Discussão GT-ANS Estabelecimento de critérios para o ROL Rafael Kaliks Oncologista Clínico – HIAE Diretor Científico – Instituto Oncoguia Declaração de conflitos de interesse • Consultório no Hospital Israelita Albert Einstein • NÃO há ganho com quimioterapia • Diretor Científico no Instituto Oncoguia: voluntário • Passagem aérea para esta reunião é paga pelo Oncoguia • Aulas/atividades remuneradas: Roche, Novartis, Janssen, Boehringer, Novartis • Em 2014, representou 3% do total de ganhos financeiros • Financiamento de projetos e pesquisa: PROAD, PRONON • Participação em congressos: Roche, Janssen, Novartis ANVISA – Registro e bula segurança e eficácia SUS CONITEC/SAS = PCDTs • • • • • • Considera efetividade Considera orçamento Custo pode ser maior que a APAC = ônus do CACON/UNACON Médicos pode prescrever o que cabe na APAC ou o que o CACON cobre acima disso Acesso limitado a tratamentos mais inovadores Heterogeneidade dentro do SUS APAC Textos escritos há anos, limitado número de tumores contemplados Ano da pesquisa bibliográfica Pesquisa até 1/2012 Pesquisa até 1/2012 2012 2011 publicação 9/2014 2012 publicação 9/2014 2012 Pg 175: Erlotinibe ou Gefitinibe para EGFR mutado Pg 177: custo cabe ao hospital Melanoma metastático: oferece quimioterápicos SABIDAMENTE ineficazes, ignora novas moléculas Mama: • Não recomenda Trastuzumabe na dça metastática; • Não incluiu Pertuzumabe, T-DM1, muito importantes para o melhor tratamento ANVISA – Registro e bula segurança e eficácia Saúde Suplementar ANS • Endovenosos: ANVISA >> CMED >> uso clínico • Orais: ANVISA >> CMED>>ROL da ANS • ROL de 2/2 anos = pacientes deixam de ter acesso a bons tratamentos • ROL discutido droga a droga Número limitado de tumores contemplados Publicação: 2011 Referência MAIS RECENTE: • Ca mama, terapia endócrina e terapia alvo: 2010 • Ca de reto: 2009 • Ca de colo de útero: 2009 Revisão do Rol: principais diretrizes 1. Avaliação de tecnologias com evidências de segurança, eficácia, efetividade (Avaliação de Tecnologias em Saúde-ATS); Avaliação de tecnologias já aprovadas pela AMB- Associação Médica Brasileira e incorporadas à CBHPM; Avaliação de tecnologias aprovadas pelo Ministério da Saúde- MS e incorporadas pela CONITECComissão Nacional de Incorporação de Tecnologias; Exclusão de procedimentos obsoletos, sem segurança clínica ou com evidências de qualidade insuficientes, a partir dos princípios da Medicina Baseada em Evidências; Exclusão ou não inclusão de tecnologias não aprovadas pela AMB- Associação Médica Brasileira e não incorporadas à CBHPM; Exclusão ou não inclusão de tecnologias reprovadas pelo Ministério da Saúde e não incorporadas pela CONITEC; Inclusão de novas Diretrizes de Utilização –DUT ou Diretrizes Clínicas –DC para os procedimentos a serem incorporados, visando a introdução de uma lógica voltada para o melhor cuidado em saúde e melhores práticas médicas, ao invés da simples incorporação de procedimentos a uma tabela de coberturas obrigatórias; Revisão de diretrizes (DUT ou DC) desatualizadas; 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 7 1. Como será a Tratativa usada de fato? • Limitar prescrição médica? • Servir como material educativo? • Qual a frequência de atualização? 2. A forma de abordar os dados foi homogênea? • Qual a definição de “BENEFÍCIO CLÍNICO MARGINAL” ? • Qual o parâmetro usado para a custo-efetividade ser aceitável ? • Por que as críticas a estudos com base em “financiamento da indústria”? • Por que alguns capítulos descrevem longamente a doença, outros são extremamente resumidos? 