Olhares de Couchel
(Explore as Ligações)
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Olhares de Couchel
Aviação Portuguesa
Relíquias da Memória
Galerias Musicais
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Olhares de Couchel
Só não gosta do passado quem tem problemas com ele
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De Couchel
Couchel e Passado
Aboreira scriptorion
Vídeo de Couchel
Grades na Escola
Eco da Avessada
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Brinquedos da minha meninice
Nunca percebi porque sendo eu um poço de habilidades quando era pequeno,
e pela vida fora, nunca me deu para fazer um carrinho destes.
A rampa de Couchel, de facto, não prestava, tinha buracos que cabia lá um
carro de bois... mas a Estrada da Beira, caramba, era um tapete de veludo
que ia de Coimbra a São Romão, bem no coração da Beira Alta.
E passava mesmo ao lado da porta da minha casa.
Nunca percebi mas fiquei sempre desconfiado: A Estrada da Beira tinha já
então bastante trânsito, e Deus andava por ali perto.
Mas uma coisa eu sei: O Ti Zé Adelino não teve nada a ver com isto.
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Aniceto Carvalho
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As mulheres que me Do Rubicão a Ponte de Mucela
acordavam
Ontem como hoje, seja no Rubicão, no Corno de Oiro, em Tróia, no Corno de
Crise Passámos nós
Curso52-2015
Mulheres amadas
Quatro Estações
Links Culturais
Serra da Estrela
África, em Ceuta, em Isso ou em Foz de Arouce, por algumas boas vantagens
que tenha, viver na proximidade mais favorável da travessia de um rio, de
um mar ou de um estreito pode também trazer sérios dissabores.
Como em Ponte de Mucela.
Não me lembro, (nem vou confirmar), se foi nas memórias dos antepassados
ilustres do Fidalgo da Torre na “Ilustre Casa de Ramires” do Eça de Queiroz,
se foi n’ “A Morte do Lidador”, do Alexandre Herculano, que encontrei o
Gonçalo Mendes da Maia à espadeirada aos mouros lá pela minha terra.
De qualquer maneira, lenda ou romance histórico, no Século XIII, em 1231,
há muito que o Lidador tinha morrido...
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Lugar de referência muito antiga, pertencente ao Mosteiro de Lorvão, Muce-
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Olhares de Couchel
Convento de Mafra
Dom Quixote
la parece já existir em 1014. Acredita-se ter pertencido a um chefe lusitano
de seu nome "Murcela" no primeiro século da era cristã, figurando nos mais
antigos manuscritos como Murcelha, Murcela e Mucela.
Teatro de recontros entre mouros e cristãos, destruída e reedificada, foi tão
arrasada pelos muçulmanos em 1231, no reinado de D. Sancho II, que levou
o povo a refugiar-se na serra durante 5 séculos.
Depois do progresso com as reformas do Marquês de Pombal, em 1760,
embora novamente incendiada e destruída pelas tropas francesas em 1811
é, na actualidade uma terra em razoável desenvolvimento.
Aniceto Carvalho
As Grades da Minha Escola
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As Grades da Minha Escola
Val de Vaz princípios de 1940 do Século XX.
A minha escola primária em toda a sua grandeza, como eu a frequentei de
1942 a 1946.
A Estrada da Beira passa a seguir ao carreiro depois da escola, a meia dúzia
de metros onde se vêm os últimos choupos.
Apesar do perigoso local apenas um miúdo morreu naquela zona ainda antes
de eu ter entrado na escola.
NOTEM BEM: Quarenta (40) alunos das quatro classes, apenas uma e apenas
uma professora. No meu ano, na minha escola, esta miúda de 19 anos, levou
“todos os dez alunos da 4ª. Classe” a exame e ficaram todos aprovados.
ACREDITEM QUE É VERDADE: Esta professora dava-nos aulas extras, levavanos ao cinema, e a fazer pique niques nas margens do Rio Ceira.
(Era de Vide... a cem quilómetros da minha terra)
PERCEBEM... OU QUEREM QUE EXPLIQUE MELHOR?
Na foto da direita, na sombra onde está estacionado o carro, era o Rossio de
Val de Vaz, o recreio, como se diria hoje, em pleno via pública.
Está lá o edifício. Mas há muito que a escola que servia aquela Zona Sul de
Vila Nova de Poiares, Val de Vaz, Couchel, Val de Vaíde, etc., deixaram de
funcionar por falta de crianças.
