Doenças da Goiabeira (Psidium guajava)
Bacteriose ou seca dos ponteiros
Agente causal: Erwinia psidii
-Temperaturas elevadas e alta umidade relativa.
Sintomas:
-Seca dos ponteiros e a mumificação dos frutos
recém-formados.
Folhas: o ataque da bactéria ocorre apenas nas
mais jovens, mostrando-se murchas, avermelhadas
e irregulares na lâmina foliar, evoluindo para uma
coloração bronzeado-escura tanto nas folhas
quanto nos ramos do ponteiro; as nervuras
tornam-se marrons, secam e ficam penduradas nos
ponteiros mortos.
flores: ficam escuras e provocando o aborto das
mesmas.
Frutos jovens: são infectados diretamente pela
bactéria,
daí
mumificados
assintomáticos.
ser
em
comum
encontrar
ponteiros
frutos
totalmente
- Quando se faz um corte nos raminhos dos
ponteiros, observa-se um ligeiro escurecimento da
medula, acompanhado da destruição dos tecidos,
os quais, ao serem comprimidos, escorrem um
líquido claro e denso.
Sobrevivência: ponteiros, folhas mortas e nos
frutos mumificados que persistem na planta por
muito tempo.
OBS: As variedades de polpa vermelha mostramse mais tolerantes a E. psidii do que as de polpa
branca.
Controle
- Mudas devem ser sadias
- Realizar podas de limpeza freqüentes para retirar
do campo todos os ponteiros secos e os frutos
mumificados, os quais devem ser coletados em
sacos plásticos e logo queimados.
- Ferramentas de poda devem ser desinfetadas
(hipoclorito de sódio 1%).
- Operários devem lavar e desinfetar as mãos após
a manipulação de cada planta.
- As podas devem ser realizadas preferencialmente
em horário sem a presença orvalho ou água livre
sobre as plantas e durante as horas mais quentes
do dia.
- Realizar podas de condução de maneira a
garantir a formação de uma copa aberta que
permita uma boa circulação do ar.
- Planejar a implantação de sistema de irrigação
localizada
(micro-aspersão
ou
gotejamento),
visando evitar um microclima favorável ao
patógeno.
- As
adubações
nitrogenadas
devem
ser
equilibradas, baseando-se nas análises de solo e
foliar.
-Pulverizações preventivas com oxicloreto de
cobre a cada 15 dias.
Ferrugem
Agente causal: Puccinia psidii Wint.
-O fungo afeta tecidos novos de órgãos em
desenvolvimento, tais como folha, botões florais,
frutos e ramos.
Sintomas:
- Produz
manchas
necróticas,
circulares,
diâmetro variável até um centímetro.
de
- As manchas necróticas se recobrem rapidamente
por uma densa massa pulverulenta, de cor
amarelo-viva,
podendo
causar,
em
ataques
intensos, perdas na ordem de 80 a 100% dos
frutos.
Sintomas:
Plantas
adultas:
pequenas
pontuações
amareladas e necróticas, que evoluem para
manchas circulares, necróticas, de coloração
amarela,
recobertas
por
uma
densa
e
pulverulenta massa, de coloração amarelo-viva,
formada pelos uredósporos e teliósporos do
fungo.
- Com o tempo, essa massa amarela desaparece,
permanecendo somente a área necrótica e seca,
freqüentemente apresentando rachaduras.
Condições favoráveis: as lesões coalescem,
provocando
a
morte
do
conseqüente queda das folhas.
limbo
foliar
e
Frutos: são atacados desde as primeiras fases de
desenvolvimento, e caem em grande quantidade.
- Os frutos infectados que permanecem na planta
mumificam-se.
Flores e botões florais: atacados na fase inicial de
desenvolvimento apresentam lesões circulares, de
diâmetro variável, recobertas por uma massa
pulverulenta de esporos do fungo, de coloração
amarela.
- Alta umidade relativa e temperaturas moderadas
favorecem a ocorrência da doença.
Controle:
-Promover um melhor arejamento e insolação do
pomar através de podas e desfolhas.
-Realizar a poda em períodos com condição
climática desfavorável à ocorrência da doença.
- Realizar adubação adequada, de acordo com a
análise do solo, evitando excesso de adubação
nitrogenada.
Instalar o pomar em locais que apresentem baixa
umidade relativa ou menor período chuvoso
Controle Químico:
- Pulverizações
preventivas
com
fungicidas
cúpricos podem ser realizadas em frutos com até 3
cm de diâmetro.
