Nas últimas décadas do século XIX, foram instaladas as primeiras indústrias paulistas. O dinheiro movimentado pelo café financiou máquinas e importou mão-de-obra. Nesse período, a cidade de São Paulo inicia seu processo de modernização e ganha destaque como o principal centro industrial do País. A avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, graças à iniciativa do engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima. Inicialmente, o Caminho Real Grandeza era apenas uma trilha aberta na Mata do Caaguaçu, no alto do espigão, divisor de águas dos rios Pinheiros e Tietê, a 847 m de altitude máxima. A primeira fase da Avenida Paulista é o momento de concretização da vocação de grandeza desse fenômeno urbanístico de São Paulo. Aos poucos ela se transformou em foco de animação da cidade. Os ricos senhores do café e da nascente burguesia comercial, industrial e financeira construíram elegantes casarões, de um ecletismo arquitetônico incomum. Corridas de charrete, de cabriolés e dos primeiros automóveis, os corsos carnavalescos dos anos 20 e 30, a beleza da mata nativa do Parque da Avenida e a folia dos Salões do Belvedere Trianon traduziam a presença marcante da Paulista na história da cidade. A partir dos anos 30, coincidindo com o levantamento aerofotogramétrico realizado pela empresa italiana SARA para a cidade de São Paulo, a modernidade chega à Paulista. Inicia-se o processo de verticalização. Seus casarões começam a ser substituídos por edifícios residenciais. O Belvedere Trianon é demolido. A avenida ganha nova personalidade: surgem conjuntos comerciais e de serviços, galerias e lojas de departamentos; constroem-se o MASP e o Complexo Viário em seu trecho final, completando o novo perfil com as obras de alargamento. A visão de futuro, empresarial e urbanística, de Joaquim Eugênio de Lima possibilitou à Avenida Paulista suportar, nas duas últimas décadas, radicais processos de transformação, embora o adensamento urbano e as decorrentes solicitações de transporte tivessem alterado suas relações orgânicas com a cidade. A Paulista continua sendo importante centro das atenções políticas, econômicas e culturais da cidade, por onde circulam mais de um milhão de pessoas e mais de cem mil veículos por dia. Cinemas, museus, centros culturais, bancos, empresas nacionais e internacionais, edifícios de alta tecnologia e as sofisticadas estações do ramal metroviário traduzem sua função de referencial de metrópole primeiro mundista. Em 1990, a população de São Paulo elegeu a Avenida Paulista "Símbolo da Cidade".