•Revendo experiências • Capítulo 1 – Renovação •Capítulo 2 – Aniceto • André era um homem renovado pelo conhecimento da vida espiritual. Depois de vencida a superação do relacionamento familiar, estava aberto a novas experiências. Assim, Narcisa incentivou-o a realizar novos cursos de serviço. • André possuía as horas de trabalho necessárias para justificar tal providência. Comunicando seus novos propósitos a Tobias, este obtém junto ao Ministro Genésio da Comunicação a autorização. Dessa forma, certa noite, Tobias e André se dirigem à casa de Aniceto. Aniceto trabalhara com Tobias no Ministério da Regeneração, no Auxílio e agora era instrutor no Ministério da Comunicação. Aniceto, ao contrário de Tobias, não se consorciara em “Nosso Lar”. Vivia junto a cinco amigos que lhe foram discípulos na Terra, em edifício confortável. Aniceto os recebe gentil. Tobias apresenta André como ex-médico na Terra e em tarefa de reajustamento na vida espiritual e Aniceto aproveita para informar que o Departamento afeto à sua responsabilidade só aceita cooperadores interessados na descoberta da felicidade de servir e em calar qualquer reclamação de modo a extinguir antigas vaidades pessoais. Nos trabalhos destinados à preparação de colaboradores ativos, Aniceto tinha um quadro de cinquenta aprendizes, dispondo de 3 vagas e diferentemente de outros orientadores que se faziam acompanhar por toda a equipe, dividia a classe em grupos especializados conforme a profissão dos estudantes, objetivando melhor aproveitamento Equipe de Aniceto = 47 pessoas 1 sacerdote católico 1 médico 6 engenheiros 4 professores 4 enfermeiras 2 pintores 11 irmãs do serviço doméstico 18 operários diversos 2.6 •Nos serviços em Nosso Lar, agiam em conjunto. Nos dias de serviço na crosta dividiam-se em grupos e reconhecia que tais tarefas deviam ser esforços espontâneos, no tempo vasto que cada qual aufere para descanso e diversão. •André aceitou as determinações de serviço, e Aniceto pediu a Tobias que o levasse no dia seguinte cedo ao Centro de Mensageiros. O centro de Mensageiros No dia seguinte, Tobias e André, demandaram o Centro de Mensageiros no Ministério da Comunicação. Uma série de edifícios compunha a instituição cercada por imensos jardins. •André estranhou o tamanho da organização só para transmitir mensagens à Terra? Ao que Tobias esclareceu que alí se preparavam milhares de trabalhadores por ano para a difusão de esperança, consolo e treinamento nos diversos setores do conhecimento para o progresso do planeta. •Turmas compactas de aprendizes para a reencarnação ou de emissários invisíveis são organizadas em Nosso Lar. Mas existe uma diferença entre a preparação e a realização. Dos milhares de tarefeiros, raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros fracassam totalmente. Médiuns e divulgadores partem daqui porque os benfeitores superiores desejam intensificar a redenção humana, mas para isso precisam de renúncia e altruísmo e poucos servidores toleram as dificuldades e reveses das linhas de frente. Muitos trabalhadores recuam diante da tarefa. A maioria interpreta dificuldades como punições quando na realidade todo obstáculo é oportunidade e desafio. Ao chegarem, procuraram por Aniceto entre diversas turmas de aprendizes que se dirigiam às aulas. Localizado Aniceto, Tobias despediu-se. Aniceto chamou Vicente, o único aprendiz médico da equipe e pediu a ele que mostrasse ao novo candidato os regulamentos e depois do meio dia, encontrar-se-iam para as instruções. •Vicente era o primeiro colega de profissão em quem André se aproximara de modo direto. Em pouco mais de uma hora assemelhavam-se a dois irmãos de muito tempo. Vicente indagou sobre os parentes terrestres e André historiou resumidamente sua história. •Ao término do relato, Vicente fez referência ao final feliz e que André não entendeu. Vicente comentou então que Zélia o