Literatura e Matemática:
Na raiz da imaginação
a literatura se instala,
tece a vida, tece a fala,
ramifica e abala
a razão e emoção.
Em seus galhos retorcidos
momentos são acolhidos
com possibilidades e ação.
Soma, divide, multiplica
e na matemática frutifica
o que foi plantado no coração.
agsandrew/Shutterstock
Elaine Leick
Trabalhar a matemática através da
literatura é permitir que as habilidades de
linguagem e as habilidades matemáticas
caminhem lado a lado, tornando o
aprendizado prazeroso.
As narrativas encontradas nos livros
literários ampliam as capacidades
imaginativas e permitem maior fluidez na
construção de significados, no
levantamento de hipóteses e resolução de
problemas.
Neste contexto, as intervenções dos
professores, através de questionamentos,
fazem com que as crianças possam pensar
de forma diferente, analisar situações,
expor ideias e levantar hipóteses.
Cienpies Design/Shutterstock
A matemática pode
aparecer relacionada ao
próprio texto enredo do
livro ou estar implícita a ele
e necessitar de algumas
problematizações para ser
percebida pelos alunos. Em
ambos os casos é preciso
deixar claro que uma
mesma história deve ser
lida e relida entre uma
atividade e outra, para que
as crianças possam
perceber todas as suas
características e por isso,
um mesmo texto pode ser
utilizado em diferentes
momentos do ano.
Integrar literatura nas aulas
de matemática representa
uma substancial mudança
no ensino tradicional da
matemática, pois em
atividade deste tipo, os
alunos não aprendem
primeiro matemática para
depois aplicar na história,
mas exploram a matemática
e a história ao mesmo
tempo. (SMOLE, 2007)
A literatura pode ser usada como um estímulo para ouvir, ler,
pensar e escrever sobre matemática.
O despertar dos desejos ocorre através
dos sentidos, ou seja, devemos
oferecer aos alunos situações que
ampliem as condições de percepções
de cada sentido e a formação de novas
memórias a partir delas.
produz
leva a
atenção para outros domínios da cognição
vem
Narrativa sonora + narrativa imagética
https://www.youtube.com/watch?v=whcyt31y7Cc
O vídeo é animado e através de uma canção convida os alunos a
cantarem e contarem. Provavelmente, haverá solicitação por parte das
crianças para repetir o vídeo.
1. Usar a canção do vídeo para contar
com as crianças outros objetos da sala
de aula. Transforme a contagem em
algo lúdico.
2. Criar outros versos
como:
Conte, conte, números que mostram
quantas coisas você tem. É com
números que a gente conta, vem
contar você também.
5 anos
Cinco lápis agora tenho
E com eles vou desenhar.
Depois arrumo direitinho,
no meu estojo eu vou
guardar.
4 anos
3 anos
Explorar a
sonoridade dos
versos e brincar de
contar.
Após cantar
colocar as
placas com os
números para
que os alunos
identifiquem.
Após cantar, desenhar a
quantidade. Escrever numa
folha de papel (grande) ou na
lousa, o verso e retirar a
palavra “cinco”. Deixar placas
com os números e sua escrita
para que completem o verso.
Um aluno coloca a placa e os
outros recitam e desenham a
quantidade correspondente.
A partir da música:
Conte, conte, números que mostram quantas
coisas você tem. É com números que a gente
conta, vem contar você também.
Lançar a pergunta: Nós também podemos
contar quantas histórias já lemos ou
ouvimos?
Deixar que as crianças opinem e levantem
sugestões.
PROFESSOR: Histórias têm papel fundamental no
desenvolvimento da memória e imaginação. Vale a pena
ver o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=whcyt31y7Cc
Aluno
TOTAL
Ana
I
I
2
Carlos
I
I
I
I
4
I
I
I
I
I
5
I
I
I
I
I
5
Carolina
Daniel
Fábio
I
1
IMPORTANTE
Uma criança que recita uma
sequência dos números naturais até
seis porque sua professora pediu,
uma criança que põe seis fichas em
uma caixa seguindo uma indicação
de sua professora e uma criança que
conta somente olhando seis fichas
que estão dentro de uma caixa são
situações diferentes relacionadas
com um mesmo conhecimento
(Brousseau, 1995)
“Tomar consciência de alguma operação significa transferi-la do
plano da ação para o plano da linguagem, isto é, recriá-la na
imaginação para que seja possível exprimi-la em palavras.”