E mais umas curiosidades dessa época, (dita obscurantista pelas luminosas
mentes da actualidade), que põem a falar sozinhos os pais, similares e afins
deste brilhante Século XXI… Cliquem na ligação.
Aniceto Carvalho
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Gosto de gente desta
Sei que há muito disso, mas eu não sou do tipo que rosna por trás, e na
primeira oportunidade vem lamber as mãos de quem o enxotou.
Precisei da criatura, pouco mais que uma opinião, deu-me com os pés; nunca
mais o cumprimentei nas várias alturas em que estivemos juntos.
Chama-se Jaime Soares, foi durante 40 anos, depois do 25 de Abril de 1974,
o Presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares.
(E se outro lá está, foi porque ele atingiu o limite de mandatos).
Passaram tempos, tenho de reconhecer... Deixou a presidência da Câmara da
minha terra, podia estar a viver à grande em qualquer lado.
Com a minha idade, ou perto disso, ainda não parou. Seria dos poucos políticos cá do burgo a quem eu confiaria o minha tasca de esquina.
Lá estava ele no Pontão… Gosto de gente desta.
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Olhares de Couchel
Aniceto Carvalho
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O Zé Povinho na Lua
O António do Cabeço tinha parecenças com o Zé Povinho. Ou vice-versa.
Mas não com o Zé Povinho do Bordalo Pinheiro que nem eu nem o meu avô
sabíamos quem era. Este Zé Povinho tinha sido mandado de penitência para
a Lua com um molho de silvas às costas por Deus, que o tinha apanhado de
roçadoira em punho a roçar silvas ao Domingo.
E se o meu avô o dizia, é porque era verdade.
Pareceu-me bem: Era bem mais divertido vestir a fatiota domingueira e dar
uma passeata pelos arredores aos ninhos e aos tortulhos na Quelha do Valezinho do que passar o dia a trabalhar em Dia Santo de Guarda.
Além do mais era pecado.
Um senão: Apesar dos esforços eu não conseguia ver o Zé Povinho na Lua.
- Porque não tens olhado com atenção – disse o meu avô. – Ou então, se
calhar, porque não seja a melhor altura dele aparecer.
Foi então que num final de tarde de Verão, num habitual “antes das sopas”
à porta do meu avô, uma silhueta cambaleante se destacou na ladeira, perto
do sítio onde começava a vereda para a Fonte das Tortas.
No fim de um dia de labuta num bocado de terra ao lado do Chão da Fonte, o
António do Cabeço regressava a casa. Ultrapassou o bueiro que logo a seguir
ali atravessava a estrada, vergado sob vários molhos de vides, com um ofegante e sumido “boa tarde” continuou ladeira acima.
A conversa esmoreceu, retomou a vitalidade no serão “depois das sopas”…
E continuava, já um manto de prata cobria a região, sem que alguém mostrasse alguma vontade de se recolher da brisa refrescante que corria.
Foi então que eu vi claramente o Zé Povinho na Lua com um molho de silvas
às costas... tal e qual como o António do Cabeço um pouco antes.
E ainda lá anda, consta, setenta anos depois.
Aniceto Carvalho
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Do que eles gostavam
Pois é. Eu também conheço uma terrinha com cerca de trinta casas entre as
quais meia dúzia delas eram burguesas. Os burgueses velhos morreram
todos pelos meados do Século XX, e os descendentes deles zarparam para
outras paragens, ou não estiveram para se chatear com aquilo...
Como consequência disso e do exemplo, da antiga população da terriola
ficaram lá dois ou três a usufruir dos bons ares da montanha.
Passou outra geração, o lugar está a beira de ser uma terra fantasma.
Confiram: As grades da minha Escola
Mas não é por isto que alguns “patriotas” têm lutado nem que seja a estoirar subterraneamente com o poder económico do país?
Estamos quase lá: Todos pobrezinhos... Com um problema acrescido: Em vias
dos pobrezinhos não terem a quem pedir esmola...
Não gostaram?... Acredito
Aniceto Carvalho
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O “Bacalhau sueco”
A Hermínia era a prova do que fazem os cuidados que uma rapariga, (um
rapaz), uma mulher, (um homem), deve ter na sua apresentação; e provava
também, e prova hoje, que não era, nem é em absoluto o meio nem o grau
de riqueza ou de pobreza que fazia, ou faz, a diferença.
