Climáticas: Recursos Hídricos:
Produção Segura e Proteção da
água para o consumo.
PROFª DRA. ÂNGELA CRISTINA PUZZI
FERNANDES
 Mas 97,5% da água do planeta é salgada.
 Da parcela de água doce, 68,9% encontra-se nas
geleiras,calotas polares ou em regiões montanhosas,
29,9% em águas subterrâneas, 0,9% compõe a
umidade do solo e dos pântanos e apenas 0,3%
constitui a porção superficial de água doce
presente em rios e lagos.
 A água doce não está distribuída uniformemente
pelo globo.
 Sua distribuição depende essencialmente dos
ecossistemas que compõem o território de cada país.
 Segundo o Programa Hidrológico Internacional da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), na América do Sul
encontra-se 26% do total de água doce disponível no
planeta e apenas 6% da população mundial,
enquanto o continente asiático possui 36% do total
de água e abriga 60% da população mundial.
A distribuição e o consumo de água doce no
mundo e no Brasil
 O volume total de água na Terra não aumenta nem
diminui, é sempre o mesmo.
 A água ocupa aproximadamente 70% da superfície
do nosso planeta.
 A água, antes considerada um recurso infinitamente
renovável e abundante, atualmente define e limita as
aspirações de desenvolvimento econômico-social.
 A crescente vulnerabilidade das águas diante das
ações predatórias do homem justifica o reuso de
água, em suas diversas modalidades.
 Logo, formular políticas de proteção aos
recursos hídricos, intensificar a educação
ambiental, e induzir uma cultura do uso racional da
água, e o seu reuso, através de políticas públicas é
imprescindível diante do quadro de vulnerabilidade
da água.
 Isso será de fundamental importância para
manter saúde do homem, garantir sua
sobrevivência no futuro, o desenvolvimento
econômico-social e a sustentabilidade ecológica.
 A escassez relativa da água se incrementará
constantemente devido ao crescente
desenvolvimento urbano e industrial, com maiores
demandas sociais, ao desequilíbrio
 ecológico e às mudanças climáticas.
 Do mesmo modo, o uso intenso pela agricultura, o
mau uso e a poluição contribuem para a baixa dos
nossos recursos hídricos.
 A competição entre usuários, cada vez mais drástica,
requer a implantação de sistemas participativos de
governo, com poder de decisão e capacidade de
aplicação de normas de bem comum para gerir, de
maneira integrada, os sistemas hídricos.
 A ONU, em seu relatório sobre mudanças climáticas
de abril de 2007, previu que o aquecimento global
ocasionará, dentre muitos conflitos, a escassez da
água, a fome, o aumento da temperatura ambiental,
a redução da cobertura vegetal, o aumento do nível
dos oceanos, o alagamento das terras baixas das ilhas
e continentes, o surgimento de novas doenças,
maremotos.
VALOR AMBIENTAL E SOCIAL DA ÁGUA
 A água é um recurso indispensável a todos os
ecossistemas terrestres, e a substância
 mais reciclável que há na natureza, porém, o ciclo
hidrológico – que inclui enchentes e secas,
causadoras de drásticas conseqüências – está
sofrendo grande interferência das mudanças
climáticas ocorridas no mundo, decorrentes das
ações desrespeitosas do homem.
 Isso tem interferido negativamente no seu ciclo,
principalmente no que se refere à disponibilidade de
água doce, cujo consumo diário vem aumentando a cada
dia, especialmente nas grandes metrópoles, devido ao
aumento populacional e ao uso irracional, dentre outros
fatores.
 A ONU considerou que 20% da população
mundial não têm acesso à água própria para
consumo, e que atualmente muitos países já
apresentam dificuldades de abastecimento (Macêdo,
2001).
 Tais problemas afetam diretamente a qualidade de
vida do homem, considerando-se um caso de
saúde pública, pois é fator causador de elevada
mortalidade infantil, agravador do quadro de
desnutrição infantil, disseminador de doenças como
diarréia, cólera, esquistossomose, hepatite, e outras
doenças diretamente ligadas às precárias condições
sanitárias.
 No III Fórum Mundial de Água realizado em 2003,
em Kyoto, debateu-se muito a situação dos aquíferos
e a ausência de políticas públicas de conservação,
para garantir a recarga das reservas, bem como o
modo de controle da contaminação dos mesmos.
 Alguns países apresentaram soluções simples e
baratas, contudo eficazes, como a Índia, que
reformou e adaptou cerca de 300 mil poços, de modo
a garantir a infiltração da água da chuva, e obteve em
uma área de 6,5 mil Km2 nascentes que voltaram a
lançar água (Piccazio, 2007).
 Países com graves problemas de falta de água, como
a Etiópia e a Somália não conseguem financiar a
alimentação básica de sua população, mostrando que
a relação água e fome são inversamente
proporcionais.
 No nordeste africano o déficit hídrico é tão grande
que apenas 30% da população têm acesso à água
potável, e não há sequer o emprego da agricultura
familiar (Piccazio, 2007).
Água potável
 Água potável é aquela que mesmo sem receber
tratamento não oferece riscos à saúde e que, portanto,
pode ser consumida pelo homem; entretanto, toda água
destinada ao consumo humano precisa ser potável.
 Toda pessoa tem direito ao acesso à água potável para
suprir suas necessidades básicas, pois esta é, acima de
tudo, tema de saúde pública e de direitos humanos, uma
vez que os sistemas de saúde têm gastado muito com
doenças veiculadas pelas águas, mas que são
relativamente simples e, se não forem devidamente
tratadas podem até levar a óbito.
