•Revendo experiências
• Capítulo 1 – Renovação
•Capítulo 2 – Aniceto
• André era um homem renovado pelo
conhecimento da vida espiritual. Depois de
vencida a superação do relacionamento
familiar, estava aberto a novas experiências.
Assim, Narcisa incentivou-o a realizar novos
cursos de serviço.
• André possuía as horas de trabalho necessárias
para justificar tal providência. Comunicando
seus novos propósitos a Tobias, este obtém junto
ao Ministro Genésio da Comunicação a
autorização. Dessa forma, certa noite, Tobias e
André se dirigem à casa de Aniceto.
Aniceto trabalhara com Tobias no
Ministério da Regeneração, no Auxílio e
agora era instrutor no Ministério da
Comunicação. Aniceto, ao contrário de
Tobias, não se consorciara em “Nosso
Lar”. Vivia junto a cinco amigos que lhe
foram discípulos na Terra, em edifício
confortável.
Aniceto os recebe gentil. Tobias apresenta André como
ex-médico na Terra e em tarefa de reajustamento na vida
espiritual e Aniceto aproveita para informar que o
Departamento afeto à sua responsabilidade só aceita
cooperadores interessados na descoberta da felicidade de
servir e em calar qualquer reclamação de modo a
extinguir antigas vaidades pessoais.
Nos trabalhos destinados à preparação de colaboradores
ativos, Aniceto tinha um quadro de cinquenta aprendizes,
dispondo de 3 vagas e diferentemente de outros
orientadores que se faziam acompanhar por toda a
equipe, dividia a classe em grupos especializados
conforme a profissão dos estudantes, objetivando melhor
aproveitamento
Equipe de Aniceto = 47 pessoas
1 sacerdote católico
1 médico
6 engenheiros
4 professores
4 enfermeiras
2 pintores
11 irmãs do serviço doméstico
18 operários diversos
2.6
•Nos serviços em Nosso Lar, agiam em
conjunto. Nos dias de serviço na crosta
dividiam-se em grupos e reconhecia que tais
tarefas deviam ser esforços espontâneos, no
tempo vasto que cada qual aufere para
descanso e diversão.
•André aceitou as determinações de serviço,
e Aniceto pediu a Tobias que o levasse no
dia seguinte cedo ao Centro de
Mensageiros.
O centro de
Mensageiros
No dia seguinte, Tobias e André,
demandaram o Centro de Mensageiros
no Ministério da Comunicação.
Uma série de edifícios compunha a
instituição cercada por imensos
jardins.
•André estranhou o tamanho da organização só para
transmitir mensagens à Terra? Ao que Tobias esclareceu que
alí se preparavam milhares de trabalhadores por ano para a
difusão de esperança, consolo e treinamento nos diversos
setores do conhecimento para o progresso do planeta.
•Turmas compactas de aprendizes para a reencarnação ou de
emissários invisíveis são organizadas em Nosso Lar. Mas
existe uma diferença entre a preparação e a realização. Dos
milhares de tarefeiros, raros os que triunfam. Alguns
conseguem execução parcial da tarefa, outros fracassam
totalmente. Médiuns e divulgadores partem daqui porque os
benfeitores superiores desejam intensificar a redenção
humana, mas para isso precisam de renúncia e altruísmo e
poucos servidores toleram as dificuldades e reveses das linhas
de frente.
Muitos trabalhadores recuam diante da tarefa. A
maioria interpreta dificuldades como punições
quando na realidade todo obstáculo é
oportunidade e desafio. Ao chegarem, procuraram
por Aniceto entre diversas turmas de aprendizes
que se dirigiam às aulas.
Localizado Aniceto, Tobias despediu-se. Aniceto
chamou Vicente, o único aprendiz médico da
equipe e pediu a ele que mostrasse ao novo
candidato os regulamentos e depois do meio dia,
encontrar-se-iam para as instruções.
•Vicente era o primeiro colega de profissão em quem
André se aproximara de modo direto. Em pouco mais
de uma hora assemelhavam-se a dois irmãos de
muito tempo. Vicente indagou sobre os parentes
terrestres e André historiou resumidamente sua
história.
