www.roginei.com.br Construção definida pela natureza linguística de sua composição [aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo]. Caracterizam-se mais como sequências linguísticas do que como textos materializados. www.roginei.com.br TIPOS TEXTUAIS NARRATIVO Narrar fatos, reais ou fictícios Características Verbos de ação. Verbos no passado. Marcadores temporais. Presença de um conflito, um acontecimento. Exemplos de Anedota, diário, romance, gêneros nos quais conto, crônica, notícia, predomina lenda, fábula, relato, biografia... www.roginei.com.br Tipo textual Objetivo DESCRITIVO Descrever seres, paisagens e conceitos. Características Verbos de estado. Presente do indicativo. Formas nominais dos verbos. Adjetivação. Exemplos de Anúncio classificado, gêneros nos quais cardápio, laudo técnico predomina (sequências descritivas são comuns em gêneros narrativos) www.roginei.com.br Tipo textual Objetivo www.roginei.com.br Tipo textual DISSERTATIVO/EXPOSITIVO Objetivo Expor informações. Características Linguagem objetiva. Verbos no presente. Predomínio da 3ª. pessoa Exemplos de Seminário, verbete de gêneros nos enciclopédia, reportagem, quais editorial (que é mais predomina argumentativo que dissertativo)... ARGUMENTATIVO Defender um ponto de vista. Convencer. Características Exemplos gêneros quais predomina Apresentação de argumentos segundo uma organização lógica. Estabelecimento de relações de causa e efeito. Estrutura formada por introdução, desenvolvimento e conclusão. Verbos no presente de Debate, editorial, artigo de nos opinião, manifesto, carta aberta, carta de reclamação... www.roginei.com.br Tipo textual Objetivo INJUNTIVO (PERSUASIVO OU INSTRUCIONAL) Objetivo Fazer com que o interlocutor tome alguma atitude. Características Verbos no imperativo. Pronomes de 2ª pessoa. Exemplos de Anúncio publicitário, regras de gêneros nos jogo, receita, manual de quais predomina instruções, regulamento, livro de autoajuda... www.roginei.com.br Tipo textual EXPOSIÇÃO INJUNÇÃO www.roginei.com.br DESCRIÇÃO EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO ARGUMENTAÇÃO INJUNÇÃO EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO Textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos e estilos. Bilhete, bate-papo, e-mail, romance, capa de livro, telefonema, cardápio, horóscopo, receita, bula.... www.roginei.com.br GÊNEROS TEXTUAIS “Oriovaldo, tudo pode ser melhor e ficar ainda mais quente. Me ligue o mais rápido possível.” 5544 3322 - Creuza www.roginei.com.br GÊNERO E SUPORTE “Oriovaldo, tudo pode ser melhor e ficar ainda mais quente. Me ligue o mais rápido possível.” 5544 3322 - Creuza “Oriovaldo, tudo pode ser melhor e ficar ainda mais quente. Me ligue o mais rápido possível.” 5544 3322 - Creuza www.roginei.com.br “Oriovaldo, tudo pode ser melhor e ficar ainda mais quente. Me ligue o mais rápido possível.” 5544 3322 - Creuza CRÔNICA Prova Falsa Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula - ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação. — Mas o cachorro era um chato — desabafou. Desses cachorrinhos de raça, cheio de nhém-nhémnhém, que comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa. www.roginei.com.br Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) www.roginei.com.br — Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas, quando eu entrava em casa, vinha logo com aquele latido fininho e antipático de cachorro de francesa. Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo. — Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o "pobrezinho". www.roginei.com.br Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casimira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para locais incríveis. A vida lá em sua casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher. — Você é um desalmado — disse ela, uma vez. Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher. www.roginei.com.br — Aí mandaram o cachorro embora? — perguntei. — Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova residência. — Ué... mas você não o detestava? Como é que arranjou essa sopa pra ele? — Problema da consciência — explicou: — O pipi não era dele. E suspirou cheio de remorso. Gênero híbrido entre o jornalismo e a literatura; Texto menos compromissado com a argumentação e mais relacionado à narração de fatos cotidianos e à reflexão do autor; Experiência própria, como observador ou como protagonista, não raro, é o início de uma crônica; Usa elementos literários; Gênero que acaba, muita vezes, se tornando coletânea, em