- Pulverizações curativas com o uso de produtos à
base de oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre,
óxido cuproso e calda bordalesa.
Antracnose ou Mancha Chocolate
Agente causal: Colletotrichum gloeosporioides
Penz.
- Característica doença de pós-colheita, o fungo
afeta frutos em estádio de maturação adiantada.
Sintomas:
- Crestamento dos ramos e folhas e as manchas
escuras e irregulares em folhas e frutos.
Folhas: manchas irregulares, escuras e secas,
com tendência a induzir o crestamento da
lâmina foliar.
Frutos: pode ser infectados em qualquer fase do
desenvolvimento, mas os sintomas são mais
severos
nos
frutos
maduros
ou
em
amadurecimento.
- As
lesões
deprimidas,
aparecem
como
arredondadas,
manchas
tornando-se
irregulares, marrom-escuras ou negras.
- Além do progresso externo da lesão sobre a
casca, também progride para o interior da
polpa, apodrecendo-a, e os tecidos escurecem e
adquirem
uma
consistência
flácida;
sob
condições favoráveis, a podridão pode ocupar
quase todo o fruto.
- As
lesões
ocorrem
apresentando-se
deprimidas.
como
nos
ramos
estrias
verdes,
negras
e
Sobrevivência: nos ramos infectados da planta
ou nas folhas e ramos infectados cortados ou
caídos naturalmente, deixados no solo do pomar.
Disseminação:
- Mudas ou das borbulhas para enxertia
infectadas;
- Frutos que manifestam a doença depois de
armazenados, podem ser comercializados em
lugares muito distantes do seu lugar origem e
carregar o patógeno, que pode estabelecer-se
em outras culturas, dado o caráter onívoro do
patógeno.
-Dentro do pomar, os conídios são disseminados
principalmente pelos respingos da água da
chuva ou da irrigação por aspersão e pelos
insetos que visitam as flores ou os frutos
maduros no pé.
- Períodos chuvosos prolongados que propiciam
a permanência de uma lâmina de água livre
sobre os tecidos suscetíveis e temperaturas
amenas (18-22 °C), assim como ferimentos ou
outros
tipos
de
injúrias
superficiais
são
condições que favorecem o desenvolvimento da
doença.
Controle: Não há referências sobre cultivares de
goiabeira com algum tipo de resistência.
Verrugose
Agente causal: desconhecido
Esta doença tem sido verificada com certa
freqüência em muitos pomares de goiabeira,
principalmente nos industriais, e são perdas de
até 100% na produção de frutos. Em ataques
severos, os frutos podem ficar totalmente
deformados, portanto, sem valor comercial.
Sintomas:
- Não se manifesta em folhas e brotações.
Frutos: aparecimento de manchas aquosas e
irregulares com tonalidade verde-escura, quando
estes apresentam em torno de 1 mm de diâmetro.
Botões florais e até frutos em desenvolvimento
próximos do ponto de maturação podem ser
atingidos, mas é mais freqüente em frutos com
diâmetro inferior a 3 cm.
Com o tempo, nos locais onde as lesões ou
manchas se originaram, ocorre uma reação de
cicatrização, formando-se um tecido necrótico e
endurecido, podendo atingir de 2 a 5 cm de
diâmetro.
-Aparentemente ocorre uma reação dos tecidos
de maneira a promover isolamento das áreas
necróticas,
possibilitando
ser
destacados
manualmente ou cair naturalmente.
-Em caso de coalecência das lesões, os frutos
podem se tornar completamente deformados e
depois cair.
Controle:
- Realizar podas de limpeza
CULTURA DO ABACATEIRO (Persea americana)
Gomose ou Podridão da raízes do abacateiro
Agente causal: Phytophthora cinnamomi Rands
-Trata-se de uma das principais doenças da cultura,
e pode ocorrer tanto em condições de campo
quanto de viveiro.
Sintomas: amarelecimento generalizado, seguido
de queda das folhas, ocorrendo também a seca de
ramos do ponteiro.
- Costuma ocorrer aumento na produção de frutos
menores, antes da morte da planta.
Raízes: ficam descoloridas e necrosadas, enquanto
as radicelas são quase totalmente destruídas.
Casca: ocorre fendilhamento da casca e exudação
de goma.
Ocorrência:
umidade
elevada
temperatura entre 21oC e 30oC.