•Ao término do relato, Vicente fez referência ao final
feliz e que André não entendeu. Vicente comentou
então que Zélia o respeitara até o fim, e o segundo
matrimônio em tal situação não é de admirar. Mas no
caso dele não foi assim. Começou relatando que após
a diplomação profissional, aos 25 anos, desposou
Rosalinda.
Com boa situação financeira, montou um laboratório
onde Rosalinda também colaborava. Conquanto certo
enfado com os tubos de ensaio, sabia calar
contrariedades em favor da felicidade doméstica
como mãe e companheira. Dez anos de ventura
conjugal se passaram.
Por essa época, seu irmão Eleutério, advogado,
solteiro, passou a frequentar sua casa. E Rosalinda
começou a mudar. Contratou uma auxiliar para
substituí-la junto aos filhos, afastou-se do laboratório
e preferia o cinema ou a estação de repouso em
companhia de Eleutério.
•Isso entristecia Vicente, mas ele não desconfiava
da conduta do irmão, sempre criterioso em
família. A vida doméstica antes feliz tornou-se
amarga. Iludia-se com o trabalho quando uma
pequena espinha no nariz, levemente ferida levouo a uma infecção generalizada. Ao chegar a
“Nosso Lar”, restabeleceu-se e voltou ao lar para
encontrar Rosalinda casada em segundas núpcias
com o irmão. Nesse ponto da narrativa, André
comentou a coincidência das duas histórias. Mas
Vicente explicou que eram diferentes.
Na realidade, ele fora assassinado. Por influência
do irmão advogado, embora o divórcio pudesse ser
obtido na época, um novo casamento seria um
escândalo. Assim, Eleutério sugeriu a Rosalinda
inocular certa cultura microbiana na minúscula
espinha.
André indagou então a respeito de justiça e da atual
situação do casal, e Vicente esclareceu que
aparentemente estão felizes; gozam de fortuna e
alto conceito social, mas a justiça virá a seu tempo,
tanto no bem quanto no mal... primeiro a semente...
depois os frutos.
Capítulo 5 – Ouvindo instruções
Capítulo 6 – Advertências profundas
A palestra de
Telésforo
•Num grande salão, Aniceto aguardava André e Vicente.
Homens e mulheres aparentando idades diversas ocupavam o
extenso salão em silêncio. A palestra estaria a cargo de
Telésforo, antigo colaborador do Ministério da Comunicação.
Estavam presentes todos os aprendizes do intercâmbio entre
desencarnados e encarnados.
•Logo após, Telésforo penetrou o recinto e após saudar a
todos, destacou a presença de médiuns e divulgadores da
Doutrina Espírita que faliram na tarefa e outros colegas que
se preparavam para experiências dessa natureza na Terra, em
seguida foi direto ao tema central: a necessidade de
colaboração da colônia junto aos encarnados.
•E continuou: a mente humana abre-se cada vez mais para o mundo
invisível, isto é uma fatalidade evolutiva. Mesmo desejando ajudar os
espíritas sofrem a oposição das correntes do próprio espiritualismo. A
Igreja Romana nos rotula de demônios, a Reforma Protestante também.
•Mesmo tendo trazido grandes contribuições à humanidade, as religiões
acham que a evolução humana se dá com rituais e fé sem obras. Aqui,
ninguém espere subir espiritualmente, sem esforço, sem suor e sem
lágrimas. Centenas de companheiros saem daqui do Centro de
Mensageiros, aliando necessidades de resgate e serviço em nome do
Cristo.
•A maioria fracassa ruidosamente, alguns alcançam resultados parciais e
raríssimos conquistam pleno êxito nos delicados misteres da mediunidade
e da divulgação espírita. Nesse momento, Telésforo encerrou a preleção
deixando todos impressionados enquanto André observava alguns
participantes chorando em silêncio.
A queda de
Otávio
Capítulo 7
Após a palestra, Aniceto considerou como trabalho
útil toda conversação sadia que enriquecesse
conhecimento, assim todos recebem remuneração
em bônus como se estivessem em cooperação ativa.
A QUEDA DE OTÁVIO
André e Vicente aproveitaram para saber de Otávio
a sua experiência. André apresentou-se como
médico falido, mas Otávio considerou que André,
tinha a seu favor o fato de ignorar o conhecimento
espírita, mas o mesmo não acontecia com ele.
