o o o o o Colégio Imaculada Conceição – CIC Damas Disciplina: Sociologia Professor: Ribamar Alunas: Aghata Sophia, Catarina Vitoria, Jéssica de Araújo, Maithê Avelino e Thaynnara Raiany Série: 2 ano - Turma “B” Campina Grande - PB, 13 de novembro de 2013 MURAL VIRTUAL Maria Quitéria de Jesus Nascida na Feira de Santana 27 de Julho de 1792, foi uma militar brasileira, heroína da Guerra da Independência. Conhecida também como “Joana d’Arc brasileira”, é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. Baiana de nascimento e com grande habilidade no uso da arma de fogo, inscreveu-se como voluntária para lutar contra as províncias que não reconheciam. Não frequentou a escola e dominava a montaria, caçava e manejava armas de fogo Maria Quitéria defendia o movimento pró-independência da Bahia ativamente, enviando emissários a toda a Província em busca de adesões, recursos e voluntários para formação de um "Exército Libertador". Ela lutou pela Independência do Brasil sim, mas tão importante quanto isso foi sua luta icônica pela libertação da figura da mulher em uma sociedade patriarcal e machista. Vale enfatizar a época novamente: início do século XIX. Se às vezes nos sentimos, ainda hoje, em uma sociedade controlada pelo sexo masculino, imagine dois séculos atrás. Por isso a coragem de Maria Quitéria ressoa com tanta propriedade através do tempo. Em 29 de outubro de 1822 ela lutou na defesa da Ilha de Maré, e depois dirigiu-se a Itapoã. Em fevereiro de 1823, participou com ímpeto inúmeros combates, atacando inimigos entrincheirados na Pituba, capturando-os e levando-os preso para o acampamento da sua tropa. Maria Quitéria lutou também pela defesa da foz do Paraguaçu comandando um grupo de mulheres guerreiras. Com água na altura dos seios, avançou contra uma nau portuguesa, impedido o desembarque de reforços às tropas inimigas. Depois de violentos combates, finalmente, a dois de julho de 1823, as tropas brasileiras marcharam vitoriosas pelas ruas de Salvador, com Maria Quitéria entre elas. Maria Quitéria foi mais uma vítima do preconceito que assola a sociedade brasileira. Era mulher, pediu permissão ao pai para alistar-se, não conseguiu a permissão, saiu de casa e foi morar com parentes. Alistou-se como se fosse homem, porque naquela época a exército não aceitava mulheres na vanguarda. Nossa heroína desobedeceu ao pai; burlou o regulamento do batalhão, alistando como "soldado Medeiros". Talvez, por isso, ela foi esquecida por algum tempo, hoje, porém, seu nome é orgulho nacional. O fato ocorrido com Maria Quitéria, também acontecera com Joana d'Arc, que hoje é heroína francesa e padroeira do exército por ter lutado destemidamente, elevando a moral do exército francês na época e dando um fim glorioso à guerra dos 100 anos. Mas por muito tempo era lembrada apenas como feiticeira, pois ouvia vozes que a guiavam para a vitória. Maria Quitéria encontrava-se noiva quando, entre 1821 e 1822, iniciaram-se na Província da Bahia as agitações contra o domínio de Portugal. Em Janeiro de 1822 transferiram-se para Salvador as tropas portuguesas, sob o comando do Governador das Armas Inácio Luís Madeira de Melo, registrando-se em fevereiro o martírio de Soror Joana Angélica, no Convento da Lapa, naquela Capital. Em 25 de junho, a Câmara Municipal da vila de Cachoeira aclamou o príncipe-regente D. Pedro como "Regente Perpétuo" do Brasil. Por essa razão, em julho, uma canhoneira portuguesa, fundeada na barra do rio Paraguaçu, alvejou Cachoeira, reduto dos independentistas baianos. A 6 de setembro, instalou-se na vila o Conselho Interino do Governo da Província, que defendia o movimento pró-independência da Bahia ativamente, enviando emissários a toda a Província em busca de adesões, recursos e voluntários para formação de um "Exército Libertador". Por seus atos de bravura em combate, o General Pedro Labatut, enviado por D. Pedro para o comando geral da resistência, conferiulhe as honras de 1º Cadete. No dia 20 de agosto foi recebida no Rio de Janeiro pelo Imperador em pessoa, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, com seguinte pronunciamento: "Querendo conceder a D. Maria Quitéria de Jesus o distintivo que assinala os Serviços Militares que com denodo raro, entre as mais do seu sexo, prestara à Causa da Independência deste Império, na porfiosa restauração da Capital da Bahia, hei de permitir-lhe o uso da insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro". Além da comenda, foi promovida a Alferes de Linha, posto em que se reformou, tendo aproveitado a ocasião para pedir ao Imperador uma carta solicitando ao pai que a perdoasse por sua desobediência. Perdoada pelo pai, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, o antigo namorado, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Viúva, mudou-se para Feira de Santana em 1835, onde tentou receber a parte que lhe cabia na herança pelo falecimento do pai no ano anterior. Desistindo do inventário, devido à morosidade da Justiça, mudou-se com a filha para Salvador, nas imediações de onde veio a falecer aos 61 anos de idade, quase cega, no anonimato. Os seus restos mortais estão sepultados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, no bairro de Nazaré em Salvador. Maria Quitéria é homenageada por uma medalha militar e por uma comenda com o seu nome, na Câmara Municipal de Salvador. Do mesmo modo, a Câmara Municipal de Feira de Santana instituiu a Comenda Maria Quitéria, para distinguir personalidades com reconhecida contribuição à municipalidade, e ergueu-lhe um monumento na cidade, no cruzamento da avenida Maria Quitéria com a Getúlio Vargas. A sua iconografia mais conhecida é um retrato de corpo inteiro, pintado por Domenico Failutti c. 1920. Presenteado pela Câmara Municipal de Cachoeira, integra atualmente o acervo do Museu Paulista, em São Paulo. Por Decreto da Presidência da República, datado de 28 de junho de 1996, Maria Quitéria foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. A sua imagem encontra-se em todos os quartéis, estabelecimentos e repartições militares da Arma, por determinação ministerial.