respeitara até o fim, e o segundo matrimônio em tal situação não é de admirar. Mas no caso dele não foi assim. Começou relatando que após a diplomação profissional, aos 25 anos, desposou Rosalinda. Com boa situação financeira, montou um laboratório onde Rosalinda também colaborava. Conquanto certo enfado com os tubos de ensaio, sabia calar contrariedades em favor da felicidade doméstica como mãe e companheira. Dez anos de ventura conjugal se passaram. Por essa época, seu irmão Eleutério, advogado, solteiro, passou a frequentar sua casa. E Rosalinda começou a mudar. Contratou uma auxiliar para substituí-la junto aos filhos, afastou-se do laboratório e preferia o cinema ou a estação de repouso em companhia de Eleutério. •Isso entristecia Vicente, mas ele não desconfiava da conduta do irmão, sempre criterioso em família. A vida doméstica antes feliz tornou-se amarga. Iludia-se com o trabalho quando uma pequena espinha no nariz, levemente ferida levouo a uma infecção generalizada. Ao chegar a “Nosso Lar”, restabeleceu-se e voltou ao lar para encontrar Rosalinda casada em segundas núpcias com o irmão. Nesse ponto da narrativa, André comentou a coincidência das duas histórias. Mas Vicente explicou que eram diferentes. Na realidade, ele fora assassinado. Por influência do irmão advogado, embora o divórcio pudesse ser obtido na época, um novo casamento seria um escândalo. Assim, Eleutério sugeriu a Rosalinda inocular certa cultura microbiana na minúscula espinha. André indagou então a respeito de justiça e da atual situação do casal, e Vicente esclareceu que aparentemente estão felizes; gozam de fortuna e alto conceito social, mas a justiça virá a seu tempo, tanto no bem quanto no mal... primeiro a semente... depois os frutos. Capítulo 5 – Ouvindo instruções Capítulo 6 – Advertências profundas A palestra de Telésforo •Num grande salão, Aniceto aguardava André e Vicente. Homens e mulheres aparentando idades diversas ocupavam o extenso salão em silêncio. A palestra estaria a cargo de Telésforo, antigo colaborador do Ministério da Comunicação. Estavam presentes todos os aprendizes do intercâmbio entre desencarnados e encarnados. •Logo após, Telésforo penetrou o recinto e após saudar a todos, destacou a presença de médiuns e divulgadores da Doutrina Espírita que faliram na tarefa e outros colegas que se preparavam para experiências dessa natureza na Terra, em seguida foi direto ao tema central: a necessidade de colaboração da colônia junto aos encarnados. •E continuou: a mente humana abre-se cada vez mais para o mundo invisível, isto é uma fatalidade evolutiva. Mesmo desejando ajudar os espíritas sofrem a oposição das correntes do próprio espiritualismo. A Igreja Romana nos rotula de demônios, a Reforma Protestante também. •Mesmo tendo trazido grandes contribuições à humanidade, as religiões acham que a evolução humana se dá com rituais e fé sem obras. Aqui, ninguém espere subir espiritualmente, sem esforço, sem suor e sem lágrimas. Centenas de companheiros saem daqui do Centro de Mensageiros, aliando necessidades de resgate e serviço em nome do Cristo. •A maioria fracassa ruidosamente, alguns alcançam resultados parciais e raríssimos conquistam pleno êxito nos delicados misteres da mediunidade e da divulgação espírita. Nesse momento, Telésforo encerrou a preleção deixando todos impressionados enquanto André observava alguns participantes chorando em silêncio. A queda de Otávio Capítulo 7 Após a palestra, Aniceto considerou como trabalho útil toda conversação sadia que enriquecesse conhecimento, assim todos recebem remuneração em bônus como se estivessem em cooperação ativa. A QUEDA DE OTÁVIO André e Vicente aproveitaram para saber de Otávio a sua experiência. André apresentou-se como médico falido, mas Otávio considerou que André, tinha a seu favor o fato de ignorar o conhecimento espírita, mas o mesmo não acontecia