3. Consideração sobre “legalidade” • Desconsideração do que consta em bula • Desconsideração do ROL da ANS • Afirmação de que isto é “apenas uma fonte de informação” não se sustenta 3. Considerações técnicas • Com que base limita endpoints validos apenas a Sobrevida Global e Qualidade de Vida? • Como se decide ignorar SLP como surrogate ? • Doenças com Sobrevida Pós Progressão longa têm o problema dos tratamentos subsequentes interferindo na SG!!! • Como avaliará tecnologias com base em nova forma de estudos (basket studies) ? 3. Considerações técnicas • SG é o determinante de aprovação de novas drogas pelo FDA em MENOS DE 15% dos casos, atualmente • Mudança de paradigma: subgrupos de doença com alvos específicos = número limitado de pacientes, uso de endpoints intermediários 4. Exemplos de conclusões das quais discordamos a) Abiraterona em câncer de próstata pré-QT • Interrupção do estudo na segunda análise interina criticada: QUAL é o problema?? • A PERSISTÊNCIA dos investigadores no seguimento permitiu documentar ganho de SG, na 3ª análise!!! • Este resultado final PROVOU ter sido correto interromper o estudo! • O melhor momento para uso da abiraterona é ANTES da QT! • ROL da ANS: aprovado 4. Exemplos de conclusões questionáveis b. Vemurafenibe em melanoma metastático com mutação de BRAF • Sugestão da Tratativa: excluir • Medicação proporciona ganho de SLP e SG (1,5meses) • Tornou-se padrão, tornou-se braço comparador para TODOS os estudos subsequentes nestes pacientes • Criticada Taxa de suspensão/redução de dose, mas isto É NORMAL EM ONCOLOGIA!!! • Tratativa ignora mutação V600K, dados com seguimento mais longo 4. Exemplos de conclusões questionáveis c. Everolimus em câncer de mama • Sugestão da Tratativa: excluir • Câmara Técnico afirma que dados de SG não foram descritos. Foram publicação na segunda metade de 2014. • Desprezado ganho significativo de SLP, que era o objetivo primário • Desconhece dados de SG (que não foi diferente estatisticamente, 31 vs 26m) • Mesmo SEM ganho de SG, nenhum país tirou da bula!! 4. Exemplos de conclusões questionáveis d. Carcinoma renal metastático • Recomenda EXCLUSÃO de Sunitinibe, que foi melhor que Interferon. Recomenda MANTER interferon!!! • Sunitinibe estatísticamente igualmente eficaz que Pazopanibe, avaliação de QOL melhor no Pazopanibe, MAS Sunitinibe já vem sendo usado de maneira mais bem tolerada (3+1) • Retirar do ROL significa tirar a concorrência que é a única ferramenta de regulação de $$$ • Anastrazol/Letrozol? Gefitinibe/Erlotinibe? 5. Exemplos de problemas • Neoadjuvância em mama: esqueceram de esquemas de atraciclina e taxano sequenciais • Adjuvância em ca mama Her2+: seleção de pacientes para Trastuzumabe é conservadora. • Ignoram esquema TCH. • Ignoram dados de adjuvância com TaxanoTrastuzumabe apenas • Esqueceram de adjuvância hormonal na prémenopausa • TODOS sentimos o mesmo desconforto com a existência de “duas medicinas” em um mesmo país • Enquanto o SUS não puder prover assistência à saúde de qualidade, a saúde suplementar tem que ser uma opção • Saúde suplementar não pode seguir regras com base nas limitações financeiras do SUS (assim como educação privada não pode seguir o que se faz ou deixa de fazer na educação pública) • Temos que repensar PROFUNDAMENTE os critérios para registro quanto de incorporação tanto no SUS quanto na Saúde Suplementar