Principais Doenças dos
Citrus
Estiolamento (damping-off)
- Principal doença de sementeiras.
- Causada pelos fungos Rhizoctonia solani, Pythium
aphanidermatum, Phytophthora citrophthora, P.
nicotianae var. parasitica ou Fusarium spp.
- Germinação: formam plantinhas com folhas
amareladas,
murchas,
seguindo-se
um
apodrecimento na região do colo, próximo à linha
do solo, provocando seu tombamento e morte.
- 72 horas: generalizado em toda a sementeira.
- Medidas preventivas: tratamento do solo com
com Dazomet na dosagem de 2,5 kg por 100 k de
solo.
- Neste caso deve-se esperar por um período de 3
a 6 meses antes de se fazer a semeadura.
- Sementes: submentendo-as a 51oC - 52oC
durante 10 minutos ou pelo tratamento químico
com Apron 3 gramas por quilo de sementes ou
captan, 4 g/k sementes.
- Tratamento preventivo do solo para preparo de
mudas em vasos: recomenda-se o uso de
Quintozene na base de 400g/m3 de solo.
Ataque pós-emergente
- Rhizoctonia usam-se produtos à base de PCNB
(Pentacloronitrobenzeno) na dosagem de 300g
para 100 l de água, aplicando-se 2 litros por metro
quadrado de canteiro.
- Pythium sp. ou Phytophthora sp. usar fosetyl-Al
(sistêmico) na dosagem de 250g/100 l de água
pulverizando as plantinhas até o ponto de
escorrimento.
Em ambos os casos as plantinhas doentes devem
ser retiradas da sementeira.
Antracnose
Agente causal Colletotrichum gloeosporoides
Sintomatologia
Folhas: Lesões deprimidas, firmes e secas de cor
marrom escura a preta, geralmente maiores que
1,5 cm de diâmetro, podendo tomar grandes áreas
do fruto.
Ramos: lesões ocorre após a morte dos tecidos.
Bolor verde e Bolor azul
Agente causal
Penicillium digitatum Sacc
Penicillium italicum Wehmer
Sintomatologia
- sintoma inicial é uma mancha circular de aspecto
encharcado com ligeira descoloração da superfície
do fruto, que evolui para podridão mole, que tornase coberta com um crescimento branco.
Sintoma morfológico: podridão
Cancro Cítrico
Agente causal
Xanthomonas citri
Xanthomonas axonopodis pv. citri
Sintomatologia
- Apresenta lesões salientes.
- Os primeiros sintomas aparecem nas folhas, onde
concentram-se em maior quantidade do que em
frutos e ramos.
São lesões inicialmente amarelas que se tornam
marrom.
Sintoma morfológico: mancha
Clorose-Variegada-dos-Citros (CVC)
Agente causal Xylella fastidiosa
Sintomatologia
- Manchas cloróticas de bordos irregulares em
folhas maduras de ramos isolados, começando pela
parte mediana da copa e expandindo-se por toda a
planta.
- Folhas novas ocorre deformação destas com
redução
da
expansão
foliar,
encurvamento para cima e clorose.
Sintoma morfológico: mancha
afilamento,
Declínio
Agente causal Não conhecido
Sintomatologia
-murcha parcial ou total das folhas, devido ao
impedimento do xilema de conduzir água para a
parte superior da planta.
- As folhas tornam-se verde-opacas, sem brilho e
com uma leve distorção.
Sintoma morfológico: mancha
Fumagina
Agente causal: Capnodium citri; Gloeodespomigena,
Stomiopeltis citri.
Sintomatologia
- Manta miceliana de coloração preta.
O fungo recobre a superfície da folha, formando a
manta miceliana mais espessa na face superior do
que na inferior.
Sintoma morfológico: mancha
Gomose
Phytophthora parasitica e P. citrophthora.
Sintomas: podem variar dependendo da espécie
ou cultivar de citros,
- idade da planta,
- órgãos onde ocorre o ataque
- condições ambientais prevalecentes.
Viveiros: fungo pode atacar os tecidos da região
do colo das plantinhas, com lesões deprimidas de
cor escura que aumentam de tamanho e acabam
provocando a morte das mudas.
- O fungo pode ainda infectar sementes e causar
podridões antes mesmo da germinação.
Viveiros:
- desinfestar o solo,
- tratar as sementes com fungicidas ou com calor
(10 minutos a temperatura de 51,7ºC);
- tratar a água de irrigação com sulfato de cobre
20ppm);
- evitar adubações nitrogenadas pesadas;
- pulverizar
periodicamente
fungicidas (Fosetyl-Al);
as
mudas
com
- colocar no solo da sementeira entre as linhas o
fungicida Metalaxyl na formulação granulada;
- não repetir o viveiro na mesma área.