Otávio chegou a “Nosso Lar” após encarnação anterior difícil e preparouse durante 30 anos para voltar à Terra em tarefa mediúnica. Teria o corpo
físico sadio, para o trabalho de consolação às criaturas. O matrimônio não
estava previsto, não que o casamento possa colidir com o exercício da
mediunidade, mas porque o seu caso particular assim o exigia.
Otávio possuía cultura evangélica, contatava amigos invisíveis, recebia
mensagens e mesmo assim caiu. Estudiosos, crentes e simpatizantes de
qualquer fé, podem alegar ignorância, mas sacerdotes não têm desculpa. O
mesmo ocorre na tarefa mediúnica. O tarefeiro possui um patrimônio de
certezas que não o exonera de responsabilidades.
Não obstante solteiro, aos 20 anos, deveria receber 6 amigos que
intercederam por ele, que chegariam ao seu círculo como órfãos. A luta
pela sobrevivência evitaria as sugestões inferiores do sexo e de outras
ambições. Ficou acertado que as atividades começariam com muitos
sacrifícios para não enfraquecer suas fibras na realização. Na medida da
determinação na tarefa, recursos seriam enviados.
Tudo combinado, Otávio reencarnou. Sua mãe era espírita desde moça, o
pai materialista, mas um homem de bem. Aos 13 anos Otávio ficou órfão de
mãe e aos 15 começaram os primeiros chamados da esfera invisível.
Parentes o levaram a um grupo de boa orientação doutrinário-evangélica
onde as faculdades mediúnicas de Otávio seriam postas a serviço dos
necessitados. A crítica aos atos alheios dificultava seu desempenho.
Mas não faltou incentivo dos espíritos. Tais incentivos foram levados por
Otávio a conta de alucinações. Otávio procurou um médico que lhe
aconselhou experiências sexuais. Com 19 anos entregou-se ao abuso das
faculdades criadoras. Ao tentar conciliar à força prazer sexual delituoso e
dever espiritual, afastou-se dos ensinos evangélicos.
Com a morte da mãe, o pai de Otávio casa-se pela segunda vez. Aos 3 filhos
somam-se mais 3. Aos 20 anos, o pai de Otávio desencarna, deixando 3
filhos do primeiro e 3 do segundo casamento. A viúva pede ajuda de Otávio
para as 6 crianças ainda pequenas. Otávio se afasta da responsabilidade
lançando seus 6 credores ao destino.
Em seguida engravida uma mulher e foi obrigado a
casar. A esposa era uma criatura muito inferior e
atraiu uma entidade monstruosa que nasceu seu
filho. Mãe e filho o atormentaram até os 40 anos,
quando Otávio sifilítico e alcoólatra, desencarna sem
construir coisa alguma no bem.
O desastre de
Acelino
Capítulo 8
Em seguida Acelino se aproximou e falou ao exmédium: “- Não chore meu caro. Você perdeu a
partida porque não jogou, eu a perdi jogando
desastradamente. Vivi 11 anos nas zonas inferiores e
mesmo assim confio na providência”.
“Minha queda é mais grave. Parti de Nosso Lar no
século 19. Teria saúde do corpo e equilíbrio da
mente. Ruth seria a devotada companheira a
colaborar comigo. Aos 20 aos fui chamado à tarefa
mediúnica. A vidência, a audição e a psicografia se
apresentaram como fatores de trabalho. Mas...
transformei minhas faculdades em fonte de renda
material.”
“Não me dispus a esperar pelos abundantes recursos que me
seriam enviados mais tarde, após os testemunhos no trabalho e
eu mesmo busquei a solução lucrativa. Os sacerdotes católicos
não recebiam? Se pagamos pelos serviços do corpo, porque não
aos da alma? Certo que o trabalho essencial era dos espíritos,
mas eu era o intermediário! Era justa a minha retribuição.”
“Fui alertado pelos companheiros encarnados, mas arbitrei o
preço das consultas e meu consultório encheu de gente. Com
isso acionei ligações a entidades perniciosas.”
Ao término da narrativa, Vicente observou que Acelino não
cometeu assassinatos, não espalhou o mal deliberadamente,
mas Acelino interrompeu e disse: “Mas fiz viciados da crença
religiosa, mutilados da fé e aleijados do pensamento”.