com ele. Otávio chegou a “Nosso Lar” após encarnação anterior difícil e preparouse durante 30 anos para voltar à Terra em tarefa mediúnica. Teria o corpo físico sadio, para o trabalho de consolação às criaturas. O matrimônio não estava previsto, não que o casamento possa colidir com o exercício da mediunidade, mas porque o seu caso particular assim o exigia. Otávio possuía cultura evangélica, contatava amigos invisíveis, recebia mensagens e mesmo assim caiu. Estudiosos, crentes e simpatizantes de qualquer fé, podem alegar ignorância, mas sacerdotes não têm desculpa. O mesmo ocorre na tarefa mediúnica. O tarefeiro possui um patrimônio de certezas que não o exonera de responsabilidades. Não obstante solteiro, aos 20 anos, deveria receber 6 amigos que intercederam por ele, que chegariam ao seu círculo como órfãos. A luta pela sobrevivência evitaria as sugestões inferiores do sexo e de outras ambições. Ficou acertado que as atividades começariam com muitos sacrifícios para não enfraquecer suas fibras na realização. Na medida da determinação na tarefa, recursos seriam enviados. Tudo combinado, Otávio reencarnou. Sua mãe era espírita desde moça, o pai materialista, mas um homem de bem. Aos 13 anos Otávio ficou órfão de mãe e aos 15 começaram os primeiros chamados da esfera invisível. Parentes o levaram a um grupo de boa orientação doutrinário-evangélica onde as faculdades mediúnicas de Otávio seriam postas a serviço dos necessitados. A crítica aos atos alheios dificultava seu desempenho. Mas não faltou incentivo dos espíritos. Tais incentivos foram levados por Otávio a conta de alucinações. Otávio procurou um médico que lhe aconselhou experiências sexuais. Com 19 anos entregou-se ao abuso das faculdades criadoras. Ao tentar conciliar à força prazer sexual delituoso e dever espiritual, afastou-se dos ensinos evangélicos. Com a morte da mãe, o pai de Otávio casa-se pela segunda vez. Aos 3 filhos somam-se mais 3. Aos 20 anos, o pai de Otávio desencarna, deixando 3 filhos do primeiro e 3 do segundo casamento. A viúva pede ajuda de Otávio para as 6 crianças ainda pequenas. Otávio se afasta da responsabilidade lançando seus 6 credores ao destino. Em seguida engravida uma mulher e foi obrigado a casar. A esposa era uma criatura muito inferior e atraiu uma entidade monstruosa que nasceu seu filho. Mãe e filho o atormentaram até os 40 anos, quando Otávio sifilítico e alcoólatra, desencarna sem construir coisa alguma no bem. O desastre de Acelino Capítulo 8 Em seguida Acelino se aproximou e falou ao exmédium: “- Não chore meu caro. Você perdeu a partida porque não jogou, eu a perdi jogando desastradamente. Vivi 11 anos nas zonas inferiores e mesmo assim confio na providência”. “Minha queda é mais grave. Parti de Nosso Lar no século 19. Teria saúde do corpo e equilíbrio da mente. Ruth seria a devotada companheira a colaborar comigo. Aos 20 aos fui chamado à tarefa mediúnica. A vidência, a audição e a psicografia se apresentaram como fatores de trabalho. Mas... transformei minhas faculdades em fonte de renda material.” “Não me dispus a esperar pelos abundantes recursos que me seriam enviados mais tarde, após os testemunhos no trabalho e eu mesmo busquei a solução lucrativa. Os sacerdotes católicos não recebiam? Se pagamos pelos serviços do corpo, porque não aos da alma? Certo que o trabalho essencial era dos espíritos, mas eu era o intermediário! Era justa a minha retribuição.” “Fui alertado pelos companheiros encarnados, mas arbitrei o preço das consultas e meu consultório encheu de gente. Com isso acionei ligações a entidades perniciosas.” Ao término da narrativa, Vicente observou que Acelino não cometeu assassinatos, não espalhou o mal deliberadamente, mas Acelino interrompeu e disse: “Mas fiz viciados da crença religiosa, mutilados da fé e aleijados do pensamento”. A falha de Mariana Capítulo 9 – Ouvindo impressões