Dispositivos Inalatórios:
Qual o melhor para o meu paciente?
Jocélea de Lira Mendes
Pneumopediatra do Centro de Saúde de São Sebastião Nº 01
Coordenadora do Programa de Atendimento ao
Paciente Asmático de São Sebastião - DF
Vantagens da medicação
inalatória
Vias de administração:
Aerossol, Nebulização,
Xarope, Comprimido
 Efeito
mais rápido
 Menor
dose
 Redução
dos efeitos colaterais
ASMA Atualização e Reciclagem para Médicos, 2011, Brasília-DF
Escolha do Dispositivo
Inalatório?
 Idade
 Compreensão
das técnicas
 Baixa acuidade visual ou déficit
de cognição
 Preferência pessoal
 Grau de obstrução dos
brônquios
 Pico de fluxo inspiratório
Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o
Manejo da Asma - 2012
Os Aerossóis são considerados
RESPIRÁVEIS
(propriedade de alcançar e
se depositar nas vias aéreas):
Quando mais da metade das
partículas têm diâmetro
aerodinâmico entre 1 e 5 μ
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Manejo da Asma - 2012
Deposição Pulmonar
Média: 6 – 60 %

Eficácia do Dispositivo

Instrução da Técnica

Grau de obstrução das vias aéreas

Formulação dos Medicamentos
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Manejo da Asma - 2012
Verificação periódica da técnica
de inalação, com o paciente e
acompanhantes, para garantir
satisfatória Deposição Pulmonar

Consulta ambulatorial: CS, ESF, Especialista
 Ida a emergência
 Hospitalização.
•
Estimular o uso contínuo ou intermitente
(dependendo da medicação).
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Manejo da Asma - 2012
Tipos de
Dispositivos Inalatórios
Inaladores Pressurizados (IPs)
(HFA - hidrofluoralcano)

Inaladores de pó (IPo),
ex. Turbuhaler, Diskus, Aerolizer, Pulvinal

Nebulizadores de Jato (NJ) e
Nebulizadores Ultrassônicos (NUs)

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Manejo da Asma - 2012
Dispositivos Inalatórios:
Vantagens dos
Inaladores Pressurizados (IPs):

Compactos, portáteis e com multidoses;

Menor custo que os IPo;

Disponíveis para a maioria dos medicamentos;

Não causam depleção da camada de ozônio;

Alguns têm contador de doses.
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Manejo da Asma - 2012
Desvantagens dos
Inaladores Pressurizados (IPs):

Exige coordenação entre disparo e inalação
(pode ser usado com espaçador e máscara);

MITOS: taquicardia – a BOMBINHA faz mal
para o coração!

Deposição orofaríngea contribui para
candidíase, pigarro e tosse, se usado sem
espaçador;

Ausência do contador de doses impede
conhecimento do número de doses restantes
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Manejo da Asma - 2012
Vantagens dos Espaçadores

Facilita o uso dos IPs;

Reduzem Deposição de corticoides na
orofaringe;

Aumentam a Deposição Pulmonar,
comparados com o uso dos Nebulizadores
de Jato;

Permitem o uso de IPs em crises de asma,
reduzindo o custo, agilidade na aplicação
e resposta mais rápida do que a
nebulização.
Continuando:
Vantagens dos Espaçadores

Facilitam o uso de IPs em qualquer idade
e gravidade da crise.

Permitem o uso em volume corrente;

Espaçadores comerciais e artesanais são
eficientes.
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Muchão,FP; Perin,SLR; Rodrigues,JC, P Pneumol,Nº2008-Vol 34-Nº1
Desvantagens dos Espaçadores

Tamanho pode dificultar transporte;

Necessitam de manutenção e limpeza;

Deposição Pulmonar varia com cada
conjunto (dispositivo, medicamento,
espaçador, técnica)

Custo de aquisição

Carga eletrostática é reduzida se a limpeza
é feita com detergente neutro e é nula com
espaçadores de metal.
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Manejo da Asma - 2012
Técnica 1: espaçador + aerossol
Crianças maiores de 5 anos, adolescentes
e adultos:
1.Tirar a tampa do spray e agitá-lo;
2. Acoplar o spray ao espaçador;
3. Incentivar a ficar em pé;
4. Soltar o ar dos pulmões;
5. Colocar o bocal do espaçador na boca e vedá-lo bem
com os lábios
6. Fechar o nariz e acionar o spray;
7. Encher o peito de ar e prender a respiração por 10
segundos.
8. Respirar normal e repetir todos os passos a cada
acionamento do spray.
ASMA Atualização e Reciclagem para Médicos, 2011, Brasília-DF
Técnica 2: máscara + espaçador + aerossol
Crianças menores de 5 anos, qualquer paciente que
não consegue vedar a garrafa com a boca ou
Distúrbios psiquiátricos:
1. Tirar a tampa do spray e agitá-lo;
2. Acoplar o spray ao espaçador;
3. Incentivar a ficar em pé;
4.Se criança menor de 3 anos:
- Sentar no colo da mãe e segurá-la firme;
- Colocar a máscara sobre a boca e o nariz.
- Ideal: outra pessoa aplicar o aerossol.
Se criança maior de 3 anos:
- Ficar em pé,
- Colocar a máscara sobre a boca e o nariz.
5. Acionar o aerossol;
6. Contar 10 a 20 segundos ou 5 respirações;
7. Estimular a respirar profundamente, se compreender;
8. Repetir todos os passos a cada acionamento do spray.
ASMA Atualização e Reciclagem para Médicos, 2011, Brasília-DF
Limpeza do ESPAÇADOR
em casa:

Colocar numa bacia com água alguns
fios de detergente neutro (de lavar
louça);
Em seguida, mergulhar o espaçador
nesta solução;
Enxaguar e colocar para secar no
escorredor de pratos;
Guardar num saco de plástico limpo;
Lavar novamente após uma semana.

Obs. Não usar água quente.




Vantagens dos
Inaladores de pó (IPo):

Compactos, portáteis e com multidoses;

Droga pura ou carreada com lactose;

Marcador de doses;

Certeza que inalou a dose (cápsula).
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Manejo da Asma - 2012
Desvantagens dos
Inaladores de Pó (IPo):

Essencial gerar fluxo inspiratório de no mínimo
30 l/min, otimiza se: 60 (Turb) a 120 (Pulv) l/min

Não disponibilizam todas as drogas;

Uma parcela de asmáticos tem dificuldade
no preparo da dose e outros se a droga foi
realmente inalada (T e P);

Custo mais elevado que IPs;
Continuação das
Desvantagens dos IPo

Dificuldade no preparo da dose;

Problemas com umidade do ar e
temperaturas elevadas;

Débito menos acurado e reprodutível
que IPs;
Dificuldade: crianças < 5 anos, obstrução
grave e idosos.

Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o
Manejo da Asma - 2012
Vantagens da Medicação
em Aerossol sobre a
Nebulização:
Mais higiênico
 Mais econômico
 Menor taquicardia
 Não precisa de fonte de energia
 Facilidade no preparo da dose
 Aplicação mais rápida
 Menor irritação e impaciência

ASMA Atualização e Reciclagem para Médicos, 2011, Brasília-DF
Chong Neto, HJ. Chong-Silva, DC, Maranil,DM , J Pediatr(Rio
J).2005;81:298-304
Vantagens dos
Nebulizadores de Jato (NJ)

Permitem uso em volume corrente;

Uso em pacientes com obstrução grave;

Uso de mistura de medicamentos;

Podem ser usados em qualquer idade;

Baixa deposição na orofaringe;

Elevada percentagem de partículas
respiráveis
Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o
Manejo da Asma - 2012
Desvantagens dos
Nebulizadores de Jato (NJ)

Oneroso: compressores ou uso de oxigênio 6 a 8l/ min;

Requerem fonte de energia e produz muito ruído;

Débito variável devido a deficiência na fabricação;

Baixa adesão: transporte e maior tempo na inalação;

Maiores riscos de doses excessivas e contaminação;

MITO: diminuir a dose para não fazer mal ao coração!

Necessitam de manutenção e limpeza.
Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012
Souza,LSF, Aerossolterapia na asma da criança, J Pediatr (Rio J) 1998;74(3):189-204
Vantagens dos
Nebulizadores Ultrassônicos
(NUs)

Fazem menos ruído,
aplicação mais rápida da medicação.

Desvantagens:

Aesossóis são partículas maiores;
Mais caros que os de jato;
Não devem ser usados para suspensões de Budesonida.



Estão sendo produzidos nebulizadores mais eficientes, compactos
e permitem uso de soluções para FC.
Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma - 2012
Como selecionar e melhorar
a eficiência de uso dos
dispositivos?

Os medicamentos desejados podem ser usados com
apenas um tipo de dispositivo?

Quais os dispositivos são mais convenientes e portáteis
para cada situação clínica?
(idade, cognição, comorbidades e gravidade da asma)

Para determinado medicamento existem dispositivos
com marcador de dose?

O paciente tem preferência por determinado
dispositivo?

O paciente deve usar e reproduzir a técnica de uso
do dispositivo?
Continuando:

Esclarecer dúvidas, em especial, mitos
infundados, sobre o uso dos dispositivos.