.
no
solo,
e
Controle:
- uso de porta-enxertos tolerantes ao fungo;
- a aquisição de mudas de qualidade;
- remoção de restos culturais;
- cuidado com balanço nutricional, evitando-se
níveis elevados de N, pH alcalino e deficiência de Ca
e P;
- evitar encharcamento do solo;
- evitar ferimentos na raízes ou tronco;
- se a doença for detectada no início, usar fungicida.
OBS: Neste caso, recomenda-se metalaxyl, via solo,
ou fosetyl alumínio, via foliar.
Oídio
Agente causal: Oidium perseae.
Sintomas:
-
pequenas
machas
esbranquiçadas
e
pulverulentas de formato circular localizadas na
superfície superior da folha, e pequenas manchas
cloróticas na face inferior.
-
Posteriormente toda a folha fica branca e
pulverulenta pelos esporos do fungo.
Folha: necrosam e enrrugam-e ou deformam o
limbo foliar, podendo ocorrer queda.
Ocorrência:
temperaturas
desenvolvimento
constantes.
alta
altas,
umidade
mas
prejudicado
relativa
tem
por
o
e
seu
chuvas
Controle: aplicação de fungicida à base de
enxofre.
Verrugose ou Sarna do abacateiro
Agente causal: Sphacelona perseae Jenkim.
- Deprecia a aparência do fruto e pode provoca
queda
de
frutos
jovens
e
afeta
seu
subdesenvolvimento.
Sintomas:
Fruto: pequenas pontuações eruptivas que
aumentam e coalescem, porém a infecção não
ultrapassa a casca.
Folha: pontuações amarronzadas, podendo
causar deformação e até mesmo rompimento do
limbo foliar, com conseqüente redução da área
fotossintética.
Controle:
- recomenda-se a utilização de variedades
resistentes, além da aplicação de fungicidas
cúpricos.
OBS: Recomenda-se iniciar a aplicação, no caso
dos frutos, quando pelo menos 2/3 das pétalas
caírem, atém os frutos atingirem 5cm de diâmetro.
Nas folhas, o controle deve ser feito semente
no período de brotações, até que as mesmas
atinjam 3cm de comprimento.
Em viveiros de mudas, variedades da raça
guatemalense,
recomenda-se
quinzenais de fungicidas cúpricos.
aplicações
Cercosporiose
Agente causal: Cercospora purpurea Cooke,
Cercospora perseae Ellis & Martin.
Sintomas: lesões ligeiramente deprimidas e
irregulares, de coloração marrom e bordos
definidos, nos frutos.
-Com o envelhecimento, essas lesões tendem a
provocar fissuras, possibilitando o ataque de
outros patógenos.
- Pode provocar a queda dos frutos e por
conseqüência, elevada perda de produção.
Folhas: lesões angulares de coloração marrom ou
cinza, com halo clorótico, que tendem a coalescer
e provocar o rasgamento do limbo foliar.
Pedúnculo: Lesões que podem provocar a queda
dos frutos.
Sobrevivência: se dá através das infecções foliares,
e a sua disseminação ocorre por via aérea.
- O pico da doença ocorre nos meses de junho e
julho.
Controle:
- uso de variedades resistentes.
- químico é difícil devido ao porte da plantas, e a
inexistência de produtos eficientes, registrados
para a cultura.
OBS: cúpricos e de tiocarbamatos pouco antes da
florada e logo após a queda de 2/3 da pétalas.
Antracnose
Agente causal: Glomerella cingulata (Stanem)
Spauld & Schrenk (Colletotrichum gloeosporioides
(Penz) Sacc).
-
Afeta
principalmente
os frutos,
podendo
ocorrer nas folhas, flores e ramos, porém sem
causar danos à cultura.
Sintomas:
Folhas: manchas necróticas de coloração
escuros, com bordos definidos e formato irregular.
Frutos: iniciam-se por pequenas pontuações de
coloração marrom a preta, que tendem a evoluir,
atingindo parte do fruto, ou necrosando-o
completamente.
Ocorrência: água livre para que possa germinar
e infectar a planta, sendo a temperatura ideal para
o seu crescimento, 22 a 27oC.
Em frutos verdes não se desenvolve, vindo
causar sintomas apenas após o amadurecimento.
Controle:
-
manejo correto da adubação e nas técnicas de
manejo adequado.
-
Recomenda-se a poda de limpeza e a queima de
material doente.
-
Deve-se evitar ferimentos nos frutos durante a
colheita
e
pós-colheita,
mantendo-se
os
pedúnculos nos frutos, que devem ser conservados
em câmara fria sob concentrações adequadas de
CO2.