Vicente levou André até outro grupo, onde Mariana, uma senhora simpática, comentava com duas amigas que não conseguiu cumprir sua tarefa mediúnica em função dos fortes laços de família, e explicou: “Algo falava dentro de mim para o desempenho da tarefa, mas... e o marido? Amâncio nunca se conformou. Se os enfermos me procuravam para o receituário... ficava bravo. Se os companheiros da Doutrina me convidavam aos estudos... revoltava-se. Chegava a mobilizar as filhas contra mim. Como atender as obrigações, se as brigas se sucediam?” Nesse instante uma das amigas mais seguras de si refletiu que sempre temos recursos e pretextos para fugir às responsabilidades. Sempre há alguns minutos na semana e pequenas oportunidades para fazer o bem. Lembrou que ela poderia conquistar o entendimento do marido e também a colaboração das filhas se trabalhasse em silêncio, mostrando disposição para o sacrifício. Os atos são mais contagiosos que as palavras e para trabalhar com eficiência é preciso calar. Se usarmos as receitas que fornecemos aos outros... A falha de Benita Ao nosso lado, outro grupo de senhoras conversava animadamente. Ernestina indagava à mais jovem, qual a causa do seu desastre? A jovem respondeu que foi o medo. Medo de tudo e de todos. Mas como Benita: “Mas você foi muito preparada e seu aproveitamento era padrão para nós outras.” De fato disse a jovem: “Fui preparada, mas desconfiava dos homens, dos Espíritos e até de mim mesma. Nos encarnados estudiosos via pessoas de má fé, nos irmãos invisíveis... espíritos brincalhões. Meus amigos me achavam virtuosa, mas eu não passava de enferma voluntária cheia de aflições inúteis”. A experiência de Joel André acompanhou Vicente que perguntou a Joel, como iam as vertigens. Joel disse que ia diariamente às aplicações magnéticas dos Gabinetes de Socorro no Ministério do Auxílio. Estava mais forte e as crises mais espaçadas. Vicente pediu então que ele contasse sua história a André Luiz. Joel começou dizendo que sua tarefa mediúnica exigia sensibilidade mais apurada. Assim, o Ministério do Esclarecimento, aplicou tratamento especial, aguçando-lhe as percepções. Partiu então para a Terra com todos os requisitos indispensáveis ao êxito. •A sensibilidade era uma concessão da Providência Superior, como uma espécie de lente poderosa, para o proprietário definir roteiros, localizar perigos e obstáculos, ajudando o próximo e a si. •Teria a recordação de existências anteriores para esclarecimento e benefício dos semelhantes. Mas existe uma ciência de recordar, que ele não respeitou como devia. Ao primeiro chamado da esfera superior, intuía a lembrança de suas promessas em “Nosso Lar”. •Ao recordar de toda a sua penúltima existência, envergava a batina como Monsenhor, nos últimos períodos da Inquisição Espanhola. Ao rever seus companheiros visíveis e invisíveis das velhas lutas religiosas, impunha-se a obrigação de localizar cada um deles no tempo, fazendo questão de reconstituir-lhes as biografias, sem cuidar do verdadeiro trabalho no bem. •A audição psíquica tornou-se clara e mesmo assim não queria ouvir os benfeitores espirituais sobre as tarefas úteis e perdeu um tempo enorme em pesquisas referentes à Espanha daquele tempo. A mente desequilibrou e as perturbações psíquicas se transformaram em um martírio. Assim Joel passou a reencarnação sem ter feito nada de útil. Belarmino, o doutrinador Capítulo 11 •Vicente buscou o amigo, Belarmino Ferreira, para ouvir a sua história. •Berlarmino era um doutrinador falido. Saíra de Nosso Lar com tarefa de doutrinação no Espiritismo evangélico. A tarefa de divulgação começaria com o exemplo e depois com a palavra. Elisa seria a companheira de sempre. •Belarmino atenderia ao resgate pessoal e veicularia entendimento doutrinário às criaturas nos dois planos. Os pais de Belarmino, desde sua infância, deram-lhe as primeiras noções espíritas