Sintomas Plantas adultas:
- exsudação de goma,
- escurecimento dos tecidos localizados abaixo da
casca.
Sintomas reflexos da parte aérea: como clorose
intensa das folhas correspondendo ao lado do
tronco ou das raízes principais onde ocorrem as
lesões.
Frutos: mais próximos ao solo podem ser
contaminados apresentando podridão seca de
cloração marrom-parda que apresentam forte
cheiro acre.
Controle
a) Utilizar mudas sadias
b) Fazer
plantio
em
solos
profundos,
bem
drenados, porosos e em terrenos altos;
c) Utilizar porta-enxertos mais resistentes, como o
Poncirus
trifoliata,
citranges,
tangerineiras
Cleópatra e Sunki e limão cravo, que apresenta
média resistência;
d) Evitar danos mecânicos ao tronco e às raízes;
e)Evitar excesso de nitrogênio;
f) Nas plantas atacadas, fazer raspagem e pincelar o
local
com
fungicidas
desaparecerem os sintomas.
específicos,
até
Greening***
Agente causal Candidatus liberibacter spp.
Sintomatologia
- O greening causa sintomas nas folhas, ramos e
frutos.
Sintomas iniciais: amarelecimento de ramos e
folhas.
Folhas: apresentam manchas irregulares de cor
amarela
pálida
e
pode
ser
observados
engrossamento e clareamento das nervuras das
folhas que ficam com aspecto corticoso.
Sintoma morfológico: mancha
Disseminação: multiplica-se nos vasos do floema e
é transmitida pela Diaphorina citri, um psilídeo
comum nos pomares.
Diaphorina citri
- Diaphorina citri, um pequeno inseto de coloração
cinza e com manchas escuras nas asas medindo de
2 a 3 milímetros de comprimento.
- Esse inseto é comum nos pomares brasileiros, se
hospedando em todas as variedades cítricas
e,também, na planta ornamental conhecida como
falsa murta - Murraya paniculata
- A identificação do inseto pode ser facilitada pelo
fato de ser visível a olho nu e também pela sua
posição ao se alimentar, levantando a parte
posterior do corpo em um ângulo de aproximado
45°.
- Os adultos do psilídeo se alimentam tanto em
folhas maduras como em brotos novos e a bactéria
persiste neles em todas as suas formas.
- uso de borbulhas retiradas de plantas infectadas,
que originam mudas contaminadas, importante
meio de disseminação da bactéria a longas
distâncias.
Medidas de Convivência
Para os Estados em que a doença já está relatada,
estão sendo recomendadas as medidas de
controle utilizadas por países em que a doença já
se instalou há mais tempo.
Inspeção do pomar – fazer inspeções constantes,
planta a planta, pelo menos quatro vezes por ano;
Monitoramento
do
inseto
vetor
-
O
monitoramento de Diaphorina citri pode ser
realizado por meio de armadilhas adesivas e pela
observação de brotos novos.
- As armadilhas devem ser posicionadas em
pontos estratégicos da propriedade para detectar
a presença e movimentação do inseto vetor.
- Devem ser vistoriados de 3 a 5 ramos novos por
planta, observando a presença de ovos, ninfas
e/ou adultos.
- O controle químico, com a aplicação de
inseticidas, deve ser realizado quando for
observada a presença do vetor.
Aquisição de mudas sadias – essa é a medida
preventiva de maior importância: as mudas devem
ser adquiridas em viveiros protegidos e que sigam
a legislação fitossanitária.
Medidas de Exclusão
Considerando que:
i - o greening é a doença dos citros mais grave e
destrutiva no mundo, e em função da dificuldade
de controle e da sua rápida disseminação;
ii - todos os estados brasileiros produzem cítricos e
que em 88% das microregiões brasileiras essa
produção é uma atividade comercial;
iii – atualmente, cerca de 33% dos plantios de
cítricos no Brasil, estão fora da região infectada
pela doença (SP, PR e MG)
iv - todas as regiões do país, produzem e fornecem
frutas cítricas para os mercados locais, o que
caracteriza a cultura como de grande importância
socioeconômica, deve-se adotar medidas de
controle por exclusão e em sentido absoluto, quais
sejam:
- Proceder o levantamento e diagnose da
presença da doença em áreas indenes (área onde
não se tem relato de ocorrência da doença
específica), pelo menos duas vezes por ano,
estabelecendo-se prioridades para Estados com
citricultura mais importante e propriedades mais
tecnificadas; nesta, a introdução de material
contaminado é mais esperada;
• Consolidar medidas na Legislação Fitossanitária
por meio de Decretos e Leis com proibição de
entrada de qualquer material vegetal, oriundo de
áreas infectadas;
• Prover meios suficientes para uma efetiva
fiscalização,
interceptação
material apreendido.
e
destruição
do
Leprose
Agente causal Citrus leprosis virus (CiLV)
Sintomatologia
Folhas: lesões ocorrem em ambas as faces e
apresentam formato arredondado, aspecto liso e
com uma coloração variando de verde-pálida a
marrom no centro, com um halo amarelo.
