UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
REUSO DA ÁGUA
POR ELAINE DE OLIVEIRA SILVA PINHEIRO
ORIENTADOR: PROFº FRANCISCO CARRERA
RIO DE JANEIRO
Agosto – 2010
1
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL
REUSO DA ÁGUA
Apresentação
de
monografia
Universidade
Cândido
Mendes
à
como
condição prévia para conclusão do curso
Pós-Graduação “Latu Sensu” em Gestão
Ambiental.
Por: Elaine de Oliveira Silva Pinheiro
2
OBJETIVOS
Destacar a importância da reutilização da água diminuindo assim o
consumo
exagerado
e
sem
responsabilidade
ambiental
e
economia
considerável.
Esclarecer formas pelas quais são possíveis a reutilização da água.
3
AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente do Instituto A Vez do Mestre, ao professor orientador
Francisco Carrera. Aos colegas de turma e pessoas que diretamente ou
indiretamente contribuíram para confecção deste trabalho acadêmico.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia à Deus meu criador pelo Dom da vida. Ao meu
esposo Livio Mamedir Pinheiro, que em todas as horas esteve ao meu lado
dando-me todo suporte necessário. Aos meus pais Josafá e Maria pelo
incentivo constante.
5
RESUMO
A deteriorização ambiental do planeta é crescente, porém a escassez da
água é um dos maiores problemas que todos terão que enfrentar brevemente.
Com o reuso da água o caminho para o “sucesso” hídrico torna-se realidade
sendo um passo importantíssimo. A conscientização com a economia da água
deve ser divulgada de todas as formas e principalmente há necessidade em
preservar os Recursos Naturais e neste caso a água e sua utilização. O reuso
cotidiano da água nas residências bem como: água de lavagem de roupas
podem ser reutilizadas para lavagem de canil, água de cozimento de alimentos
se utiliza para fazer outros alimentos prevalecendo a qualidade nutricional,
colher a água da chuva e armazenar, fechar torneiras se não estiver usando,
lavar quintal quando chover, colocar baldes para colher água dos aparelhos
condicionadores de ar. Atualmente a reutilização da água da chuva é uma
realidade em muitos lugares bem como no Brasil e em outros países. No Brasil
especificamente o Nordeste, sofre com a falta d’água. A utilização desse
sistema gera uma economia do recurso natural e também financeiro. Enfim é
possível reutilizar e as vantagens são muitas: economia, proteção do recurso
hídrico, distribuição justa à população que não dispõe deste recurso, utilização
responsável deste bem natural fundamental.
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METODOLOGIA
A presente monografia apresenta como metodologia a pesquisa
bibliográfica exploratória e explicativa.
Os dados utilizados para elaboração do presente estudo foram
levantados através de fontes secundárias por meio da pesquisa bibliográfica.
Foram a princípio coletados artigos científicos e materiais divulgados em
sites pela Internet.
A idéia principal partiu do interesse pelo assunto, por concluir a sua
relevância.
Assim foram realizadas as pesquisas com objetivo de identificar os
fatores que determinam ou contribuem para a gestão do reuso da água.
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INTRODUÇÃO
A revolução industrial iniciou o crescimento econômico mundial
inicialmente capitalista, o mundo após globalizado atualmente inclinando-se
para a sustentabilidade. Mundialmente o consumo humano de água doce
cresce assustadoramente. Muito embora o colapso do abastecimento seja uma
realidade em muitos lugares, sobretudo em bairros da periferia de centros
urbanos densamente povoados, ainda assim vive-se a ilusão de que a água é
um recurso infinito.
Tornou-se um agravante para a população mundial, a escassez deste
recurso- a água.
Com a demanda crescente e a constatação da poluição dos mananciais,
as pessoas têm despertado preocupação de vários setores da sociedade na
qual se mobiliza para tentar garantir uma relação mais harmônica entre as
atividades e os recursos hídricos.
A agenda 21 dedicou a importância ao reuso deste recurso com os
participantes na ECO 92 realizada no Rio de Janeiro.