enquanto que circunstâncias diversas o levaram a presidir um grande centro espírita. Oito médiuns, extremamente dedicados seriam seus colaboradores. •Mas Belarmino colocou acima de tudo as provas insofismáveis. Envaidecido dos seus conhecimentos começou a atrair amigos de mentalidade inferior. •Exigia dos pobres médiuns, longas respostas sobre os planos invisíveis. O resultado era sempre negativo, porque cada homem receberá agora ou no futuro, de acordo com as próprias obras. Isso o irritava. Instalou-se a dúvida e da dúvida passou à descrença. •Não era um grupo de intercâmbio entre o visível e o invisível? Os médiuns não eram simples aparelhos de comunicação? Porque não atender os interesses materiais imediatos? •Antes de se firmar na tarefa de ensinar, abraçou a negação. Do grupamento espírita foi para a política, não a que eleva, mas para a politicalha inferior, e terminou seus dias com uma bela situação financeira e um corpo enfermo. Morava num palácio e tinha um deserto no coração. A palavra de Monteiro Capítulo 12 •Agora era Monteiro a tomar a palavra e começou dizendo que também partira de “Nosso Lar”, em tarefa de Entendimento Espiritual. Partiu na mesma época que Belarmino e também recebeu todo o auxílio necessário para iniciar a tarefa. •Médiuns de efeitos físicos, escreventes e falantes estavam sob seu controle direto. Assiduidade total nas quatro reuniões semanais de atendimento a espíritos sofredores. Chegava a experimentar certa volúpia no esclarecimento aos desencarnados. Para todos eles tinha longas exortações decoradas, na ponta da língua. Aos sofredores esclarecia que padeciam por sua própria culpa. •Estimava enfrentar obsessores cruéis para reduzi-los à zero, no campo da argumentação pesada e procurava exercer dominação sobre alguns pobres sacerdotes católico-romanos desencarnados com relação ao desconhecimento das verdades superiores. Chegava a estudar pacientemente, longos trechos das Escrituras, não para meditar entendimentos, mas para aplicar aos espíritos perturbados com a falsa idéia da superioridade espiritual. Era capaz de longa “doutrinação” sobre a paciência enquanto abria as janelas da instituição para repreender crianças brincando inocentemente na rua. No seu estabelecimento comercial era inflexível. Raro o mês que não mandasse promissória a protesto. Passava dias no escritório estudando a melhor maneira de perseguir clientes em atraso; e à noite ia ensinar o amor aos semelhantes, paciência e doçura. Não percebia que a existência terrestre é uma sessão permanente. Com isso, entidades inferiores lhe aguardaram após a morte. Seres malévolos que lhe repetiam irônicos longas frases citadas nas reuniões recomendando: paciência, perdão, calma... Ficou muito tempo nas regiões inferiores e quando os sentimentos de apego à esfera física se atenuaram, foi resgatado. Chegando a Nosso Lar não ficou satisfeito. Pediu à Ministra Veneranda explicações e ela o orientou amorosamente: “-Monteiro, meu amigo, a causa da sua derrota não é difícil de explicar. Você entregou-se ao Espiritismo prático, mas nunca se interessou pela prática do Espiritismo com Jesus”. Ponderações de Vicente Capítulo 13 •Deixando os grupos em conversação, Vicente me convidou para visitar os imensos roseirais, enquanto falava das atividades da cidade. No Ministério da Elevação e no da União Divina, trabalham influenciando para elevar o padrão de nossos pensamentos sem que o percebamos diretamente. •No Instituto de Administradores, espíritos cultos procuram corrigir erros cometidos na mordomia terrestre. No Ministério da Regeneração, existem milhares de trabalhadores que recapitulam nas tarefas da obediência. Nos Centros de Preparação à Maternidade e Paternidade irmãs e irmãos nossos examinam deveres esquecidos. •Também há a Especialização Médica, onde profissionais da medicina, que perderam oportunidades de elevação, discutem