A falha de
Mariana
Capítulo 9 – Ouvindo impressões
Vicente levou André até outro grupo, onde Mariana, uma senhora
simpática, comentava com duas amigas que não conseguiu cumprir sua
tarefa mediúnica em função dos fortes laços de família, e explicou: “Algo
falava dentro de mim para o desempenho da tarefa, mas... e o marido?
Amâncio nunca se conformou. Se os enfermos me procuravam para o
receituário... ficava bravo. Se os companheiros da Doutrina me convidavam
aos estudos... revoltava-se. Chegava a mobilizar as filhas contra mim. Como
atender as obrigações, se as brigas se sucediam?”
Nesse instante uma das amigas mais seguras de si refletiu que sempre temos
recursos e pretextos para fugir às responsabilidades. Sempre há alguns
minutos na semana e pequenas oportunidades para fazer o bem. Lembrou
que ela poderia conquistar o entendimento do marido e também a
colaboração das filhas se trabalhasse em silêncio, mostrando disposição
para o sacrifício. Os atos são mais contagiosos que as palavras e para
trabalhar com eficiência é preciso calar. Se usarmos as receitas que
fornecemos aos outros...
A falha de
Benita
Ao nosso lado, outro grupo de senhoras conversava
animadamente. Ernestina indagava à mais jovem,
qual a causa do seu desastre? A jovem respondeu que
foi o medo. Medo de tudo e de todos.
Mas como Benita: “Mas você foi muito preparada e
seu aproveitamento era padrão para nós outras.” De
fato disse a jovem: “Fui preparada, mas desconfiava
dos homens, dos Espíritos e até de mim mesma. Nos
encarnados estudiosos via pessoas de má fé, nos
irmãos invisíveis... espíritos brincalhões. Meus amigos
me achavam virtuosa, mas eu não passava de enferma
voluntária cheia de aflições inúteis”.
A experiência
de Joel
André acompanhou Vicente que perguntou a Joel,
como iam as vertigens. Joel disse que ia diariamente
às aplicações magnéticas dos Gabinetes de Socorro
no Ministério do Auxílio. Estava mais forte e as
crises mais espaçadas. Vicente pediu então que ele
contasse sua história a André Luiz.
Joel começou dizendo que sua tarefa mediúnica
exigia sensibilidade mais apurada. Assim, o
Ministério do Esclarecimento, aplicou tratamento
especial, aguçando-lhe as percepções. Partiu então
para a Terra com todos os requisitos indispensáveis
ao êxito.
•A sensibilidade era uma concessão da Providência
Superior, como uma espécie de lente poderosa, para
o proprietário definir roteiros, localizar perigos e
obstáculos, ajudando o próximo e a si.
•Teria a recordação de existências anteriores para
esclarecimento e benefício dos semelhantes. Mas
existe uma ciência de recordar, que ele não respeitou
como devia. Ao primeiro chamado da esfera superior,
intuía a lembrança de suas promessas em “Nosso
Lar”.
•Ao recordar de toda a sua penúltima existência,
envergava a batina como Monsenhor, nos últimos
períodos da Inquisição Espanhola. Ao rever seus
companheiros visíveis e invisíveis das velhas lutas
religiosas, impunha-se a obrigação de localizar cada um
deles no tempo, fazendo questão de reconstituir-lhes as
biografias, sem cuidar do verdadeiro trabalho no bem.
•A audição psíquica tornou-se clara e mesmo assim não
queria ouvir os benfeitores espirituais sobre as tarefas
úteis e perdeu um tempo enorme em pesquisas referentes
à Espanha daquele tempo. A mente desequilibrou e as
perturbações psíquicas se transformaram em um
martírio. Assim Joel passou a reencarnação sem ter feito
nada de útil.
Belarmino,
o doutrinador
Capítulo 11
•Vicente buscou o amigo, Belarmino Ferreira, para ouvir a
sua história.
•Berlarmino era um doutrinador falido. Saíra de Nosso Lar
com tarefa de doutrinação no Espiritismo evangélico. A
tarefa de divulgação começaria com o exemplo e depois
com a palavra. Elisa seria a companheira de sempre.
•Belarmino atenderia ao resgate pessoal e veicularia
entendimento doutrinário às criaturas nos dois planos. Os
pais de Belarmino, desde sua infância, deram-lhe as
primeiras noções espíritas enquanto que circunstâncias
diversas o levaram a presidir um grande centro espírita.