livro. Ex: Rubem Braga, Stanislaw Ponte Preta. Ganha espaço nos blogs. Artigos e crônicas, quando habituais, podem se transformar em coluna fixa do jornal. www.roginei.com.br Crônica www.roginei.com.br www.roginei.com.br www.roginei.com.br www.roginei.com.br EDITORIAL: Ainda sob a comoção nacional pela morte de Hugo Chávez, a Venezuela faz hoje a sua segunda eleição presidencial em seis meses. O grande favorito é o chavista Nicolás Maduro, que terá de lidar, no curto prazo, com graves problemas econômicos. O processo eleitoral foi um dos mais bizarros da história latino-americana. Vítima de um câncer revelado em 2011, Chávez ocultou detalhes de sua saúde e, gravemente enfermo, reelegeu-se em outubro para novo mandato de seis anos. Dois meses depois, Chávez anunciou a retomada do tratamento em Cuba por tempo indeterminado e indicou seu sucessor político, o vice-presidente Maduro. Em meio a grave crise de desabastecimento de gêneros alimentícios, a Venezuela se viu paralisada pela incerteza sobre a saúde do caudilho. www.roginei.com.br Decisão na Venezuela www.roginei.com.br Sua morte, no mês passado, deu início a uma campanha desequilibrada. O maior cabo eleitoral do governismo é o corpo insepulto de Chávez. Em tom mistificador, o que incluiu comparar o caudilho com Cristo, e com toda a máquina estatal trabalhando a seu favor, Maduro conseguiu deixar em segundo plano os sérios problemas do país -da violência urbana fora de controle às recorrentes falhas no fornecimento de energia. Hesitante no autoproclamado papel de apóstolo, Maduro protagonizou momentos constrangedores: recuou do anúncio de embalsamar o corpo de Chávez por falta de planejamento e acusou os Estados Unidos de causar o câncer no comandante venezuelano. A pantomina de nada servirá para resolver a inflação oficial, acumulada em 25,2% nos últimos 12 meses, a crônica e crescente falta de alimentos nos supermercados e a forte pressão para desvalorizar a taxa de câmbio irrealista. Na raiz de tudo está a falta de dinheiro no Tesouro, resultado do gasto com nacionalizações sem critérios, dos programas sociais mal administrados e da corrupção enraizada. Nos últimos quatro anos, o desequilíbrio vinha sendo financiado por vultosos empréstimos chineses, que chegam a pelo menos US$ 36 bilhões. www.folhaonline.com.br/14.04.13 www.roginei.com.br Pequim, no entanto, está reticente em seguir emprestando dinheiro. E o mercado internacional não dá sinais de que possa vir um aumento vertiginoso no preço do petróleo (na prática o único produto da economia venezuelana) para sustentar a ciranda populista. Mesmo acuado pela campanha agressiva, o oposicionista Henrique Capriles tem conseguido tirar algo da vantagem de Maduro nos últimos dias. Tudo indica que não será suficiente para uma virada, mas pode cacifá-lo como alternativa para o país no futuro -que será certamente turbulento. Quando vejo essa polêmica sobre os escândalos de pedofilia na Igreja, uma das causas da renúncia de Bento 16, lembro-me de que, no colégio de padres onde estudei, 'sexo' era a palavra evitada, mas que estava em toda parte, como uma ameaça vermelha. O Diabo nos espreitava detrás das estátuas de Santa Tereza em êxtase, nas coxas dos anjinhos nus, nos seios fervorosos das beatas acendendo velas. Na entrada dos alunos pela porta principal já havia um desfile de velada pedofilia. O reitor se postava vestido em negra batina na porta do longo corredor, imóvel em pose de manequim chique, enquanto duas filas de alunos entravam beijando-lhe as mãos estendidas como oferendas de santidade; até hoje me lembro do vago cheiro de sabonete e cuspe na mão do reitor. Entre professores e noviços, víamos muitos rostos angustiados, berros severos e excessivos nas aulas; sentia-se no ar a exasperação da sexualidade renegada. O desespero da castidade enlouquecia-os. As mães dos alunos, lindas, com seus penteados e decotes imitando Jane Russel ou Ava Gardner, faziam charme para os padres zonzos de desejo. E eu me perguntava: "Meu Deus... por que padre não pode casar?" www.roginei.com.br ARTIGO DE OPINIÃO Teologia da libertação sexual www.roginei.com.br Dos púlpitos, os sermões nos ameaçavam ferozmente com o fogo eterno, se nos masturbássemos ou, como diziam, se praticássemos o "vício solitário". "Vocês quando pecam são iguais ao Hitler, pois matam na solidão dos banheiros milhões de pessoas que poderiam nascer!" Ou seja, além de bobos e virgens, éramos genocidas em holocaustos de banheiro, indo para o inferno onde queimaríamos por toda a eternidade. A 'eternidade' era