O papel deste trabalho é abordar a reutilização da água em diversas
esferas bem como a reutilização da água de chuva despertando o interesse
para uma conscientização ecológica.
8
SUMÁRIO
Introdução................................................................8
Capítulo I :Legislação.............................................10
1.1
Considerações Gerais..............................13
1.2
A Humaniadade .......................................14
Capítulo II : A Água..................................................15
2.1
A Água no Brasil.......................................16
2.2
A Água no Mundo....................................17
2.3
Ciclo da Água..........................................18
Capítulo III :Disponibilidade e Distribuição........20
3.1
Quantidade Comprometida.....................20
3.2
Alternativas................................................21
Capítulo IV : Reuso da Água da Chuva ..............22
4.1
Aproveitamento de Chuvas......................23
4.2
Tipos de reuso............................................24
4.3
Reuso Direto e Indireto.............................24
4.4
Aplicação da Água Reciclada...................25
4.5
Aproveitamento da Água da Chuva.........26
Conclusão.............................................................29
Bibliogáfia.............................................................30
9
CAPÍTULO I
LEGISLAÇÃO
De acordo com a Constituição Federal Capítulo VI Art. 225. Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
Política Nacional de Recursos Hídricos Capítulo I Art.Iº
A Política nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos:
A água é um bem de domínio público.
A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico.
Em situação de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o
consumo humano e a dessedentação de animais.
A gestão de recursos hídricos devem sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas.
A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A gestão dos Recursos Hídricos deve ser descentralizada e contar com
a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Capítulo II Art 2º
São objetivos da Política Nacional de Recursos
Hídricos:
10
Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
água, em padrões.
Art.1º 2º do Cap.I do Código de Águas. As águas públicas podem ser de
us comum ou domiciliais. São água públicas de uso comum:
•
Os mares territoriais. Nos mesmos incluídos os golfos, baías, enseadas
e portos.
•
As correntes, canais, lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis.
•
As correntes de que se façam estas águas.
•
As fontes e reservatórios públicos.
•
As nascentes quando forem de tal modo consideráveis que, por si só,
constituam o put fluminis.
•
Os braços de quaisquer correntes públicas, desde que os mesmos
influam na navegabilidade ou flutuabilidade.
Verificou-se, por intermédio dos Planos Diretores de Recursos Hídricos de
bacias hidrográficas - em levantamento realizado a fim de se conhecer mais
profundamente a realidade nas diversas bacias hidrográficas brasileiras, que
há a identificação de problemas relativamente a questão de saneamento
básico.
Entretanto, não se consegue identificar atividades de reuso de água
utilizado efluentes pós-tratado, isso deve-se ao fato, talvez, do ainda relativo
desconhecimento dessa tecnologia e por motivos de ordem sócio-cultural.
A primeira regulamentação que tratou de reuso de água no Brasil foi a
norma técnica NBR – 13.696, de Setembro de 1997. Na norma o reuso é
abordado
como
uma
opção
a
determinação
de
esgoto
de
origem
essencialmente doméstica ou com características similares.
O artigo terceiro de Resolução nº 54 de 28 de Novembro de 2005,
estabelece as modalidades de reuso de água:
11
I – reuso para fins urbanos: utilização de água de reuso fins de irrigação,
paisagística, lavagem de logradouros de públicos e veículos, desobstrução de
tubulações, a incêndio dentro da área urbana.
II – reuso para fins agrícolas e florestais: aplicação de água de reuso para a
produção agrícola e cultivo de florestas plantadas.
III – reuso para fins ambientais: utilização de água de reuso para implantação
de projetos de recuperação do meio ambiente.
IV – reuso para fins industriais: utilização de água de reuso em processos,
atividades e operações industriais e
V – reuso na aqüicultura: utilização de água de reuso para a criação de animais
a cultivo de vegetais aquáticos.
Tornar flexível os suprimentos que existem para outros fins, atenção ao
crescimento da população, economia urgente do recurso natural, atuar de
maneira sistêmica na demanda e oferta de água. Implantação de indústria com
conservação e prevenção do meio ambiente, são valiosas e incisivas de
racionalização do usa da água.