Não. É o desleixo e a falta de brio.
E isso chega muito bem para arrasar a vida de uma pessoa.
O meio era o mesmo, as posses semelhantes; a minha madrinha era o “Açúcar em ponto” lá da zona; as outras tinham epítetos razoáveis que não melindravam ninguém, a pobre da Hermínia era o “Bacalhau sueco”.
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Eu também tive esse problema: Era no tempo dos galãs de Hollywood, dos
Clark Cable, dos Montegomery Clift, Kirk Douglas, etc., etc., etc…
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Olhares de Couchel
Quando cheguei à idade de me olhar ao espelho descobri que não tinha
qualquer hipótese. Fiz o que se deve fazer: Dei a volta.
Como a Aeronáutica Militar Portuguesa tinha na altura a farda mais bonita
de todas as forças armadas do mundo, que não se confundia com bombeiros,
nem com polícias, nem com marujos… e o cabo mecânico tinha um uniforme
igualzinho ao do general... fui para a aviação.
Nem fazem ideia da quantidade de gente que eu enganei...
Houve até uma que se enfeitiçou com a minha farda para sempre.
Aniceto Carvalho
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O padre e a torneira
Couchel – Vila Nova de Poiares – pelos finais da Segunda Guerra.
Contou a Senhora Marquinhas num serão em casa do meu avô.
O padre lá da aldeia, rapaz novo e bem apessoado, malandreco quanto baste, queria dar a volta à filha do cidadão local.
A rapariga foi dizer ao pai.
O pai da jovem organizou um almoço. Em vez de uma garrafa de vinho para
todos, mandou pôr na mesa uma garrafinha para cada conviva.
Já o almoço ia adiantado o pai da moça perguntou ao padre:
- Então senhor prior, que tal a pinga?
- Bom... – respondeu o pároco... – mas parece ter um gostinho.
O pai da rapariga esclareceu:
- Pois olhe, senhor padre, que esse precioso néctar é exactamente do mesmo
pipo onde o senhor queria meter a torneira.
Aniceto Carvalho
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O Arado e a Aiveca (clic no link)
Guardemos na nossa memória tantos homens comuns deste país que, com o
seu esforço e suor, tanto contribuíram para o construir e engrandecer.
Aniceto Carvalho
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Pulhas – Antiga tradição (clic no link)
(Um artigo da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra)
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A mala de viagem da Ti Maria
A Ti Maria do Alpendre, mãe do Alberto “Mascarenhas”, o meu maior amigo
da altura, estava a recolher as ovelhas ao fim da tarde.
(“Mascarenhas”, achava a minha tia Alcina, era sinónimo de artolas).
Entendendo ser ainda cedo para recolher, um dos borregos decidiu moer o
juízo à proprietária antes de entrar a porta do curral.
A Tia Maria do Alpendre, uma mulher pequena e franzina, pouco mais que
pele e osso, perdeu as estribeiras: Enfiou os dedos na lã do lombo do cordeiro, transportou-o como se fosse uma mala para dentro do curral.
Eu vi, é certo… Não liguei. Tenho a certeza absoluta de não ter sido eu a dar
com a língua nos dentes. Mas alguém foi.
No Carnaval que se seguiu não houve monte, outeiro ou cume em redor onde
o irreflectido gesto da pobre da Maria do Alpendre de transformar um borrego em mala de viagem não fosse esventrado com toda sonoridade por
quilómetros e quilómetros para quem queria ouvir.
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Olhares de Couchel
Este episódio terá sido uma das últimas sessões de “pulhas” na minha terra… logo depois, próximo do final da Segunda Guerra, a antiga tradição foi
simplesmente proibida e deixou de se ouvir nos outeiros da região.
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Em 2014, ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Rádio -Televisão portuguesa
promove espectáculos com o sacrifício de animais para diversão.
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Por muito rafeiras que as “pulhas” fossem eram infinitamente menos
poluentes socialmente do que a maioria dos programas de televisão e
o reles ambiente de algazarra política da actualidade.
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Uma das últimas sessões de “pulhas” na minha terra, de que eu me lembre,
senão a última, tinha a participação de um "ovelheiro" chamado Luís, pastor
transumante da Serra da Estrela, um gajo enorme e bexigoso, que usava um
barrete preto com borla, um cajado do tamanho de um poste, que guardava
as ovelhas num redil num pomar amanhado pelo meu pai.