Estágios avançados: verifica-se desfolha prematura
das folhas.
Ramos novos: lesões amareladas que evoluem para
a cor marrom-avermelhada, ficando escamadas
com uma casca grossa.
Vetor: Ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis)
Melanose
Agente causal
Diaporthe citri (Fawc.) Wolf
Phomopsis citri Fawc.
Sintomatologia
Os sintomas podem ocorrer em ramos, folhas e
frutos, atacando somente órgãos verdes, no início
de florescimento.
Sintomas
Folhas:
pequenas
crostas
levantadas
superficialmente, ásperas ao tato, freqüentemente
dispostas em linhas, curvas e anéis.
As lesões parecem ser de cera, apresentando cor
café ambaraté, café-escura ou quase negra.
Sintoma morfológico: mancha
Morte Súbita dos Citrus (MSC)
Sintomatologia
- diminuição no tamanho, peso e quantidade de
frutos.
Folhas: perdem o brilho e se tornam pálidas em
toda a copa, seguido de perda de turgidez,
desfolha parcial e amarelecimento das nervuras.
- apodrecimento do sistema radicular ocorre
devido ao bloqueio do fluxo de seiva no floema
que pode acontecer antes de aparecerem os
sintomas na copa.
Controle
Envolve alguns riscos fazer afirmações para o
controle ou a prevenção de uma doença, cuja
causa,
ainda
não
está
cientificamente
comprovada.
As recomendações são baseadas no que foi
observado até agora durante pesquisas realizadas
desde o aparecimento da MSC.
Medida mais importante: é não transportar
mudas, borbulhas e cavalinhos das regiões
contaminadas para aquelas onde a doença ainda
não foi constatada.
Nas áreas afetadas: subenxertia com portaenxertos tolerantes - de tangerina Cleópatra, Sunki
ou citrumelo swingle - em árvores sobre limão
Cravo.
Plantar mudas: porta-enxertos tolerantes
Medida: não transportar mudas, borbulhas e
cavalinhos das regiões contaminadas para aquelas
onde a doença ainda não foi constatada.
Áreas afetadas: recomenda-se a subenxertia com
porta-enxertos
tolerantes
-
de
tangerina
Cleópatra, Sunki ou citrumelo Swingle - em
árvores sobre limão Cravo.
Produzir e plantar mudas em diferentes porta-
enxertos tolerantes,
Pinta preta
Agente Causal: Guignardia citricarpa
Disseminação:
dissemina com muita facilidade
dentro e entre os pomares.
Sintomas: tanto em frutos quanto em folhas, são
mais freqüentes nas áreas da planta que ficam
mais expostos ao sol.
Frutos:
-mancha marrom ou mancha dura (lesões escuras
com bordas salientes marrom-escuras, centro
deprimido
contendo
pequenas
pontuações
negras);
- mancha
sardenta
(lesões
pequenas
minúsculas pontuações negras ao seu redor);
com
-mancha virulenta ou mancha negra (lesões
grandes, irregulares com o centro acinzentado e
bordas salientes marrom-escuras ou vermelhoescuras);
- pinta preta ou falsa melanose (lesões pretas, quase
sempre numerosas, pouco deprimidas, com o
centro
pardacento,
apresentando
pontuações
pretas, medindo entre 2 a 6 milímetros de diâmetro,
assemelhando-se aos sintomas da melanose.).
- Suscetibilidade dos frutos vai desde a fase
chumbinho até cinco meses após a queda das
pétalas (pingue-pongue).
Folhas: o centro da lesão tem cor cinza, as bordas
são salientes, marrom-escuras com um halo
amarelado ao redor.
- São raros em laranjas e mais comuns em limões e
tangerinas.
Controle: recomendam-se a retirada dos frutos
temporões infectados,
-recobrir as folhas infectadas caídas cobrindo-as
com o mato existente na linha previamente
controlado com um herbicida pós emergente,
- evitar o trânsito de frutas de regiões onde há
ocorrência da doença,
- evitar a utilização de material de colheita de
outras propriedades em regiões afetadas.
Controle químico: usando-se duas pulverizações
em intervalo de 8 semanas, sendo a primeira logo
após a queda das pétalas das flores.
Os produtos mais indicados são: triazois (25g/i.a.)
+ Mancozeb (160g/i.a.) + Óleo (0,5%) em 100 litros
de água.