Mecanismos de cobrança da água, considerando as diferenças entre as
diversas atividades econômicas bem como níveis sociais mas permitindo que
todos os cidadãos participem na política estabelecida. Estabelecendo aspectos
jurídicos do lançamento inadequado nos corpos d’água com excessivo teor
poluidor,
bem
como
estabelecer
princípios
de
poluidor
e
usuário-
pagador.TRAME,(2000).
Segundo Garrido,(2000) cobrar pelo uso da água é uma ferramenta
muito eficiente, a qual induz o usuário a utilizar este insumo de maneira
racional. Outro aspecto fundamental e que deve ser utilizado junto a cobrança
pelo uso da água e a outorga de direito pelo uso de recursos hídricos.
Como diz KELMAN,(1997), A Lei 9433/97. Baseia-se na doutrina
Ribeirinha ou seja, a água não pode ser privadamente apropriada bem como o
12
ar, a vida selvagem entre outros. Assim cria alguns Mecanismos para que
possa moderar eventuais contradições entre os diferentes usuários de uma
mesma Bacia. O mesmo autor a outorga de direito garante ao usuário o poder
outorgante. O Governo Federal ou Estados.
Sobre a concessão do pedido, o poder outorgante vai avaliar a
disponibilidade quantitativa e também qualitativa em detrimentos aos demais
usos da região, antes da aprovação do pedido. A outorga possui validade
conforme citada na Lei Federal 9433/97
1.1 Considerações Gerais
A água é limitada ao contrário do que muita gente pensa.
Aparentemente seja barata e abundante. Atualmente, o sistemas
de
gerenciamento de água, mostra que uma em cada cinco pessoas no planeta
não dispõe de acesso adequado a uma água limpa, potável e segura.
Embora
muitos acham que podem usá-la sem responsabilidade, a
consciência desta natureza está mudando. Desde os lugares onde cai a chuva
até a composição química dos oceanos, tudo está em fase de mudança. E
essas mudanças estão nos forçando a fazer algumas perguntas difíceis sobre
como e onde nós vivemos e trabalhamos.
Desde criança todos nos lembramos das lições recebidas na escola: a
água dos oceanos evapora e forma as nuvens. Essas nuvens deslocam-se
sobre os continentes e produzem a chuva. A água da chuva corre para os
lagos, rios ou para os aquíferos. A água dos lagos, rios e aquíferos então
evapora e volta para a atmosfera ou flui para os oceanos, completando o
ciclo.O ciclo da água.
13
1.2 Mas a humanidade atrapalhou esses planos.
Ocorre que toda vez que interagimos com a água, nós a transformamos,
mudamos
sua
direção
ou
alteramos
o
seu
estado.
Muito embora ela seja em si um recurso mundial, nós a tratamos como se
fosse um assunto regional. Não há um mercado global para ela, e há pouca
comercialização internacional. “Água diz respeito a quantidade, qualidade,
espaço e tempo”, diz Ian Cluckie, professor de Hidrologia e Gerenciamento da
Água na Universidade de Bristol, Inglaterra. “Se você tem ou não um grande
problema, isso é coisa que depende inteiramente de onde você vive.”
Entretanto, junto com a inovação, vem a inspiração. Utilizando avanços
tecnológicos – redes de sensores sofisticados, medidores inteligentes,
computação pesada e análise de dados avançada – nós podemos ser mais
inteligentes sobre como gerenciamos a água de nosso planeta. Atualmente
podemos monitorar, medir e analisar ecossistemas inteiros, desde rios e
reservatórios até as bombas e canos em nossas casas. Podemos dar a toda e
qualquer pessoa, organização, empresa, comunidade e nação que dependa de
um suprimento contínuo de água limpa – ou seja, todos nós – uma visão única,
confiável e atualizada do uso que fazem de sua água. Mas esta é apenas uma
primeira gota.
Só nos Estados Unidos, existem cerca de 53 mil agências que tratam do
tema água. Mas não há coordenação entre essas agências, apesar do fato de
que todas elas estão administrando um recurso compartilhado. Não há
compartilhamento de dados, o que seria necessário para formar uma visão
holística de toda uma bacia hidrográfica ou ecossistema de água.