descrita assim: "Imaginem que o planeta seja um grande diamante, o metal mais duro do universo. De cem em cem anos, um passarinho vem voando e dá uma bicadinha na Terra. O dia em que a Terra for toda esfarinhada pelas bicadinhas do pássaro, nesse dia, acaba a eternidade". E eu sofria, me esvaindo nos banheiros, pensando naquele passarinho que bicava o mundo, enquanto eu acariciava o outro passarinho em humilhante solidão. O prazer era um crime - tudo ficava manchado de culpa: a alegria era falta de seriedade, a liberdade era um erro, as meninas eram seres inatingíveis. A sexualidade esmagada virava uma máquina de perversões ou uma fonte de sofrimentos para quem fazia votos de castidade. Hoje, que o mundo virou uma incessante paisagem de bundas e seios nus, de pornografia na publicidade e na mídia, fica cada vez mais absurdo esse imenso exército de deprimidos lendo as Playboys no escuro dos conventos. www.roginei.com.br No grande festival do conclave que elegeu o papa Francisco, a coisa que mais me impressionou foi a semelhança entre os cardeais. Todos pareciam a mesma pessoa, desfilando com suas batinas púrpura. Impressionaram-me os rostos acabados, envelhecidos sob cabelos curtos e brancos, os mesmos óculos, os mesmos passos trêmulos, as décadas de abstinência sexual cavando em suas faces sulcos de tristeza, um vazio de prazeres não vividos, um vazio de corpos não beijados. Claro que o óbvio é sempre negado; se dissermos que a pedofilia é fruto do celibato, as respostas serão adversativas, evasivas, afirmando que os pedófilos já viriam 'prontos' antes da ordenação, que o fenômeno é muito complexo, etc. e tal, mas, por minha experiência pessoal, creio que a pedofilia era uma distorção vagamente tolerada dentro da Igreja. www.roginei.com.br No colégio onde eu estudava havia um padre que era popular entre os alunos porque fazia mágicas com rara habilidade. Nos recreios, era cercado por meninos vendo ovos saírem de suas orelhas, moedas tiradas da boca, flores explodindo em buquês entre seus dedos magros e enrugados. Ele tinha também um teatro de bonecos. Um dia levou-me até sua sala para me mostrar marionetes novas. O padre parecia nervoso e começou a criticar meu cabelo despenteado, eriçado. Pegou um pente, começou a me pentear com mãos trêmulas e de repente me deu um beijo na boca. Fugi em pânico até a saída onde meu pai me esperava no carro e, apavorado, não disse nada. Só contei em confissão a um outro padre, que fingiu não entender bem e senti que ele sabia do vício do colega; ele mudou de assunto como se a pedofilia fosse um mal inevitável, para a manutenção do celibato. Falei a um outro padre que me ouviu ceticamente e me acalmou, acariciando-me a mão como se eu estivesse perturbado, imaginando absurdos. Comecei a entender que, além do pecado e da virtude, havia um corporativismo espiritual a defender práticas escusas. Já comentei aqui esse antigo assédio e, no dia seguinte, muitos colegas do colégio me ligaram: "Ah... aposto que foi o padre tal, não foi?" Todo mundo sabia desse e de outros casos, tudo num silêncio deliberado. Percebo hoje que, não só entre os padres obrigados a castidade havia essa compulsão; muitos colegas de classe já partiam para uma saída homossexual aflita, torturada, entre as inúmeras proibições e preconceitos. 26 de março de 2013 | Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo www.roginei.com.br Mas nem sempre foi assim. São Pedro era casado. Outros seis papas tiveram mulher e filhos também. Até que, em 1073, o papa Gregório VII proibiu o desejo sexual (literalmente), porque padres casados tendiam a se distrair das tarefas religiosas (já imaginaram rezar a missa depois de uma boa 'DR' com a mulher?). Pois é; mas o motivo verdadeiro era impedir que viúvas e filhos herdassem bens dos sacerdotes, que deviam ser repassados à Igreja. Uma das grandes desvantagens da Igreja Católica, perante outras religiões, é esse celibato implacável. Estão diminuindo muito as vocações para seminaristas, que buscam a religião pela fome ou por um lugar social. Rabinos casam, pastores protestantes casam, budistas "do it", mesmo muçulmanos "do it". A ideia de castidade gera um atraso em cascata em relação aos problemas contemporâneos. Enquanto os pentecostais botam pra quebrar em bailes "gospel", em shows de Jesus Funk, a Igreja Católica vai mergulhando na Idade Média. Acho que está chegando a hora de uma "teologia da libertação sexual". www.roginei.com.br www.roginei.com.br www.roginei.com.br ENEM 2010 www.roginei.com.br B) C) D) E) www.roginei.com.br A)