- Uma alternativa é a aplicação de Oxicloreto de
cobre (90g/i.a.) + Óleo (0,5%) em 100 litros de água
ou Difenoconazole (10g/i.a.) em 100 litros de água.
Estrelinha ou queda de frutos jovens
Agente Causal: Colletotrichum acutatum
-
Infecta os tecidos de flores e frutos jovens,
provocando a queda prematura desses frutos.
-
Flores
infectadas:
os primeiros
sintomas
aparecem, nas pétalas, sob a forma de lesões
encharcadas de coloração alaranjada.
- Pétalas afetadas adquirem uma consistência
rígida e ficam firmemente aderidas ao disco basal.
- Quando as condições são favoráveis os sintomas
podem aparecer antes mesmo que a flor se abra.
- Após o florescimento: os frutinhos recémformados amarelecem, destacam-se da base do
pedúnculo e caem, deixando os discos basais, os
cálices e as sépalas aderidos.
-Os cálices continuam crescendo, tranformando-se
numa estrutura dilatada, com as sépalas salientes,
semelhantes a estrelas, daí a denominação da
doença de "estrelinha".
- desenvolvendo-se
deformados,
menores que 1 cm de diâmetro.
e
pequenos,
- Praticamente todas as variedades de laranja doce
- limões verdadeiros, as limas ácidas Taiti e Galego
e a laranja Pera.
-Entre as variedades menos afetadas destacam-se
as tangerinas, os tangores e a laranja Hamlim.
Controle químico: proteção das flores com com
um fungicida sistêmico do grupo dos triazois,
intercalados com chlorotalonil ou Mancozeb
(obedecendo um esquema de controle que
proteja a flor desde a fase palito de fósforo até o
fruto no tamanho bola de ping-pong).
Rebulose
Agente causal
Erythricium salmonicolor Berk. & Br
Necator decretus Massee.
Sintomatologia
- As primeiras lesões surgem nas axilas de galhos e
ramos.
- Favorecida com a maior umidade.
- Inicialmente os ramos são cobertos por micélio
branco, brilhante, em leque, que adquire uma
coloração rósea que desaparece posteriormente.
Sintoma morfológico: mancha
- Destacando no ataque às tangerinas, limas doces e
pomelos.
- morte dos ramos com o aparecimento de lesões
que, geralmente, se iniciam nas forquilhas dos
ramos principais.
Medidas de Controle:
-melhorar as condições de aeração da planta por
meio de poda de ramos secos, improdutivos e mal
posicionados (a operação deve ser realizada após a
colheita principal);
- cortar os ramos atingidos cerca de 30 cm abaixo da
margem inferior das lesões;
- pincelar o corte dos troncos e ramos principais,
especialmente as forquilhas com uma pasta cúprica;
destruir pelo fogo todo o material podado.
Químico:
- pulverização sobre as plantas nas zonas de
forquilhas, Chlorotalonil na dosagem de 300g/100 L
de água, em 3 pulverizações, obedecendo um
intervalo de 15 dias.
Sorose
- Doença causada por um complexo de virus causa
sintomas na copa das plantas, especialmente um
intenso descascamento em áreas próximas a
forquilha principal.
-normalmente, apresenta sintomas após o quarto
ano plantio definitivo.
Disseminação: mudas formadas por borbulhas
retiradas de árvores que não apresentem os
sintomas.
Controle: utilização de material de propagação -
borbulhas - limpas da doença por termoterapia,
microenxertia ou pelo uso de clones nucelares.
Exocorte
Doença causada po viróides que circulam na seiva
da planta, e são disseminados pelas mudas.
Sintomas: ocorrem nos porta-enxertos, com
descascamento dos tecidos superficiais seguidos
de um acentuado nanismo.
Cachexia (Xiloporose)
- causada por um viroide e transmitida por
borbulhas.
- As
plantas
afetadas
ficam
intensamente
ananizadas e as folhas com intensa clorose que
descolore inteiramente as folhas, porém são
reversíveis com a adubações específicas.
Sintomas no tronco do porta-enxerto: são
pequenas saliências semelhantes a porosidades
na superfície do xilema, logo abaixo da casca.
-Sem aparecer externamente, formam-se bolsas
de goma que são maiores ou menores em função
da suscetibilidade das variedades e idade das
plantas.
Controle: microenxertia ou por meio da obtenção
de clones nucelares.
Tristeza
Agente causal CTV Citrus tristeza virus
Sintomatologia
Tristeza clássica ou declínio rápido: Profundas
mudanças anatômicas na região da enxertia é a
característica principal nesse tipo.
-Há a formação de células cromáticas, colapso e
morte dos tubos crivados.
