Memórias de um sargento de
milícias(1854-1855)
Manuel Antônio de Almeida
Diretor da Tipografia
Nacional.
Escreveu apenas um
livro.
Morreu num naufrágio
nas costas
fluminenses.
A fórmula romântica:
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Retrato da alta burguesia;
Personagens idealizadas;
Sentimentalismo exacerbado;
Linguagem educada, polida;
Maniqueísmo: bem(herói) X mal(vilão)
Estereótipos: figuras sem profundidade
psicológica, cristalizadas, símbolos de uma
classe;
Final feliz.
Quebra da fórmula romântica:
 Retrato
da baixa burguesia;
 Personagens sem idealização;
 Situações ridículas, engraçadas;
 Humor, gozação;
 Narrador levemente irônico;
 Linguagem simples e giriesca;
 Relativização do Maniqueísmo.
Elementos de contato com o
Romantismo:
A trama é simples,
inocente, sem
complexidade;
 Há um casal que
passa por vários
revezes até ficar
junto;
 Há final feliz,
desfecho preferido
dos românticos
brasileiros.

Classificações do livro:
Romance carnavalesco:
promove a quebra de
um estilo consagrado,
fugindo de seus
preceitos.
Traços pícaros: um
personagem vadio e
safado passa por
várias aventuras.
Classificação de Leonardinho Pataca:
(segundo o professor Antônio
Cândido)
Malandro: o típico
enrolador e safado
brasileiro, cheio de
peraltices, artes,
diabruras,
brincadeiras.
Narrador:
Terceira pessoa;
narrador observador;
 Brincalhão, bemhumorado;
 Conversa com o
leitor;
 Faz digressões:
comentários à
margem da narrativa.

Espaço:
Rio de Janeiro
Tempo: “Era no tempo do rei...”
Início do século XIX
Costumbrismo: retrato dos costumes
de uma época
Personagens (estereótipos):
 Leonardinho
Pataca
 Luisinha (sobrinha de Dona Maria)
 Vidinha (mulata debochada, segunda
namorada de Leonardinho)
 Leonardo Pataca (pai)
 Maria da Hortaliça (mãe)
 Padrinho barbeiro
 Madrinha parteira
Vizinha (eternamente chata)
Dona Maria (adorava demandas judiciais)
José Manuel (gaiato oportunista)
Mestre de cerimônias (padre safado)
Cigana (amante do padre e de Leonardo)
Sacristão da Sé (amigo de Leonardinho)
Major Vidigal (incansável perseguidor de
Leonardinho): representa a “ordem
desordenada” do Império
Toma-largura (funcionário da Ucharia)
Chico-Juca (arruaceiro)

Críticas subliminares:
 Sugestão
do caos social do Brasil à época
da família real;
 Sugestão do espírito corrupto que
perpassava as várias camadas do poder;
 Retrato bem-humorado da devassidão do
clero;
 No reino da desordem (Quinto dos
infernos), os malandros proliferam.
ATENÇÃO:
TAIS CRÍTICAS SÃO INDIRETAS,
SUBLIMINARES, SUB-REPTÍCIAS,
PASSANDO QUASE QUE DESPERCEBIDAS
PARA O LEITOR DA ÉPOCA.
O LIVRO ADQUIRE UMA CAPA DE
ESPETÁCULO CIRCENSE, BRINCALHÃO,
CÔMICO, FINGINDO NÃO SER UMA
CRÍTICA SÉRIA.
CONCLUSÃO:
TAL LIVRO NÃO PODE SER CHAMADO DE
PRÉ-REALISTA, POIS NÃO POSSUI A
FORMA DE UM ROMANCE REALISTA, NEM
TAMPOUCO POSSUI A FILOSOFIA
DETERMINISTA QUE O EMBASA.
TRATA-SE DE UM ROMANCE ROMÂNTICO
EXCÊNTRICO, CARNAVALESCO,
BURLESCO.
FINAL ABSOLUTAMENTE
ROMÂNTICO:
Leonardinho acaba por ficar rico, belo e
idealizado, ao lado de sua amada.
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