(VYGOTSKY, 2000, p. 275)
Quem já teve uma coleção?
A- Explorar oralmente as noções que as
crianças trazem sobre o que é uma
“coleção”.
B- Deixar que falem sobre as possíveis
coleções que já fizeram.
C- Perguntar: É possível colecionar
histórias? Como?
A associação entre a quantidade de histórias lidas ou ouvidas
e a construção de conceitos matemáticos.
A comparação quantitativa de objetos e coleções é alterada
de acordo com a faixa etária e conhecimentos desenvolvidos.
No princípio, a forma como os objetos se organizam é
mais importante. Na medida em que seu
conhecimento evolui, a atenção volta-se para a
quantidade e o professor tem um papel fundamental.
Ele deve ser mediador e realizar constantes provocações que
desestabilizem as hipóteses de seus alunos.
Construir um boneco(a) para explorar os
processos mentais importantes na
aprendizagem matemática: contagem,
correspondência.
A correspondência é a ação de
estabelecer a relação "um a um". A cada
história que a criança ouvir ou ler, será
colocado um pregador ou clipe colorido
na roupa do(a) boneco(a).
Possibilidades:
1.
2.
Confeccionar um(a) boneco (a) para cada aluno (a) e cada um fica
responsável pela colocação do marcador (clipe) na roupa dos
mesmos.
Confeccionar um boneco e/ou uma boneca gigante e a
professora, junto com os alunos, faz a correspondência entre a
história e o marcador (clipe).
Explorar as formas geométricas através de
processos mentais como comparação,
classificação, sequenciação, seriação.
As ações realizadas pelas crianças sobre
objetos refletem a base de suas conquistas.
Assim, é importante observá-las durante as
ações para que se possa provocar desafios
e fazê-las expressar o seu modo de pensar
e organizar as formas geométricas.
2. Passar cola até a
marca. Deixar a parte
inferior livre da cola para
que os clipes possam ser
colocados.
3. Repetir o
procedimento com o
triângulo menor.
Espaço solto (sem cola)
Outros modelos de rostos
laola/Shutterstock
BONECO
Material necessário:
•
cola;
•
molde da cabeça, dos sapatos e das mãos;
•
quadrado de 12 cm x 12 cm (para o tronco);
•
2 retângulos de 5 cm x 4 cm cada um (para
as mangas);
•
retângulo de 12 cm x 3 cm (para a barra da
camiseta);
•
4 retângulos de 7 cm x 2 cm cada um (para
os braços e as pernas);
•
2 trapézios (base maior de 6 cm e base
menor de 4 cm);
•
2 triângulos (base de 4 cm para os enfeites
da camiseta).
barra da camisa não
deve ser colada
Outros modelos de rostos
notkoo/Shutterstock
Desenhar é uma estratégia que contribui para a formação de conceitos presente na
espécie humana (ELVIRA, 2007)
O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
A REVOLTA DOS LIVRINHOS é uma
história que transforma: as palavras em
encantos,
os encantos em fantasias, Fantasias em
magia, de viver a ousadia de nunca deixar
de ser, leitor que ali mora, que cria e
colabora para uma nova história nascer,
transforma a Leitura em lazer, o lazer em
conhecimento.
Faça parte deste mundo.
É um convite especial!
Seja o mágico que transforma,
a leitura de um livro,
em uma marca sem igual.
A autora Lielba Ramos, através de
páginas bem ilustradas e divertidas,
passa a ideia de que todo livro tem
alma e que é necessário que alguém o
abra para que a mágica aconteça.
“Trago histórias de fadas, mocinhos e
cinderelas, mas fico sempre no canto
esquecido; solitário como um barco a
vela.” (página16)
Ela faz um convite para que o livro
possa ser lido e relido várias vezes e
nunca ser esquecido, cita os diversos
tipos de livros que podemos encontrar.
 Explore a expressão
“mágica” porque ela é conhecida das
crianças.
 Leve para a classe uma varinha, um tapete (feltro) e uma
cartola. Diga que fará uma grande mágica.
 Na cartola, coloque o livro A REVOLTA DOS LIVROS e
embaixo do tapete, ao centro da sala, os outros livros que farão
parte da coleção de histórias.
