.
Indica a forma em que se encontram as seguintes frases:
- Já ouço o cão a ladrar, porque acabou o pão.
forma afirmativa
- Não passou ninguém, palavra de cabaça!
forma negativa
A rapariga não foi à cerejeira.
forma negativa
- Ó cabaça, viste passar alguém com um cofre?
forma afirmativa
As bruxas nunca chegaram a perguntar à cabaceira.
forma negativa
Praticando
Escreve as seguintes frases na forma negativa:
1 - O menino vai à praia.
O menino não vai à praia.
2 - Ontem fui ao cinema.
Ontem não fui ao cinema.
3 - A menina lava-se todas as manhãs.
A menina não se lava todas as manhãs.
4 - O Paulo assustou-se no Carnaval.
O Paulo não se assustou no Carnaval.
5 - Os alunos levantaram-se.
Os alunos não se levantaram.
6 - Tu foste ao teatro ?
7 - Ele disse-me uma mentira.
Tu não foste ao teatro?
Ele não me disse uma mentira.
Praticando
Corrige estabelecendo as ligações correctas:
O rapaz está atento.
Frase declarativa
O rapaz está atento?
Frase exclamativa
O rapaz está atento!
Frase exclamativa
Rapaz, está atento.
Frase interrogativa
Que grande edifício!
Frase imperativa
Dá-me essa bola!
Frase imperativa
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Parágrafo, período e frase