ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
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CURSOS ESPECIALIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
• Fundamentos
básicos da Neuropsicanálise
• Conceitos Psicanalíticos à luz da Neurociência
• Fundamentos de Neuroanatomia
• Noções de Psiquiatria e Neurologia
• Noções de Psicofarmacologia
• Fundamentos de Psicopatologia
• Transtornos Neuro-Psiquiátricos
• Introdução ao Exame Psíquico
• Possibilidade de atuação da Neuropsicanálise
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Neuropsicanálise é um movimento dentro da neurociência e da psicanálise para combinar
os conhecimentos de ambas as disciplinas para uma melhor compreensão da mente e
do cérebro, considerando sem dúvida, a revisão de um dos principais e relegados
trabalhos do jovem neurologista Sigmund Freud (1856 — 1939) 1 o seu Projeto de uma
psicologia para neurologistas (Entwurf einer Psychologie), de 1895, somente publicado 12
anos após a sua morte. Supõe-se que rejeitado pelo próprio Freud que de fato não o
publicou e avançou progressivamente em conceitos desconhecidos em sua época para a
psicologia, sem os requisitos da ciência neurológica, que temos hoje, para os aferir. 2
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Um dos motivos dessa revisão é obviamente o grande avanço da neurociência nesses últimos
tempos. A relevância que assumiu a psicofarmacologia, estratégia abandonada por ele desde
seus experimentos com a cocaína publicados em 1884, e especialmente as conquistas que o
método anatomo-clínico, de ampla difusão na neurologia de sua época, obteve com a
tecnologia da bioimagem.
Para alguns autores a importância desse trabalho são as suas inter-relações com outros textos
de Freud como justificou na sua publicação no volume I de suas Obras Completas, o seu editor
inglês James Strachey.3 Gabbi Jr. 4 , que retoma essa idéia destacando a presença de suas
proposições nos escritos de Freud sobre sonhos (capítulos VII de A Interpretação dos Sonhos) e
escritos sobre afasia (Sobre a concepção das afasias de 1891) entre outros voltados à
metapsicologia, diferenciando ainda estas proposições, de outras concepções psicológicas
encontradas na filosofia, por sua originalidade e associação à um efeito clínico (remissão de
sintomas) e regulação dos processos de prazer e dor (concepção utilitarista).
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Observe-se, porém, como ressaltado por muitos autores, que se trata de uma via de mão dupla, há
tanto interesse dos psicólogos e especialistas em ciências humanas nos processos neurológicos como
dos neuropsiquiatras e psicofarmacologistas nos processos simbólicos e que, sem dúvida, é
essencialmente significativo, aos que lidam com processos reconhecidamente orgânicos tipo
demências, deficiência mental de causa conhecida, afasias, etc., o valor dos processos simbólicos e
afetivos para explicação dos sintomas e recuperação dos pacientes.
A neurologia do sono, deve a Freud as explicações do trabalho onírico de simbolização dos sonhos, o
esquecimento seletivo (amnésia especial), as suas fontes de estímulos e recuperação mnemônica, os
processos de excitação, inibição motora que se dão em relação à associações específicas
(catexia/recalque) como bem demonstrado por Freud. Um trabalho de investigação (a interpretação
dos sonhos) que exigiu considerações especiais sobre as palavras e símbolos praticamente como uma
nova teoria sobre a organização da linguagem no cérebro paralela e/ou complementar às proposições
de Karl Wernicke (1848 – 1905) e Paul Broca (1824 - 1880).
Algumas áreas do cérebro envolvidas no processamento da linguagem:. Área de Broca (Azul), Área de
Wernicke (Verde), Giro supramarginal (Amarelo), Giro angular (Laranja) ,Cortex auditivo primário (Rosa)
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Eric R. Kandel, da Universidade Columbia, o Prêmio Nobel de 2000 em fisiologia ou medicina e muitos
outros neurocientistas referem-se à psicanálise como "ainda a visão da mente mais intelectualmente
satisfatória e coerente". 5 Um de seus méritos, sem dúvida é estender-se da patologia, emoções aos
processos cognitivos em um modelo integrado ou relacional.
Observe-se também a importância dada à psicanálise por muitos neurologistas de nossos dias,
levando a psicanálise um pouco mais a sério do que, digamos, psicólogos experimentais fazem. Como
resultado, o grupo de neuro-psicanálise tem sido capaz de desenhar ideias úteis a partir de um
número distinto de neurocientistas, a exemplo de António Damásio (1944) , Eric Kandel (1929), Joseph
LeDoux (1949), Helen S. Mayberg (1956), Jaak Panksepp (1943), Vilanayur S.
Ramachandran (1951), Oliver Sacks (1933), e muitos outros. (ver: editorial board of the Journal NeuroPsychoanalysis).
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Não se pode descartar a hipótese porém de que esse interesse seja porque o próprio Freud começou
sua carreira como neurologista. Os neurocientistas Pribram e Gill 6 assinalam que muitos dos
conceitos do que ficou conhecido como metapsicologia na teoria psicanalítica foram definidos com
excepcional clareza nesse manuscrito de 1895 e se constituem como uma teoria biológica do controle
cognitivo. Apontam para uma possível revisão da psicanálise como uma disciplina puramente
psicológica, usando observações comportamentais e a análise de relatos verbais como suas técnicas
inclusive porque há evidências de que Freud se baseava em pressupostos neurológicos e biológicos,
apesar de explicitamente não reconhecer ou negar esse fato. Nessa perspectiva muitos dos estudos
voltados à dimensão orgânica como os Escritos sobre Cocaína (Uber Coca), dependência química
("fuga da realidade") e sobre os mecanismos neurais da Hipnose também voltam a ter novas
possibilidades de leitura e interpretação.
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Michael Harvey da Sociedade internacional de Psicanálise 7 refere-se a neuropsicanálise como um
campo emergente de estudos que neste momento está envolvida na exploração interdisciplinar da
associação entre a neurologia, neuropsicologia, neuroanatomia, psicanálise tendo como proposição o
método clínico-anatômico observacional utilizada por Freud quando trabalhava como neurologista
(ver: Bibliografia e sinopses dos escritos científicos do Dr. Sigm. Freud 1877-1897 (1897) 8 ) e a
neuropsicologia dinâmica notabilizada por Alexander Luria (1902 — 1977) por volta de 1939 cujos
princípios se aproximam aos da psicanálise por aceitar que as funções da fisiologia cerebral ocorrem
na interação dinâmica de diversas áreas espalhadas pelo cérebro, e não resultante de uma localização
num centro. 9 .
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Questões de método
Assim como na própria biologia é um desafio comparar distintos planos de análise tipo o molecular e
histológico ou dos órgãos e sistemas com o das populações e ecossistemas, mais desafiador ainda é a
comparação entre a análise neurobiológica e a mente ou instâncias psíquicas tal como vistas e estudadas
na psicanálise.
Essa última abordagem de certo modo se insere nas perspectivas de estudo da relação mente – corpo
desenvolvida pela medicina psicossomática e mais recentemente pela psicologia da saúde ou medicina
comportamental e mesmo pelos estudos iniciais da psicologia da consciência de Wilhelm Wundt (18321920) e William James (1842–1910) sobre o fluxo do pensamento e percepção fundamentados na
introspecção. O mérito de Sigmund Freud, nessa mesma época, foi a proposição de estudo do
inconsciente e da relação mente – corpo, descrita por ele como estabelecida pela relação entre o
aparelho psíquico (ego, superego e id) e o sistema nervoso, de certo modo opondo-se às definições da
psicologia como estudo da consciência e percepção por Wundt e James. 10 11
Circuitos neurais envolvendo a
amigdala o hipocampo e o sistema
límbico explicam a ansiedade do ponto
de vista neurobiológco
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De acordo com Medeiros 12 Freud nunca deixou de considerar a intervenção de variáveis biológicas e
identificou na sua primeira concepção do aparelho uma psíquico 3 instâncias que o constituem: a
topográfica (quanto a localização dos eventos psíquicos (Pcpt - Cs/ Id); a dinâmica (de transformação dos
mesmos); e a econômica (de intensidade ou força dos eventos psíquicos), inclusive nesse último aspecto
utiliza termos neurológicos "descarga neuronal" e "catexe" ou "energia associada" a um determinado
símbolo ou "representação", atualmente entendido mais como metáfora ou modelo analógico do que
como um mecanismo fisiológico de um circuito neuronal . Para Medeiros a neurociência e psicanálise
não se opõem e não se conflitam, elas apenas divergem na escolha de seus objetos de estudo, as
subestruturas do tecido nervoso e seus centros, para a primeira, e o sentido particular do simbólico para
o sujeito, sua apreensão da realidade e história afetiva, para a segunda.
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Para Graef 13 apesar da diferença de métodos que exploram a subjetividade, no caso da psicanálise e
observação sistemática e teste de hipóteses via experimentação (neurociência), alguns conceitos e
constructos teóricos comuns podem e estão sendo examinados, a exemplo dos estudos psicanalíticos da
ansiedade que distinguem ansiedade neurótica (crônica) do ataque de ansiedade, validados
farmacologicamente por Donald Klein, 1960 e atualmente denominados "transtornos de ansiedade
generalizada" e "ataques de pânico". Por outro lado, no seu ponto de vista a teoria da “canalização” da
libido (pulsão sexual) não tem tido ressonância na análise neurobiológica.
Um pesquisador que não pode ser esquecido nessa tentativa de aproximar a psicanálise da metodologia
experimental é John_Bowlby (1907-1990) na sua tentativa de aproximação da teoria dos instintos de
sistema motivacionais, investigando também: a relação entre períodos críticos do desenvolvimento e
estrutura da personalidade (trauma); a teoria da estampagem (imprinting), e especialmente, a relação de
perda do objeto amado e a depressão e tristeza, hipótese esboça da no
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texto de Freud “Luto e melancolia”, 1917, abordada na perspectiva da etologia, teoria
do controle (reconhecidamente influenciado pela re-leitura do "Projeto" de Freud por Priban & Gil) e
modelos estatísticos de análise. 14
Ainda sobre o método vale lembrar o pioneirismo de Freud na história da psicofarmacologia, considerada