 Faça com que as crianças repitam:
Abracadabra
Pé de cabra
Eu vou contar
De um a três
Quero ver , nesta cartola
A surpresa que me fez... UM...DOIS...TRÊS...
Sente com seus alunos ao redor do
tapete e leia o livro A REVOLTA
DOS LIVRINHOS para eles.
Após a leitura, explore as imagens do livro
e pergunte se já leram um livro de estrelas,
de princesa, de fadas, de bruxas e outros
citados pela autora.
Sugestão: Monte um painel bem grande com os desenhos que
representam diversos tipos de livros citados.
Selecione previamente na biblioteca da escola, alguns livros e
deixe ao alcance dos alunos. Peça que separem os mesmos de
acordo com o tipo de livro citado em A REVOLTA DOS
LIVRINHOS.
Sem saber, os alunos farão uma ação de classificação.
É importante ouvir o motivo da escolha deles ao separarem os
livros.
Coloque embaixo do tapete a quantidade de livros
PEGA ESCONDE correspondente ao número de alunos.
Pergunte ao alunos o que tem embaixo do
tapete.
Ouça as hipóteses deles e depois peça que
repitam a palavra ABRACADABRA para poder
levantá-lo;
Reforce a ideia de que os livros são importantes para as pessoas.
Pergunte: será que temos um livro para cada um de nós?
a. Ouça o que dirão.
b. Verifique com eles como é possível ter a certeza. Deixe que
busquem soluções e depois desenhem como fizeram para
resolver.
.
No início do desafio proposto aos
alunos, eles realizam a ação sem fazer
qualquer coisa previamente.
Começam a distribuir e depois
percebem que está sobrando ou
faltando.
Somente depois, buscam estratégias
para resolver a situação.
Os problemas destinados à aprendizagem de um novo conhecimento
matemático devem permitir que se crie uma interação entre aluno e
situação. Para organizar sua atividade de resolução, o aluno deverá buscar
entre todos os seus conhecimentos matemáticos aquele que lhe pareçam
pertinentes, tomar as decisões que correspondam à escolha destes, prever
resultados etc.
Qual seria o obstáculo que um aluno pode enfrentar se os problemas que lhe
são oferecidos são sempre os mesmos? (Panizza, 2006)
Ao encerrar o trabalho com o livro
A REVOLTA DOS LIVRINHOS o
professor deve pedir aos seus
alunos que coloquem um clipe
Verde na roupa de seus bonecos.
Ele representará a primeira
história da coleção. A cor
escolhida é a , por ser a cor da
capa do livro. Assim, o professor
pode reforçar as cores com seus
alunos.
Para deixar sua toca mais
aconchegante, um rato vai recolhendo
tudo o que encontra pela frente, logo
pensando em como vai usar cada
objeto. No entanto, ao ouvir uma
conversa, percebe que aquelas coisas
têm dono. Depois de uma longa
reflexão, devolve tudo o que havia
pegado. Quando o rato decide
devolver as coisas, pensando no que
significa repartir, acaba sugerindo, com
sua atitude, uma discussão sobre a
individualidade, o bem-estar coletivo e
a autonomia moral, temas tão
presentes e tão importantes em nossa
sociedade. (suplemento do professor)
Outras informações
•
O rato da história de Nye Ribeiro encontra
vários objetos pela casa. Todas as vezes
que isso ocorre, a estrutura do texto é
bem parecida, o que dá fluência à
narrativa, além de possibilitar
antecipações.
Leia mais de uma vez a história e na
segunda vez, peça aos alunos que
prestem atenção às repetições. Depois de
terminada a leitura, registre as frases
repetidas de que elas conseguirem se
lembrar (volte ao texto se for necessário).
Neste momento, auxilia-se o
aluno na formação de memórias.
Como vimos anteriormente, a
memória é modulada pelas
emoções e a literatura é um
excelente fator neste processo,
porque ela é capaz de mobilizar
sentimentos e sensações.
Ao contar a história do rato Chote, procure desenhar
enquanto fala. É uma forma divertida e os alunos
gostam muito de perceber como o desenho vai se
formando. Desta forma, cria-se expectativa,
curiosidade e envolvimento.
Professor, o seu desenho não precisa ficar perfeito.
