Compre este livro. Algo acontecia em casa da Maria. Pela janela apesar de saía fumo, não haver nenhum incêndio. Alguém gritava, mas não chamava os bombeiros. As vozes diziam: - Maria, come a sopa! A Maria via as massinhas a boiar naquele lago de águas amarelas, fumegantes e borbulhantes, e não se atrevia a ferrar-lhes o dente. -A sopa queima, mamã! Então a mãe disse-lhe o que as mães dizem sempre: - Então sopra, filha, sopra. A Maria encheu o peito de ar e soprou, ressoprou e voltou a soprar. Soprou até não poder mais. Soprou muito. Porém, por mais que soprasse a Maria, a sopa não arrefecia. Ainda assim, decidiu prová-la. -Aaaah! -O que foi, Maria? – perguntou a mãe. - A sopa ainda queima. - Então sopra, filha, sopra. - Já soprei , mãe, já soprei. - Então sopra mais, filha, sopra mais. Mas a Maria já não conseguia soprar mais, por isso, disse a um rinoceronte que ia a passar por ali: - Rinoceronte, por favor, sopra-me a sopa. - Sopra tu, sua descarada! – disse o rinoceronte. - Já soprei, mas não foi suficiente. - Então está bem. O rinoceronte inspirou e soprou. Soprou até não poder mais. Soprou muito. O rinoceronte bem soprava, todavia a sopa não arrefecia. Ainda assim, a Maria meteu a colher na sopa, levou-a à boca e … - Aaaaaah! O morcego que dormia no candeeiro acordou sobressaltado. - Morcego, anda cá, desce e sopra-me a sopa. - Não, eu não vou soprar. - Vá lá…, que eu e o rinoceronte não conseguimos arrefecê-la. - Não, não é isso. O morcego pôs-se na beira do prato, abriu e bateu as asas. Bateu até não poder mais. Bateu muito. O morcego bem batia, mas a sopa não arrefecia. Ainda assim, a Maria meteu a colher na sopa, levou-a à boca e … - Aaaaaaaah! Nesse mesmo momento ouviu uma voz que lhe bichanava atrás da orelha: - Maria, eu podia-te ajudar. - Ena, uma formiga! Ajudar-me tu, assim tão pequenina? - Alto aí, grandalhona que se eu assobiar, vem aí o formigueiro inteiro. -Boa! Que ideia! Então assobia, e vejamos. A formiga assobiou, como só elas sabem, e apareceram em fila indiana as trezentas e setenta mil formigas do seu formigueiro. Puseram-se todas junto ao prato formando uma montanha e, depois de contarem até três, sopraram, ressopraram e voltaram a soprar. Tanto sopraram, que provocaram uma tempestade na sopa. Sopraram tanto, que as massas se viram sacudidas por pequenas ondas, para elas gigantescas, e por fortíssimas correntes e remoinhos. E quando as formigas acabaram de soprar a sopa já tinha deixado de fumegar. A Maria provou a sopa e pareceu-lhe que já não queimava. Provou uma e outra vez. Nem estava demasiado quente nem demasiado fria. E continuou a provar, a provar… Passado um bocadinho, ouviu a voz da mãe: - Maria, come a sopa! - Não consigo, mãe. - Ainda queima? - Não, não é isso. - Então o que foi agora, Maria? - Mãe, não consigo comer a sopa porque já não há mais. Acabou-se o que era doce! Clique na capa.