por alguns autores como tendo início no registro da efetiva ação de alguns fármacos sobre transtornos
psiquiátricos na década de 1950 principalmente o Lítio, 1949; clorpromazina, 1952; meprobamato, 1954;
iproniazida, 1957 e clordiazepóxido 1960. 15 Segundo Robert Byck 16 que reuniu e re-editou os escritos de
Freud sobre cocaína (1884-1885 - setenta anos antes), a idéia de que uma substancia sedativa pudesse
ser útil no tratamento da doença mental é bastante antiga, a revisão feita por Freud incluía diversos
trabalhos anteriores ao seu tais como os de Morselli e Buccola com uso da cocaína no emprego
da melancolia além de uma descrição "etnográfica" sobre a planta sua utilização na América do Sul e
história de sua difusão na Europa ocidental.
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Sua maior contribuição nessa área segundo Byck (o.c.) foi o método de registro sistemático de suas
experiências em si mesmo, com os mais sofisticados instrumento de medição, de sua época,
correlacionado com as alterações cuidadosamente descritas de humor e percepção ocorridas durante a
ação da droga no tempo - uma relação crucial para experimentação em populações humanas, assinala.
Observa ainda que o ensaio de Freud praticamente estabeleceu uma tradição para descrição de
substancia com propriedades psicoativas, incluindo as realizadas com LSD, mescalina e outros
compostos psicodélicos citando como exemplo as publicações de Albert Hofmann (1906-2008), em 1943
sobre os efeitos da dietilamida do ácido lisérgico, ao qual nós podemos acrescentar o clássico estudo
de Aldous Huxley (1894-1963) sobre a mescalina "As Portas da Percepção" publicado em 1954.
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Referências
Gamwell, Lynn; Solms, Mark. Da neurologia a psicanálise, desenhos neurológicos e diagramas da mente
por Sigmund Freud. SP, Iluminuras, 2008
Bezerra Jr., Benilton. Projeto para uma psicologia científica: Freud e as neurociências. RJ, Civilização
Brasileira, 2013
Freud. Sigmund. Publicações pré psicanalíticas e esboços inéditos. Edição Standard das Obras completas
de Sigmund Freud. V. I / 24 v. (1886-1899). RJ, Imago, 1996
Gabbi Jr., Osmyr Faria. Notas a projeto de uma psicologia: as origens utilitaristas da psicanálise. RJ,
Imago, 2003
Solms, Mark. Freud está de volta. Scientific American / Mente & Cérebro. Duetto Ed. Set. 2004
Pribram, Karl; Gill, Merton. O projeto de Freud: um exame crítico. SP, Cultrix, 1976
International Neuropsychoanalysis Society
Freud Sigmund. Primeiras publicações psicanalíticas. Edição Standard das Obras completas de Sigmund
Freud. V. III / 24 v. (1893-1899). RJ, Imago, 1996
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Yusaku Soussumi. O que é neuro-psicanálise. Cienc. Cult. vol.56 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2004
Wundt, Wilhelm, Principles of Physiological Psychology (1902) Translated by Edward Bradford Titchener
(1904) Green, C. Classics in the History of Psychology on -line
James, William. (1890). The principles of psychology. Green, C. Classics in the History of Psychology on line
Medeiros, Sérgio. Diferentes objetos de estudo. in: Dois pontos: Psicanálise e neurociência. Sobre Cultura
nº 7 - Suplemento trimestral da revista Ciência Hoje. Novembro de 2011
Graef, Frederico. Interdisciplinaridade necessária. in: Dois pontos: Psicanálise e neurociência. Sobre
Cultura nº 7 - Suplemento trimestral da revista Ciência Hoje. Novembro de 2011
BOWLBY, John. Trilogia Apego, Separação e Perda. Volumes I, II e III. São Paulo. Martins Fontes 1990.
González, Cecilio Álamo Historia de La Psicofarmacologia, V1. Buenos Aires, Madrid, Médica
Panamericana, 2005. Disponível no Google Livros (2014)
Byck, Robert (org.) Freud e a cocaína. RJ, Espaço e Tempo, 1989
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Conceitos da Psicanálise e a evidência da Neurociência
Antes de abordarmos sobre a evidência da neurociência, é interessante retomarmos os conceitos da
psicanálise, que são conhecidos, mas que servirão como base para a introdução do assunto breve.
A teoria psicanalítica é composta por um corpo de hipóteses a respeito do funcionamento e
desenvolvimento da mente do homem, ela se interessa tanto pelo funcionamento mental normal como
pelo patológico, embora a prática da psicanálise consista no tratamento de pessoas que se acham
enfermas.
Dentre vários conceitos psicanalítico, como o determinismo psíquico, temos também, os processos
mentais inconscientes, estes são de maior freqüência e significado no funcionamento mental normal,
bem como no anormal.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
“... o inconsciente é a base geral da vida psíquica. O inconsciente é a esfera mais ampla, que inclui em si a
esfera menor do consciente”. (FREUD, 1900, pg. 554). O que podemos observar, não só nessa citação,
mas em todos os estudos existentes na psicanálise por Freud e pós-freudiano, é que o inconsciente é
uma instância determinante da vida psíquica, fato que acaba se estendendo as outras esferas da
experiência humana.
Mas, o que nos interessa é que a idéia psicanalítica de que somos movidos pelo inconsciente não é só
verificada na própria psicanálise, como também na neurociência. Digo isto, porque ocorreram
experimentos científicos no âmbito da neurociência, a qual conseguiu "prever" decisão cerebral. Na
verdade, trata-se de uma identificação da decisão cerebral antes que a consciência se dê conta disso.
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Segundo a revista Nature Neuroscience, as decisões atribuídas ao livre arbítrio humano podem ser
formadas inconscientemente vários segundos antes de o cérebro tomar consciência delas. Este
experimento saiu também no jornal FOLHA e no site da UOL.
O trabalho se baseou em um experimento no qual voluntários tiveram seus cérebros monitorados por
ressonância magnética. No teste, elaborado por cientistas do Instituto Max Planck para Cognição
Humana e Ciências Cerebrais, de Leipzig (Alemanha), pessoas tinham de decidir livremente por apertar
um de dois botões em um controle. Ao mesmo tempo ficavam olhando uma seqüência de letras
projetada numa tela, que não deveria influir na decisão. Os voluntários tinham apenas de dizer que letra
estavam observando quando finalmente decidiam qual botão apertar.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Comparando o momento em que as pessoas se diziam conscientes de suas decisões com padrões de
atividade cerebral registrados no aparelho de ressonância magnética, os cientistas tiraram sua
conclusão.
"Descobrimos que o resultado de uma decisão pode ser codificado como atividade cerebral nos córtices
pré-frontal e parietal (regiões na superfície do cérebro) até dez segundos antes de entrarem na
consciência", escrevem os autores do estudo, liderado por John-Dylan Haynes. "A impressão de que
podemos escolher livremente entre duas possíveis linhas de ação é essencial para nossa vida mental.
Contudo, é possível que essa experiência subjetiva de liberdade não seja mais do que uma ilusão e
nossas ações sejam iniciadas por processos mentais inconscientes bem antes de tomarmos consciência
de nossa intenção de agir."
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A neurociência demonstra que nossas decisões vêm do inconsciente, mostrando que processos nãoconscientes formam a base do psiquismo. Contudo, está informação já foi declarada pela Psicanálise,
onde o próprio Freud expressa o conceito de inconsciente e a formulação de que o homem não é senhor
em sua própria morada. No mais, o que importa nesse estudo científico é o reforço que se oferece para o
conceito do inconsciente postado e estudado pela Psicanálise. Este expressa a idéia de sermos movidos
pelo inconsciente. A Psicanálise, através de estudos e casos clínicos, comprova que o inconsciente existe
e é de maior freqüência e significado no funcionamento mental.
Entretanto, é preciso elucidar que o inconsciente freudiano não se localiza de forma alguma no cérebro e
sim no “corpo pulsional”. Assim, não há intenção em proferir que o inconsciente de Freud está no
cérebro. Contudo, a neurociência chegou também à conclusão de que existe o inconsciente e que este
pode ser representado em uma região do cérebro, confirmando os conceitos da Psicanálise em relação
ao inconsciente e não em relação à anatomia cerebral ou coisa do gênero, que isso fique claro.
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Já sabemos da cientificidade da Psicanálise nos conceitos da nova ciência, baseado também pela crítica
de Bachelard, as quais consideram a incerteza (Física Quântica) e a subjetividade (Psicanálise), fatores
relevantes para que se pense o objeto científico. No entanto, a Psicanálise também tem o seu pé na
ciência clássica, semelhando-se os seus métodos com disciplinas como a Arqueologia, a Astronomia, a
Ciências Econômicas, a Sociologia, a Historia e etc. Além disso, os experimentos da neurociência
robustecem a constatação da existência do inconsciente descoberto pela Psicanálise, mas conservando
as observações citadas anteriormente sobre o mesmo. A Psicanálise provocou uma revolução no estudo
da mente humana, salientando o inconsciente e o determinismo psíquico.
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Referência:
FREIRE Augusto César, A Interpretação dos Sonhos Sigmund Freud 1899/1900. Artigo. 1999.
Revista VEJA. Editora: Abril - Nos 100 anos de A Interpretação dos Sonhos. 05.05.1999.
ALBINO, Raul Pacheco Filho. Psicanálise, Psicologia e Ciência: continuação de uma polêmica. Artigo.
1996.
Jornal Folha, Experimento consegue "prever" decisão cerebral:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1404200802.htm
BARROS, Marcelo Vinicius Miranda. Psicanálise é ciência?. Artigo. 2008.
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SBPI. Como Freud Desenvolveu a Psicanálise. Artigo. 2008.
Marcelo Vinicius Miranda Barros
(Graduado em tecnologia, formando em Psicanálise e estudante da filosofia orientalista.)
* Qualquer referência de Internet contidas neste trabalho o editor não pode garantir que a localização
específica será mantida.
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA
FUNCIONAL
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Divisão do Sistema Nervoso: base
embriológica
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Divisão do Sistema Nervoso: base
funcional
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Divisão do Sistema Nervoso: base
funcional
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA
FUNCIONAL

