Alguns grupos bacterianos especiais Keite Nogueira MICOBACTÉRIAS 1- Características Gerais • Família Mycobacteriaceae • Gênero Mycobacterium • Várias espécies (74) das quais 28 já foram associadas a doenças humanas • 95% das infecções são devidas a M. tuberculosis, M.leprae, complexo Micobacterium aviumintracellulare, M.kansasium, M.fortuitum, M.chelossae e M.abscessus • Classificação de Runyon • Maioria cultivável em meios enriquecidos, exceção M.leprae 2 Estrutura e Fisiologia • • • • Bacilos finos (0,2 a 0,6 X 1 a 10 µm) Não formam esporos, imóveis Podem formar filamentos ramificados Parede celular: rica em lipídeos – Ácidos Graxos e ceras • Ácido micólico – AG com 70 a 80 carbonos • Fator corda : 6’6 dimicolato de trealose • Peptídeos – Resposta imune celular 2 Estrutura e Fisiologia • BAAR – Bacilos Álcool Ácido Resistentes • Aeróbios estritos • Maioria com crescimento lento (TG de 12 a 24 horas) • Temperatura ideal de crescimento variável • R a NaOH, Ácidos, antisépticos e antibióticos • Intracelulares facultativos (macrófagos) • Sem fatores de viulência que explique clínica • Hipersensibilidade tardia e Imunidade celular • 3- M. tuberculosis • • • • Epidemiologia 1/3 população mundial infectada HIV – aumento da incidência (1991) Brasil 35-45 milhões infectados, 100 mil novos casos/ano e 4-5 mil mortes/ano 3- M. tuberculosis • • • • Patogenia Resposta celular – macrófagos Céls Langhans Lesão exsudativa, produtiva e necrótica 3- M. tuberculosis • Síndromes clínicas • Pulmonar, Renal, Gastrointestinal, Óssea, Miliar • Sintomas: Perda de peso, sudorese, tosse, hemoptise 3- M. tuberculosis • • • • Diagnóstico Raio X de tórax PPD, Mantoux ou intradermorreação Microscopia (Ziehl-Neelsen) e Cultura (LJ) Descontaminação (Petroff) • • • • • • • • • • • • Em um tubo conico por 5mL de amostra Adicionar mesmo volume de NaOH a 2% Homogeneizar, deixar em TA por 15 min Completar até 50 mL com tampão fosfato Misturar por inversão Centrifugar 3000rpm/15 min Desprezar sobrenadante em hipoclorito 2% Adicionar gotas de vermelho de fenol Neutralizar com HCL até ficar amarelo Ressuspender em 1 mL de tampão fosfato Inocular nos meios apropriados Fazer lâminas para pesquisa direta Meio de Lowenstein-Jensen • Meio de cultura sólido a base de ovos, sais, glicerol e fécula de batata com ou sem adição de antimicrobianos que permite o desenvolvimento de pigmento pela micobactéria. • Permite boa visualização da morfologia das colonias. Coloração de Ziehl-Nielsen • Fixar o esfregaço no calor • Cobrir o esfregaço com fucsina de Ziehl • Aquecer até emissão de vapores e deixar 5 minutos • Lavar • Descorar com alcool-ácido • Lavar • Cobrir com azul de metileno e deixar 2 min • Lavar • Secar ao ar 3- M. tuberculosis • Tratamento • 6 meses, 2 ou mais drogas • Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida, estreptomicina e etambutol 3- M. tuberculosis • • • • • • Prevenção Vacinação : BCG (Bacilo de Calmette-Guerin) Quimioprofilaxia Notificação compulsória Tratamento dos doentes Condições de higiene e saúde 4 M. leprae • Epidemiologia • 12 milhões no mundo, 700 mil novos casos/ano • 12 países do mundo: Brasil, India, Indonésia, Birmânia e países da África • Brasil: 2,6/1000 habitantes, 316 mil casos • Fator de susceptibilidade genética : mutação no cromossomo 6 – carregar bacilo e no cromossomo 10 –evoluçaõ para tipo mais grave • Bacilos eliminados por lesões e mucosa nasal 4 M. leprae • Patogenia • Resposta imune do hospedeiro, perda de sensibilidade, infecções secundárias. 4 M. leprae • • • • • • Síndromes clínicas Hanseníase indeterminada Hanseníase lepromatosa ou Virchowiana Hanseníase tuberculóide Hanseníase intermediária Teste de Mitsuda – lepromina – Evolução 4 M. leprae • Diagnóstico • Bacterioscopia de linfa – Ziehl-Gabet 4 M. leprae • Tratamento • 6 meses a 2 anos/2 ou mais drogas • Dapsona, Rifampicina, clofazimina 4 M. leprae • Prevenção • Tratamento dos doentes • Quimioprofilaxia BACTÉRIAS ANAERÓBIAS 1- Princípio • As bactérias anaeróbias são definidas como microrganismos capazes de sobreviver e multiplicar-se na ausência de oxigênio. • A maioria das patogênicas tem origem endógena. • Infecções: Peritonite, apendicite, colecistite, endocardite, osteomielite, empiema, salpingite, artrite séptica, abscessos, bacteriemia, otite média, sinusite e infecções pós-cirúrgicas. 2- Espécies patogênicas • Bacteroides grupo fragilis • Peptostreptococcus spp. • Bacilos Gram negativos pigmentados (Prevotella spp. e Porphyromonas spp.) • Fusobactérias 3- Características de infecções por anaeróbios • Sítio anatômico da infecção localizado próximo a superfície mucosa • Surgimento da infecção após mordida • Infecção associada a tumores • Odor fétido • Presença de grânulos de enxofre no material clínico 4- Coleta • • • • • • Evitar contaminação com microbiota normal Punção ou biópsia Broncoscopia com cateter protegido Urina por punção supra-púbica Fezes para pesquisa de toxinas Não aceitar swabs, escarro, urina, etc. 5- Transporte • Devem ser levadas para laboratório imediatamente • Temperatura ambiente • Meios de transporte: Amies; hemocultura para ana; Meios de transporte para anaeróbios ou seringa vedada 6- Exame macroscópico • • • • • Odor fétido Gás Cor vermelho tijolo pós UV – pigmentados Grânulos de enxofre Presença de tecido necrosado 7- Exame microscópico • Coloração de GRAM • Ver morfologia • Presença de esporos 8- Cultura • Semear rapidamente ou manter em câmara de anaerobiose • Meios de cultura usados: - BBE – Bacteroides bile esculina agar - THIO – Caldo tioglicolato (THIOA-agar) - BHISS – Rico para anaeróbios - ASANA – Ágar sangue para anaeróbios **Incubação em anaerobiose 9-Identificação • Respiração • Gram