Fotoetnografia:
instrumento de monitoramento,
acompanhamento e avaliação.
Sanderleia Rodrigues
Gerente do Programa educação para e pelo lazer
Introdução
 A Fotoetnografia é um método de investigação
originário da antropologia que utiliza a fotografia e
a filmagem como fonte documental, de pesquisa,
monitoramento e avaliação.
 Promove
melhores
condições
para
o
aprofundamento e avaliação em diversas áreas. No
nosso caso, o foco está voltado para o
desenvolvimento da pessoa com deficiência
intelectual e múltipla.
 A fotoetnografia foi inserida para estudar o comportamento
individual e do grupo com o objetivo de aprofundar a
compreensão do desenvolvimento pessoal, proporcionando
condições de reflexão na área da investigação das
ferramentas de avaliação e estratégias de inovação.
 Neste sentido, a fotoetnografia consiste na observação
sistemática do desenvolvimento, buscando as significações
sobre o atos simples, como por exemplo, participar de uma
atividade e interagir com colegas com os quais convivem
todos os dias.
B.N.S.T
28 anos
 Frequenta a instituição há 25 anos;
 Diagnóstico: Deficiência intelectual e múltipla com
necessidade de apoio generalizados extensivo;
 Epilepsia, características autisticas.
Relatório de avaliação
Período: 1º semestre de 2012
Usuário: B. N. S.
POTENCIALIDADES





Gosta de cantar e escutar música evangélica;
É alegre, carinhosa;
Tem boa relação interpessoal com os colegas e educadores;
Compreende ordens simples;
Tem noção de perigo (ao atravessar a rua, utiliza uma pessoa
como apoio).
DIFICULDADES
 Apresenta lentidão e pouco interesse em algumas
atividades;
 Tem pouca iniciativa e necessita apoio e incentivo;
 Apresenta momentos de agressividade quando advertida
(bate a cabeça e se morde);
 Tem apego e fixação por revistas e/ou outro objeto;
 A higiene corporal é comprometida, às vezes, urina na calça;
 A comunicação verbal é comprometida com discurso
descontextualizado;
 Gosta de passear pelos corredores da escola, nas salas de
aula e na sala das mães.
PROPOSTAS PARA O 2º SEMESTRE
 Melhorar a comunicação verbal ou gestual;
 Aumentar a participação e interesse em atividades
diferenciadas;
 Ajudar nas tarefas diárias como por exemplo controlar a
entrada e saída dos colegas.
OBSERVAÇÕES
 Praticamente, todos os dias é necessário conduzir a usuária
até a sala, principalmente depois do intervalo, em algumas
ocasiões, ela se recusa retornar, se auto agride e grita.
ESTUDO FOTOETNOGRÁFICO 2012
Situação
usuária
inicial
do
Intervenções realizadas
Resultados alcançados
Apego e/ou fixação por Incentivo à participação em
revistas ou outro objeto. atividades do interesse da
usuária e negociações (troca)
com o objeto de fixação.
Permanece mais tempo
realizando
alguma
atividade, principalmente
cantando ou tocando
(surdo)
Gosta de passear pelos
corredores e salas.
Permanece mais tempo na
sala cumprindo a tarefa.
Delegar funções e tarefas,
como controlar a entrada e
saída dos colegas.
Se auto agride quando Realização de intervenções Sensível melhora
com reforço positivo, carinho e
advertida.
negociação.
•
video
EVOLUÇÃO: (Impactos e transformações emocional, afetiva, cognitiva,
motora, criativa, familiar, social e cultural).
 Realiza outras atividades com apoio e incentivo, por
exemplo, ginástica e relaxamento;
 Fica menos tempo com a revista, às vezes troca por alguma
atividade que gosta;
 Interage mais com os educadores.
Objetivos
 Aprofundar a compreensão do desenvolvimento
pessoal, proporcionando mudanças e práticas
inovadoras, buscando resultados significativos;
 Adotar e seguir um tipo de registro que dê
credibilidade e seriedade ao resultado do trabalho;
 Obter registros que sirvam como fonte documental
e instrumento principal na análise dos resultados;
Metodologia
O educador/pesquisador deverá:
 Ter conhecimento prévio do grupo a ser retratado, através
da observação e da leitura de relatórios e prontuários;
 Ter conhecimento a respeito da prática e no sentido inverso
das técnicas básicas de filmagem e fotografias (habilidade);
 Definir de forma clara o objetivo e a finalidade de cada
intervenção, através da análise dos relatórios de avaliação;
 Planejar e ter disciplina na execução das fotografias e
filmagens desde o início do trabalho;
Metodologia
 Selecionar e organizar as imagens que serão utilizadas;
 Promover, em conjunto com os demais educadores e equipe
multidisciplinar, o relatório de avaliação, o estudo
fotoetnográfico e a narrativa fotoetnográfica;
 Providenciar a edição do material;
 Apresentar os resultados para a família estimulando e
incentivando adesão e reflexões sobre os efeitos causados a
qualidade de vida dos usuários destacando os pontos
positivos e cuidando das modificações e adaptações
necessárias.
Considerações finais
 As imagens captadas em vídeo contêm um valor
documentário reconhecido e importante para
estudos específicos em vários ramos do saber, pois
representam um instrumento de conhecimento e
avaliação da cena passada e, portanto, uma
possibilidade de intervenções no desenvolvimento
futuro.
 Como instrumento de pesquisa, as imagens
promovem a análise, interpretação e descoberta da
vida e do desenvolvimento humano.
Este trabalho não almeja apenas mostrar
resultados, mas também, ajudar os educadores
verdadeiramente comprometidos a compreender
melhor o que o outro tem a dizer àqueles que
querem ver, ouvir e sentir.
Muito obrigada.
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Sanderléia Rodrigues - Uniapae-MG