Divisão anatômica do S N
– Sistema nervoso central
• Encéfalo
– Cérebro: diencéfalo e telencéfalo
– Cerebelo
– Tronco encefálico
» mesencéfalo
» ponte
» bulbo
• Medula espinhal
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA
FUNCIONAL

Divisão anatômica o SN
– Sistema nervoso periférico
• Nervos
– Espinhais
– Cranianos
• Gânglios
• Terminações nervosas
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA
FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA
FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Tronco encefálico
– Bulbo
•
•
•
•
Vias ascendentes, descendentes e associação
Núcleos de pares cranianos: IX, X, XI e XII
Formação reticular
IV ventrículo
– Ponte
• Vias ascendentes, descendentes, de associação e
transversais
• Núcleos de pares cranianos: V,VI,VII,VIII
• Formação reticular
• IV ventrículo
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Tronco encefálico
– Mesencéfalo
• Vias ascendentes, descendentes, de associação e
transversais
• Núcleos de pares cranianos: III, IV, V
• Formação reticular
• Aqueduto cerebral
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE



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







NERVOS CRANIANOS
I
Olfativo Olfato
II
Optico Visão
III
Oculomotor
Olhos para cima, baixo, medialmente; eleva pálpebra
superior, reduz a pupila
IV
Troclear Olhos medialmente e para baixo
V
Trigêmeo Sensibilidade facial, mastigação, sensibilidade da ATM
VI
Abducente
Abdução do olho
VII Facial
Expressão facial, fecha olhos, lagrimas, salivação e paladar
VIII Vestíbulo coclear Posição da cabeça em relação à gravidade e aos
movimentos da cabeça; audição
IX
Glossofaríngeo
Deglutição, salivação e paladar
X
Vago
Regula as vísceras; deglutição, fala e paladar
XI
AcessórioEleva os ombros, gira a cabeça
XII Hipoglosso
Movimentos da lingua
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Formação reticular
– Estrutura
•
•
•
•
Núcleos da rafe: Serotonina
Locus ceruleus: Noradrenalina
Matéria cinzenta periaquedutal
Area tegmentar ventral: Dopamina
– Conexões
•
•
•
•
Nervos cranianos (tecto-reticular e feixe prosencefálico medial)
Cérebro: via talâmica e extra
Cerebelo
Medula (tratos reticulo espinhal e espino reticular)
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
Formação reticular
– Funções
• Controle da atividade elétrica cortical: sono e vigília
– Sistema Ativador Reticular Ascendente
» Cérebro isolado: secção entre os dois colículos: mantém rítmo de
sono
» Encéfalo isolado: secção entre bulbo e medula: mantém
sono/vigília
» Secção pontina: mantém vigília
• Controle Eferente da sensibilidade: atenção seletiva
• Controle da motricidade somática: via cortico-retículo-espinhal:
musculos axiais e apendiculares proximais
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Formação reticular
– Funções
• Controle do SNA: vias do sistema límbico e hipotalâmicas que via
FR controlam neurônio pré ganglionar
• Controle Neuro-endócrino: influências hipotalâmicas
• Integração de reflexos: Centro respiratório e vaso motor
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Cerebelo
– Estrutura
• Vermis: mediano
• Hemisférios: laterais
– Cortex
– Substância branca
– Núcleos: fastigial, globoso, emboliforme
• Cada hemisfério contola motoneurônios homolatrais
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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
Cerebelo
– Divisão filogenética
• Arquicerebelo: lobo flóculonodular - núcleo fastigial- equilíbrio
• Paleocerebelo: lobo anterior - núcleos emboliforme e globoso - tônus
• Neocerbelo: lobo posterior - nucleo denteado - coordenação de movimentos
finos
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
Cerebelo
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Funções
– Manutenção do equilíbrio e postura
• Arquicerebelo e vermis
– Músculos axiais e proximais dos membros
– Tratos vestibulo espinhal e retículoespinhal
– Controle do tonus muscular
• Nucleos denteado e interpósito
• Trato cortico espinhal e rubroespinhal
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Funções
– Controle dos movimentos voluntários
• Planejamento do movimento: Denteado
• Correção do movimento: Interpósito
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Cerebelo
– Função
• Modula, coordena a atividade motora iniciada em outras
estruturas possibilitando a manutenção do equilíbrio,
tono muscular e movimentos finos
– Via cortico-ponto-cerebelar: programação motora
– Via cerebelo tálamo cortical: corrige os erros do movimento
pois o cerebelo recebe informações dos músculos via
espinocerebelar inconsciente
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Diencéfalo
– III ventrículo
– Tálamo
• Sensibilidade
• Motricidade: núcleos ventrais anterior e lateral: pálido,
cerebelo corticais
• Comportamento emocional: núcleos anteriores e dorso
medial
• Ativação do Córtex:SARA
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
Estrutura
–
–
–
–
Anterior: tubérculo anterior
Posterior: pulvinar
Aderência intertalâmica
Corpos geniculares
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Funções
– Assistente para o córtex cerebral, direcionando a
atenção para a informação importante, através da
regulação do fluxo de informação para o córtex
cerebral
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
Funções dos núcleos
–
–
–
–
–
–
–
Anterior: emoções
Pulvinar: linguagem?
Corpo geniculado medial: audição
Corpo geniculado lateral: visão
Mediano: funções viscerais
Medial: ativação cortical
Lateral: motricidade e sensibilidade
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
Síndrome talâmica
– Alterações de sensibilidade
• Dor central: metade oposta do corpo
• Estimulos auditivos se tornam desagradáveis
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Diencéfalo
– Hipotálamo
• Conexões com SNA:
– anterior - parassimpático;
– posterior - simpático
• Conexões com sistema endócrino
• Conexões com sistema motivacional
– motivações primárias
– motivações superiores
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Diencéfalo
– Epitálamo
• Glândula pineal
• Núcleos habenulares
– Subtálamo
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Sistema límbico
– Estrutura
• Componentes corticais
– Giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo
• Componentes subcorticais
– Corpo amigdalóide, área septal, nucleos mamilares, núcleos
anteriores do tálamo e habenulares
– Funções
• Controle de emoções
• Regulação do SNA
• Organização memória e aprendizagem
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
Telencéfalo
– Estrutura
• Córtex: subst. cinzenta
• Centro ovaL: subst. branca
– núcleos da base
– centro branco medular do cérebro
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
Telencéfalo
– Ventrículos laterais
– Estrutura
• Face interna
–
–
–
–
Giros e sulcos
Corpo caloso
Septo pelúcido
Fórnix
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
Telencéfalo
• Face externa
– Giros e sulcos
» Frontal - 4
» Temporal - 5
» Parietal - 3
» Occipital - 6
» Insula - face ext do n. lenticular
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
Núcleos da base
– Núcleos da base: claustrum, N. caudado, N.
lentiforme, e Accumbens
• Organização
– Striatum ou neo-estriado: Nucleo caudado + Putamen
– Paleo estriado: Globo pálido
– Impulsos aferentes  neoestriado paleoestriado  impulsos
eferentes
– Corpo estriado ventral: neoestriado + accumbens: conexões
limbicas: comportamento emocional
– Corpo estriado dorsal; motor
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
Núcleos da base
– Circuito básico:
Córtex  Striatum
Tálamo
Influencia áreas motoras e pré-frontal
– Circuito subsidiário
• Nigro-estriato-nigral
• Pálido-subtalamo palidal
Modulam circuito básico
l
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
Núcleos da base
Áreas motoras do córtex
?
glutamato
striatum
subst.negra
Gaba
Tálamo
DA(-)
pallidum
subtálamo
?
Lenticular
Globo pálido
Putamen
Caudado
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
Centro branco medular


Fibras de associação

Fasciculo longitudinal superior (fronto-parieto-occipital)

Fascículo do cingulo

Fascículo longitudinal inferior (lobo temporal-lobo occipital)

Fascículo unciforme (frontal-temporal)
(fronto-parieto-temporal)
Fibras comissurais

Comissura do fórnix:hipocampos

Comissura anterior: L. temporais

Corpo caloso
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
Centro branco medular

Fibras de projeção

Fórnix: hipocampo e corpo mamilar

Cápsula interna:

entre tálamo e núcleo lentiforme

braço anterior: cabeça do NC e NL

braço posterior: entre Tálamo e NL - trato cortico espinhal e radiações talâmicas

joelho: trato cortico-nuclear
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MEDULA ESPINHAL
GENERALIDADES
Mede aproximadamente 45 cm
Limite superior: forame magno; limite inferior: L2
Final: cone medular; filum terminal
Intumescências: cervical e lombar
Para determinar a correspondência entre vértebra e medula:
entre os níveis de C2 e T10, adiciona-se 2 ao nº do processo
espinhoso da vértebra e tem-se o nº do segmento medular
adjacente; aos processos espinhosos de T11 e T12
correspondem os 5 segmentos lombares enquanto o processo
espinhoso de L1corresponde aos 5 segmentos sacrais.
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
Medula Espinhal
Envoltórios da medula: as meninges
Terminologia: trato – fibras com a mesma origem, mesma
função e mesmo destino; fascículo – trato mais compacto;
lemnisco: fita; feixe de fibras sensitivas que vão até o tálamo;
funículo – cordão
Formação do nervo espinhal: 31 pares: 8 cervicais, 12 torácicos,
5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
Unidade motora: motoneurônio alfa e fibras musculares que
ele inerva
Dermátomo: território cutâneo inervado por fibras de uma
única raiz dorsal.
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
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Neurologia e a Psiquiatria
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
As doenças mentais apresentam peculiaridades incomuns às
outras especialidades médicas. O limite que separa o normal do
patológico nem sempre é claro quando nos referimos à
personalidade, ao caráter e ao comportamento. Para tornar
ainda mais complexa esta questão, o diagnóstico psiquiátrico se
baseia mais nos sintomas - informações subjetivas - do que em
sinais palpáveis. Sintomas comportamentais, cognitivos e
sensações subjetivas são difíceis de quantificar e dependem da
capacidade do paciente em defini-los para que sejam
compreendidos.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Sintomas psiquiátricos comuns como depressão e ansiedade coexistem
com freqüência. A maioria das doenças psiquiátricas não pode ser
confirmada por exames laboratoriais ou anátomo-patológicos. Os
diagnósticos são sindrômicos, baseados num conjunto de sinais e
sintomas que permite diagnosticar um determinado quadro, definindo
conduta e prognóstico.

