Encontro Nacional de Comércio Exterior 2014 – ENAEX AGENDA PARA COMÉRCIO EXTERIOR MAIS COMPETITIVO Carlos Eduardo Abijaodi Diretor de Desenvolvimento Industrial Confederação Nacional da Indústria (CNI) SUMÁRIO 1. Uma Nova Agenda de 2. Política Comercial Propostas da CNI para Nova 3. Agenda de Política Comercial Diagnóstico do Comércio Exterior do Brasil 1 DIAGNÓSTICO DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR E NOS INVESTIMENTOS DIAGNÓSTICO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL 7ª maior economia, 22º 29º 7ª mas apenas o 22º maior em exportações totais e 29º maior em exportações de manufaturas. DIAGNÓSTICO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL Em apenas um ano, o saldo comercial foi reduzido em quase 90% (de US$20 bi para US$ 2,5 bi). DIAGNÓSTICO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL Número de empresas exportadoras caiu 16% em uma década. DIAGNÓSTICO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL 2007 Manufaturados respondiam por 54% da pauta em 2007 2013 Caíram para 39% apenas em 2013. DIAGNÓSTICO DO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL Desde 2008, as vendas de bens manufaturados brasileiras não crescem. O déficit do setor se aprofundou, de US$ 40 para US$ 105 bilhões nesses 6 anos. ACORDOS COMERCIAIS DO BRASIL: POUCOS E LIMITADOS Potencial de acesso a mercados por meio dos Acordos Preferenciais de Comércio já celebrados – países selecionados 82.2% 73.7% 63.5% 61.0% 45.2% 30.5% 23.4% 23.4% 10.2% Chile Peru México Coréia do Sul U.E. China EUA Japão Brasil BRASIL REDUZ INVESTIMENTOS NO EXTERIOR, NA CONTRAMÃO DOS EMERGENTES País 2002-2004 2005-2007 2008-2010 2011-2013 US$ bi % US$ bi % US$ bi % US$ bi % China 3,6 0,5 19,9 1,3 60,4 3,9 87,8 5,9 Rússia 9,0 1,3 31,3 2,0 50,5 3,3 70,2 4,7 Coréia do Sul 4,3 0,6 13,5 0,9 21,8 1,4 29,8 2,0 México 2,1 0,3 6,8 0,4 8,6 0,6 16,0 1,1 Chile 1,4 0,2 3,1 0,2 8,6 0,6 17,8 1,2 Índia 1,9 0,3 11,5 0,7 17,7 1,1 7,5 0,5 Brasil 4,2 0,6 12,6 0,8 7,3 0,5 -2,4 -0,2 África do Sul 0,505 0,1 3,3 0,2 -0,686 0,0 2,8 0,2 Mundo 678,6 100,0 1.534.,4 100,0 1.546,0 100,0 1.489,0 100,0 Por que fomentar os investimentos no exterior? I. Concorrência: Investir no exterior muitas vezes não é opção, mas um imperativo da concorrência internacional. Empresa fica mais forte para enfrentar concorrência externa. II. Benefícios: Investir no exterior aumenta as exportações de manufaturas, a produtividade, a contratação de mão de obra qualificada e as empresas tornam-se mais propensas a inovar. 2 UMA NOVA ESTRATÉGIA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL RAZÕES PARA UMA NOVA AGENDA E ESTRATÉGIA DE POLÍTICA COMERCIAL 1. 2. 3. 4. 5. 6. Competitividade: perda de competitividade da indústria leva a busca de uma política comercial mais ativa e com interesses ofensivos. Barreiras ao comércio: Barreiras não tarifárias impactam mais as exportações brasileiras. Serviços: Serviços correspondem a quase 40% do valor agregado das exportações do Brasil. Investimentos: Principais economias estimulam investimentos no exterior para fomentar suas exportações. O volume de investimentos de empresas brasileiras no exterior reduziu. Acordos: aceleração de negociações dos acordos comerciais está incluída na agenda das principais economias. Cadeias Globais: Intensificação da produção por CGVs no mundo. Mas, Brasil tem participado mal e pouco. 3 AS PROPOSTAS DA CNI SEIS ÁREAS PRIORITÁRIAS DE PROPOSTAS DA CNI PARA NOVA ESTRATÉGIA 1 Acordos de comércio 2 Investimentos brasileiros no exterior 3 Agendas bilaterais 4 Reforma Institucional 5 Serviços 6 Desburocratização do Comércio Exterior ELEIÇÕES 2014 ACORDOS COMERCIAIS I. Negociar e celebrar acordos mais abrangentes e profundos; II. Concluir o Acordo de Livre Comércio (ALC) com a União Europeia III. Iniciar diálogos para negociação de um ALC com os EUA; IV. Definir agenda com países relevantes como México, Índia e África do Sul; V. Implementar agenda abrangente de integração com América do Sul; VI. Rever a agenda com o MERCOSUL; VII. Reforçar âmbito multilateral da OMC, incluindo temas como serviços e subsídios industriais. ELEIÇÕES 2014 IMPLEMENTAR UMA AGENDA CLARA PARA FOMENTAR OS INVESTIMENTOS BRASILEIROS NO EXTERIOR I. Estabelecer na CAMEX a instância de coordenação da agenda; II. Reformular o modelo de tributação dos lucros no