Por meio de uma combinação de tecnologia de coleta de informações e
ferramentas analíticas, o gerenciamento global da água pode ser totalmente
reformado ou, na verdade, recriado. Os esforços da IBM nessa área têm por
objetivo preservar e proteger os recursos de água doce para beber, tomar
banho, produzir energia elétrica e alimentos, fabricar equipamentos industriais
e irrigar as plantações.
14
CAPÍTULO II
A ÁGUA
Sendo a água é um elemento composto por dois átomos de hidrogênio
(H) e um de oxigênio (O), formando a molécula de H2O. Considerada uma das
substâncias mais abundantes em nosso planeta e os estados físicos que a
água pode ser encontrada são: sólido (geleiras), líquido (oceanos e rios), e
gasoso (vapor d’água na atmosfera).
A superfície terrestre encontra-se coberta por água, aproximadamente
uns 70%. Muito embora, menos de 3% deste volume total é de água doce,
sendo que a maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e
neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas
superficiais para as atividades humanas. Distribui-se da seguinte maneira no
planeta Terra:
- 97,5% da disponibilidade da água do mundo estão nos oceanos, ou seja,
água salgada.
- 2,5% de água doce e está distribuída da seguinte forma:
- 29,7% aquíferos;
- 68,9% calotas polares;
- 0,5% rios e lagos;
- 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água etc.).
Foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, o
Dia Mundial da Água, sendo comemorado no dia 22 de março.
Toda espécie humana necessita da água para a sobrevivência, pois é
totalmente
fundamental.
Foi comprovado que aproximadamente 80% de
nosso organismo é composto por água. Muitos pesquisadores estão de acordo
que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a
conservação da saúde, além disso também
é considerada o solvente
universal, pois auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de
15
urina, etc.) e seguramente
age na proteção do organismo contra o
envelhecimento(RODRIGUES,1990).
Infelizmente, está havendo um grande desperdício desse recurso
natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades
econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura,
22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano, na qual
se percebe claramente que o uso tem sido em muitos casos com
irresponsabilidade.
Há várias preocupações, bem como a poluição hídrica se tornou outro
fator agravante, os rios continuam poluídos por esgotos domésticos, efluentes
industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que
alteram as propriedades físico-químicas da água.
2.1 Água no Brasil
Aqui no Brasil existe um encantamento pois, se percebe em todo lado a
exuberância e variedade na natureza.O Brasil é um país privilegiado com
relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce
disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas).
Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território,
proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande
disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água
potável em alguns lugares, a escassez é tão acentuada que o sofrimento de
brasileiros já virou notícias em vários países. A água doce disponível em
território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos
mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região
Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país (LINHARES,1999).
Ocorre outro fator agravante que é a ausência de saneamento básico
nas residências da população brasileira. Pesquisa provaram que atualmente,
55% da população não tem água tratada nem saneamento básico. Políticas
públicas devem ser desenvolvidas para reverter esse quadro. Pesquisas
indicam que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o governo deixa de
gastar R$ 5,00 em serviços de saúde, ou seja, são investimentos que
16
proporcionam qualidade de vida para a população e economia aos cofres
públicos em curto prazo.
Algumas maneiras de diminuir o desperdício de água:
- Acabar com o pinga-pinga da torneira. Uma torneira gotejando, gasta, em
média, 46 litros de água por dia;
- Reduzir o consumo doméstico de água potável;
- Não contaminar os cursos d’água;
- Agir como consumidores conscientes e exigir que as empresas produzam
detergentes e produtos de limpeza que diminuam a poluição do meio ambiente
(biodegradáveis);
- Aproveitar as águas da chuva, armazenado-as de maneira correta;
- Fechar a torneira enquanto escova os dentes;
- Evitar o desperdício, cuidando dos vazamentos de água, e não lavar as
calçadas utilizando água potável;
- Ao tomar banho, devemos desligar o chuveiro ao ensaboar, pois uma ducha
chega a gastar mais de 16 litros de água por minuto.