A abordagem neurológica, por outro lado, se baseia no princípio de que
todas as manifestações clínicas referentes ao Sistema Nervoso Central
(SNC) têm uma localização anatômica e fisiológica precisa. O exame
anátomopatológico geralmente confirma o diagnóstico.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Historicamente as doenças neurológicas que cursam com sintomas
cognitivos e comportamentais predominantes são as demências de
Alzheimer e Pick, doença de Huntington, esclerose múltipla, neurolues e
encefalites virais.

Quando as abordagens neurológica e psiquiátrica forem excludentes,
diagnóstico e tratamento poderão estar comprometidos - por exemplo,
uma jovem com dificuldade para engolir pode ser diagnosticada como
histérica ao invés de miastênica. Um senhor idoso com declínio
intelectual pode ter o diagnóstico de Alzheimer ao invés de depressão.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

O conhecimento cada vez maior da interação cérebro-mente amplia as
fronteiras do diagnóstico, que não exclui o neurológico do psicológico e
vice-e-versa. Um estresse pode desencadear crises convulsivas ou um
surto de esclerose múltipla, enquanto a falta de estímulos apropriados
na infância pode alterar a organização cerebral.

PRINCÍPIOS DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Depressão, mania, ilusões, alucinações, obsessões, compulsões,
dissociação e alterações da personalidade são sintomas etiologicamente
inespecíficos, comuns às doenças neurológicas e psiquiátricas.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

No acidente vascular cerebral (AVC) podem ocorrer mania (AVC no
hemisfério direito), ilusões, alucinações visuais e auditivas e alterações
da personalidade.

Na doença de Huntington (DH) sintomas como mania, ilusões, obsessões
, compulsões e alterações de personalidade são freqüentemente
encontrados.

O traumatismo craniencefálico (TCE) pode cursar com sintomas
maníacos, ilusões e alterações da personalidade.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Associados à esclerose múltipla (EM) são descritos mania, ilusões e
alucinações visuais.

Alguns pacientes epilépticos podem apresentar sintomas maníacos no
período peri-ictal, ilusões, alucinações visuais e auditivas e estado
dissociativo durante uma crise parcial complexa.

Na demência fronto-temporal pode ocorrer mania, alucinações visuais e
transtorno obsessivo-compulsivo. Sintomas comuns a outros quadros
demenciais degenerativos e vasculares são as ilusões, alucinações visuais
e transtorno obsessivo-compulsivo.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A doença de Parkinson, segunda doença neurodegenerativa mais
comum, pode cursar com sintomas maníacos, ilusões, alucinações
visuais e transtorno obsessivo-compulsivo.

Uma única doença neurológica pode, portanto, se associar com
múltiplos quadros psiquiátricos. Estes não são encontrados
isoladamente, sendo reconhecidos pelo neurologista através da
anamnese, contexto clínico, estado mental e exame
neurológico/neuropsicológico. Muitas vezes as seqüelas
comportamentais são mais graves que o déficit neurológico cognitivo,
como pode ocorrer no TCE, impedindo o curso normal da vida do
paciente.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Doenças com acometimento sistêmico, como o Lúpus Eritematoso,
geralmente apresentam outros sintomas antes de ocorrer um quadro de
psicose. Tumores cerebrais raramente inauguram seu quadro com um
distúrbio cognitivo ou comportamental . Um paciente psiquiátrico pode
também ter uma exacerbação do seu quadro devido a uma afecção
neurológica - como, por exemplo, um esquizofrênico pode piorar os seus
sintomas se apresentar um tumor cerebral ou um AVC.

Os sintomas neuropsicológicos podem preceder em meses ou anos os
sintomas neurológicos, como ocorre nas doenças de Huntington,
Parkinson, dos corpos de Lewy, Alzheimer e doenças de depósito
lisossomais.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Os medicamentos psiquiátricos podem induzir reações
comportamentais, cognitivas e motoras que simulam quadros
neurológicos , como ocorre com os neurolépticos - apatia, sedação,
comprometimento da atenção e memória, gagueira e uma dificuldade de
achar as palavras, síndrome Parkinsoniana, distonias e discinesias tardias
e tremores. A gabapentina e a clozapina, drogas com indicações
neurológicas e psiquiátricas, podem causar respectivamente
coreoatetose e asterixis, mesmo em doses terapêuticas. Outras reações
adversas são convulsões, ataxia, alteração do controle da temperatura e
a síndrome maligna do neuroléptico.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A resposta ao tratamento dos sintomas psiquiátricos pode ser a mesma
nas doenças de origem neurológica ou psiquiátrica - um paciente com
doença de Parkinson ou Huntington pode apresentar melhora da
depressão com os antidepressivos convencionais. A administração
intravenosa de benzodiazepínicos pode melhorar a catatonia de
qualquer origem.

As lesões que mais produzem sintomas psiquiátricos são localizadas nas
regiões frontal, temporal, límbica, e striatum.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FISIOPATOLOGIA DOS SINTOMAS PSICÓTICOS

O efeito da doença neurológica nas estruturas relacionadas com o
comportamento humano fornece substrato para melhor compreendê-lo.
Mesmo assim, a fisiopatologia dos sintomas psicóticos não é
inteiramente conhecida.

Do ponto de vista comportamental o cérebro humano pode ser dividido
em 4 componentes principais: córtex sensitivo primário, córtex motor
primário, córtex associativo e sistema límbico.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
O córtex associativo subdivide-se em regiões unimodais e heteromodais. Cada
modalidade sensorial (visão, audição, olfação, somestesia e gustação) é recebida
por uma área cortical associativa específica unimodal, onde ocorre o
processamento que permite discriminações quantitativas e qualitativas de
estímulos recebidos simultaneamente. Isso permite comparar o estímulo atual
com os já previamente recebidos - uma ruptura em qualquer etapa desse
processo pode levar a uma sensação alucinatória ou a uma interpretação errada
da realidade. O córtex heteromodal associativo faz a integração de múltiplos
estímulos sensoriais, compara as informações que chegam com as já existentes e
as leva ao sistema límbico, que regula emoções, energia e afeto. Formam-se
então comportamentos complexos como pensamento, linguagem, percepção de
si próprio, atenção, humor e julgamento.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

O hemisfério direito tem papel predominante na emoção, nos erros de
percepção, alucinações, ilusões e sensação de reconhecimento e
familiaridade.

Um modelo neurológico de alucinações é o das crises parciais complexas
produzidas por descargas neuronais nas regiões temporo-límbicas - são breves
e estereotipadas, podendo ser alucinações de qualquer modalidade. A
alucinose peduncular - afecção de origem isquêmica que acomete a porção
mais alta do mesencéfalo- cursa com alucinações visuais semelhantes a um
sonho, com pequenos seres, animais ou objetos em ação.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A tomografia por emissão de pósitrons realizada em pacientes psiocóticos
confirma uma ativação de estruturas subcorticais, límbicas (hipocampo), giro
cíngulo e córtex órbitofrontal. Os pacientes com alucinações auditivas e visuais
têm ativação do córtex de associação auditivo e córtex visual,
respectivamente.

Uma desinibição dos circuitos que coordenam dados internos afetivos com os
dados sensoriais presentes e passados pode levar à liberação patológica de
comportamentos e experiências durante episódios psicóticos.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
DEPRESSÃO NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS

A depressão é o sintoma neuropsiquiátrico mais freqüente nas doenças
neurológicas. (tabela 1)

AVC ............................................................................................. 30-60%
DOENÇA DE PARKINSON............................................................40-60%
DOENÇA DE HUNTINGTON.........................................................30-40%
DOENÇA DE ALZHEIMER..............................................................30-40%
ESCLEROSE MÚLTIPLA................................................................. 20-60%
TCE................................................................................................25-50%
DEMÊNCIA VASCULAR...............................................................25-60%
EPILEPSIA......................................................................................10-50%







ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE


As doenças que acometem os lobos frontal e temporal, bem como os gânglios
da base são mais freqüentemente acompanhadas por depressão - sua
especificidade por determinadas regiões cerebrais sugere correlação com a
patologia de base, mais do que um quadro reacional devido a uma doença
crônica.
A resposta ao tratamento com antidepressivos é de 80%.

ALTERAÇÕES DA PERSONALIDADE NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS

Um paciente que apresenta alterações da personalidade com instalação
subaguda deve ter seu diagnóstico diferencial feito com quadros lesionais
localizados nas regiões fronto-medial bilateral, gânglios da base ou tálamo seu sintoma
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

predominante pode ser apatia. As etiologias mais frequentes são vascular,
TCE, encefalite pelo HIV, e deficiência de vitamina B12.

Lesões orbitofrontais e em núcleo caudado causam comportamento
desinibido, sendo observadas em doenças degenerativas, vasculares, tumores
ou TCE.