O mais importante é desenhar.
Betacam-SP/Shutterstock
Contos Desenhados de Per Gustavsson
http://www.youtube.com/watch?v=UY76qAv5Flc
O que você pode fazer durante a leitura...
•
Sugestão: Construir um painel
Na história, o rato encontra pela casa diversos objetos, como uma caixa de sapato, um lenço e
uma folha de papel. Logo quando os vê, já pensa em como vai usá-los em seu universo.
Conforme a narrativa segue, descobrimos quais são e para que servem, originalmente, cada
objeto.
Pensar nos diferentes significados e funções dos objetos e nos sentimentos é um exercício
interessante para as crianças. (suplemento do professor).
Separe imagens de diferentes objetos (grande quantidade). Faça uma roda com os alunos e
coloque no centro o que você separou. Peça que cada um escolha uma imagem e diga como
vai usá-lo. Ao terminar de falar, o aluno deve colocá-la em um dos bolsos.Quando todos
terminarem de realizar a tarefa, pergunte: quais dos bolsos deve ter mais imagens? Tire uma a
uma e faça a contagem junto com eles.
A História fala sobre REPARTIR.
Aproveitar para realizar alguns
questionamentos como:
 Será possível colocar em cada bolso a
mesma quantidade de imagens de objetos?
 Como podemos resolver?
É fundamental ouvir as hipóteses dos alunos
e as formas encontradas para resolver o
desafio.
Após uma noite de reflexão, o rato decide
devolver os objetos que havia pegado. Sua
reflexão, entretanto, começou quando a coruja
lhe falou a respeito da lua, que reparte sua luz
com todo mundo (suplemento do professor).
 Proponha várias situações-problema para
que as crianças possam resolver. Usar
situações de seu cotidiano. Solicitar o registro
é um procedimento que auxilia os alunos na
organização de ideias.
A história através do rolo de papel higiênico:
integrando literatura e matemática
Outra sugestão para contação
1. Chote, o ratinho da história que acabamos de ouvir, foi morar no
quintal e um dia, ao sair de sua casa, num buraco junto à raiz de
uma árvore, um pingo de água caiu em sua cabeça. (Enquanto
fala, faça a gotinha com uma tira do rolo de papel higiênico).
Ao contar a história e fazer os
círculos com o pedaço do rolo
de papel higiênico, reforce o
nome da forma geométrica e
a quantidade. Você pode
modelar outras formas e
explorar também, criando o
cenário.
2. Olhou ao seu redor , viu duas
enormes poças d´água e pensou
que estava no meio de uma
inundação.
5. Chote sentiu algo
em sua patinha e
despertou de seu
sonho assustado. Era
sua amiga borboleta.
Ela lhe disse: - Chote,
você é um herói.
Sentir medo é
natural, mas agora
você sabe que pode
vencê-lo.
3. Chote parou e imaginou
que as poças d´água eram
o mar. Conseguia até sentir
4.
as gigantes ondas que se
formavam.
4. Pensou: “ Não terei medo destas ondas. Usarei a bóia que
encontrei perto da minha casa e conseguirei me salvar”.
AO TERMINAR A HISTÓRIA, O RATINHO ESTARÁ PRONTO.
PROFESSOR, ALGUNS PASSOS INICIAIS
EM RELAÇÃO AO TRABALHO COM
LITERATURA E MATEMÁTICA FORAM
DADOS.
AGORA, É COM VOCÊ!
USE SUA CRIATIVIDADE E IMAGINAÇÃO.
“...as diversas imagens e figuras narrativas representam as
fantasias que o Inconsciente dos ouvintes acolhe e elabora
secretamente.”
(N. Belmonte, 1999) .
Entrou por uma porta, saiu pela outra...
Quem quiser...conte outra.
PROFESSORA_____________
Referências bibliográficas
SMOLE, Kátia. Era uma vez na matemática: uma conexão com a literatura
infantil. São Paulo: IME-USP, 2007.
PANIZZA, Mabel. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries
iniciais: análise e propostas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
LIMA, Elvira Souza. Memória e Imaginação. São Paulo: Inter Alia, 2007.
VILA, Antoni & CALLEJO, María Luz. Matemática para aprender a pensar:
o papel das crenças na resolução de problemas. Porto Alegre: Artmed,
2006.
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