Lembro-me: Uma dessas últimas sessões de “pulhas” acabou num arraial de
porrada tão grande lá para a Chã que até os riachos fumegavam.
Aniceto Carvalho
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Sopa com torresmos
A minha avó paterna fazia uma sopa com couve esfarrapada, feijão vermelho, farinha de milho, não sei com que temperos nem com que mais.
Muito boa, lembro-me bem, juro. Hortaliça do quintal.
A minha avó tinha quase 65 anos, já não via bem, mas não usava óculos… e
por isso, apareciam de vez em quando umas coisitas a boiar no prato que
pareciam mesmo os bichinhos como o que a imagem de cima mostra.
O meu avô dizia que eram torresmos. Fosse como fosse, foi com sopas dessas, ou mais ou menos, que eu aguentei firme os tempos da Segunda Guerra
Mundial, que me criei e fiquei peitudo… E já lá vão mais de 70 anos.
Aniceto Carvalho
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Estás a perceber, ó artolas?
Conversava com uma doutora, contou que se tinha divorciado há cinco anos,
com a mesma convicção de quem não acredita numa palavra do que está a
dizer, adiantou-me que quando as coisas começam a correr mal é o melhor
que se deve fazer… continuou que tinha um miúdo com nove anos, prosseguiu, explicou depois que "o rapaz estava a ficar parvo".
Ou seja: O miúdo ficou sem a imagem do pai aos quatro anos... aos nove
talvez esteja a ficar parvo por isso, é bem possível que aos vinte esteja numa
cura de droga ou na cadeia.
Tudo bem. Esta é a teoria televisiva, e por isso a de todo mundo pouco atento
que encaixa tudo o que diz essa gente, porque, simplesmente pensar dá
muito trabalho, e o que mais interessa realmente é a lei do menor esforço.
Graças a Deus que tenho quase 80 anos
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Dois meses antes de ingressar na Força Aérea, eu andava lá por Vila Nova
de Gaia, numa terra chamada Palmeira, na Estrada Nacional, à saída de
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Olhares de Couchel
Santo Ovídio, no início da subida para os Carvalhos.
O casal de comerciantes onde eu era empregado, (boa gente), eram de Foz de
Arouce, próximo da minha terra.
Tinham uma miúda gorduchinha de 15 anos. Eu tinha dezassete.
Um dia ficámos os dois sozinhos em casa. Encostado à ombreira do portão,
virado para os Carvalhos, eu estava, por certo, às voltas com aviões, ela
tagarelava ao meu lado, eu respondia de circunstância.
Às tantas ela saltou na maior das canduras:
- Se um dia eu fizesse alguma das minhas, os meus pais não tinham lata
de me dizer nada... o meu pai também engravidou a minha mãe, que era
filha do patrão, e depois teve de casar com ela.
(Estás a perceber ou queres que te explique, ó artolas?).
A “voar” pelas alturas, a conversa da miúda passou-me ao lado... mas,
como se pode ver, o exemplo vem sempre de cima.
Aniceto Carvalho
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As cuecas pretas da Arminda
Naquele tempo, por volta da metade dos anos 40, bem antes e depois, todo
o bocado onde fosse possível plantar uma couve ou semear uma batata era
aproveitado na minha terra.
A zona sempre foi bastante limitada de recursos agrícolas.
Cá em baixo, no vale, nas margens da Ribeira de Vila Chã, nem tanto, as
culturas eram de regadio sofrível, mas lá em cima, no planalto de Couchel,
cá para mim uma ancestral fortaleza natural de atalaia às avoengas da
Estrada da Beira, salvo dois ou três casos de poços profundos com minas,
boa parte das leiras não tinham um pingo de água no Verão.
Uma dessas leiras era do meu avô: Um rectângulo de torrões ressequidos em
ligeira inclinação do Cabeço para a quelha da Avessada, que dava grão de
bico e tremoços para azotar a terra em poisio, e cereal de segunda qualidade, centeio, cevada e aveia na época mais fértil.
Melhor ou pior, era a altura da ceifa. As ceifeiras eram a minha tia Dora,
minha madrinha, uma rapariga de 23 anos, um torrão de açúcar na época, e
a Arminda, uma mocetona peituda com a mesma idade, que transpirava
hormonas, e umas pernas que pareciam duas colunas jónicas.