Oito médiuns, extremamente dedicados seriam seus
colaboradores.
•Mas Belarmino colocou acima de tudo as provas insofismáveis.
Envaidecido dos seus conhecimentos começou a atrair amigos de
mentalidade inferior.
•Exigia dos pobres médiuns, longas respostas sobre os planos
invisíveis. O resultado era sempre negativo, porque cada homem
receberá agora ou no futuro, de acordo com as próprias obras. Isso
o irritava. Instalou-se a dúvida e da dúvida passou à descrença.
•Não era um grupo de intercâmbio entre o visível e o invisível? Os
médiuns não eram simples aparelhos de comunicação? Porque não
atender os interesses materiais imediatos?
•Antes de se firmar na tarefa de ensinar, abraçou a negação. Do
grupamento espírita foi para a política, não a que eleva, mas para a
politicalha inferior, e terminou seus dias com uma bela situação
financeira e um corpo enfermo. Morava num palácio e tinha um
deserto no coração.
A palavra de
Monteiro
Capítulo 12
•Agora era Monteiro a tomar a palavra e começou dizendo que
também partira de “Nosso Lar”, em tarefa de Entendimento
Espiritual. Partiu na mesma época que Belarmino e também
recebeu todo o auxílio necessário para iniciar a tarefa.
•Médiuns de efeitos físicos, escreventes e falantes estavam sob
seu controle direto. Assiduidade total nas quatro reuniões
semanais de atendimento a espíritos sofredores. Chegava a
experimentar certa volúpia no esclarecimento aos
desencarnados. Para todos eles tinha longas exortações
decoradas, na ponta da língua. Aos sofredores esclarecia que
padeciam por sua própria culpa.
•Estimava enfrentar obsessores cruéis para reduzi-los à zero, no
campo da argumentação pesada e procurava exercer
dominação sobre alguns pobres sacerdotes católico-romanos
desencarnados com relação ao desconhecimento das verdades
superiores.
Chegava a estudar pacientemente, longos trechos das
Escrituras, não para meditar entendimentos, mas para
aplicar aos espíritos perturbados com a falsa idéia da
superioridade espiritual. Era capaz de longa “doutrinação”
sobre a paciência enquanto abria as janelas da instituição
para repreender crianças brincando inocentemente na rua.
No seu estabelecimento comercial era inflexível. Raro o mês
que não mandasse promissória a protesto. Passava dias no
escritório estudando a melhor maneira de perseguir clientes
em atraso; e à noite ia ensinar o amor aos semelhantes,
paciência e doçura. Não percebia que a existência terrestre é
uma sessão permanente.
Com isso, entidades inferiores lhe aguardaram após a morte.
Seres malévolos que lhe repetiam irônicos longas frases
citadas nas reuniões recomendando: paciência, perdão,
calma... Ficou muito tempo nas regiões inferiores e quando os
sentimentos de apego à esfera física se atenuaram, foi
resgatado.
Chegando a Nosso Lar não ficou satisfeito. Pediu à Ministra
Veneranda explicações e ela o orientou amorosamente:
“-Monteiro, meu amigo, a causa da sua derrota não é difícil
de explicar. Você entregou-se ao Espiritismo prático, mas
nunca se interessou pela prática do Espiritismo com Jesus”.
Ponderações
de Vicente
Capítulo 13
•Deixando os grupos em conversação, Vicente me convidou
para visitar os imensos roseirais, enquanto falava das
atividades da cidade. No Ministério da Elevação e no da
União Divina, trabalham influenciando para elevar o padrão
de nossos pensamentos sem que o percebamos diretamente.
•No Instituto de Administradores, espíritos cultos procuram
corrigir erros cometidos na mordomia terrestre. No Ministério
da Regeneração, existem milhares de trabalhadores que
recapitulam nas tarefas da obediência. Nos Centros de
Preparação à Maternidade e Paternidade irmãs e irmãos
nossos examinam deveres esquecidos.
•Também há a Especialização Médica, onde profissionais da
medicina, que perderam oportunidades de elevação, discutem
seus problemas.