Irritabilidade e comportamento explosivo estão associados a lesões
orbitofrontais bilaterais, como na doença de Huntington, AVC e
TCE. Indiferença, placidez e alterações do julgamento e autocrítica são comuns
na demência frontotemporal de Pick, podendo também ocorrer na doença de
Alzheimer mais avançada.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

CATATONIA NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS

É um sintoma raro, geralmente relacionado a uma psicose primária. Cerca de
10 a 20% dos pacientes com esse sintoma podem ter afecções associadas, não
implicando isso numa relação causa-efeito. A catatonia é atribuída a lesões
diencefálicas ou de córtex motor suplementar, embora seus mecanismos
desencadeantes ainda sejam incertos. A maioria dos casos tem origem
multifatorial. O tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT) e
benzodiazepínicos IV geralmente apresenta bons resultados.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Tabela 2- Doenças associadas à Catatonia

Mutismo acinético com ou sem afasia
Lesões do tálamo e globo pálido
AVC
Tumores do SNC
Anóxia cerebral
TCE; hematoma subdural
Encefalites-HIV, virais (herpes simples), bacterianas, neurolues
Esclerose múltipla
Leucoencefalopatia multifocal progressiva
LES com comprometimento do SNC
Estado de mal não convulsivo
Porfiria aguda intermitente
Encefalite límbica paraneoplásica
Encefalopatia de Wernicke (deficiência de tiamina)
Hipertireoidismo














ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE






Hiperparatireoidismo
Doenças de Addison e Cushing
Cetoacidose diabética
Encefalopatias hepática/metabólicas
Associada a drogas (neurolépticos, antidepressivos, anticonvulsivantes,
disulfiram, lítio, alucinógenos e estimulantes)
Síndrome maligna do neuroléptico
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS DAS DOENÇAS
NEUROLÓGICAS

Mais de 50% do córtex cerebral é constituído por áreas límbicas e de
associação, irrigadas pelas artérias cerebrais anterior, média e posterior. Os
AVCs nessas áreas não são necessariamente acompanhados por hemiplegia
,sintomas sensitivos , visuais ou de tronco cerebral.

Os sintomas predominantes nos AVCs situados nas regiões frontal, temporal
ou parietal podem ser uma alteração de humor, comportamento ou
personalidade. Depressão é um sintoma encontrado em até 50% dos
pacientes pós-AVC,
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

correlacionando-se com a localização da lesão no pólo frontal esquerdo. A
tabela 3 mostra as lesões vasculares relacionadas a distúrbios
comportamentais.

Abulia e apatia com instalação abrupta podem ser sintomas de lesões
vasculares pré frontais , principalmente no hemisfério esquerdo. A afasia de
Wernicke, quadro que se caracteriza por conservação da fluência, ausência de
percepção total do déficit, produção verbal de neologismos e compreensão
diminuída, comporta um diagnóstico diferencial com esquizofrenia aguda .
Dados que auxiliam nesse diferencial são a presença de alteração no campo
visual temporal superior direito, apraxia do membro superior esquerdo e
ausência de pensamentos bizarros.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A afasia de Broca é mais facilmente diagnosticada por se associar a quadro de
hemiplegia e hemianopsia homônima à direita.

A surdez pura para palavras é uma perda isolada da capacidade de
compreender e repetir a linguagem falada, relacionando-se a AVCs embólicos
que acometem o córtex auditivo ou de associação à esquerda ou
bilateralmente. Pode se iniciar com agitação e paranóia.

Alucinações visuais podem ocorrer em lesões isquêmicas retinianas, no nervo
óptico, degeneração macular ou por qualquer acometimento do sistema
visual.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A
Tabela3. Distúrbios comportamentais nos AVCs sem hemiplegia
SINTOMA
TERRITÓRIO VASCULAR
LOCAL. ANATÔMICA
LATERAL
Apatia/abulia
ACA
Frontal/Talâmica
Bilateral
Paranóia/ Afasia de
Wernicke
ACM
Temporal
Bilateral
Paranóia/ Surdez para
palavras de associação
ACM
Córtex auditivo
E/Bilateral
Paranóia/ Agitação
ACM
Temporal
D/E/Bilateral
Alucinações Pedunculares
Visuais
ACP
Tálamo
D/E/Bilateral
Mania
ACM, ACA, ACP
Frontal inferior
caudado/tálamo
temporal basal
D
Ilusões/ Alucinações
ACM
Frontal/temporal /parietal
D
Amnésia
ACP
Temporal mesial
D/E/Bilateral
Estado confusional
ACM ACP
Parietal/temporal/Temporal
mesial/ Occipital
D
Aprosodia
ACM
Frontal póstero-inferior
D
Expressiva/ Receptiva
ACM
D
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

O TCE, mais comum em homens na segunda , terceira e sexta década de vida,
pode apresentar como sequela sintomas psiquiátricos e alterações da
personalidade, que muitas vezes, são incapacitantes.

A fisiopatologia relaciona-se à lesão axonal por estiramento mecânico,
podendo haver uma interrupção das conexões frontais. As regiões
orbitofrontal e temporal anterior são mais acometidas por contusões,
hematomas e hemorragias intracerebrais.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

As lesões do TCE acarretam déficit de atenção, alterações emocionais,
raciocínio, iniciação e planejamento. As mudanças da personalidade (apatia,
lentidão, indiferença e perda da iniciativa) relacionam-se com lesões da
convexidade frontal lateral. Lesões orbitofrontais causam diminuição do
controle do impulso, irritabilidade e hipercinesias. Sintomas psicóticos
(paranóia, mania, e alucinações visuais e auditivas) ocorrem em até 20% dos
pacientes.

Os pacientes com TCEs leves podem apresentar esquecimento (40%),
depressão (40%), ansiedade (40%), raiva (35%) e impulsividade (25%),
podendo esses sintomas se tornar crônicos.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Os sintomas neuropsiquiátricos são freqüentes nos tumores cerebrais,
relacionando-se à localização, ritmo de crescimento, tamanho e idade do
paciente . A incidência de tumores cerebrais nos pacientes com diagnósticos
iniciais de doença psiquiátrica é de 1 a 2%, significativamente maior que na
população. Os tumores supratentoriais, principalmente os frontais e
temporais, cursam com alterações cognitivas e comportamentais.
Meningeomas do soalho da fossa anterior, tumores da pineal,
craniofaringeomas com expansão supraselar e gliomas hipotalâmicos levam
freqüentemente a disfunção do córtex órbitofrontal e alterações
comportamentais como apatia, depressão e abulia.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Meningeomas da asa doesfenóide e gliomas/metástases que comprimem o
lobo temporal podem originar psicose, ansiedade, euforia e hipomania.
Tumores de crescimento rápido podem apresentar quadros psicóticos,
enquanto os de crescimento lento se manifestam com sintomas de alteração
da personalidade, depressão ou apatia. Pacientes idosos podem apresentar
déficit cognitivo como sintoma inicial. Qualquer paciente que apresente
alterações comportamentais acompanhadas por convulsões, cefaléia,
alterações sensitivas ou outros sinais /sintomas neurológicos focais devem ser
investigados com a hipótese de um tumor cerebral.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

As síndromes paraneoplásicas ocorrem em cerca de 7% dos pacientes com
neoplasias, especialmente carcinoma de pequenas células de pulmão e ovário,
estômago, mama e cólon. Acometem pacientes de meia idade e podem
preceder o aparecimento do tumor.

A encefalite límbica pode ter como sintomas iniciais ansiedade, depressão e
alterações esquizofreniformes, evoluindo com convulsões, amnésia
,depressão, alterações da personalidade, sinais cerebelares, de tronco,
medulares e periféricos. A RM pode demonstrar alterações temporais mesiais
ou ser normal. O líquido cefalorraquiano mostra linfocitose e
hiperproteinorraquia. A positividade dos anticorpos anti -Hu relaciona-se com
o carcinoma pulmonar de pequenas células. A maioria dos
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
pacientes evolui para progressão rápida para demência e morte. O tratamento da
neoplasia primária pode reverter o quadro.
Dentre os pacientes com queixa de declínio cognitivo 8 a 15% apresentam
depressão, caracterizada por déficit de atenção e memória, apatia, parada das
atividades sociais e até mesmo mutismo e incontinência. Principalmente nos
pacientes acima dos 60 anos a tristeza pode não se expressar clinicamente,
sendo substituída por sintomas psicossomáticos como fadiga, excessiva,
tornando difícil o diagnóstico diferencial entre demência e depressão. Isso se
torna mais complexo quando se tem em mente que 25 a 60% dos pacientes com
demências degenerativas ou vasculares apresentam também depressão. Os
dados que
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
sugerem depressão como diagnóstico primário ou co-morbidade são a história
familiar ou pessoal de depressão, instalação em dias ou semanas, agitação, idéias
persecutórias, iniciadas após um evento marcante e persistência das queixas de
memória. Raramente a doença de Alzheimer apresenta depressão como sintoma
inicial e, quanto mais avançada for a demência, menos freqüente será o sintoma
de depressão.
A doença de Alzheimer inicia geralmente de maneira insidiosa, caracterizando-se
por amnésia progressiva que evolui durante anos , acompanhada por afasia
fluente, desatenção, perda da percepção e julgamento, déficits visuo-espaciais,
estando o exame neurológico normal. Dentre os pacientes com Alzheimer 30
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
a 60% apresentam manifestações neuropsiquiátricas como ilusões, alucinações,
ansiedade, inquietude, agitação e agressividade. As alucinações/ilusões podem
desencadear agressividade física e verbal. Sintomas negativos como distúrbios da
iniciação, motivação e parada das atividades sociais também são observados.
A demência de Pick tem uma evolução de meses ou anos de um declínio da
higiene pessoal, personalidade, comportamento, planejamento, com relativa
preservação da memória recente e da linguagem, estando o exame neurológico
normal. A doença de Pick pode se iniciar com apatia, alterações
comportamentais, ilusões, alterações da percepção, perda da crítica e
julgamento, tornando difícil o diagnóstico nessa fase.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Na demência por multiinfartos cerebrais as lesões localizadas nas regiões
frontal, temporal ou parietal podem gerar déficits cognitivos que mimetizam a
demência. Geralmente uma área da cognição está acometida, poupando
outras atividades intelectuais. O quadro tem instalação aguda, sendo
acompanhado por déficits focais e alterações na neuroimagem. O quadro
pode se associar com Alzheimer.

