UNIDADE 1 – DESCOBRINDO A FILOSOFIA OBSERVE AS TRÊS TELAS: Galatea das esferas de Salvador Dalí, 1952; Madame Zborowska. Amedeo Modigliani, 1918 e Mulher chorando. Pablo Picasso, 1937. Paralelo entre o trabalho do artista e do filósofo: Quando refletimos, procuramos ordenar nosso pensamento para nos proteger do caos das ideias fugidias. No entanto, a arte, a ciência e a filosofia exigem mais do que isso, pois elas não buscam certezas definitivas. Baseando-se em um texto do escritor David-Herbert Lawrence, “O caos e a poesia”, Gilles Deleuze e Guattari afirmam: “Os homens não deixam de fabricar um guarda-sol que os abriga, por baixo do qual traçam um firmamento e escrevem suas convenções, suas opiniões; mas o poeta, o artista abre uma fenda no guarda-sol, rasga até o firmamento, para fazer passar um pouco do caos livre e tempestuoso e enquadrar, numa luz branca, uma visão que aparece através da fenda. [...] Então segue a massa dos imitadores, que remendam o guardasol, com uma peça que parece vagamente com a visão. [...] Será preciso sempre outros artistas para fazer outras fendas, operar as necessárias destruições, talvez cada vez maiores, e restituir assim, a seus predecessores, a incomunicável novidade que não mais se podia ver.” O que é filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. p. 261-262. O que o texto nos diz? Diz que esses artistas romperam com as convenções da arte acadêmica, que buscava a reprodução fiel da realidade: “abriram uma fenda no guarda-sol”, o que introduz o “caos” no nosso olhar cotidiano, acostumado a um certo modo de ver. O artista subverte nossa acomodada sensibilidade e nos convida a apreciar o novo. Até quando? Até o momento de abrir novamente outras fendas e reintroduzir o caos... 1. Agora, reescreva com suas palavras o que os filósofos Deleuze e Guattari afirmam sobre a função do artista e do filósofo de abrirem “fendas no guarda-sol das opiniões prontas”. II. Em que sentido eles “instauram o caos”? Que tipo de caos?