Cultivo de maracujá Biodinâmico Origem É uma frutífera da família Passifloraceae, de clima tropical. Tem origem no Brasil, América do sul ou Austrália Variedades • . Maracujá-amarelo ou maracujá-azedo: esta é a espécie mais cultivada e comercializada no Brasil, tanto para a indústria quanto para consumo in natura, por ser mais vigorosa, mais adaptada aos dias quentes, apresentar frutos de maior tamanho, com peso entre 43 e 250g, maior produção por hectare, maior acidez total e maior rendimento de suco. A produtividade média é em torno de 12 a 15 t/ ha, havendo potencial para produção de 30 a 35 t/ha. Seu cultivo é indicado para regiões tropicais e subtropicais. Maracujá-roxo : é assim chamado, pois a casca dos frutos é verde antes da maturação, tornando-se púrpura à medida que este processo ocorre. É mais indicado para locais de maior altitude e climas mais frios. Seus frutos apresentam peso entre 50 e 130g, maior porcentagem de açúcares e maior teor de sólidos solúveis (brix) quando comparado com o maracujá-amarelo. Apresenta rendimento e qualidade de suco semelhante ao do maracujá-amarelo, com diferenças relativas ao teor de vitamina C que é maior, à acidez cítrica que é menor, o que representa suco mais doce. Tem potencial de produção de até 30-40 t/ha, e pode ser destinado para indústria, consumo in natura e exportação. É muito apreciado na Austrália e África do Sul. • Maracujá doce: tem a sua produção e comercialização limitadas pela falta de hábito de consumo. Seu caule é quadrangular, os frutos são ovais ou periformes, de casca alaranjada, que lembra o mamão papaia, e pesam de 80 a 190 g. É o menos rico em suco, que é adocicado e de aroma agradável. É quase exclusivamente consumida como fruta fresca. Pode ser destinado para exportação, pois os frutos por suas características agradam os consumidores, principalmente aos europeus, mercado ainda pouco conquistado Formação de mudas • Preparo das mudas: a semeadura normalmente é efetuada em sacos de polietileno de 10 x 25 cm ou 18 x 30 cm, contendo uma mistura de 3 partes de terra para uma de composto+ fosfato natural, sendo a mistura previamente tratada, a fim de se obter mudas sadias. Em cada saco plástico colocam-se de 4 a 6 sementes, a 1 cm de profundidade, cobrindoas com leve camada de terra. Sistema de condução • . Os sistemas mais utilizados são o de espaldadeira vertical composta de 1 a 3 fios e o sistema de latada ou caramanchão ou em forma de "T". Um único broto deverá ser conduzido através de um tutoramento até o arame situado no topo dos mourões para a formação natural da ramagem. O arame utilizado será liso de nº 8 ou 10 o de aço n.º 16. • Espaldeira vertical: um dos sistema utilizados no estado de SP, é o "espaldeira vertical com um único fio", no entanto pode ter de 1 a 3 fios de arame liso; é uma cerca formada por mourões de madeira, espaçados de 4 a 6 m, normalmente 5 m, colocando-se um fio de arame liso n 0 12 no ápice dos postes e os demais, se existirem, dispostos a 40 e 80 cm respectivamente abaixo dele. De um modo geral, o sistema de condução por espaldeiras verticais é muito utilizado nos pomares brasileiros. • Condução das plantas: as plantas novas deverão ser tutoradas, de preferência com auxílio de bambu, ao qual são amarradas, por exemplo, com fita plástica. Durante a fase de formação da guia principal, deverão ser feitas desbrotas periódicas, de modo a assegurar o crescimento de apenas uma haste até a altura do fio. Quando a planta ultrapassar em aproximadamente 20 cm a altura do fio, é feita a eliminação da gema apical, para estimular a brotação lateral. • Plantio: a muda deverá ser plantada com a superfície acima do nível normal acima do solo, evitando o plantio da muda afundada na cova. A muda deverá ser transplantada após a emissão do 4º par de folhas, que ocorre de 60 a 90 dias. • Espaçamento: 2,5x7,0m a 3,0x 8,0m • Adubação de plantio: adubar as covas com no mínimo 30 dias de antecedência com: 4litros de composto + 300g de fosfato natural + 100g de mamona+ 200g de cinzas por cova. Tratos culturais • Adubação de cobertrura: aos 30, 60, 90 e 120 dias após o plantio adubar com: 30 dias 100g de t mamona + 20g de sulfato de potássio 60 dias: 200g T mamona + 30 de sulfato de potassio 90 dias: 300g de torta de mamona + 50 g de sulfato de potassio 120 dias: 300g de torta de mamona + 100g de sulfato de potassio • Capina: eliminar a vegetação próximas as linhas de plantio e deixar apenas entre as mesmas, evitando competição com a cultura.