São pequenas todas essas mudanças de hábitos, no entanto, geram
grandes diferenças. Todos devem fazer a sua parte, contribuindo
para a
preservação do bem mais valioso da Terra.
2.2 A água no mundo
A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta
para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que
cada habitante do Planeta precisa. Porém apesar de parecer abundante, esse
recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O
restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas
17
calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como
pântanos, por exemplo (LINHARES,1997).
Entretanto, se em termos globais a água doce é suficiente para “todos”,
sua distribuição é irregular no território. Os grandes fluxos estão concentrados
nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas
zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%.
Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos
países desenvolvidos (LINHARES,1997).
De fato o cenário de escassez se deve não apenas e tão somente à
irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que
muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos
últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis
alarmantes. Pois atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de
desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já
enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de
saúde pública (LINHARES,1997).
2.3 Ciclo da água
O desenvolvimento do ciclo da água, também conhecido como ciclo
hidrológico, consiste no processo dinâmico de diferentes estágios da água.
Para melhor compreensão deste ciclo podemos iniciar sua explicação através
da evaporação da água dos oceanos. O vapor resultante das águas oceânicas
é transportado pelo movimento das massas de ar. Sob determinadas
condições, o vapor é condensado, formando as nuvens, que por sua vez
podem resultar em precipitação. A precipitação pode ocorrer em forma de
chuva, neve ou granizo. A maior parte fica temporariamente retida no solo,
próxima de onde caiu, e finalmente retorna à atmosfera por evaporação e
transpiração das plantas. Uma parte da água resultante, escoa sobre a
superfície do solo ou através do solo para os rios, enquanto que a outra parte
infiltra profundamente no solo e vai abastecer o lençol freático. Estudiosos
prevêem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações.
Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas
18
também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes
inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A
distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é
privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo (LINHARES,1997).
Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros
consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento
até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de
São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição
tornar imprestáveis para consumo as fontes próximas e tem de captar água de
bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na
região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros
cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de
3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada
pelos sistemas públicos.
19
CAPÍTULO III
DISPONIBILIDADE E DISTRIBUIÇÃO
Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios
do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em
várias regiões do País.
O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível
em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas.
Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes
durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de
uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios
são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma
irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as
mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial.
Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração
populacional do País tem disponível 6% do total da água.(BLUM,2007)
Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro;
quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea.
Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções
para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.(BLUM,2007)
3.1 Qualidade comprometida
A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de
beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água
disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50% e 70%
nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade.
Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso
natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão
de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são
20
incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e
da água.
Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente
relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização
descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos
hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da
vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de
atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e
dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa
eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição:
as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40%
e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O
saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos
esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem
tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de
degradação nunca imaginado.
3.2 Alternativas
Após a Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas
para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das
águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de
reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base
na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos,
saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para
as particularidades de cada região.
A água disponível no território brasileiro é suficiente para as
necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessário, então, mais
consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo,
um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por
exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de
reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é
pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias
21
de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser
própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas
indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de
condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos
industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da
chuva, para os usos gerais que não o consumo humano (LINHARES,1997).
O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na
distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode
gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a
degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes.
Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento
agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta
de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.
22
CAPÍTULO IV
REUSO DA ÁGUA DA CHUVA
A diminuição da água disponível, nos próximos anos, vai exigir que os
condomínios, shopping centers e outros estabelecimentos adotem novos
sistemas para otimizar o uso. Confira abaixo explicações sobre os dois
sistemas que possivelmente serão os mais utilizados.
Tratar águas provenientes de lavadores de veículos, peças, motores,
etc... Este tratamento, além de ajudar a preservar o meio ambiente, poderá
reduzir em até 90% os custos com águas. OBS: A água de reuso é ideal para
os mesmos fins, ou seja, lavagem de carros, peças, motores, pisos, jardinagem
e fins que não seja consumo humano e animal.