- Ocorrem degradação e superprodução de células
do floema, acúmulo e invasão de floema não
funcional no córtex, que interrompem o fluxo de
seiva e acabam por apodrecer e matar as radicelas.
- Posteriormente, as folhas ficam descoloridas,
bronzeadas, quebradiças, com amarelecimento da
nervura principal, ou amarelecimento total das
folhas velhas.
Canelura:
Se
caracteriza
por
depressões
longitudinais que se formam no lenho das plantas,
associado com virescência.
Verrugose
- é a mais frequente tanto em sementeiras e
viveiros como em pomares, afetando somente
frutos de laranjas doces.
- Causada por três espécies de fungos: na laranja
Azeda, pomelos, limões verdadeiros, limão Cravo,
Volkameriano, Rugoso é causada pelo fungo
Sphaceloma fawceti;
- tangerinas é causada por S. fawceti var. scabiosa,
nestes casos afetando folhas ramos e frutos
- laranjas doces afetando somente os frutos e
causada por S. australis.
Sementeiras e viveiros: afetando os principais
porta-enxertos utilizados na citricultura, os tecidos
jovens são preferencialmente atacados, causando
deformações em folhas e ramos novos com lesões
salientes e ásperas.
- Os
sintomas
iniciais
nas
folhas
ainda
transparentes são pequenas manchas pontuais
brilhantes e aquosas.
- Controle: preventivo
Pomares:
-laranjas doces, o fungo afeta somente os frutos
durante os 3 primeiros meses de vida, sendo que as
lesões no fruto maduro serão maiores quanto mais
cedo o fruto for atacado.
- As lesões são corticosas, salientes e irregulares,
medindo em torno de 1,0 a 3,0 mm de diâmetro
podendo agruparem-se prejudicando grandes áreas
do fruto.
- Neste caso, o período mais importante para o
controle é na floração, na fase de frutos chumbinho,
(em início de formação).
- Recomenda-se a primeira aplicação preventiva
quando 2/3 das pétalas tiverem caído com um
fungicida sistêmico do grupo dos triazois,
- segunda aplicação 20 a 30 dias após a primeira, ou
mais cedo se o período for chuvoso com um
produto à base de cobre (oxido cuproso 100 g/ 100
L de água ou oxicloreto de cobre 150-300 g/ 100 L
de água) ou mancozeb (250g/ 100 L de água ).
-Como o uso de fungicidas pode favorecer o
aparecimento de cochonilhas, recomenda-se a
adição de óleo emulsionável à calda fungicida nas
dosagens recomendadas.
- As aplicações em mistura com óleo mineral
emulsionável não devem ser feitas sobre os frutos já
desenvolvidos para evitar sintomas fitotóxico de
mancha estrelada.
Principais Doenças da Goiabeira
Considerações iniciais
A goiabeira, Psidium guajava, pertence à família Myrtaceae e é uma espécie originária da
América do Sul, cujo cultivo vem se expandindo a cada ano, em virtude de sua grande
aceitação na indústria de sucos, doces e no mercado de frutas in natura (CARRARO & CUNHA,
1994).
A goiaba no Brasil há algumas décadas se encontram em um momento especial, com
excelentes possibilidades de melhorar o setor industrial e de mercado in natura (PIEDADE
NETO, 2002). As exportações de goiaba e seus produtos industrializados ainda são pequenos, o
que faz a produção brasileira ser voltada exclusivamente para o mercado interno (PIEDADE
NETO et al., 2006).
No entanto a grande demanda por mudas e outros materiais de propagação por parte de
fruticultores de todas as regiões do país tem favorecido a disseminação de doenças causadas
por bactérias, fungos e nematóides, por meio de mudas contaminadas (JUNQUEIRA & COSTA,
2002).
Um dos fatores limitantes ao cultivo de goiabeira em algumas regiões brasileiras são as doenças
que afetam a cultura, causando prejuízos econômicos ou ainda, inviabilizando o cultivo em
certos locais, como é o exemplo da bacteriose ou seca dos ponteiros.
Bacteriose ou seca dos ponteiros (Erwinia psidii Rodrigues Neto et al.)
A seca dos ponteiros foi descrita em 1982, nos municípios paulistas de Valinhos
e Pindamonhangaba (RODRIGUES NETO et al., 1987). Posteriormente, foi
registrada em Minas Gerais (Romeiro et al., 1994), no Espírito Santo (Oliveira et
al., 2000) e no Distrito Federal (Lima et al., 1999; Junqueira et al., 2001; Uesugi
et al., 2001). A doença é favorecida por temperaturas elevadas e alta umidade
relativa. Não foram encontrados relatos de resistência genética em Psidium
guajava à bactéria, e as medidas de controle recomendadas são o corte e a
destruição de ramos atacados. Deve-se evitar poda ou colheita quando a planta
estiver umedecida e recomenda-se a pulverização com cúpricos após as podas e
a partir da floração (RIBEIRO et al., 1985). Essa estratégia, entretanto, não tem
garantido um controle da doença (Romeiro et al., 1994), levando-se em conta
que o uso de cúpricos pode provocar fitotoxicidade em frutos jovens (25 a 35
mm de diâmetro), inviabilizando-os para a comercialização destinada ao
mercado de frutas frescas (GOES et al., 2004).