•“E por falar nisso, tenho um amigo, nosso colega
de profissão que faliu como homem, médico e ainda
se encontra nas regiões inferiores. Era exímio
cirurgião, mas logo que alcançou renome e
respeito, caiu desastradamente. Às vezes em pleno
trabalho desviava as atenções para os grandes
negócios financeiros. Não fosse a proteção
espiritual teria comprometido a vida de muita
gente”.
“Alguns desencarnados nas intervenções cirúrgicas
que realizava, notando-lhe a irresponsabilidade,
atribuíram-lhe a causa da morte física, e passaram a
odiá-lo. Amigos espirituais do médico esclareceram
muitos, mas dois deles, mais ignorantes, não
perdoaram e o esperaram no túmulo”.
“Na realidade não foi o responsável pela morte deles,
mas é responsável pela inimizade
e incompreensões criadas na
mente dessas pobres criaturas, porque não estando
seguro do seu dever, nem tranquilo com a consciência,
julgava-se culpado”. Em seguida Vicente e André
regressaram ao núcleo para o encontro com Aniceto.
A viagem
Nas regiões
inferiores
Campo de
Paz
Uma enorme tela, representando o martírio de São Dinis, o Apóstolo das
Gálias, rudemente supliciado nos primeiros tempos do Cristianismo.
Tratava-se de um famoso trabalho do célebre pintor francês Bonnat
(Leon Joseph Florentin Bonnat – 1833 /1922). A cópia do Posto de
Socorro, no entanto, era mais bela. O apóstolo, com a cabeça decepada,
tronco aureolado de intensa luz, fazia um esforço supremo por levantar o
próprio crânio que lhe rolara aos pés, enquanto seus assassinos o
contemplavam, tomados de horror. Do alto, um mensageiro trazia a coroa
e a palma da vitória.
Observando a admiração de André, Alfredo sorriu e disse: “-Todos os que
nos visitam pela primeira vez estimam a contemplação desta cópia”. Ao
que André emendou: “-Sim, o original, segundo estou informado, pode
ser visto no Panteão de Paris”.
Alfredo explicou: “-Engana-se meu caro, nem todos os
quadros, como nem todas as grandes composições artísticas
são originarias da Terra. A tela foi pintada por nobre
artista cristão, em núcleo espiritual ligada à França, e em
fins do século 19, o pintor Bonnat, desprendido pelo sono,
visitou essa colônia, e inspirado reproduziu a pintura”.
E continuou contando que a cópia terrestre, não tem a
mesma qualidade, e nem mesmo aquela, tem a beleza do
original. Ele teve a felicidade de contemplar de perto o
original quando visitou pessoalmente a cidade espiritual
referida. André espantou-se, mas agora entendia que os
grandes artistas, muitas vezes, são inspirados na vida
espiritual e Alfredo concluiu que o gênio construtivo não
cria sem ver, ouvir ou sentir a influência de espíritos
superiores.
Depois, respondendo a uma referência de André quanto à presença de
Ismália ao seu lado, Alfredo resolveu aliviar o coração contando mais
uma vez a sua história, dizendo que ele e Ismália foram marido e
mulher. Ele não compreendia exatamente as obrigações de esposo e
pai, sempre muito voltado aos negócios.
Um sócio seu teve interesses em Ismália e a perseguiu por anos até que
verificando a inutilidade da sedução, resolveu caluniar. Espalhou
comentários desairosos sobre ela, subornou criados, usou espiões, e
Ismália jamais o denunciou, dada a ligação comercial com Alfredo.
Por vezes Alfredo a acusou veladamente. Ismália chorava e calava-se.
Por fim, o infeliz perseguidor subornou um homem rude a ficar no
aposento íntimo como um ladrão oculto e Alfredo foi convocado à
prova máxima.
Entrou no quarto e viu um vulto esgueirar-se na sombra. Correu
atirando a esmo sem nada conseguir. Ao voltar ao quarto quis eliminar
Ismália, mas uma força maior não o permitiu. Após, providenciou a
volta da esposa ao convívio dos pais dela e ficou com o direito sobre os
filhos. Contratou uma governanta e não fez nenhuma verificação séria
sobre o ocorrido.