( trabalhar com roçada e cultivos intercalares) • Podas: A primeira poda é a chamada poda de formação, descrita no item condução das plantas. No período da entresafra deve ser feita a poda de limpeza, retirando-se todos os ramos secos e doentes, proporcionando melhor arejamento da folhagem do maracujazeiro e diminuindo o risco de contaminação das novas brotações. Sintomas de deficiência nutricional • • Nitrogênio: As plantas deficientes em nitrogênio apresentam pequeno porte e menor número de ramos, que são mais finos, e com tendência para crescimento vertical. O sintoma característico da deficiência é o amarelecimento generalizado das folhas por falta da clorofila, iniciando-se nas mais velhas Potássio: Na deficiência do potássio, ocorre clorose seguida de necrose nas margens das folhas, inicialmente nas mais velhas. Quando a necrose atinge a nervura da folha, esta curva para baixo, ocorrendo em seguida sua queda prematura. A floração atrasa e ocorre diminuição no tamanho dos frutos. Ocorre, ainda, redução significativa da área verde foliar, afetando a fotossíntese e, por conseguinte, o teor de sólidos solúveis dos frutos. • • Cálcio: Os sintomas de deficiência de cálcio são: morte da gema apical, clorose e necrose internervais nas folhas mais novas, uma vez que o elemento tem baixa mobilidade na planta. Fósforo: As plantas deficientes em fósforo acumulam açúcar nos tecidos e, a partir deste, sintetizam pigmentos escuros, as antocianinas, que conferem coloração mais escura às folhas. Então, o sintoma inicial de deficiência de fósforo no maracujazeiro é o aparecimento desta coloração nas folhas mais velhas, a qual evolui rapidamente para a cor amarelada, que é progressiva da margem para o centro das folhas. • • Enxofre: Os sintomas gerais de deficiência de enxofre são semelhantes ao nitrogênio, diferindo, porém, quanto à localização. No caso do enxofre, o amarelecimento ocorre, inicialmente, nas folhas mais novas (baixa mobilidade) e para o nitrogênio, nas folhas mais velhas (alta mobilidade). A deficiência de enxofre pode induzir, ainda, coloração avermelhada nas nervuras da página inferior das folhas Magnésio: Com a deficiência de magnésio, aparecem inicialmente manchas amareladas entre as nervuras das folhas mais velhas, que se unem e evoluem para coloração mais escura até o marrom, enquanto as nervuras permanecem verdes. Ressalta-se que a deficiência de Mg, no maracujazeiro, pode ser induzida por excesso de adubação potássica. • • Zinco: A deficiência de zinco afeta acentuadamente o crescimento de ramos e de folhas, havendo formação de internódios curtos, com o aparecimento de "rosetas" (folhas miúdas) na extremidade dos ramos Boro: As plantas deficientes em boro sofrem atrofia e posterior necrose das pontas de ramos, podendo ocorrer ou não excesso de brotações laterais, logo abaixo da gema atrofiada. As folhas novas crescem pouco e apresentam uma textura coriácea, com ondulações dos bordos e encurvamento. Há formação de manchas necróticas internervais e nos bordos das folhas • Principais praga: lagartas-desfolhadoras; broca-domaracujazeiro ou da haste; percevejos, ácaros, lagarta-de-teia, mosca-das-frutas; pulgões; abelhas arapuá ; besouro-das-flores; nematóides. • Principais doenças: tombamento; mela ou damping off; antracnose; bacteriose; podridão -do-colo, murcha ou fusariose; virose. • colheita: ocorre no verão e outono. O período de colheita dos frutos varia de 6 a 9 meses após o plantio definitivo no primeiro ano. A colheita dos frutos é feita 2 a 3 vezes por semana. O rendimento médio é de 8 t/há ( primeiro ano), 15 t/há ( segundo ano), 12 a 14 t/há ( terceiro ano)