seus problemas. •“E por falar nisso, tenho um amigo, nosso colega de profissão que faliu como homem, médico e ainda se encontra nas regiões inferiores. Era exímio cirurgião, mas logo que alcançou renome e respeito, caiu desastradamente. Às vezes em pleno trabalho desviava as atenções para os grandes negócios financeiros. Não fosse a proteção espiritual teria comprometido a vida de muita gente”. “Alguns desencarnados nas intervenções cirúrgicas que realizava, notando-lhe a irresponsabilidade, atribuíram-lhe a causa da morte física, e passaram a odiá-lo. Amigos espirituais do médico esclareceram muitos, mas dois deles, mais ignorantes, não perdoaram e o esperaram no túmulo”. “Na realidade não foi o responsável pela morte deles, mas é responsável pela inimizade e incompreensões criadas na mente dessas pobres criaturas, porque não estando seguro do seu dever, nem tranquilo com a consciência, julgava-se culpado”. Em seguida Vicente e André regressaram ao núcleo para o encontro com Aniceto. A viagem Nas regiões inferiores Campo de Paz Uma enorme tela, representando o martírio de São Dinis, o Apóstolo das Gálias, rudemente supliciado nos primeiros tempos do Cristianismo. Tratava-se de um famoso trabalho do célebre pintor francês Bonnat (Leon Joseph Florentin Bonnat – 1833 /1922). A cópia do Posto de Socorro, no entanto, era mais bela. O apóstolo, com a cabeça decepada, tronco aureolado de intensa luz, fazia um esforço supremo por levantar o próprio crânio que lhe rolara aos pés, enquanto seus assassinos o contemplavam, tomados de horror. Do alto, um mensageiro trazia a coroa e a palma da vitória. Observando a admiração de André, Alfredo sorriu e disse: “-Todos os que nos visitam pela primeira vez estimam a contemplação desta cópia”. Ao que André emendou: “-Sim, o original, segundo estou informado, pode ser visto no Panteão de Paris”. Alfredo explicou: “-Engana-se meu caro, nem todos os quadros, como nem todas as grandes composições artísticas são originarias da Terra. A tela foi pintada por nobre artista cristão, em núcleo espiritual ligada à França, e em fins do século 19, o pintor Bonnat, desprendido pelo sono, visitou essa colônia, e inspirado reproduziu a pintura”. E continuou contando que a cópia terrestre, não tem a mesma qualidade, e nem mesmo aquela, tem a beleza do original. Ele teve a felicidade de contemplar de perto o original quando visitou pessoalmente a cidade espiritual referida. André espantou-se, mas agora entendia que os grandes artistas, muitas vezes, são inspirados na vida espiritual e Alfredo concluiu que o gênio construtivo não cria sem ver, ouvir ou sentir a influência de espíritos superiores. Depois, respondendo a uma referência de André quanto à presença de Ismália ao seu lado, Alfredo resolveu aliviar o coração contando mais uma vez a sua história, dizendo que ele e Ismália foram marido e mulher. Ele não compreendia exatamente as obrigações de esposo e pai, sempre muito voltado aos negócios. Um sócio seu teve interesses em Ismália e a perseguiu por anos até que verificando a inutilidade da sedução, resolveu caluniar. Espalhou comentários desairosos sobre ela, subornou criados, usou espiões, e Ismália jamais o denunciou, dada a ligação comercial com Alfredo. Por vezes Alfredo a acusou veladamente. Ismália chorava e calava-se. Por fim, o infeliz perseguidor subornou um homem rude a ficar no aposento íntimo como um ladrão oculto e Alfredo foi convocado à prova máxima. Entrou no quarto e viu um vulto esgueirar-se na sombra. Correu atirando a esmo sem nada conseguir. Ao voltar ao quarto quis eliminar Ismália, mas uma força maior não o permitiu. Após, providenciou a volta da esposa ao convívio dos pais dela e ficou com o direito sobre os filhos. Contratou uma governanta e não fez nenhuma verificação séria sobre o ocorrido. Soube tempos depois que Ismália morrera tuberculosa sob martírio