Não há registros da ocorrência da bacteriose em outros países e, apesar da sua
importância para a cultura da goiabeira no Brasil, não há estudos sobre sua biologia,
características de distribuição e prevalência da doença nas áreas de cultivo. Os testes de
patogenicidade existentes são longos e dispendiosos, considerando-se o tempo
necessário à obtenção de mudas provenientes de sementes ou do enraizamento de
estacas. E. psidii não sobrevive por muito tempo em cultura, sendo necessárias repicagens
sucessivas que podem levar os isolados a perder a patogenicidade ou se tornarem
atípicos.
Esta doença tem grande importância devido à mumificação dos frutos jovens. A seca-dosponteiros da goiabeira é uma doença conhecida só no Brasil, existindo registros em várias
regiões do estado de São Paulo e no Distrito Federal. Erwinia psidii é um patógeno
exclusivo da goiabeira (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
Sintomas:
Os sintomas típicos da doença são a seca dos ponteiros e a mumificação dos frutos
recém-formados.
Em folhas o ataque da bactéria ocorre apenas nas mais jovens, mostrando-se murchas,
avermelhadas e irregulares na lâmina foliar, evoluindo para uma coloração bronzeadoescura tanto nas folhas quanto nos ramos do ponteiro; as nervuras tornam-se marrons,
secam e ficam penduradas nos ponteiros mortos (UESUGI et al., 2001).
As flores podem ser afetadas diretamente pela bactéria, tornando-as escuras e
provocando o aborto das mesmas (LIMA et al., 1999).
Os frutos jovens são infectados diretamente pela bactéria, daí ser comum encontrar
frutos mumificados em ponteiros totalmente assintomáticos (JUNQUEIRA et al., 2001).
Quando se faz um corte nos raminhos dos ponteiros, observa-se um ligeiro
escurecimento da medula, acompanhado da destruição dos tecidos, os quais, ao serem
comprimidos, escorrem um líquido claro e denso (LIMA et al., 1999).
A bactéria sobrevive nos ponteiros, folhas mortas e nos frutos mumificados que
persistem na planta por muito tempo (Figura 1).
Disseminação:
A disseminação da doença a longa distância ocorre através das mudas e borbulhas
utilizadas para as enxertias, assim como pelas ferramentas de poda. Dentro do pomar, o
principal veículo de dispersão da bactéria são os respingos da água da chuva ou da irrigação
por aspersão e os insetos que visitam as flores e os frutos infectados.
Períodos chuvosos prolongados, umidade relativa e temperaturas altas são condições que
favorecem o desenvolvimento da doença (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
As variedades de polpa vermelha mostram-se mais tolerantes a E. psidii do que as de polpa
branca.
Medidas para o convívio/controle:
As mudas devem ser sadias, procedentes de viveiros estabelecidos sob estrito controle
da doença. Realizar podas de limpeza freqüentes para retirar do campo todos os
ponteiros secos e os frutos mumificados, os quais devem ser coletados em sacos
plásticos e logo queimados. As ferramentas de poda devem ser desinfetadas com
hipoclorito de sódio 1%, solução de amônia quaternária, ou submergidas em álcool e
logo flambadas, ao passar de uma planta ou plantação para outra. Igualmente, os
operários devem lavar e desinfetar as mãos após a manipulação de cada planta. As podas
devem ser realizadas preferencialmente em horário sem a presença orvalho ou água livre
sobre as plantas e durante as horas mais quentes do dia. Realizar podas de condução de
maneira a garantir a formação de uma copa aberta que permita uma boa circulação do
ar. Planejar a implantação de sistema de irrigação localizada (micro-aspersão ou
gotejamento), visando evitar um microclima favorável ao patógeno. As adubações
nitrogenadas devem ser equilibradas, baseando-se nas análises de solo e foliar.
Pulverizações preventivas com oxicloreto de cobre a cada 15 dias dão bons resultados no
controle da bacteriose (LIMA et al., 1999; UESUGI et al., 2001; JUNQUEIRA & COSTA,
2002).
Ferrugem (Puccinia psidii Wint.)