Soube tempos depois que Ismália morrera tuberculosa sob martírio
moral. Os anos se passaram até que o sócio, à cabeceira da morte
confessou o crime odioso, pedindo um perdão que ele não pode
conceder. Aí, tornou-se um louco. Cansado, envelhecido, procurou a
propriedade dos sogros para tentar reparar a injustiça, mas a morte não
deu ensejo à providência e Alfredo voltou à vida espiritual.
Agora Ismália vive em um plano superior e conquanto seu desejo de
estar com Alfredo, foi advertida por instrutores maiores, sobre as atuais
necessidades de esforço e solidão de Alfredo, para que ele conheça o
preço da felicidade e não a menospreze de novo. A calúnia é um monstro
invisível que ataca os ouvidos e os olhos invigilantes.
Conhecendo
Campo de Paz
•Alfredo convidou-os para ficar até o dia seguinte, E acompanhar as
operações dos Samaritanos e depois ele forneceria seu carro com
motorista e assim ganhariam tempo. Aniceto aceitou. Mas... carro?
indagou André, “Em Nosso Lar usam carroça”. Soube então que os
sistemas de transporte nas zonas próximas à Crosta, são mais
numerosos do que se poderia imaginar, em bases eletromagnéticas.
•Ao convidar o grupo para as atividades de assistência, Alfredo e
Ismália comentaram da necessidade de mais técnicos do sopro.
Técnicos do sopro? Indagou André. Sim disse Alfredo, essa era mais
uma das potencialidades da alma que se entendida na Terra poderia
ser usada como terapia para acalmar, revigorar, estimular e até
curar.
•Mas isso exige do trabalhador nessa área, o estômago sadio, a boca
habituada a falar o bem com abstenção do mal e a mente reta
interessada em auxiliar. Na instituição dirigida por Alfredo ele
mesmo incentivava trabalhadores para desenvolverem essa
habilidade.
Espíritos
dementados
Malaquias
Aristarco
A senhora
Procurara ouvi-los para dar uma idéia do trabalho. Essas
pessoas se desequilibraram mentalmente por excesso de
centralização em propósitos inferiores.
Não é crime receber uma herança, mas no fundo o velhinho
era um tirano com os escravos. Aristarco aguarda a herança
para lesar os primos, e a senhora interessada no ambiente
doméstico, desencarnou quando pretendia envenenar o
marido. Conhece-lhes os processos um a um. Acordaram de
longo sono e julgam-se encarnados, supondo dissimular
pretensões criminosas. Já estiveram dormindo por longo
tempo e adquirem a memória gradativamente até que sejam
encaminhados aos Institutos Magnéticos de “Campo de Paz”
e receberem maiores auxílios.
Sono e
Pesadelos
•Surgiu então uma casa modesta e lá dentro
uma senhora demonstrando crueldade com o
marido embriagado. Dava para ouvir a
conversa entre eles. Ele pedia para não
morrer, ela o tinha envenenado em
represália à sua traição com outra mulher.
Ele implorava em nome de Deus. Ela disse
que não acreditava em Deus e antecipou-lhe
a morte martelando-lhe o crânio.
A prece de
Ismália
Paulo, um caso
especial
PRÓXIMA SEMANA
Não perca: Casamento
Vida social
Visita do casal Bacelar e duas
filhas jovens.
Agora conversávamos com Cecília e
Aldonina. Cecília tinha sido filha dos
Bacelar na crosta e Aldonina era uma
sobrinha. As moças eram inteligentes e
tinha notável capacidade de expressão. Foi
Cecília que iniciou dizendo estar
trabalhando para alcançar o prêmio de
visita a “Nosso Lar”. Vicente estranhou
porque fosse preciso tanto.
Aldonina interveio e disse que uma irmã
sua, Isaura, casou-se em “Campo de Paz” há
três anos, e residia com o esposo em Nosso
Lar, que é funcionário dos Serviços de
Investigação do Ministério do
Esclarecimento. Ele morava com os Bacelar,
mas foi convocado a serviços por lá.
Momento
musical
Cecília
Cecília cantou com sublime emotividade
envolvida por claridade diferente e terminou
com a frase: “volta para que me abençoes com o
teu sorriso... volta, amado... esquece a dor e a
sombra do passado... volta de novo, ao nosso
paraíso”. Cecília fizera uma alusão ao amor de
sua vida, Hermínio, que vive em queda moral e
pediu desculpas pela referência pessoal quando
ouviu de Ismália que amar não era crime.