Cultura da Bananeira (Musa spp.)
Sigatoka-amarela ou Cercosporiose ou mal-deSigatoka.
-Esta é uma das mais importantes doenças da
bananeira, sendo também conhecida como
Agente causal: Mycosphaerella musicola, Leach,
forma perfeita ou sexuada de Pseudocercospora
musae (Zimm) Deighton.
Dois tipos de esporos: um de origem sexuada
(ascósporo) e outro de origem assexuada (conídio).
Fase sexuada: Ascósporos bicelulares hialinos.
Fase assexuada: conídios longos e multi-septados.
Fase sexuada
Ascósporos bicelulares hialinos: são produzidos no
interior
de
estruturas
em
forma
de
saco
denominadas ascos, que, por sua vez estão
inclusos em frutificações globosas de formato
piriforme, paredes grossas, coloração escura ou
preta denominadas pseudotécios, os quais são
produzidos e igualmente distribuídos em ambas as
faces da folha, quando ocorre infecção massiva.
- Quando as lesões estão espalhadas sobre a folha,
verifica-se maior concentração de ascósporos na
face superior.
Fase assexuada
-
Conídios
produzidos
longos
em
e
multi-septados:
conidióforos
presentes
são
em
esporodóquios, que são estruturas reprodutivas
formadas por uma massa de tecido fúngico que
emerge através dos estômatos da folha infectada.
Sintomatologia
Tanto M. musicola como M. fijiensis a infecção
ocorre nas folhas mais jovens da planta através dos
estômatos localizados na face inferior.
A lesão ocasionada por Sigatoka amarela passa por
vários estádios de desenvolvimento:
Estádio I: Fase inicial de ponto ou risca de no
máximo 1 mm de comprimento com leve
descoloração.
Estádio II: Risca apresentando vários milímetros de
comprimento, com um processo de descoloração
mais intenso.
Estádio III: Mancha nova, apresentando forma oval
alongada e coloração levemente parda, de
contornos mal definidos.
Estádio IV: Ocorre paralisação do crescimento do
micélio, aparecimento de um halo amarelo em
volta da mancha e início de esporulação do
patógeno.
Estádio V: Fase final de mancha. Apresenta-se na
forma
oval-alongada,
com
12-15
mm
de
comprimento por 2-5 mm de largura.
- O centro é totalmente deprimido, cujo tecido é
seco de coloração cinza.
OBS:
As manchas de Sigatoka sofrem grande influência
pelos fatores do ambiente como umidade,
temperatura e vento.
Se um filme de água estiver presente sobre a
folha de uma variedade suscetível e nesta estiver
o esporo depositado, o mesmo germinará.
OBS:
A temperatura influenciará de modo que, abaixo
de 21ºC haverá um sensível declínio na taxa de
infecção e no desenvolvimento da doença,
mesmo sob condições favoráveis de umidade.
O vento e a umidade juntos, principalmente
quando há precipitação, são os principais
responsáveis pela liberação dos esporos e
disseminação da doença.
Controle
-manejo integrado é uma alternativa importante,
devendo-se
utilizar
todas
as
estratégias
disponíveis.
Algumas práticas culturais merecem destaque:
-drenagem do solo e o combate às plantas
daninhas;
- a eliminação de folhas atacadas ou parte delas;
- densidade populacional das plantas na área de
cultivo e adubação balanceada.
- controle químico
Sigatoka Negra
Agente causal:
M. fijiensis Morelet (Anamorfo: Paracercospora
fijiensis (Morelet) Deighton), sendo ambas as fases
importantes no desenvolvimento da doença.
- Atinge as folhas mais novas da bananeira,
causando estrias (linhas) marrons.
- Com o avanço da doença, as folhas têm morte
prematura e os prejuízos podem chegar até 100%.
OBS:
O agente causal da Sigatoka-negra é muito mais
destrutivo que o da Sigatoka-amarela (M. musicola
Leach
ex
Mulder),
caracterizando-se
por
apresentar maior velocidade e intensidade de
ataque e por infectar também as folhas mais
jovens, destruindo, em conseqüência, maior
quantidade de tecido fotossintetizante.
-Fungo difícil de controlar e que apresenta um
espectro maior de cultivares suscetíveis de banana
dos subgrupos Prata, Cavendish e Terra.
- O poder de destruição dessa doença e a rapidez
com que a mesma vem se disseminando pelas
áreas produtoras de banana do mundo.
