INTRODUÇÃO – Na sequência do estudo do trimestre, ingressamos no quarto e último bloco, quando estudaremos a Epístola de Paulo a Tito, iniciando pelo seu primeiro capítulo. – A igreja local tem de se organizar segundo o padrão bíblico. – Paulo escreveu sua carta a Tito na mesma época em que escreveu sua primeira carta a Timóteo, ou seja, depois da sua soltura de sua primeira prisão em Roma. – Paulo, após ter ido a Filipos, foi com Tito para a ilha de Creta, onde havia uma grande necessidade de organizar as igrejas locais ali existentes, pois, pelo que parece, os cristãos viviam um estado de completa anarquia, com as igrejas sem qualquer organização. – Tito era um dos principais cooperadores de Paulo (II Co.8:23), um gentio que havia se convertido a Cristo e passado a auxiliar o apóstolo (Gl.2:3). – Era um auxiliar tão importante, que foi levado por Paulo e Barnabé para participar do concílio de Jerusalém (Gl.2:1), tendo sido mesmo um exemplo, uma referência de que os gentios não deviam se circuncidar e que não estavam obrigados a seguir a lei de Moisés (Gl.2:1). a) ter notícia de irregularidades naquela igreja (II Co.2:13/ 7:6,13,14); b) realizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém (II Co.8:6; 12:18). a) equipara-se aos profetas e patriarcas; b) revela que a submissão total a Deus é indispensável para que se exerça o ministério. a) promover a fé dos salvos em Cristo Jesus; b) fazer-lhes conhecer a verdade, que são as Escrituras Sagradas; c) transformar a vida de cada um dos membros da igreja local numa vida de virtude cristã, numa real vida de dedicação e comunhão com Deus. O ministério somente é exercido, se houver a esperança da vida eterna e a manifestação da pregação da Palavra (Tt.1:2). – Não há como se exercer o ministério, se o ministro não tiver a esperança da vida eterna, se não crer nas promessas divinas contidas nas Escrituras Sagradas. – O ministro de Cristo Jesus deve, ainda, ser alguém que pregue a Palavra. O ministério da Palavra é a tarefa precípua e essencial de alguém que recebe de Cristo um dom ministerial (Ef.4:11). – A pregação é um mandamento de Deus, nosso Salvador a todos os chamados ao santo ministério (Tt.1:3). – Paulo identifica Tito como seu verdadeiro filho, a mostrar, pois, que Paulo tinha uma relação de pai e filho para com seus cooperadores. – A Tito, também, como em todas as suas cartas pastorais, o apóstolo usa na saudação as expressões “graça, misericórdia e paz”. Os ministros devem sempre lembrar que são miseráveis pecadores que, pelo favor imerecido de Deus e pela comunhão que passaram a manter com o Senhor pelo perdão de seus pecados, devem ter um coração bondoso para com toda a membresia da igreja local. – Depois desta longa saudação, o apóstolo Paulo explica os motivos pelos quais estava a escrever esta epístola, ou seja, dar orientações a Tito de como deveria proceder para cumprir a missão de pôr em ordem as igrejas de Creta. – A igreja local precisa ser devidamente organizada, não pode ser um grupo social que se mantenha acéfalo, sem liderança, sem governo. – O Senhor designou homens para apascentar o rebanho e, portanto, é absolutamente necessário e indispensável que cada um dos Seus servos pertença a uma igreja local e esteja ali sob alguma liderança, que tem a missão de cuidar deste servo do Senhor, servindo, também, para contribuir para o seu aperfeiçoamento e crescimento espiritual. – Sem razão, portanto, os chamados “desigrejados”. – Pela falta de organização, as igrejas de Creta estavam sobremodo prejudicadas e sofriam com os falsos ensinos, além do que não conseguiam se desvencilhar de traços culturais extremamente pecaminosos existentes entre os cretenses. – Há um grande perigo quando os cristãos não conseguem se desvencilhar dos dados culturais pecaminosos que os cercam. Imersos num ambiente de mentira, licenciosidade e maldade, os cristãos cretenses mantinham uma atitude