Formaldeído O formaldeído (H2CO) é um gás incolor, inflamável e com forte odor. É produzido a partir do metanol. Em sua forma líquida, misturado à água e álcool, é chamado de formalina ou formol, com concentração de 37 a 50% de formaldeído. Propriedades Físico-Químicas • • • • • • • • • Estado Físico: líquido Cor: incolor Odor: forte, irritante e característico Percepção do odor no ar: 00,5 - 1,00ppm Solubilidade: solúvel em água Ponto de fusão: -92ºC Ponto de ebulição: 96 - 111ºC Temperatura de alto-ignição: 300ºC Ponto de fulgor: 63 - 85ºC Formaldeído em Hospitais • O formol é comumente utilizado para preservar amostras de tecidos em laboratórios que fazem histopatologia. • O formaldeído também tem sido usado extensivamente em hospitais para desinfecção. No Brasil, a Anvisa publicou uma resolução (RDC 37/2008) que proíbe o uso de pastilhas contendo formol ou paraformaldeído nos processos de desinfecção e esterilização de artigos, superfícies e equipamentos, em ambientes domiciliares ou coletivos e em serviços submetidos ao controle e fiscalização sanitária de equipamentos médicohospitalares. Métodos de esterilização especial: formaldeído gasoso Uso por laboratórios de anatomia e preservação de cadáveres A concentração de formol no ar durante o processo depende do conteúdo do fluido, o tipo de corpo, ventilação e processo de trabalho. Estudos têm medido os níveis nas áreas em torno das mesas de dissecação e tem encontrado a concentração média de aproximadamente 1ppm (1,2 mg/m3). Um grupo bastante exposto é o de professores e estudantes da área de saúde que manipulam espécimes biológicas conservadas com formol ou formalina. Limite de exposição Nos Estados Unidos o limite máximo permitido para o formol nos locais de trabalho é de 0,75ppm em 8h. Um segundo limite é de 2ppm para exposições curtas de 15 minutos. No Brasil, o patamar de exposição ocupacional é de 1,6ppm (2g/m3) até 48h/semana (NR – 15) Formaldeído na indústria madeireira e de papel, grupo ocupacional mais exposto: OPERÁRIOS. Formaldeído na indústria de móveis Os vernizes utilizados em móveis podem conter resinas de ureia-formaldeído dissolvidos em solventes orgânicos. Formaldeído na construção civil • Trabalhadores especializados: que envernizam madeiras e pisos podem ter exposições elevadas. • Os níveis médios de formaldeído no ar durante o envernizamento ficam entre 2 e 5ppm (2,5-6,2 mg/m3). Tecidos e artigos de vestuário O uso de resinas baseadas em formaldeído na finalização de tecidos e artigos de vestuário pode expor os trabalhadores em fabricas, em lojas de roupas e tecidos em geral e inclusive o consumidor final. Outras fontes de exposição ocupacional: A exposição ao formol pode ocorrer por profissionais que trabalham em fundições, na indústria de fibra vítrea sintética, na produção de plásticos. Outras fontes de exposição ocupacional: Pode ainda ocorrer por profissionais que trabalham nas ruas devido às emissões veiculares, por bombeiros, guardas de trânsito, por trabalhadores de prédios públicos. O formaldeído também é usado: • Na agricultura como um conservante para forragem e como um desinfetante. • Em gás é utilizado para desinfetar ovos em aviários. • Durante processos industriais, como tratamento de peles e couros, preservação de cevada e açúcar de beterraba, carvão e processamento de borrachas e abrasivos. Formaldeído no ambiente Embora o formaldeído seja um componente natural presente no ar, fontes antropogênicas usualmente contribuem para o aumento desses níveis. Cosméticos A população pode entrar diretamente em contato com produtos que contém formol, pelo uso de shampoos e outros cremes para o cabelo; desodorantes, produtos de banho, cremes e loções para a pele. Cosméticos O contato pode se dar nos olhos (maquiagem), na mucosa oral (refrescantes bucais), e