Sintomatologia
Folhas: manchas foliares decorrentes da ação do
fungo reduzem a área fotossintetizante da planta e
podem provocar severo desfolhamento com isso,
o tamanho dos frutos, das pencas e dos cachos e o
número de pencas por cacho e, em conseqüência,
o
rendimento
por
severamente afetados.
unidade
de
área
são
-São observadas perdas de rendimento superiores
a 20% em parcelas não tratadas com fungicidas
-A doença, além de afetar a qualidade física dos
frutos (tamanho dos dedos) e o rendimento por
hectare, provoca a maturação precoce da banana
ainda no campo ou durante o transporte para o
mercado.
- Com isso, a vida pós-colheita da fruta é reduzida
e a comercialização prejudicada.
Fase ascospórica ou sexuada: que constitui o
inóculo primário, permite a sobrevivência do
patógeno principalmente quando as condições
ambientais são desfavoráveis (períodos frios e de
baixa umidade relativa do ar).
Fase conidial ou assexual: que constitui o inóculo
secundário, garante a rápida multiplicação do
patógeno em menor espaço de tempo e em maior
quantidade.
Disseminação: ascósporos (produção em grande
número nos pseudotécios),
- conídios
Curtas distâncias: vento, a chuva e a água de
irrigação
Longas distâncias: mudas doentes e folhas
infectadas
(proteger
os
cachos
durante
transporte para evitar ferimentos nos frutos).
o
Controle
Medidas de exclusão e monitoramento:
a)Evitar o transporte de mudas, frutas, folhas ou
partes da bananeira das regiões afetadas;
b)Proibir o trânsito de bananas envoltas em folhas
de bananeiras, pois são um meio efetivo de
disseminação do patógeno a longa distância;
c) Evitar o transporte de bananas em caixas
difíceis de serem desinfestadas e não reutilizar
caixas provenientes de regiões onde ocorre a
doença que contenham restos de banana ou
folhas;
d) Desinfestar caixas, caminhões, roupas e outros
equipamentos utilizados na colheita quando
provenientes de outras regiões, principalmente
das afetadas;
e) Denunciar o transporte ilegal de banana ou de
cachos de banana às autoridades competentes;
e) Erradicar pomares abandonados para que não
venham a constituir-se em fontes de inóculo;
f) Utilizar mudas certificadas no estabelecimento
de plantios;
g) Realizar os tratos culturais recomendados no
pomar, como o controle da Sigatoka-amarela,
desfolha
fitossanitária,
daninhas,
desbastes
controle
e
de
ervas
utilização
dos
espaçamentos adequados;
h)Procurar
imediatamente
um
técnico
especializado em caso de suspeita de ocorrência
de sintomas da doença;
i) Aumentar a fiscalização nos postos de controle
nas fronteiras dos estados;
k) Promover campanhas educativas e elucidativas
sobre a doença.
Mal do Panamá
-São conhecidas quatro raças fisiológicas do
patógeno, sendo que 1, 2 e 4 são importantes à
bananeira.
- A raça 3 ocorre apenas em Heliconia sp.
No Brasil: isolados de F. oxysporum f. sp. cubense
analisados, presume-se a prevalência da raça 1.
Disseminação: mudas infectadas.
Em nível local: água de irrigação, de drenagem e
de inundação, implementos agrícolas, homens e
animais.
-vento e pelo contato de raízes com rizomas,
pseudocaule e raízes infectadas, dada a intensa
produção de inóculo no rizoplano e em áreas
circunvizinhas.
Sobrevivência:
- Clamidósporos
- Restos de culturas
Sintomatologia
Xilema: abundante esporulação, cujos conídios são
transportados pelo fluxo transpiratório.
-Pseudocaule: cortes transversais ou longitudinais
de plantas em estágios mais avançados da doença,
podem
ser
avermelhadas,
observadas
pontuações
provavelmente,
oxidação de fenol.
surgidas
pardopela
-A
descoloração
vascular
no
pseudocaule
concentra-se mais perifericamente, mantendo-se o
centro claro.
Folhas: amarelecimento progressivo das folhas
mais velhas para as mais novas, começando pelos
bordos do limbo em direção à nervura principal.
-Progressivamente ao amarelecimento, ocorre
murcha, com posterior quebra do pecíolo junto ao
pseudocaule, que dá à planta o aspecto típico de
um guarda-chuva fechado.
- Estreitamento do limbo nas folhas mais novas,
engrossamento das nervuras secundárias da folha
e, ocasionalmente, necrose do cartucho.