Eu andava por ali. Se as duas moças me davam corda, o que era normal, não
era de esperar que eu fosse rezar na Capela da Eira dos Santinhos.
Tinha os meus oito ou nove anos, não era cego, o meu avô dava uma ajudinha a completar o ramalhete.
A Dora olhou para o lado, fez sinal à Arminda, a Arminda olhou para baixo,
apanhou-me esparramado de costas no chão com os olhos cravados lá no
alto mesmo no meio das pernas dela. Não fui tão rápido como pensava, fui
atropelado por um combóio de mercadorias, só parei de rebolar nas Paúlas,
cerca de um quilómetro depois, a dois passos da Ponte Velha.
Sacudi as parganas, fiquei pronto para outra.
Mas um enigma perdurou no tempo: Até hoje nunca cheguei a descobrir se o
que eu vi eram as cuecas pretas da Arminda.
Aniceto Carvalho
Tolerância e Indiferença
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Quando se diz que "os namorados nem sequer podiam andar
de mão dada na rua nos anos 50 do Século XX", e que na
mesma época "as pessoas não se podiam encontrar a conversar uns com os outros”, alguém me pode obrigar a ser
moderado na linguagem para um qualquer borra botas
que me insulta a fazer de mim parvo e estúpido?
Por onde andariam estes aleijadinhos mentais nessa
altura quando eu, em 1957, com 22 anos, montava a minha Vespa GS à
porta da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, no centro da vila ribeirinha de
então, e ia com a minha namorada, depois minha mulher, a passear nas
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Olhares de Couchel
margens do Mar da Palha?
Pelo que se diz, andavam aos míscaros em Monsanto, outras vezes atrás das
borboletas no Jardim Botânico. (Pelo menos é o que consta…)
A tolerância do indiferente é que leva o pateta a pensar que
todos os outros são atrasados mentais como ele.
Aniceto Carvalho
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A tasca do ti Hipólito
O ti Hipólito era ferrador em Val de Vaz. Herdara a arte do pai.
Entretanto, numa terra com pouco gado auxiliar da agricultura, pelos meados do Século XX o trabalho na profissão começou a escassear.
Na casa dos seus cinquenta e tal anos de idade, portanto ainda bastante
novo na altura, o Ti Hipólito montou uma venda na casa de habitação, quase
em frente do tronco, do outro lado da estrada da Beira.
Seguindo à risca a filosofia do pitrolino da região, que este aprendera do
galego em Lisboa, de “nunca dizer ao freguês que não tinha”, o Ti Hipólito
tinha tudo, do carrinho de linhas, ao livro de mortalhas, ao motor do Boeing
747 que só voaria dali a bem mais de dez anos.
O Ti Hipólito podia não ter o artigo… Acontecia. Porém, de Val de Vaz a
Hong Kong toda a gente sabia que o teria no dia seguinte.
O João do Chão da Vinha tinha cerca de dez anos de Lisboa. Era um gajo
inquieto, cheio de truques, estava na terra a passar uns tempos.
- Olha que eu sou de Alfama… Ouviste? – repetia ele a quem o aturava.
De “Alfama”, como qualquer provinciano parolo enxertado em “alfacinha”,
na terra a fazer flores, decidiu sacanear o juízo o Ti Hipólito:
- Ouvi dizer que o Ti Hipólito tem tudo…
- Vão-se arranjando umas coisitas…
- E tem podela?
O João do Chão da Vinha tinha acabado a Quarta Classe na Escola Primária
de Val de Vaz, o Ti Hipólito conhecia-o muito bem.
- Hoje eu não tenho… mas amanhã cá estará.
- Óptimo… - disse o João. - Amanhã cá estou.
O Ti Hipólito perguntou por todo o lado, telefonou, mandou espiões, vasculhou todo o concelho de Vila Nova de Poiares e arredores…
Ninguém sabia o que era podela.
Desesperado, com medo que a venda perdesse a fama tão arduamente conquistada, o Ti Hipólito foi para casa. Claramente debilitado do esforço físico
e mental, bebeu uns copos, comeu uma brutal feijoada.
Foi quando altas horas lhe deu uma tremenda caganeira.
Chovia torrencialmente, o Ti Hipólito não arriscou ir ao quintal.