Na doença de Parkinson ocorrem lentificação do raciocínio, alterações da
personalidade, humor e comportamento. A depressão pode ser o sintoma
inicial, sendo observada em 50% dos pacientes e apresentando uma
distribuição bimodal - um pico no início do quadro e outro associado ao
declínio motor e cognitivo.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE


Na doença de Huntington os sintomas psiquiátricos precedem os motores em
até 10 anos. Nesses pacientes há uma taxa elevada de suicídio, apatia,
irritabilidade, agressividade, deterioração das relações sociais e funcionais.
A doença de Wilson , relacionada ao metabolismo do cobre, sempre deve ser
lembrada no diagnóstico diferencial de um quadro extrapiramidal associado a
sintomas cerebelares e neuropsiquiátricos num paciente jovem. Um terço
desses pacientes recebe inicialmente um diagnóstico psiquiátrico, sendo
comuns alterações da personalidade - labilidade, impulsividade, desinibição da
sexualidade . Sintomas psicóticos ocorrem na fase inicial em 10 a 20% dos
pacientes com doença de Wilson. As lesões nos núcleos caudado e putamen
provavelmente acarretam os distúrbios comportamentais. O
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
diagnóstico é feito com a presença do anel de Kayser-Fleisher , associada a fácies
característica de sorriso e a sintomas distônicos, rigidez, disartria e instabilidade
postural.

A epilepsia ocorre em cerca de 0,5 a 2% da população e tem como sintoma
mais comum - quando se inicia na idade adulta- a crise parcial complexa,
caracterizada por sintomas olfatórios, auditivos, alucinações visuais, estados
dissociativos, mania e ilusões. Sintomas esquizofreniformes podem estar
associados à epilepsia do lobo temporal do hemisfério dominante. O início das
crises sempre precede em anos os sintomas esquizofreniformes e esses
pacientes não costumam ter história familiar de esquizofrenia.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

A demência da síndrome da imunodeficiência adquirida acomete clinicamente
60% dos pacientes sintomáticos e 90% das necrópsias observa-se encefalite
subaguda. O vírus acomete inicialmente regiões subcorticais (tálamos e
gânglios da base), o que explica alterações comportamentais precoces e a
característica subcortical da demência (apatia, desatenção, pensamento
lentificado e, secundariamente, dificuldades na memória recente). A
encefalite aidética pode ter como sintoma inicial um quadro psicótico agudo e
os sintomas afetivos geralmente precedem as alterações cognitivas e
comportamentais.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Na esclerose múltipla 20 a 60% dos pacientes apresentam depressão uni ou
bipolar, não se relacionando essa ocorrência com a gravidade do
comprometimento neurológico.

Quadros psicóticos caracterizados por mania, paranóia e alucinações visuais
ocorrem em cerca de 10% dos pacientes, sempre acompanhados por outros
sintomas neurológicos. A avaliação neuropsicológica mostra disfunção
cognitiva leve à moderada em 40%, com características de demência
subcortical - atenção, velocidade no processamento da informação,
flexibilidade mental, raciocínio abstrato, e comprometimento da memória
recente. O declínio cognitivo, observado em 20% dos pacientes, não se
relaciona à gravidade do quadro clínico mas sim ao volume de lesões
observadas na RM.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

QUANDO INDICAR UMA AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA NUM PACIENTE COM
SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS

Sintomas de instalação aguda ou subaguda num paciente sem história
psiquiátrica prévia e ausência de fatores desencadeantes psicossociais.

Sintomas atípicos dentro do contexto psiquiátrico: declínio cognitivo,
intratabilidade, progressão
História de TCE, convulsões, distúrbios do movimento, hepatopatia, crises de
dor abdominal, cicatrizes cirúrgicas, neuropatia periférica.

ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Um dos seguintes quadros com instalação recente: cefaléia; alterações
neuroendócrinas; desatenção; sonolência; incontinência; anorexia.


Fatores de risco para doença cerebrovascular

- Anormalidades do exame neurológico e dos exames complementares
- 2 ou mais familiares de primeiro grau com sintomas semelhantes
- Paciente jovem com catatonia sem antecedentes de afecção psiquiátrica


ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

QUANDO INDICAR UMA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA NUM PACIENTE COM
SINTOMAS NEUROLÓGICOS

- Sintomas psiquiátricos sem explicação neurológica aparente
- História prévia de sintomas psiquiátricos
- Depressão mascarada ou ansiedade associada
- Fadiga ou dor crônicas
- Medicar com psicofármacos adequados os sintomas psiquiátricos de um
paciente neurológico
- Dificuldades emocionais do paciente ou da família





ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

QUANDO SOLICITAR EXAMES COMPLEMENTARES NUM PACIENTE COM
SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS

Tomografia Cerebral/Ressonância Magnética: primeiro episódio de psicose em
qualquer idade, desde que não seja relacionado com intoxicação; primeiro
episódio de distúrbio afetivo severo num paciente acima dos 40 anos;
qualquer síndrome psiquiátrica acompanhada por sinais neurológicos ou
deterioração cognitiva; anorexia nervosa, particularmente em homens;
quadro psicóticos atípicos ou refratários ao tratamento convencional.

Eletrencefalograma: para detectar atividade epileptiforme em pacientes
epilépticos ou em outras afecções
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Avaliação neuropsicológica: pode sugerir correlações neuroanatômicas e
neuropatológicas
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

Adams RD. Principles of Neurology. 6th ed, McGraw-Hill 1997.
Samuels MA. Hospitalist Neurology. Butterworth Heinemann, 1999
Bradley WG, Daroff RB, Fenichel GM & Mrsden CD. Neurology in Clinical
Practice. 3rd ed, Butterworth Heinemann, 2000.


ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Algumas noções de psicofarmacologia
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

As nossas células no SNC, os neurônios, estão sempre em uma de duas
alternativas. Ou estão em repouso, ou em ação.
A analogia com o computador é imediata. Nesse, as unidades básicas ou bits
estão também em uma de duas alternativas: o 0 ou o 1.
É sobre essa absoluta simplicidade que se constrói toda a maravilha
tecnológica que nos cerca e todas as sutis e infindáveis variantes das funções
psíquicas do homem.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Para que uma única célula saiba se em um dado instante ela deve estar em
repouso ou em ação (segundo os propósitos globais do SNC) deve receber
uma informação.
A célula que a precede precisa de um mensageiro, de um transmissor, para
passar tal ordem.
A essa interação entre as duas células damos o nome de sinapse, e esse
transmissor é conhecido como neurotransmissor ou mediador.
Para que esse processo se dê com sucesso são necessários:
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

1. A síntese adequada do mediador pelo neurônio pré-sináptico.
2. A presença do mediador na fenda sináptica (espaço entre os dois neurônios)
por tempo suficiente para que exista interação com o próximo neurônio.
3. Uma combinação perfeita entre esse mediador e os receptores (que são
pequenas variações anatômicas na membrana do neurônio pós-sináptico). A
melhor analogia é com uma fechadura e a chave respectiva: só a chave certa
abre a porta. Uma chave parecida pode até entrar e ocupar o espaço, mas a
porta não será aberta enquanto essa não for retirada e a correta, colocada.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

4. Que esse mediador seja prontamente eliminado depois de cumprida a sua
missão, preparando a célula para uma próxima mensagem. Algumas
substâncias têm sua síntese muito cara para o organismo (seja pelo
mecanismo da síntese ou pela obtenção de matéria prima) e o neurônio présináptico recolhe tudo o que pode para um próximo uso. A esse mecanismo
damos o nome de recaptação.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Outro processo envolvido nessa limpeza da fenda é a quebra do mediador
através de uma enzima específica. Tudo o que sobra é levado pela circulação e
excretado na urina.
Com isso já estamos aptos a compreender vários mecanismos que podemos
usar para interferir na sinapse, sendo os principais os que seguem:
1. Bloqueio -usando uma substância parecida com o mediador, bloqueamos os
receptores pós-sinápticos e impedimos a combinação do mediador correto.
Estabelece-se uma competição entre o mediador verdadeiro e o falso: se a
concentração da droga é alta, obtemos uma redução proporcional do efeito
daquela sinapse.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

2. Facilitação da sinapse através do uso de uma substância análoga ao
mediador ou à sua ação na célula.
3. Diminuição da recaptação levando a uma estadia mais prolongada do
mediador na fenda. Aumenta, portanto, as oportunidades de combinação com
o receptor e conseqüentemente o efeito dessa sinapse.
4. Inibição da enzima que quebra o mediador, também levando a um aumento
na permanência do mediador na fenda. As chances de combinação e a
atividade dessa sinapse também aumentam.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Antes de se iniciar o estudo das drogas é importante lembrar um axioma no
estudo da farmacologia:
"Uma droga nunca tem somente um efeito."
O estudo e o conhecimento dos efeitos colaterais de cada fármaco não nos
deve assustar.
Ao contrário, deve nos instrumentalizar na compreensão do processo pelo
qual nosso paciente está passando.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

É útil ainda lembrar que os seres humanos temos muitas particularidades e
que mesmo cosméticos ou corantes de alimentos podem levar a sérias
reações alérgicas ou idiossincráticas (que é o nome dado a reações adversas
não alérgicas peculiares a um dado indivíduo).
Para compreendermos muitos dos efeitos "alvo" e dos "colaterais",
precisamos conhecer o Sistema Nervoso Autônomo.(SNA)
Como o nome sugere é o sistema responsável pelas ações automáticas no
organismo.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Possui duas divisões, com efeitos diferentes. A princípio podemos pensar que
esses sejam opostos, mas são complementares.
É como dizer que o limão e o açúcar, em uma limonada, sejam opostos.
Na verdade o equilíbrio é obtido através da combinação de um e outro.
A primeira divisão é o Sistema Nervoso Simpático, responsável pelo preparo
do indivíduo em situações de "stress", que requerem defesas.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

Apresenta uma extensa síndrome que prepara o indivíduo para "fugir ou
lutar".
Nessa hora ocorre uma liberação maciça de mediadores excitatórios, sendo os
principais a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina.
A segunda divisão é o Sistema Nervoso Parassimpático, responsável pelo bom
funcionamento das atividades rotineiras, básicas, de manutenção da vida.
(Como a alimentação, a excreção, o repouso e outras.) O principal mediador é
a acetilcolina.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Psicopatologia: Introdução e Definição

Psicopatologia pode ser definida como estudo descritivo dos fenômenos
psíquicos de cunho anormal, exatamente como se apresentam à experiência
imediata, de forma independente dos problemas clínicos. Estudando os
gestos, o comportamento e as expressões dos enfermos além de relatos e
autodescrições feitas pelos mesmos.