- A rachadura do feixe de bainhas próximo ao solo,
cujo tamanho varia com a área afetada no rizoma,
constitui-se
em
sintoma
característico
e,
freqüentemente encontrado nas plantas doentes.
- Essas
rachaduras
resultam
do
crescimento
relativamente normal dos feixes de bainhas
externas, comparado ao crescimento estabilizado
dos feixes internos do pseudocaule.
Controle
-A busca de variedades resistentes é hoje uma das
principais linhas de ação visando o controle do
mal do panamá.
-uso de solos supressivos (nível de pH próximo à
neutralidade, o moderados a elevados níveis de
argila e matéria orgânica e, particularmente, a alta
diversidade da flora microbiana do solo).
Antracnose da Banana
Agente causal: Colletotrichum musae
- Dentro dessa espécie, há a existência de tipos
biológicos ou raças fisiológicas (Couto & Menezes,
2004).
Sintomatologia
-lesões deprimidas, escuras, com o eixo maior
paralelo ao eixo longitudinal e delimitada por uma
margem mais clara nos tecidos sadios.
- Sob condições de alta umidade, cobrem-se de
frutificação rosada, ou acérvulos do agente
patogênico.
- Geralmente, as lesões são superficiais, mas
podem, em casos severos, com o amadurecimento
da fruta, atingir a polpa.
Ocorrência: principalmente na fase de maturação,
porém a infecção inicia-se no campo, ocasião em
que os conídios do agente causal, dispersos no ar,
infectam os frutos.
-Essa infecção permanece quiescente até o início
da maturação.
Duas formas distintas dessa doença:
-Antracnose
latente:
originária
da
infecção
quiescente
- Antracnose não latente: produzida pela invasão
do patógeno, principalmente por intermédio dos
ferimentos ocasionados nos frutos verdes em
trânsito.
Controle
- manejo adequado na pré-colheita, colheita e
após a colheita, em cultivares susceptíveis à
doença.
Moko ou Murcha Bacteriana
Agente causal: Ralstonia solanacearum Smith
(Pseudomonas solanacearum), raça 2.
- Atualmente é considerada a principal doença da
bananeira, em função dos riscos que representa
para a bananicultura das regiões Sul, Sudeste e
Centro Oeste do Brasil.
- Sergipe
e
erradicados.
Alagoas
que
são
prontamente
Sintomas
- depende da idade da planta, da cultivar de
bananeira, estirpe envolvida e das condições
ambientais.
Plantas adultas: podem ser confundidos com os
do Mal do Panamá,
Plantas jovens: sintomas internos nos rizomas,
pseudocaule, engaços e frutos apresentam
diferenças visíveis para um conhecedor do
assunto:
não
frutifica,
há
amarelecimento,
murcha e secamento progressivo das folhas a
partir das mais novas, necrose do cartucho ou
folha enrolada, vela.
Disseminação
-Somente as estirpes SFR e A são disseminadas por
insetos: abelhas irapuá (Trigona spp), Polybia spp e
Drosophila spp.
- Dependendo da estirpe e do vetor, a bactéria
pode penetrar pelas raízes ou flores e em poucas
semanas atinge o rizoma, pseudocaule e engaço,
causando murcha, quebra do pecíolo junto ao
limbo foliar e secamento das folhas.
- Se for pelas flores, atinge os frutos, causando
podridão seca e parda da polpa.
- Novos plantios só devem ser feitos em áreas que
não tenham registros da ocorrência da doença.
Outras medidas podem ser tomadas como:
· Realizar fiscalização permanente e constante do
pomar (aparecimento de doença enviar o material
a um laboratório credenciado de Fitopatologia).
· Uso de material propagativo (mudas) sadias
obtidas de local livre do patógeno de produtores
credenciados e de preferência utilize mudas
oriundas de cultura de tecido;
- Realizar a desinfecção dos implementos sempre
e, principalmente, quando a doença estiver
presente no pomar, (tratores, roçadeiras, grades,
subsolador, rotativa, tesoura de poda, canivete,
etc., com produtos à base de hipoclorito de sódio
ou cálcio, álcool ou amônia quartenária. No caso
das mãos, utilizar o álcool para desinfecção).
· Evitar capinas manuais ou mecânicas para não
causar ferimentos ao sistema radicular. Na medida
do possível, dê preferência ao uso de herbicidas e
roçadas com implementos que não causem danos
às raízes da planta.