4.1 Aproveitamento de chuvas
A reutilização ou o reuso de água ou o uso de águas residuárias não é
um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo há muitos anos.
Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição de esgotos e
sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por água tem
feito do reuso planejado da água um tema atual e de grande importância.
Neste sentido, deve-se considerar o reuso de água como parte de uma
atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da água, o qual
compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da
produção
de
efluentes
e
do
consumo
de
água.
Dentro dessa ótica, os esgotos tratados têm um papel fundamental no
planejamento e na gestão sustentável dos recursos hídricos como um
substituto para o uso de águas destinadas a fins agrícolas e de irrigação, entre
outros.
Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento
público e outros usos prioritários, o uso de esgotos contribui para a
conservação dos recursos e acrescenta uma dimensão econômica ao
23
planejamento dos recursos hídricos. O reuso reduz a demanda sobre os
mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de
qualidade inferior. Essa prática, atualmente muito discutida, posta em evidência
e já utilizada em alguns países é baseada no conceito de substituição de
mananciais. Tal substituição é possível em função da qualidade requerida para
um
uso
específico.
Dessa forma, grandes volumes de água potável podem ser poupados
pelo reuso quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente efluentes
pós-tratados) para atendimento das finalidades que podem prescindir desse
recurso
dentro
dos
padrões
de
potabilidade.
4.2 Tipos de Reuso
A reutilização de água pode ser direta ou indireta, decorrentes de ações
Planejadas
ou
não:
Reuso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em
alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente
utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não
controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a
mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição,
autodepuração).
4.3 Reuso direto e indireto planejado da água
Indireto: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são descarregados de
forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem
utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso
benéfico.
O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um
controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho,
garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas com
outros efluentes que também atendam ao requisito de qualidade do reuso
objetivado.
24
Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, após
tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local
do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior
ocorrência,
destinando-se
a
uso
em
indústria
ou
irrigação.
4.4 Aplicações da Água Reciclada
Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de
domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, gramados
residenciais.
Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas
e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, proteção
contra
geadas.
Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de
processamento.
Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de intrusão
marinha,
controle
de
recalques
de
subsolo.
Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo,
descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de
veículos,
lavagem
de
ruas
e
pontos
de
ônibus,
etc.
Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação
em
pântanos,
Usos
diversos:
terras
alagadas,
aqüicultura,
indústrias
construções,
controle
de
de
pesca.
poeira,
dessedentação de animais.
25
4.5 Aproveitamento de Águas de Chuva
As águas de chuva são encaradas pela legislação brasileira hoje como
esgoto, pois ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de
lobo aonde, como "solvente universal", vai carreando todo tipo de impurezas,
dissolvidas, suspensas, ou Simplesmente arrastadas mecanicamente, para um
córrego que vai acabar dando num rio que por sua vez vai acabar suprindo
uma captação para Tratamento de Água Potável. Claro que essa água sofreu
um processo natural de diluição e autodepuração, ao longo de seu percurso
hídrico,
nem
sempre
suficiente
para
realmente
depurá-la.
Uma pesquisa da Universidade da Malásia deixou claro que após o início
da chuva, somente as primeiras águas carreiam ácidos, microorganismos, e
outros poluentes atmosféricos, sendo que normalmente pouco tempo após a
mesma já adquire características de água destilada, que pode ser coletada em
reservatórios
fechados.
Para uso humano, inclusive para como água potável, deve sofrer
evidentemente filtração e cloração, o que pode ser feito com equipamento
barato e simplíssimo, tipo Clorador Embrapa ou Clorador tipo Venturi
automático. Em resumo, a água de chuva sofre uma destilação natural muito
eficiente
e
gratuita.
Esta utilização é especialmente indicada para o ambiente rural,
chácaras, condomínios e indústrias. O custo baixíssimo da água nas cidades,
pelo menos para residências, inviabiliza qualquer aproveitamento econômico
da água de chuva para beber. Já para Indústrias, onde a água é bem mais
cara,
é
usualmente
viável
sim
esse
uso.