REUSO DE ÁGUA
 O seu reuso é uma das possibilidades de
 compromisso para reversão do quadro de escassez,
sendo uma das maneiras de unir comprometimento
social e ambiental.
 Pode ser compreendido como alternativa
recomendável para satisfazer a demanda menos
exigente, liberando as águas de melhor qualidade
para uso mais nobre, qual o abastecimento
doméstico, e outros usos prioritários.
Principais processos poluidores da água
 Contaminação
 Assoreamento
 Eutrofização
 Acidificação
Controle da Qualidade da Água
Características Biológicas:
 Presença de microorganismos: bactérias
 coliformes
 Algas
 Protozoários (ex: ameba)
 Crustáceos (ex: camarão)
 Peixes
Dados da OMS e UNICEF
 Cerca de 88% das doenças diarreicas são atribuídas
ao consumo de água não potável e ausência de coleta
e tratamento de esgotos e da higiene insuficientes.
 Estas doenças são a segunda maior causa de morte
infantil até os 5 anos de idade.
Dados da OMS e UNICEF
 Uma instalação de coleta e tratamento de esgotos
melhorada é aquela que impede de forma higiênica o
contato das pessoas com excrementos humanos.
Dia Mundial da Água
 Criado pela ONU no dia 22 de março de 1992,
quando também foi assinado um documento
chamado de Agenda 21, para qualidade de vida no
planeta.
 Nesta data, foi divulgada a “Declaração Universal
dos Direitos da Água”.
 A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada
continente, cada nação, cada cidadão é plenamente
responsável.
 A água é a condição essencial de vida de todo ser
vegetal, animal ou humano.
 O direito à água é um dos direitos fundamentais do
ser humano: o direito à vida,
 EX 1: Fatores ambientais associados às helmintoses
intestinais em áreas de assentamento subnormal,
Juiz de Fora, MG
 Em Juiz de Fora – MG (PJF, 2001), cerca de 78 áreas, alvo de
invasões, em processo de legalização ou não, abrigavam
aproximadamente 32 mil pessoas em 8,4 mil moradias, no
ano de 2001.
 Isto significa que pelo menos 7,0% da população da cidade
viviam em situação precária. Dados do Censo de 1991 do IBGE
(FIBGE, 1991) mostravam que o número de assentamentos de
submoradias no município era 50.
 Logo, tais fontes indicavam que, no período 1991-2000, o
número de pessoas em áreas de assentamento subnormal no
município – áreas de invasão – cresceu 3,1 vezes mais do que
a população de toda a cidade, respectivamente 5,88% e 1,89%
ao ano.
 Da amostra de 753 crianças, 161 (21,38%)
apresentaram helmintoses. As prevalências foram de
14,74%, 11,02%, 1,99% e 1,33%, respectivamente
para Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura,
ancilostomídeos e Strongyloides stercoralis.
 EX 2:Avaliação dos fatores de risco
relacionados à exposição ao chumbo em
crianças e adolescentes do Rio de Janeiro
 Do ponto de vista sociodemográfico, participaram do
estudo 64 crianças com idade média de sete anos,
sendo 53% do sexo masculino e 47% do sexo
feminino.
 Os dados obtidos a partir do questionário aplicado
aos responsáveis mostraram que em 55,3% das
residências não há tratamento intradomiciliar de
água e todas as residências apresentam encanamento
de PVC..
 Quanto ao destino do esgoto, 67,4% das casas estão
ligadas à rede geral; porém, 32,6% são jogados a céu
aberto.
 As famílias participantes residem em média há nove
anos na comunidade e nenhuma das residências foi
pintada durante o período de moradia.
 Em 61% das casas, a limpeza da poeira ocorre uma
vez ao dia.
 Em relação ao nível de escolaridade dos
responsáveis, 53% têm o ensino fundamental
incompleto e somente 13% têm o ensino médio
completo.
 Quanto à escolaridade das crianças, 90,8% delas
estão na escola
 A maioria dos responsáveis (68%) disse trabalhar ou
ter trabalhado em alguma atividade relacionada ao
chumbo.
 Cerca de 60% dos responsáveis não presentam o
hábito de fumar.
 Muitas crianças apresentam o hábito de ingerir
materiais inadequados, um comportamento
associado à fase oral do desenvolvimento infantil,
que pode favorecer uma maior exposição ao chumbo,
com índices de 18,4% para ingestão de reboco, 21,0%
para terra, 2,6% para areia, 23,7% para lápis, 7,9%
para borracha e 5,3% para plásticos.
 Cerca de 40% das crianças tinham o hábito de levar
as mãos à boca.
 Como ponto fundamental, este estudo constituiu
uma etapa imprescindível para a implantação de um
programa preventivo de saúde pública, visando à
redução da exposição infantil ao chumbo.
 A informação dos malefícios do chumbo para a
saúde humana, preferencialmente a infantil, assim
como orientações sobre medidas de prevenção de
tais exposições, devem ser incluídas neste programa,
que deve ser abordado em conjunto com as ações do
Programa de Saúde da Família
 . Os resultados deste estudo permitirão que as
informações obtidas possibilitem conhecer melhor a
nossa realidade e, deste modo, subsidiar os órgãos de
saúde pública e meio ambiente nas ações de controle
e vigilância ambiental integrada realizada de
maneira intersetorial, levando ao efetivo controle das
fontes de contaminação.
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