· Eliminação do coração, que constitui atrativo
para insetos visitadores de inflorescência como
abelha irapuá Trigona spp. E vespas do gênero
Polybia;
·
Uso de material propagativo (mudas) sadias
obtidas de local livre do patógeno de produtores
credenciados e de preferência utilize mudas
oriundas de cultura de tecido;
Realizar a desinfecção dos implementos sempre
e, principalmente, quando a doença estiver
presente no pomar, (tratores, roçadeiras, grades,
subsolador, rotativa, tesoura de poda, canivete,
etc., com produtos à base de hipoclorito de sódio
ou cálcio, álcool ou amônia quartenária. No caso
das mãos, utilizar o álcool para desinfecção).
·
·
Não existem cultivares resistentes ao Moko;
· A cultivar Prata Anã está menos sujeita à
infecção por insetos, mas é altamente suscetível
quando ocorre infecção por sistema radicular;
· A cultivar Pelipita (AAB) foi recomendada na
América Central para substituir a cultivar Bluggoe,
que é altamente suscetível à estirpe SFR;
·
· Procurar manter a plantio em ótimas condições
procurando fazer análise de solo de acordo com a
recomendação técnica;
· Procurar manter um esquema de adubação
equilibrada com base nos resultados das analises
foliar e de fertilidade do solo;
· Plantios novos procurar implantar em solos bem
drenados, com níveis bons de fertilidade e ricos
em matéria orgânica;
· Inspecionar, periodicamente, o plantio e
erradicar as plantas com sintomas da doença,
através do uso de herbicidas, depois de secas as
plantas deverão ser queimadas;
· Procurar iniciar o trabalho no pomar pelas
plantas sadias, deixando por fim as plantas
doentes;
· Plantações onde a doença já está em um nível
muito alto devem-se trocar a cultura.
Maracujá (Passiflora edulis Sims)
Tombamento,
mela
ou
"damping
off"
-
caracteriza-se por uma lesão no colo da plantinha,
provocando seu tombamento e morte.
Controle - manejo adequado da sementeira ou
usando pentacloro nitrobenzeno para Rhizoctonia,
benomil
para
Phytophthora.
Fusarium
e
fosetyl-Al
para
Antracnose
Agente causal: Colletotrichum gloeosporioides
- ataca as folhas causando manchas pequenas, a
princípio claras, circulares, rodeadas por bordos
verde-escuros que mais tarde podem coalescer
tornando-se pardo-avermelhadas.
Os ramos apresentam manchas alongadas que se
transformam em cancros.
Controle - pode ser feito pela aplicação de
produtos à base de oxicloreto de cobre +
mancozeb, chlorotalonil ou benomil.
Verrugose ou Cladesporiose
Agente causaL: Cladosporium herbarum (Pers.)
Link.
Sintomas:
-
Caracteriza-se
por
manchas
circulares,
inicialmente de aspecto translúcido, cobrindo-se
posteriormente por um tecido corticoso, áspero,
saliente, de cor parda.
Fruto: aspecto deformado
Folha: limbo foliar torna-se completamente
enrugado.
Sintomas: aparecem também em ramos, gavinhas
e pecíolos.
Controle - cobertura com caldas fungicidas
destacando-se os produtos à base de cobre, com
periodicidade
semanal
sob
chuvas
e
quinzenalmente em períodos de umidade e
chuvas esparsas. Não se recomenda o controle dos
frutos quando o destino dos mesmos é para a
industrialização do suco pois a doença não atinge
a polpa.
Bacteriose, mancha oleosa
Agente causal: Xanthomonas campestris pv.
passiflorae
Sintomas:
Folhas: pequenas manchas oleosas, translúcidas,
com presença de halos visíveis, encontradas
principalmente ao longo das nervuras principais.
- Com a evolução da doença essas lesões tornam-
se deprimidas, adquirem coloração marrom e
coalescem,
podendo
formar
grandes
necrosadas e causando a seca total da folha.
áreas
Frutos: as lesões são oleosas, pardas ou
esverdeadas, circulares ou irregulares e com
margens bem definidas.
Essas podem coalescer ou, em casos severos,
penetrar até as sementes inutilizando os frutos
para o consumo.
Controle:
-uso de sementes e mudas sadias e de boa
qualidade
- uso de máquinas e equipamentos limpos.
- rotação de cultura com espécies não hospedeiras
por um período mínimo de três anos reduz o
potencial de inóculo.
- tratamento preventivo com uso de antibióticos e
aplicação de fungicidas cúpricos.