O canto inarticulado
de Ismália
Ismália não cantava, mas no seio da música havia
uma prece que não se escutava com os ouvidos,
mas atingia em cheio a alma.
Que melodia era aquela que se ouvia através de
sons inarticulados? André nunca ouvira uma
oração de louvor ao Criador como aquela.
Ninguém conteve as lágrimas. André chorava
como criança. Aniceto também. Foi quando
André percebeu que a oração terminara, porque a
música mudou de expressão.
Em serviço
na crosta
Crosta terrestre
Rio de Janeiro
anos 40
Entre 18 e 19 horas, nossos amigos chegaram a
uma casa simples de um bairro modesto. No longo
percurso André observou que muitos
desencarnados de ordem inferior, seguiam os
passos ou se abraçavam a vários transeuntes.
Muitos se dependuravam em veículos, outros os
contemplavam das sacadas. Alguns em grupos
vagavam pelas ruas como nuvens escuras.
Ao se aproximarem do jardim foram saudados
por espíritos na janela do andar de cima. Em
seguida a porta foi aberta pelo simpático senhor
Isidoro, que os convidou a entrar.
Este detalhe não acontecera quando André
voltou ao lar terrestre e entrou sem maiores
problemas. Mas alí, as defesas vibratórias
funcionavam e a porta da estrutura espiritual
teve que ser aberta para eles entrarem.
Isabel e Isidoro saíram de Nosso Lar há mais de 40 anos.
Venceram árduas provas e mantiveram seus compromissos no
bem. Isabel agora era viúva. Isidoro voltou há 3 anos e pelos
vínculos de amor verdadeiro, obteve das autoridades, a
permissão para continuar na casa. E os espíritos que
trabalham no bem precisam dessas âncoras para poder ajudar
os homens ainda animalizados.
Da fronte, do tórax, do olhar e das mãos de Isabel irradiava-se
luz incessante. Isabel tem boa vidência, mas percebe apenas a
vigésima parte dos serviços em que colabora para que o
conhecimento exato da paisagem espiritual não lhe
prejudique a tranquilidade.
Evangelho
no Lar
Nas primeiras horas da noite, Isabel abandonou a
agulha e convidou os filhinhos para o culto
doméstico. As meninas (as 4) eram também
entidades saídas de Nosso Lar com serviço
espiritual definido e resgates necessários. Mas o
rapazote procedia de região inferior, tanto que
atendeu o convite materno sem se alegrar, mas
obediente. As meninas apresentavam uma suave
luminosidade, enquanto isso não
acontecia com o rapaz
Conversa
no Jardim
Serviço
na Madrugada
Uma avó desencarnada falando a uma neta
encarnada. A avó recomendava a neta a esquecer
perseguidores e não odiar, lembrando que a calúnia
é uma serpente no coração. Se encarasse de frente a
dificuldade, a víbora de brinquedo se quebra como
vidro.
Quando a jovem acordar não recordará os detalhes
do fato, mas vai sonhar com uma cobra ameaçadora
quebrando em suas mãos para transformar-se em
uma flor perfumada, do qual guardará o aroma. Ela
recordará a imagem simbólica porque a avó emite as
imagens que vão ajudá-la a gravar a essência de sua
recomendação.
Serviço
24 horas
Rumo ao Campo
Os núcleos escuros são zonas de matéria mental
inferior, matéria expelida incessantemente por certas
pessoas. Aniceto explicou que tais nuvens, bactérias ou
larvas mentais ameaçam o equilíbrio mental, daí a
referência evangélica do “orai e vigiai” que têm
profunda importância em qualquer situação.
A matéria mental emitida pelo homem inferior tem
vida própria como a nuvem de bactérias. Se temos a
nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente,
temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela
mente enferma, em identidade de circunstâncias.
Assim, criaturas desprevenidas de recursos espirituais,
tanto adoecem corpos como almas.
No Campo
Recuperando Forças
Acidente
no Campo
Evangelho
no Campo
De volta à
Oficina de
Nosso Lar
Passes para
espíritos
necessitados
Reunião
espírita na casa
de Isabel
Petitórios
Interferência
mental
O Receituário
Medo da morte
- Cremilda -
Desencarnação
Despedidas
Download

Os Mensageiros (UmbertoF)