nas unhas (removedores de cutícula, esmaltes, cremes e loções). O uso de aerossóis pode resultar numa potente fonte de inalação do formol. Alimentos O formaldeído ocorre naturalmente nos alimentos, e esses também podem estar contaminados por fumigantes (ex. grãos), durante o cozimento (como produto da combustão) e pela liberação de resinas de formaldeído a partir da louça. Formaldeído no leite Os transportadores estavam adicionando água e ureia, substância usada para disfarçar a perda nutricional e que contém formol em sua composição, ao leite cru. Com isso, conseguiam aumentar os lucros em até 10%. Tabagismo Formaldeído nas concentrações de 60-130 mg/m3 tem sido medido na corrente principal da fumaça do cigarro. Uma pessoa que fuma 20 cigarros/dia, expõe-se ao equivalente de 1 mg/dia de formaldeído. Nível de Toxicidade O formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea. Toxicidade aguda (HSDB): • DL50 Oral em ratos: 100mg/Kg • DL50 Dérmica em coelhos: 270mg/Kg • CL50 Inalatória em ratos: 250mg/L/4hs • CL50 Inalatória em camundongos: 900mg/m³ Efeitos do formaldeído em humanos após exposições: Média de concentração Tempo médio Efeitos a saúde população geral 0,8 – 1ppm Exposições repetidas Percepção olfativa Até 2ppm Única ou repetida a exposição Irritação aos olhos, nariz e garganta 3 a 5ppm 30 minutos Lacrimação e intolerância por algumas pessoas 10 a 20ppm Tempo não especificado Dificuldade na respiração e forte lacrimação 25 a 50ppm Tempo não especificado Edema pulmonar, pneumonia, perigo de vida 50 a 100ppm Tempo não especificado Pode causar a morte A ingestão de formol puro causa: • Imediata e intensa dor na boca e faringe; • Dores abdominais com náuseas, vômitos e possível perda de consciência. • Vertigem, coma e morte por falência respiratória. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) a partir de julho de 2004 classificou o formaldeído como carcinogênico (Grupo 1), tumorogênico e teratogênico por produzir efeitos na reprodução para humanos e em estudos experimentais demonstraram ser também, para algumas espécies de animais. Prevenção da exposição • Caso houver derramamento, utilizar papel absorvente para retirada do líquido; • Retirar toda a roupa contaminada e colocá-la em ambiente adequado para descontaminação; • Caso haja contato com a pele, lavar a superfície com água e sabão; • Usar luvas SEMPRE que manipular o produto; • Máscaras de proteção são recomendadas para evitar inalação; • Aplicar o produto em um local arejado e longe de compostos inflamáveis. Acidente ambiental com navio vicuña baía de Paranaguá-PR O acidente ocorreu no dia 15 de novembro de 2004, decorrente de duas explosões a bordo do Navio Vicuña, atracado no terminal privado da empresa Cattalini Terminais Marítimos, na cidade de Paranaguá/PR, em operação de descarga de metanol. NAVIO EM CHAMAS NAVIO 01 DIA APÓS ACIDENTE • A Anvisa estabeleceu que o uso do formol é permitido apenas como conservante na concentração de 0,2% e como endurecedor de unhas na concentração de 5% (RDC nº 162 de 11 de setembro de 2001). A Anvisa proibiu também o uso do formol em produtos de limpeza (detergentes, desinfetantes, alvejantes e demais materiais saneantes)– RDC nº 35, de 03 de junho de 2008) Em 17 de julho de 2009, outra Resolução foi publicada no Diário Oficial da União - RDC No36. Proíbe a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore. Salões de beleza Uma das substâncias encontradas no ambiente de trabalho em salões de beleza é o formaldeído, substância presente em grande parte dos produtos utilizados no processo de alisamento capilar. Palestra sobre formaldeído( formol) Autoria: Edvânia Arruda Técnica de segurança do trabalho ( Ainda em formação) A palestra foi realizada no SENAC NITERÓI. As fontes de pesquisa: INCA,SETESB E HSDB.