A segunda doença mais importante da goiabeira, nas nossas condições, é a Ferrugem,
causada por P. psidii Wint. O fungo afeta tecidos novos de órgãos em desenvolvimento, tais
como folha, botões florais, frutos e ramos. Produz manchas necróticas, circulares, de
diâmetro variável até um centímetro. As manchas necróticas se recobrem rapidamente por
uma densa massa pulverulenta, de cor amarelo-viva, podendo causar, em ataques
intensos, perdas na ordem de 80 a 100% dos frutos (PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Este fungo também causa prejuízos semelhantes em eucalipto, araçá-boi, araçá, jambo,
jabuticaba e pitanga (PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Sintomas:
O fungo P. psidii ataca indistintamente todos os tecidos novos das plantas em
desenvolvimento. Em plantas adultas, inicialmente aparecem pequenas pontuações
amareladas e necróticas, que evoluem para manchas circulares, necróticas, de coloração
amarela, recobertas por uma densa e pulverulenta massa, de coloração amarelo-viva,
formada pelos uredósporos e teliósporos do fungo. Com o tempo, essa massa amarela
desaparece, permanecendo somente a área necrótica e seca, freqüentemente
apresentando rachaduras. Em condições favoráveis, as lesões coalescem, provocando a
morte do limbo foliar e conseqüente queda das folhas (GONZAGA NETO & SOARES, 1994).
Os frutos são atacados desde as primeiras fases de desenvolvimento, e caem em grande
quantidade. Os frutos infectados que permanecem na planta mumificam-se (GONZAGA
NETO & SOARES, 1994).
Flores e botões florais atacados na fase inicial de desenvolvimento apresentam lesões
circulares, de diâmetro variável, recobertas por uma massa pulverulenta de esporos do
fungo, de coloração amarela (MANICA et al., 2000).
O fungo Puccinia psidii ataca várias plantas da família Myrtaceae, tanto cultivadas quanto
nativas, as quais podem servir de hospedeiros alternativos. Alta umidade relativa e
temperaturas moderadas favorecem a ocorrência da doença (PICCININ & PASCHOLATI,
1997).
Práticas Culturais de Controle:
Promover um melhor arejamento e insolação do pomar através de podas e
desfolhas. Realizar a poda em períodos com condição climática desfavorável à
ocorrência da doença. Realizar adubação adequada, de acordo com a análise do
solo, evitando excesso de adubação nitrogenada. Erradicar das proximidades do
pomar variedades muito susceptíveis e/ou Myrtaceas que possam servir de fonte de
inóculo permanente, e, se possível instalar o pomar em locais que apresentem baixa
umidade relativa ou menor período chuvoso (PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Controle Químico:
Pulverizações preventivas com fungicidas cúpricos podem ser realizadas em frutos
com até 3 cm de diâmetro. Após este tamanho, os frutos são sensíveis ao cobre.
Quando as pulverizações preventivas não controlarem a doença, realizar
pulverizações curativas com o uso de produtos à base de oxicloreto de cobre,
hidróxido de cobre, óxido cuproso e calda bordalesa (PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides Penz.)
Também conhecida como mancha chocolate, a antracnose da goiabeira é causada pelo
fungo C. gloeosporioides Penz, e causa danos medianos a severos, principalmente em
pomares velhos, fechados e mal cuidados. Característica doença de pós-colheita, o fungo
afeta frutos em estádio de maturação adiantada. O fungo C. gloeosporioides (Penz.) Sacc.
tem como teleomorfo (fase sexuada) Glomerella cingulata (Stonem) Spauld. et Schrenk
(MENDES, et al., 1998).
Esta doença causa danos considerados entre medianos a severos e ocorre com maior
incidência em pomares velhos, fechados e mal cuidados, e os sintomas podem aparecer
nas fases de florescimento, maturação e pós-colheita (JUNQUEIRA, 2000).
A antracnose é uma doença comum da goiabeira em toda a América do Sul, América
Central e sul dos Estados Unidos, também existem registros da doença na Índia e África do
Sul. No Brasil, existem registros publicados apenas no Distrito Federal e no Ceará, neste
último é considerada a doença que causa maior prejuízo nas frutas maduras; acredita-se
que a doença esteja presente em todas as regiões produtoras de goiaba do país
(JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
Colletotrichum gloeosporioides é um patógeno onívoro, com um amplo círculo de
hospedeiros, capaz de atacar diversas espécies das famílias Amaranthaceae, Chenopodiacea,
Cucurbitaceae, Dioscoreacea, Leguminosae, Malvaceae, Solanaceae, Rosaceae, entre outras
(PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Sintomas:
Os sintomas típicos da doença são o crestamento dos ramos e folhas e as manchas
escuras e irregulares em folhas e frutos.