Podridão do colo
Agente
causal:
Fusarium
Phytophthora parasitica
solani
e
- manchas escurecidas e úmidas que depois
apodrecem lesionando inclusive o cilindro central
do caule.
A lesão pode se desenvolver para cima ou para as
raízes.
Folhas: tornam-se murchas, amareladas e quando
a lesão envolve totalmente o diâmetro do caule a
planta morre.
Controle
- não plantar em solos compactados,
- não usar grade,
- evitar ferimentos nas operações da capina,
- retirar as lesões iniciais,
- raspar a área afetada e aplicar pasta bordaleza,
no momento do plantio, mergulhar as raízes até 20
cm acima do colo, em uma solução de metalaxil
(200 g/100 1 água);
- erradiação das plantas e sua imediata destruição
pelo fogo.
Mamoeiro - Carica papaya L
Podridões de Phytophthora
Agente causal: P. parasita
Em solos argilosos e mal-drenados e em condições
de umidade e temperatura elevadas há o
apodrecimento do colo e raízes, amarelecimento
de folhas e queda de frutos.
Controle: erradicar plantas afetadas,
- evitar plantio em solos pesados
- controle químico com Fosetyl-Al.
Viroses:
Mosaico
-
caracterizada
pelo
amarecimento das folhas mais novas que se
tornam rugosas seguindo-se clareamento das
nervuras; posteriomente a lamina da folha
apresenta porções amarelas misturadas com
verdes (mosaico).
Controle
preventivo:
treinar
pessoal
para
reconhecimento da doença, localizar viveiros em
áreas bem distantes de mamoais, erradicar e ou
evitar o plantio de solanaceas (beringela,
pimenta, fumo), brassicaceae (repolho, couve),
abobora, melão, melancia, pepino, próximo de
áreas com momoeiros, vistoriar plantio 2-3 vezes
por semana erradicarndo plantas doentes.
Antracnose
Agente causal: Colletotrichum gloesosporioides,
ocorre em frutos em qualquer fase do seu
crescimento
maduros).
(tem
preferência
por
frutos
Sintomas:
Pontos
negros
aparecem
e
transformam-se em lesões deprimidas com até
5cm de diâmetro.
- Lesões velhas produzem esporulação rósea
intensa.
Controle: enterrar frutos atacados, colhé-los
ainda
verdoengos,
desinfetar
galpões
e
vasilhames de transporte e pulverizar frutos
quinzenalmente com fungicidas à base de cobre
ou mancozeb (3-8l. calda/planta).
Pinta Preta ou Varíola do mamoeiro
Agente causal: Asperisporium caricae
Sintomas
-Inicia-se nas folhas inferiores da planta, mas
algumas vezes pode começar nas folhas novas e
nos frutos.
- Na parte inferior das folhas, o fungo desenvolve
frutificações pulverulentas, circulares e levemente
angulosas.
-Manchas têm coloração cinza clara no centro,
cercadas por linhas concêntricas, de margens
marrom-escuras ou pretas.
- Na face superior das folhas, ocorrem pequenas
manchas de forma arredondada, de cor pardo-
clara, cercadas por um halo amarelo.
Quando ocorre intenso ataque da doença, os
sintomas podem ser amarelecimento, queda
prematura
das
folhas,
e
retardamento
crescimento e da vitalidade das plantas.
do
-Doença aparece inicialmente nas folhas mais
velhas, deve-se monitorar o pomar localizando as
lesões que aparecerem neste tipo de folha, as
quais devem ser retiradas e destruídas no local,
não
devendo
ser
arrastadas
evitando-se a dispersão de esporos.
pelo
pomar,
- devem começar quando a lesão inicial ainda
temcoloração pardacenta.
-Realizando-se um efetivo controle das lesões nas
folhas, não é necessário pulverizar os frutos
A queda de grande quantidade de folhas pode
provocar queimaduras nos frutos, devido ao
contato direto com o sol Os primeiros sintomas da
doença nos frutos verificam-se quando estes,
ainda pequenos e verdes, apresentam nos tecidos
áreas circulares com aspecto encharcado, em cujo
centro
notam-se
tornando-se
salientes .
pontos
posteriormente
esbranquiçados,
pardacentos
e
O
tamanho
das
manchas
acompanha
o
desenvolvimento dos frutos, adquirindo coloração
mais escura e atingindo apenas a camada externa
do fruto, que fica mais endurecida, porém sem
alcançar a polpa
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Principais Doenças das Frutíferas