exterior; III. Celebrar acordos de dupla tributação (EUA, Colômbia, Alemanha e RU); IV. Ampliar o apoio diplomático às empresas no exterior; V. Celebrar acordos de investimentos (China, América Latina e África); VI. Adequar linhas de financiamento e de risco político para investimentos. ELEIÇÕES 2014 PRIORIZAR AGENDA BILATERAL DE LONGO PRAZO COM CHINA, ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPEIA I. Negociações de acordos comerciais e de investimentos; II. Estruturação e fortalecimento de mecanismos de diálogo e cooperação em área de PMEs, Inovação e tecnologia; III. Ampliação do acesso a mercados: Identificação, monitoramento e remoção de barreiras; Em 2013 juntos esses países representaram 50% do comercio exterior brasileiro e 72 % dos IED recebidos ELEIÇÕES 2014 ADEQUAR AS INSTITUIÇÕES E REDUZIR A BUROCRACIA I. Fortalecer a posição da CAMEX como órgão máximo de deliberação; II. MRE: Forte e ativo em diplomacia econômica e comercial; III. Reforçar a Apex-Brasil: prioridade na coordenação de promoção comercial e na atração de investimentos; IV. Criação de Adidos de Indústria; V. Simplificar, harmonizar e consolidar lei de comercio exterior: Saneamento e proposta de regulamento de comercio exterior ELEIÇÕES 2014 INCLUIR SERVIÇOS NA POLÍTICA COMERCIAL BRASILEIRA I. Reduzir a carga tributária nas importações de serviços; II. Desonerar os serviços nas exportações de bens; III. Criar mecanismo de Drawback para serviços; IV. Engajar em negociações comercial de serviços Part. serviços no Brasil 56% Tributos 40% Na exportação Simulação da carga tributária para importação de serviços Na produção Alíquotas nominais Alíquotas efetivas IRRF 15,00% 18,75% CIDE-Remessas exterior 10,00% 12,50% PIS-Importação 1,65% 2,39% COFINS-Importação 7,60% 10,99% IOF-Câmbio 0,38% 0,38% ISSQN-Importação 5,00% 6,25% 39,63% 51,26% TOTAL AVANÇOS NA AGENDA DE POLÍTICA COMERCIAL AVANÇOS NA AGENDA DE POLÍTICA COMERCIAL 1. Reintegra 2. Facilitação de Comércio Principais problemas no despacho das exportações 53.3 Número excessivo de documentos exigidos 41.9 37.8 Baixa agilidade na análise/resposta Demora na vistoria/inspeção 25.4 Falta de coordenação/comunicação entre os outros… Baixa capacidade de atendimento Repetição de documentos exigidos entre os outros órgãos Dificuldade de agendamento de vistorias/inspeções Horários de atendimento insuficientes Baixa divulgação das normas e exigências Falta de transparência Defasagem tecnológica Necessidade de deslocamentos Prazos inexequíveis para atendimento das exigências Outros 17.7 12.8 9.2 9.2 9.0 7.7 6.1 4.4 4.1 4.4 Implementação do Portal Único e do Operador Econômico Autorizado (OEA), devem ajudar a mudar o cenário. FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO É A PRINCIPAL AGENDA DE CURTO PRAZO PARA AUMENTAR A COMPETITIVIDADE Cenário hoje EXPORTAÇÃO: RANKING DOING BUSINESS - TRADE ACROSS BORDER Critério Tempo para exportar Custo para exportar Brasil 13 dias US$ 2.215 por contêiner Média OCDE 11 dias US$ 1.007 por contêiner IMPORTAÇÃO: RANKING DOING BUSINESS - TRADE ACROSS BORDER Critério Tempo para importar Custo para importar Brasil 17 dias US$ 2.275 por contêiner Média OCDE 10 dias US$ 1.009 por contêiner Cenário pós implementação Implementação do Portal Único pode reduzir de 13 para 8 o número de dias para exportar e de 17 para 10 o número de dias para importar. CONCLUSÕES 1. Adequar a política comercial brasileira é um dos fatores chaves para ajudar a reverter o cenário de perda de competitividade; 2. O Brasil precisa de uma nova estratégia de negociações internacionais pragmática, que esteja alinhada aos seus interesses econômicos; 3. A crescente importância dos serviços nos custos de produção e exportação deve ser refletida na política comercial brasileira; 4. É preciso pôr em prática um conjunto coerente de políticas que fomente os investimentos no exterior das empresas brasileiras; 5. Ações de facilitação de comércio devem ser implementadas para reduzir significativamente o custo e o tempo para exportar e importar; 6. CAMEX deve ser fortalecida para melhorar a coordenação do comércio exterior do Brasil. Obrigado. Encontro Nacional de Comércio Exterior 2014 – ENAEX AGENDA PARA COMÉRCIO EXTERIOR MAIS COMPETITIVO Carlos Eduardo Abijaodi Diretor de Desenvolvimento Industrial Confederação Nacional da Indústria (CNI)