De acordo com PAIM (1992), o estudo desses elementos contribui para o
conhecimento de fenômenos que conhecemos por nossa própria experiência,
fenômenos os quais temos apenas noções e fenômenos que se caracterizam
por não
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE

impossibilidade de descrição podendo ser alcançados apenas por analogias.

Diferencia-se da Psiquiatria por ser uma ciência normativa que estuda e
classifica fenômenos e não como um ramo da clínica médica aplicada sem
objetivar necessariamente tratamento e assistência aos doentes mentais.

Segundo BAUMGART (2006), O termo foi empregado primeiramente por
Ermming Naus, predecessor deKraeplin, desde 1878 como sinônimo de
“psiquiatria clínica”. Adquire seu atual significado pela obra de Karl Jaspers
publicada em 1913, Psicopatologia Geral (Allgemeine Psychopatologie).
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
A partir desse livro JASPERS (1913), tenta construir uma teoria geral das questões
relativas a enfermidade psíquica. Idéia que pode ser constatada já no prefácio à
primeira edição na qual afirma que:
O presente livro pretende dar uma visão panorâmica de todo âmbito da
Psicopatologia Geral, de seus fatos e de suas perspectivas (...) meus esforços visam
à distinção, separar nitidamente os caminhos bem como a expor a
pluridimensionalidade da Psicopatologia”
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Entretanto, segundo BAUMGART (2006), atualmente a Psicopatologia tem
dificuldades de coesão teórica devido aos muitos discursos que abarca. Percebe-se
que os conhecimentos a ela relativos parecem constituir-se apenas como um
aglomerado de especialidades
A Psicopatologia está ligada a diversas disciplinas: as psicologias, as psiquiatrias e
o corpo teórico psicanalítico. Dentro da Psicologia liga-se com Psicologia
Clínica (dedicada ao diagnóstico e estudo da personalidade), Psicologia
Geral (noções de subjetividade, intencionalidade, representação, atos voluntários
etc), e ainda Psicologia ligada às neurociências, tradições hindus e outros.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Para Jaspers, a Psicopatologia seria responsável pelo estudo das manifestações da
consciência sejam essas manifestações consideradas normais ou anormais.
“Aqui todo trabalho se relaciona com um caso particular. Não obstante, para
satisfazer a exigência decorrente dos casos particulares, o psiquiatra lança mão,
como psicopatologista de conceitos e princípios gerais (...) seus limites consistem
em jamais poder reduzir o indivíduo humano a conceitos psicopatológicos”.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
A Psicopatologia deve considerar o individuo globalmente atentando sempre para
os padrões de normalidade aonde o indivíduo a ser questionado está inserido, não
se deixando guiar “cegamente” pelos sintomas. Considerar um sintoma isolado é
fazer com que o objetivo principal de entende-lo (compreender o indivíduo) seja
esquecido.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Transtornos Neuropsiquiátricos
Penso que poderia ser doença cerebral Entendida como neurobiológica alguma
patologia neurológica, ou algum acidente que levou um traumas, lesões, etc E uma
doença mental poderia ser descrita como alguma doença da Psique, alguma
psicopatologia, por exemplo.
Bom, Damásio propôs em seu livro: "O erro de Descartes" Seria uma doença
cerebral que alguma patologia neurológica, ea doença mental, um reflexo de
problemas de ordem "emocional" e "psicológico", quais os Poderiam ser resolvidos
por psicoterapia.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
A distinção entre doenças do "cérebro" e da "mente", entre problemas
"neurológicos" e "psicológicos" ou "psiquiátricos", Constitui uma herança cultural
infeliz que penetra na sociedade e na medicina. Reflete uma ignorância básica da
relação entre o cérebro e a mente.
Doença Mental: Preconceito e Mitos
Existe ainda o não entendimento ou o pré-conceito acredita quando se fala em
doença mental, onde-se que as doenças cerebrais são vistas como patologias que
acometeram o indivíduo e isso não por culpa ele tem. Enquanto as doenças da
mente, especialmente aquelas que afetam e uma conduta como emoções, são
vistas
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
como inconveniências sociais, nas Quais os Doentes Têm grandes
responsabilidades.
E além do preconceito em relação à doença, também não existe este que se Refere
uma medicação (ao tratamento farmacológico), muitas pessoas Negam se a tomar
um antidepressivo ou até mesmo se envergonham em dizer que fazem uso deste
tipo de medicamento. Fica elucidado então, o preconceito e mitos que ainda fazem
parte do cenário das patologias de ordem mental, muitas vezes ocasionado pelo
não entendimento a cerca deste tipo de doença.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
PSICOPATOLOGIA E EXAME PSÍQUICO
Forma e conteúdo dos sintomas
A forma de um fenômeno psíquico constitui sua estrutura
pouco mutável, independentemente de influências
culturais.
O conteúdo é a parte mais plástica e variável de um
determinado fenômeno mental, tendo relação com os
aspectos culturais e da personalidade do individuo.
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
PSICOPATOLOGIA E EXAME PSÍQUICO
Função Psíquica
Fenômeno
• Juízo de Realidade
• Delírio
• Sensopercepção
• Alucinações
Pseudo-alucinações
• Pensamento
• Descarrilhamento
Fuga de Idéias
Associação frouxa de idéias
•
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
PSICOPATOLOGIA E EXAME PSÍQUICO
• Anamnese e/ou entrevista com fins diagnósticos (análise do estado
psíquico do paciente)
• Exame físico
• Neurológico
• Laboratoriais
• Exames complementares
• Psicodiagnóstico (avaliação psicológica)
•
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
EXAME PSÍQUICO
Roteiro do Exame Psíquico
•
Análise dos aspectos
gerais do paciente
•
Funções Psíquicas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Consciência
Atenção
Memória
Orientação
Consciência do Eu
Afetividade e Humor
7. Pensamento (Linguagem e
Discurso)
8.
Juízo de Realidade
9.
Sensopercepção
10.
Psicomotricidade
11.
Vontade
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
CONSCIÊNCIA
Avaliação quantitativa ou nível de
consciência
1.Estado de vigília
2.Hipervigília
3.Hipovigília
Avaliação qualitativa
Estados
especiais
de
consciência sem haver prejuízo
do nível desta.
– normal
– aumentado
– flutuação, obnubilação,
torpor, coma.
Ligia Cardoso

1.
Transe
2.
Estados dissociativos
3.
Estados Crepusculares
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
CONSCIÊNCIA DO EU
Aspecto subjetivo e reflexivo da
consciência que diz respeito à
capacidade de reconhecer como
“meu/eu” a atividade própria, as
vivências, além da noção de
independência
e
identidade
sustentada
ao
longo
da
existência.Tais propriedades são
adquiridas através da:
Ligia Cardoso
1.
Existência do Eu: “Eu existo”
2.
Identidade do Eu:”Sou eu
mesmo sempre”.
3.
Unidade do Eu:”Sou indivisível”.
4.
Atividade do Eu:”Sou Eu quem
realiza a ação”.
5.
Oposição do Eu X Mundo
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
ATENÇÃO
Trata-se da faculdade de direcionamento da consciência.
Divide-se em:
1.
Voluntária: capacidade de dirigir a atenção, selecionar o foco (seletividade) e alternar o foco
(alternância).
2.
Espontânea: corresponde à reação involuntária a estímulos externos.
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
MEMÓRIA
CORRESPONDE À CAPACIDADE DE REGISTRAR, RETER E EVOCAR FATOS OCORRIDOS.
Alterações quantitativas - comum em
quadros de comprometimento
neurológico.
1.
amnésias
2.
hipomnésias
3.
hipermnésias.
Ligia Cardoso