moral. Os anos se passaram até que o sócio, à cabeceira da morte confessou o crime odioso, pedindo um perdão que ele não pode conceder. Aí, tornou-se um louco. Cansado, envelhecido, procurou a propriedade dos sogros para tentar reparar a injustiça, mas a morte não deu ensejo à providência e Alfredo voltou à vida espiritual. Agora Ismália vive em um plano superior e conquanto seu desejo de estar com Alfredo, foi advertida por instrutores maiores, sobre as atuais necessidades de esforço e solidão de Alfredo, para que ele conheça o preço da felicidade e não a menospreze de novo. A calúnia é um monstro invisível que ataca os ouvidos e os olhos invigilantes. Conhecendo Campo de Paz •Alfredo convidou-os para ficar até o dia seguinte, E acompanhar as operações dos Samaritanos e depois ele forneceria seu carro com motorista e assim ganhariam tempo. Aniceto aceitou. Mas... carro? indagou André, “Em Nosso Lar usam carroça”. Soube então que os sistemas de transporte nas zonas próximas à Crosta, são mais numerosos do que se poderia imaginar, em bases eletromagnéticas. •Ao convidar o grupo para as atividades de assistência, Alfredo e Ismália comentaram da necessidade de mais técnicos do sopro. Técnicos do sopro? Indagou André. Sim disse Alfredo, essa era mais uma das potencialidades da alma que se entendida na Terra poderia ser usada como terapia para acalmar, revigorar, estimular e até curar. •Mas isso exige do trabalhador nessa área, o estômago sadio, a boca habituada a falar o bem com abstenção do mal e a mente reta interessada em auxiliar. Na instituição dirigida por Alfredo ele mesmo incentivava trabalhadores para desenvolverem essa habilidade. Espíritos dementados Malaquias Aristarco A senhora Procurara ouvi-los para dar uma idéia do trabalho. Essas pessoas se desequilibraram mentalmente por excesso de centralização em propósitos inferiores. Não é crime receber uma herança, mas no fundo o velhinho era um tirano com os escravos. Aristarco aguarda a herança para lesar os primos, e a senhora interessada no ambiente doméstico, desencarnou quando pretendia envenenar o marido. Conhece-lhes os processos um a um. Acordaram de longo sono e julgam-se encarnados, supondo dissimular pretensões criminosas. Já estiveram dormindo por longo tempo e adquirem a memória gradativamente até que sejam encaminhados aos Institutos Magnéticos de “Campo de Paz” e receberem maiores auxílios. Sono e Pesadelos •Surgiu então uma casa modesta e lá dentro uma senhora demonstrando crueldade com o marido embriagado. Dava para ouvir a conversa entre eles. Ele pedia para não morrer, ela o tinha envenenado em represália à sua traição com outra mulher. Ele implorava em nome de Deus. Ela disse que não acreditava em Deus e antecipou-lhe a morte martelando-lhe o crânio. A prece de Ismália Paulo, um caso especial PRÓXIMA SEMANA Não perca: Casamento Vida social Visita do casal Bacelar e duas filhas jovens. Agora conversávamos com Cecília e Aldonina. Cecília tinha sido filha dos Bacelar na crosta e Aldonina era uma sobrinha. As moças eram inteligentes e tinha notável capacidade de expressão. Foi Cecília que iniciou dizendo estar trabalhando para alcançar o prêmio de visita a “Nosso Lar”. Vicente estranhou porque fosse preciso tanto. Aldonina interveio e disse que uma irmã sua, Isaura, casou-se em “Campo de Paz” há três anos, e residia com o esposo em Nosso Lar, que é funcionário dos Serviços de Investigação do Ministério do Esclarecimento. Ele morava com os Bacelar, mas foi convocado a serviços por lá. Momento musical Cecília Cecília cantou com sublime emotividade envolvida por claridade diferente e terminou com a frase: “volta para que me abençoes com o teu sorriso... volta, amado... esquece a dor e a sombra do passado... volta de novo, ao nosso paraíso”. Cecília fizera uma alusão ao amor de sua vida, Hermínio, que vive em queda moral e pediu desculpas