Escolher o dispositivo em conjunto com o
paciente (considerar o custo de aquisição);

Instruir quanto a técnica do uso;

Sempre que possível, não limitar o tempo
gasto com orientações;

Distribuir folhetos ou orientar acesso a vídeos e
sites eletrônicos;

Verificar e reorientar a técnica de uso
periodicamente;

Rever periodicamente a eficiência do
conjunto medicamento/dispositivo que foi
escolhido.
Dispositivo Inalatório
IDEAL:

Liberar dose efetiva, uniforme, reprodutível,
completa e com baixo fluxo;

Ter desenho otimizado;

Multidose, compacto, portátil, proteção contra
umidade;

Não conter aditivos e conservantes e não
apresentar risco de degradação ou de
contaminação;

Pouca deposição de aerossol na orofaringe e
grande deposição pulmonar periférica;
Dispositivo Inalatório:
IDEAL
Facilidade de uso;
 Fácil para o médico ensinar e para o paciente
compreender;
 Contador de doses e mecanismo de proteção
contra liberação de múltiplas doses;
 Possibilitar que o paciente sinta a dose na
garganta;
 Estar disponível em muitos medicamentos;
 Ser custo – efetivo.

Diretrizes da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia para o
Manejo da Asma - 2012
Conclusão

Treinamento das Equipes de saúde em
todos os níveis de atenção quanto as
técnicas do uso dos Dispositivos
Inalatórios.

Escolha do dispositivo inalatório deve
respeitar as limitações de cada indivíduo;

Incentivo do uso de Espaçadores ao usar
Ips (Inaladores Pressurizados);

Anexo, em seguida, Bibliografia utilizada
para discussão desta apresentação.
Bibliografia

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia para o Manejo da asma – 2012

ASMA Atualização e Reciclagem para Médicos, 2011,
Brasília-DF

Campos HS, Lemos ACM. A asma e a DPOC na visão do
pneumologista. Número Atual: 2009 – Volume 35 – Número
4 (Abril)

Cerci Neto A, Ferreira Filho O, Bueno T, Talhari MA.
Redução do número de internações hospitalares por
asma após a implantação de programa multiprofissional
de controle da asma na cidade de Londrina. Número
Atual: 2008 – Volume 34 – Número 9 (Setembro)

Chong Neto HJ, Ghong-Silva DC, Marani DM, Kuroda F,
Olandosky M, de Noronha L. Diferentes dispositivos
inalatórios na crise aguda de asma: um estudo
randomizado, duplo cego e controlado com placebo. J
Pediatr (Rio J). 2005;81:298-304

Coelho ACC, Machado AS, Leite M, Almeida P, Castro L,
Cruz CS, Stelmach R, Cruz AA. Manuseio de dispositivos
inalatórios e controle da asma em asmáticos graves em
um centro de referência em Salvador. Número Atual: 2011
– Volume 37 – Número 6 (Novembro/Dezembro)
Continuando Bibliografia:

Dalcin PTR, Grutck DM, Laporte PP, Lima PB, Menegotto
SM, Pereira RP. Fatores relacionados ao uso incorreto dos
dispositivos inalatórios em pacientes asmáticos. Número
Atual: 2014 – Volume 40 – Número 1 (Janeiro/Fevereiro)

Dalcin PTR, Grutck DM, Laporte PP, Lima PB, Viana VP,
Konzen GL, Menegotto SM, Fonseca MA, Pereira RP.
Impacto de uma intervenção educacional de curta
duração sobre a adesão ao tratamento e controle da
asma. Número Atual: 2011 – Volume 37 – Número 1
(Janeiro/Fevereiro)

Muchão FP, Perin SLRR, Rodrigues JC, Leone C, Siva Filho
LVRF. Avaliação do conhecimento sobre o uso de
inaladores dosimetrados entre profissionais de saúde de
um hospital pediátrico. Número Atual 2008: - Voume 34 –
Número 1 (Janeiro)

Oliveira PD, Menezes AMB, Bertold AD, Wehrmeister FC.
Uso de inaladores na população de adolescentes e
adultos com diagnóstico médico autorreferido de asma,
bronquite ou enfisema em Pelotas, RS. Número Atual: 2013
– Volume 39 – Número 3 (Maio/Junho)
Continuando Bibliografia

Pinto CR, Almeida NR, Marques TS, Yamamura LLL, Costa
LA, Machado AS. Eventos adversos locais associados ao
uso de corticosteroides inalatórios em pacientes com
asma moderada ou grave. Número Atual: 2013 – Volume
39 – Número 4 (Julho/Agosto)

Rodrigues CDB, Pereira PP, Dalcin PTR. Efeitos de um
programa educativo ambulatorial em pacientes com
asma não controlada. Número Atual: 2013 – Volume 39 –
Número 3 (Maio/Junho)

Santos PM, D’Oliveira Junior A, Noblat LACB, Machado AS,
Noblat ACB, Cruz AA. Preditores da adesão ao tratamento
em pacientes com asma grave atendidos em um centro
de referência na Bahia. Número atual: 2008 – Volume 34 –
Número 12 (Dezembro)

Souza LSF. Aerossolterapia na asma da criança. J Pediatr
(Rio J). 1998:74(3):189-204

Souza MLM, Menegrini AC, Ferraz E, Vianna EO, Bosges
MC. Técnica e compreensão do uso dos dispositivos
inalatórios em pacientes com asma ou DPOC. Número
Atual: 2009 – Volume 35 – Número 9 (Setembro)
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