O Semi árido Nordestino tem projetos onde a competência e persistência
combatem o usual imobilismo do ser humano, com a construção de cisternas
para
água
de
beber
para
seus
habitantes.
- O que é: Coleta e armazenamento de água de chuva, para uso em lavagens
de pisos e irrigação do jardim.
26
- Como funciona:
•
A água de chuva, coletada pelas calhas no telhado do prédio, é armazenada
em uma cisterna no térreo ou subsolo.
•
Pode-se instalar um equipamento para filtrar esta água, se for necessário.
•
Instala-se um sistema de recalque (bomba d'água + encanamento), para enviar
a água para as torneiras do térreo e subsolo.
- Cuidados a tomar:
•
O telhado concentra grandes impurezas, principalmente quando há um longo
período de escassez de chuva. Como opção, pode-se instalar um sistema de
filtragem mecânica no reservatório.
•
O reservatório também pode ser um risco para a saúde dos moradores e
funcionários, caso não adote uma manutenção periódica de limpeza e
conservação.
•
A construção de um reservatório para a captação da água da chuva necessita
de um sistema de recalque, deve ter um projeto de engenharia para que não
desperte riscos de saúde e acidentes.
- Além de gerar economia de água, o sistema também contribui para diminuir o
problema das enchentes.
- Na Europa, o sistema já é bastante usado em construções novas.
- No Brasil, um caso de destaque é o do Shopping Aricanduva, em São Paulo
(SP). A construção tem 62 mil m2 de telhado, e em uma chuva forte chega a
captar 7 mil m3 de água.
- Também já existem postos de gasolina e escolas adotando o aproveitamento
da água das chuvas, para lavagem de carros e para descarga nos banheiros.
- Em Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), já há projetos de lei para tornar
obrigatório o aproveitamento das águas de chuva em edifícios.
27
- Custo para o condomínio: cerca de R$ 6.000,00, incluindo equipamento e
tanque de 3 mil litros. Não inclui instalação.
- Empresas que implementam o sistema:
28
CONCLUSÃO
Através de consultas bibliográficas e de sites específicos conclui-se que
este assunto é extenso e o verdadeiro valor não se é dado.
A população começa a se despertar para a importância de consumo
racional e consciente porém percebe-se que nas grandes metrópoles ainda não
há preocupação como deviam com os
gastos
excessivos deste recurso
hídrico natural, ao ponto de ser uma questão cultural.
Existem Leis que protegem este recurso hídrico.
O recurso hídrico é finito, exatamente por esta razão, devemos
preservar. Preservar bacias, preservar aqüíferos, preservar rios, lagos, lagoas,
enfim preservar o Meio Ambiente.
Existe a necessidade urgente de cada cidadão desenvolver uma
consciência ecológica e com novos hábitos motivar outras pessoas para fazer
o mesmo.
29
BIBLIOGRAFIAS
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – Resolução nº. 357, de
2005.
BLUM, José Roberto Coppini, Reuso da Água. Editores Pedro Caetano
Sanches
Mancuso, Hilton Felício dos Santos – Barueri, S.P: Manole, 2007
Coletânea de Legislação Ambiental, Mini Códigos -
Editora: Revista dos
Tribunais de 2010
LINHARES, José – Biologia – Editora Guanabara,S.P - 1997.
Artigos Eletrônicos
Reuso de Água, extraído de WWW.ana,gov.br
acessado em 24/4/2010 às
3:30h.
Ambiente Brasil, extraído de WWW.ambiente.ambientebrasil.com.br acessado
em 27/4/2010 às 10:00h.
Reuso de Águas Residenciais, extraído de WWW.casaautonoma.com.br
acessado em 13/5/2010 às 19:00h.
Reuso de Água, extraído de WWW.portalsaofrancisco.com.br acessado em
20/6/2010 às .9:00h.
Reuso de Água, extraído de WWW.uniagua.org.br acessado em 3/7/2010 às
10:00h.
Reuso de Água, extraído de WWW.enge.com.br acessado em 10/8/2010 ás
12:45h.
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reuso da água por elaine de oliveira s