Alterações qualitativas
1.
Confabulação
2.
Relembramentos delirantes e
falsos reconhecimentos típicos
da psicose.
3.
Jamais vú e déja vú são
alterações produzidas por
descargas sincronas corticais
em caso de esgotamento e
epilepsia.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
AFETIVIDADE
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas.
O termo afetividade é genérico, compreendendo várias modalidades de vivências
afetivas como, o humor, as emoções e os sentimentos.
Componentes do afeto:
1.
Tônus - quantidade de afeto dirigido.
2.
Ressonância – capacidade de reverberação e empatia aos estímulos.
3.
Modulação – variação dos afetos.
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
AFETIVIDADE
Alterações da qualidade dos afetos:
1.
Embotamento afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante
(ex. psicoses).
2.
Labilidade afetiva: hipermodulação do afeto (ex. mania).
3.
Dissociação afetiva: supressão das emoções vinculadas a uma ideia (
ex. histerias).
4.
Ambivalência afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto.
5.
Incongruência afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
AFETIVIDADE
Humor
Corresponde ao estado basal dos afetos, à sua tonalidade. Apresenta variação polar
variando do rebaixamento do humor à elação, com variações intermediárias.
Alterações do humor:
1.
Hipotimia - rebaixamento
2.
Hipertimia - elação
3.
Irritável
4.
Ansioso
5.
Disforia – desassossego
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
PENSAMENTO E DISCURSO
Pensamento
Correspondem a imagens e representações mentais que integram a atividade
intelectiva e emocional do indivíduo.
A linguagem é o enunciado que possibilita a significação e transmissão dessa
experiência.
O discurso é a manifestação explícita da linguagem que permite inferir sobre a
saúde/patologia do pensamento do indivíduo.
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
PENSAMENTO E DISCURSO
Componentes do pensamento:
1.
Curso ou fluxo do pensamento: aceleração, lentificação, bloqueio ou roubo do
pensamento (esquizofrenias).
2.
Forma: lógica e organização
Arborização: perda do foco principal sem prejuízo no encadeamento das ideias.
Fuga de ideias: perda da estrutura lógica do discurso.
Desagregação do pensamento: prejuizo dos laços associativos com acentuada perda da
lógica do discurso. (salada de palavras).
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Alterações do Discurso
Discurso
característica
Logorréia ou taquilalia
> Velocidade da fala
Bradilalia
< velocidade da fala
Pressão do discurso
fluxo volumoso
Situações
determinantes
Mania,
intoxicação/drogas
depressão
ansiedade, mania.
Mutismo
ausência de discurso
catatonia, síndromes
orgânicas
Prolixidade
excesso de detalhes
obsessivo, epilepsias
Perseverante
repetição do tema
lesão de lóbulos frontais
Pobreza de discurso
Ausência de abstração
retardo mental
Neologismo
invenção ou fusão
de palavras
esquizofrenias
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
JUÍZO DE REALIDADE
Corresponde a capacidade de criticar, ajuizar e avaliar satisfatoriamente a
realidade vivida. É assim que o indivíduo apreende e compreende a existência de
si mesmo e do mundo. A alteração psicopatológica do juízo de realidade
denomina-se delírio.
Segundo Jaspers, o delírio é um fenômeno primário que não tem raízes na
experiência psíquica do homem normal. È impenetrável, impossível de ser atingido
pela relação intersubjetiva, pelo contato empático.
È algo inteiramente novo que se insere na curva vital do indivíduo, resultando
numa quebra radical de sua biografia, uma transformação qualitativa em sua
existência.
Ligia Cardoso
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
JUÍZO DE REALIDADE
Conteúdo dos delírios
10. Ciúmes
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Persecutório
Referencia
Relação
Influência
Grandeza
Reivindicação sentimentos de
injustiça
Invenção ou descoberta
Reforma
Místico ou religioso
Ligia Cardoso
11. Erótico: crença no apaixonamento
dos outros.
12. Delírios de Conteúdo depressivo:

Niilista ou ruina

Negação dos orgãos

Hipocondríaco

Cenestopático

Infestação
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
FUNÇÕES PSÍQUICAS
SENSOPERCEPÇÃO
Diz respeito ao território sensorial: visão, audição, gustação, tato e cenestesia. As alterações
dessa função correspondem a deformações ou erros destes sistemas.
Psicopatologia:
1.
2.
3.
4.
Ligia Cardoso
Ilusões: percepção deformada de um objeto real e existente.
Alucinações: percepção clara e definida de um objeto ausente.
Pseudo alucinação: representações situadas no espaço subjetivo interno.
Alucinoses: alterações perceptuais que ocorrem em indivíduos com
comprometimento orgânico.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
VONTADE
O PROCESSO VOLITIVO DETERMINA A PASSAGEM DE UM INTENÇÃO OU
REPRESENTAÇÃO VOLITIVA A UMA AÇÃO.
Alterações quantitativas:

1.
2.
Hipobulia: falta de desejo,
motivação.
Hiperbulia: motivação frente a
qualquer estimulo.
Alterações qualitativas:
Negativismo: resistência ao
estimulo. Pode ser ativo ou passivo.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
NEUROPSICANÁLISE NA PRÁTICA – FREUD E A BUSCA PELA
NEUROPSICANÁLISE
Há um ponto específico em seus próprios escritos, quando sua busca por
mecanismos psicodinâmicos converge com a busca de mecanismos neuronais
correspondentes no cérebro. Este é o seu famoso artigo de 1895 escrito como um
Projeto para uma Psicologia Científica, em que ele tenta vincular mecanismos
neuronais com conceitos psicodinâmicos (ver Parte II deste livro para mais detalhes).
Embora neste livro ele tentasse ligar mecanismos neuronais específicos aos seus
conceitos psicodinâmicos, Freud mais tarde considerou seu primeiro esforço
neuropsicanalítico como um fracasso, e assim o manuscrito não foi publicado
durante sua vida.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Quando finalmente publicado em 1895, o Projeto de Freud para uma Psicologia
Científica gerou muita discussão quanto à possibilidade ou não da psicanálise
poder, em princípio, estar ligada á neurociência (Brook, 1998; Levin, 2003; Peled,
2008). Mais recentemente, a redação do projeto tem sido considerada como
evidência de que a psicanálise pode efetivamente, ser ligada à neurociência. Isto
levou ao nascimento de uma nova disciplina, conhecida como neuropsicanálise
(Kandel, 1998; Solms e Solms-Kaplan, 2000; Solms e Turnbull, 2002; Fonagy, 2003;
Shore, 2003; Mancia, 2004; Solms, 2004; Mancia, 2006, Northoff, 2007a, c). Em
termos gerais, neuropsicanálise visa interligar conceitos psicodinâmicos e
mecanismos da neurociência, fazendo uma integração com a psique e o cérebro.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
No entanto, como em qualquer nascimento peculiar, a gravidez bastante longa e o
parto doloroso subsequente á disciplina de neuropsicanálise, após a sua
concepção inicial em 1895, deram origem a muita controvérsia. Em particular,
compreende-se o que constitui o tratamento mais apropriado para o infante novo,
com defensores e opositores sendo muito divididos sobre o tipo de remédio que é
necessário para as complicações gestacionais.
Os proponentes têm focado predominantemente em ligar conceitos
psicodinâmicos, como sonhos, o inconsciente, o ego e os instintos para funções
específicas psicológicas (por exemplo, funções cognitivas e afetivas), que por sua
vez podem ser localizados em regiões específicas do cérebro. Um foco tem sido o
inconsciente e sua relação com memórias (Kandel, 1998; Mancia,
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
2004; Mancia, 2006), enquanto outros têm procurado os mecanismos de unidades
neuronais (Solms, 1996 subjacentes; Panksepp, 1998; Fonagy, 2003), os sonhos (Solms,
1997, 2000; Solms e Turnbull, 2002; Mancia, 2004; Hobson, 2009), o ego (Northoff, 2007;
Carhart-Harris e Friston, 2010), os processos primários e secundários (Carhart-Harris
mecanismos e Friston 2010), e de defesa (Fonagy, 2003; Northoff e Boeker, 2006;
Northoff, 2007a, c; Feinberg, 2010). Uma vez que estas investigações neuropsicanalíticas
concentrar em procurar as regiões do cérebro, cuja atividade neural correlaciona-se com
o conceito psicodinâmico em questão, é possível falar dos “correlatos neurais” de
conceitos psicodinâmicos.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Em contraste, os adversários de tais empreendimentos neuropsicanalíticos argumentam
que tal articulação entre os mecanismos neuronais e conceitos psicodinâmicos não
podem explicar o seu significado e, assim, a dimensão hermenêutica do último (Green,
2001; Schneider, 2006). Mais especificamente, a quantificação e objetivação que são
necessários a fim de investigar os mecanismos neuronais eliminando os aspectos
qualitativos e subjetivos dos conceitos psicodinâmicos significativos. Além disso, essas
mesmas características qualitativas e subjetivas tornam impossível localizar conceitos
psicodinâmicos nas atividades neuronais quantitativas e objetivas que estão associadas
com certas regiões do cérebro (verde, 2001; Schneider, 2006). Os adversários sugerem
que isso faz com que seja fútil qualquer tentativa neuropsicanalítica, e preveem uma vida
bastante difícil, se não a morte prematura da nova
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
neuropsicanálise infantil, em comparação com a sua irmã mais velha e mais madura, ou
seja, a psicanálise.
Como é que Freud teria respondido a esse debate, se ele estivesse vivo hoje? Ele teria
abraçado o recém-nascido com o nome de “neuropsicanálise”? Ou será que ele teria
deixado o bebê novo sozinho, da mesma forma que ele rejeitou e abandonou seu artigo
de 1.895, que deveria ter uma morte silenciosa e acabar no cemitério de escritos
inéditos? Nós não sabemos as respostas a estas perguntas, e só podemos especular. No
entanto, nós sabemos (pelo menos parcialmente) porque Freud abandonou suas
tentativas neuropsicanalíticas iniciais. Ele considerou que, durante sua vida, o nível de
conhecimento do cérebro e, portanto, da neurociência eram insuficientes para permitir a
ligação dos mecanismos neuronais a conceitos psicodinâmicos.
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICANÁLISE
Qual é a situação hoje? É o nosso nível atual de conhecimento e ideias sobre os
mecanismos neuronais do cérebro suficientes para permitir a ilusão de Freud, ou seja, a
relação entre os mecanismos neuronais e conceitos psicodinâmicos? Principais
proponentes, como Mark Solms (2004) e Jaak Panksepp (1998), de fato, consideram a
neuropsicanálise ser a continuação e conclusão do projeto de Freud (Freud, 1895), (ver
também Pugh, 2006) e, mais genericamente, de seu esforço para estabelecer uma
psicologia de base científica da mente humana. E assim a neuropsicanálise nada mais é
do que uma continuação e conclusão da tentativa de Freud para desenvolver uma
psicologia científica da mente, que agora é apenas estendida a partir da psique para o
cérebro? Vamos agora finalmente voltar para o próprio cérebro, e ver se a
neuropsicanálise pode realmente superar as deficiências de conhecimento sobre o
cérebro que Freud identificou durante a sua vida.
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