de insubmissão e de individualismo e, por isso, não organizaram as suas igrejas locais, querendo cada um “cuidar do seu próprio nariz”, o que, entretanto, contrariava toda a doutrina cristã. – Paulo dá a Tito as qualificações que devem ter os presbíteros a serem postos em cada igreja local de cada cidade de Creta, qualificações que são bem similares às que Paulo dá a Timóteo na primeira epístola dirigida àqueloutro filho na fé. – Paulo chama os presbíteros de “despenseiros da casa de Deus”, lembrando, assim, que os presbíteros são ministros de Cristo e que, como tal, devem ser fiéis, tendo na distribuição do “alimento espiritual” a sua missão primordial. – Paulo lembra que os ministros devem reter firmes a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que possam ser poderosos (Tt.1:9). – Um ministro somente terá autoridade se ele for alguém que pratica e vive a Palavra de Deus, que não a distorce nem tampouco a ensine mas não a viva. O apóstolo Paulo passa, então, a descrever como eram os “falsos mestres” que estavam a perturbar os cristãos cretenses. Eles eram (Tt.1:10) (I): a) numerosos; b) desobedientes à Palavra de Deus; c) faladores; – O apóstolo Paulo passa, então, a descrever como eram os “falsos mestres” que estavam a perturbar os cristãos cretenses. Eles eram (Tt.1:10,11) (I): d) vãos; e) enganadores; f) gananciosos 16 – A atitude que se deveria ter com estes falsos mestres era uma só: tapar-lhes a boca, ou seja, impedirem que tivessem espaço nas igrejas locais para ensinarem ou pregarem as suas falsas doutrinas. – Os falsos mestres introduzem-se nas casas da membresia, por isso o ministério da igreja local precisa ter amplo conhecimento de todas as atividades que são efetuadas pela membresia, para evitar que falsos mestres e falsas doutrinas de introduzam sorrateiramente no seio do grupo social. – Aquele comportamento dos falsos mestres estava totalmente inserido na cultura cretense. O apóstolo chega, mesmo, a mencionar um profeta cretense que, séculos antes, havia descrito os habitantes de Creta como mentirosos, bestas ruins e ventres perigosos. – A igreja de Creta tinha de se diferenciar dos costumes e das tradições cretenses, mas estavam a copiar a mentalidade daqueles que deveriam evangelizar, o que não poderia ser tolerado, motivo por que Tito tinha de organizar as igrejas, de cidade em cidade, para que se cumprisse o papel determinado pelo Senhor Jesus ao Seu povo. – Além de não deixar que tais falsos mestres tivessem qualquer oportunidade de proferirem suas heresias nas igrejas locais, Paulo diz a Tito que os crentes de Creta fossem severamente repreendidos, para que fossem sãos na fé, não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade (Tt.1:13,14). – A saúde espiritual exige que não se dê ouvidos a falsificações da Palavra de Deus. O ministro não pode permitir que os crentes fiquem a ouvir falsos mestres, participem do auditório dos falsos pregadores. – Paulo ainda mostra a Tito que todas as criaturas de Deus são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis, entendidos estes como aqueles que confessam que conhecem a Deus, mas negam-nos com as obras, sendo abomináveis e desobedientes e reprovados para toda a boa obra (Tt.3:15,16). – A pureza depende de sermos limpos pela Palavra de Deus (Jo.15:3), de estarmos em comunhão com o Senhor. – Quem se diz cristão mas não obedece à Palavra, prende-se a mandamentos de homens e a ensinos distorcidos, jamais terá pureza e, por isso, são espiritualmente contaminados, somente trazendo morte e doença espirituais aos que os ouvem e seguem. – Não devemos temer o alto grau de degradação por que passa a humanidade, mas levarmos o Evangelho, a sã doutrina, a genuína e autêntica Palavra de Deus, pondo em ordem as igrejas locais para que possam cumprir o seu papel de salgar e iluminar a sociedade (Mt.5:13-16), de serem astros em meio a uma geração perversa (Fp.2:15).