pela referência pessoal quando ouviu de Ismália que amar não era crime. O canto inarticulado de Ismália Ismália não cantava, mas no seio da música havia uma prece que não se escutava com os ouvidos, mas atingia em cheio a alma. Que melodia era aquela que se ouvia através de sons inarticulados? André nunca ouvira uma oração de louvor ao Criador como aquela. Ninguém conteve as lágrimas. André chorava como criança. Aniceto também. Foi quando André percebeu que a oração terminara, porque a música mudou de expressão. Em serviço na crosta Crosta terrestre Rio de Janeiro anos 40 Entre 18 e 19 horas, nossos amigos chegaram a uma casa simples de um bairro modesto. No longo percurso André observou que muitos desencarnados de ordem inferior, seguiam os passos ou se abraçavam a vários transeuntes. Muitos se dependuravam em veículos, outros os contemplavam das sacadas. Alguns em grupos vagavam pelas ruas como nuvens escuras. Ao se aproximarem do jardim foram saudados por espíritos na janela do andar de cima. Em seguida a porta foi aberta pelo simpático senhor Isidoro, que os convidou a entrar. Este detalhe não acontecera quando André voltou ao lar terrestre e entrou sem maiores problemas. Mas alí, as defesas vibratórias funcionavam e a porta da estrutura espiritual teve que ser aberta para eles entrarem. Isabel e Isidoro saíram de Nosso Lar há mais de 40 anos. Venceram árduas provas e mantiveram seus compromissos no bem. Isabel agora era viúva. Isidoro voltou há 3 anos e pelos vínculos de amor verdadeiro, obteve das autoridades, a permissão para continuar na casa. E os espíritos que trabalham no bem precisam dessas âncoras para poder ajudar os homens ainda animalizados. Da fronte, do tórax, do olhar e das mãos de Isabel irradiava-se luz incessante. Isabel tem boa vidência, mas percebe apenas a vigésima parte dos serviços em que colabora para que o conhecimento exato da paisagem espiritual não lhe prejudique a tranquilidade. Evangelho no Lar Nas primeiras horas da noite, Isabel abandonou a agulha e convidou os filhinhos para o culto doméstico. As meninas (as 4) eram também entidades saídas de Nosso Lar com serviço espiritual definido e resgates necessários. Mas o rapazote procedia de região inferior, tanto que atendeu o convite materno sem se alegrar, mas obediente. As meninas apresentavam uma suave luminosidade, enquanto isso não acontecia com o rapaz Conversa no Jardim Serviço na Madrugada Uma avó desencarnada falando a uma neta encarnada. A avó recomendava a neta a esquecer perseguidores e não odiar, lembrando que a calúnia é uma serpente no coração. Se encarasse de frente a dificuldade, a víbora de brinquedo se quebra como vidro. Quando a jovem acordar não recordará os detalhes do fato, mas vai sonhar com uma cobra ameaçadora quebrando em suas mãos para transformar-se em uma flor perfumada, do qual guardará o aroma. Ela recordará a imagem simbólica porque a avó emite as imagens que vão ajudá-la a gravar a essência de sua recomendação. Serviço 24 horas Rumo ao Campo Os núcleos escuros são zonas de matéria mental inferior, matéria expelida incessantemente por certas pessoas. Aniceto explicou que tais nuvens, bactérias ou larvas mentais ameaçam o equilíbrio mental, daí a referência evangélica do “orai e vigiai” que têm profunda importância em qualquer situação. A matéria mental emitida pelo homem inferior tem vida própria como a nuvem de bactérias. Se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente, temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias. Assim, criaturas desprevenidas de recursos espirituais, tanto adoecem corpos como almas. No Campo Recuperando Forças Acidente no Campo Evangelho no Campo De volta à Oficina de Nosso Lar Passes para espíritos necessitados Reunião espírita na casa de Isabel Petitórios Interferência mental O Receituário Medo da morte - Cremilda - Desencarnação Despedidas