As lesões nas folhas são pouco características, aparecendo como manchas irregulares,
escuras e secas, com tendência a induzir o crestamento da lâmina foliar. Os órgãos mais
afetados são os frutos, podendo ser infectados em qualquer fase do desenvolvimento,
mas os sintomas são mais severos nos frutos maduros ou em amadurecimento. As
lesões aparecem como manchas deprimidas, arredondadas, tornando-se irregulares,
marrom-escuras ou negras. Além do progresso externo da lesão sobre a casca, também
progride para o interior da polpa, apodrecendo-a, e os tecidos escurecem e adquirem
uma consistência flácida; sob condições favoráveis, a podridão pode ocupar quase todo
o fruto. As lesões ocorrem nos ramos verdes, apresentando-se como estrias negras e
deprimidas (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
O fungo sobrevive nos ramos infectados da planta ou nas folhas e ramos infectados
cortados ou caídos naturalmente, deixados no solo do pomar.
Disseminação:
A doença é disseminada a longa distância através das mudas ou das borbulhas para enxertia
infectadas; igualmente, os frutos que manifestam a doença depois de armazenados, podem
ser comercializados em lugares muito distantes do seu lugar origem e carregar o patógeno,
que pode estabelecer-se em outras culturas, dado o caráter onívoro do patógeno. Dentro do
pomar, os conídios são disseminados principalmente pelos respingos da água da chuva ou
da irrigação por aspersão e pelos insetos que visitam as flores ou os frutos maduros no pé
(PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Condições predisponentes:
Períodos chuvosos prolongados que propiciam a permanência de uma lâmina de água livre
sobre os tecidos suscetíveis e temperaturas amenas (18-22 °C), assim como ferimentos ou
outros tipos de injúrias superficiais são condições que favorecem o desenvolvimento da
doença (MENDES, et al., 1998).
Controle:
Não há referências sobre cultivares de goiabeira com algum tipo de resistência a C.
gloeosporioides.
As mudas devem ser produzidas em locais longe dos pomares com incidência da antracnose
para garantir que estejam livres da doença. Vistoriar periodicamente o poma, eliminar e
queimar todos os órgãos que apresentem sintomas evidentes da doença na planta e,
também, os ramos e folhas no solo. Realizar podas de condução que permitam estabelecer
uma copa aberta para melhorar o arejamento e a entrada dos raios solares, visando
diminuir a umidade no interior das plantas; igualmente, as plantas devem ser plantadas de
maneira que permitam a circulação do ar entre elas. Evitar adubações com excesso de
nitrogênio. Evitar o ensacamento dos frutos, prática que facilita o estabelecimento do
fungo. Realizar pulverizações com fungicidas protetores para reduzir o potencial de inóculo
dentro do pomar (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
Verrugose (Agente causal desconhecido)
Esta doença tem sido verificada com certa freqüência em muitos pomares de goiabeira,
principalmente nos industriais, e são perdas de até 100% na produção de frutos. Em
ataques severos, os frutos podem ficar totalmente deformados, portanto, sem valor
comercial (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
Sintomas:
Esta doença não se manifesta em folhas e brotações. Nos frutos, os sintomas iniciais são
caracterizados pelo aparecimento de manchas aquosas e irregulares com tonalidade
verde-escura, quando estes apresentam em torno de 1 mm de diâmetro. Botões florais e
até frutos em desenvolvimento próximos do ponto de maturação podem ser atingidos,
mas é mais freqüente em frutos com diâmetro inferior a 3 cm. Com o tempo, nos locais
onde as lesões ou manchas se originaram, ocorre uma reação de cicatrização, formandose um tecido necrótico e endurecido, podendo atingir de 2 a 5 cm de diâmetro.
Aparentemente ocorre uma reação dos tecidos de maneira a promover isolamento das
áreas necróticas, possibilitando ser destacados manualmente ou cair naturalmente. Em
caso de coalecência das lesões, os frutos podem se tornar completamente deformados e
depois cair (PICCININ & PASCHOLATI, 1997).
Controle:
Realizar podas de limpeza e o controle utilizado para ferrugem e antracnose se mostra
bastante eficiente para o controle desta doença (JUNQUEIRA & COSTA, 2002).
Considerações finais
Atualmente, a eficiência do controle das doenças fúngicas e bacterianas não se restringem a
simples prática de pulverizações com defensivos e sim, com a implantação de um manejo
integrado de doenças, que deve estar baseado em um efetivo planejamento na implantação
do pomar, envolvendo: aquisição de mudas certificadas; poda de formação em taça aberta
na cv. Pedro Sato, que possui hábito de crescimento vertical; podas sistemáticas de limpeza
de ramos na parte interna da copa; trituração dos ramos podados; implantação de sistema
de irrigação localizada; horário de poda; adubação equilibrada e eliminação de folhas, ramos
e frutos sintomáticos.
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Principais Doenças dos Citrus