Guardou a “encomenda” no forno ainda bem quente da fornada anterior.
De manhã deitaria aquilo fora.
De manhã, no entanto, um embrulho quente, rijo e seco em papel de jornal
fez-lhe saltar uma ideia deslumbrante:
Moeu tudo, fez pacotinhos, correu a abrir a venda.
Pouco depois do almoço lá estava o João do Chão da Vinha com três amigos
da mesma laia para gozar o pratinho com o antigo ferrador.
- Conseguiu a minha encomenda, Ti Hipólito?
- Está aqui, João… Podes provar à vontade.
- OK… dê cá. - Meteu uma colherada na boca:
- Mas isto é merda, Ti Hipólito!!!
- Não é merda, não, João… é podela
Aniceto Carvalho
Aprumo acima de tudo
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Finais do Verão de 1938, talvez 1939, altura das colheitas…
Um amplo espaço a toda largura da cabeceira da propriedade separava a
habitação das terras de cultivo. De um extremo ao outro eram a adega, o
eirado, as arrecadações, as casas das alfaias, as capoeiras, o jardim; a dois
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Olhares de Couchel
passos da porta da casa ficava o poço do engenho, (fundíssimo mas com um
muro em volta), o lavadouro mesmo ao lado, num alpendre, num recanto
deste abundavam as barricas de calda bordalesa, as celhas, produtos e ferramentas de lavoura. Era a cabeceira da Quinta.
Na azáfama do trabalho deixaram-me por ali.
Três, quatro anos de idade, não mais.
Quando regressaram alguns minutos depois encontraram-me em pé, no meio
de uma celha, firme e hirto, com água pelo pescoço.
Deus andava por ali perto!!!
Aniceto Carvalho
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Contou-me a Senhora Delfina
Não sei se pelo casamento do meu tio Zé, boda em casa do meu avô.
Talvez nos meus três, quatro anos.
Dois automóveis tinham vindo da vila (Vila Nova de Poiares) para levar os
convidados á cerimónia na Igreja Matriz e voltar a trazê-los a Couchel.
Os carros eram da transportadora Armando Ferreira & Irmão, proprietária
da carreira Poiares-Coimbra-Poiares, de Vila Nova de Poiares.
Tudo primos e gente conhecida.
O Armando Ferreira, o mais velho dos dois irmãos, tinha dois filhos, dois
rapazes pouco mais que adolescentes, com o sangue a ferver na ponta dos
dedos para se agarrarem ao volante… Sabe-se lá com que choradeiras do
filho e condescendência do pai, um deles guiava o carro onde eu ia.
Tudo corria bem… Passageiros a bordo, ao dar a volta para o regresso a
Poiares, o jovem condutor deixou o carro sair do alcatrão, uma das rodas
afundou na valeta do pomar da Natividade ao lado da estrada.
Vergado ao peso da responsabilidade e ao receio das consequências pelo
incidente o rapaz estava desfeito, desnorteado, nem queria pensar que o pai
viesse a saber que ele tinha perdido o controlo do automóvel.
Num instante todos estavam na estrada.
Importante: Não havia estragos, o carro voltou ao alcatrão.
Com a garantia que o Armando Ferreira jamais saberia o que ali sucedera, o
moço pegou no volante, feliz, retomou a viagem.
Quem conduzia o carro no regresso era o próprio Armando Ferreira.
Chegou ao cruzamento da Tapada de Val de Vaz, entrou uns metros na calçada para Couchel, fez marcha atrás, alinhou de novo na Estrada da Beira
em sentido contrário, encostou para deixar sair os passageiros.
Eu estava na parte de trás do carro.
Na azáfama e na euforia da cerimónia quem é que ia ligar importância
àqueles dez reis de gente comprimidos no assento de trás?
Ninguém. Só que, talvez porque tudo aquilo me fosse estranho, sem que
alguém tenha dado por isso, não me tinha escapado uma pitada do desassossego anterior, nem da aflição porque tinha passado o jovem condutor.
Saltei no banco, atirei alto e bom som:
- Agora deixem o carro cair outra vez na barroca!!!
Houve um tumulto dentro do carro, o Armando Ferreira saltou como uma
mola atrás do volante… Virou-se para trás.
“Que é que ele disse?”
A algazarra a disfarçar estoirou num tumulto.
Eu acabava de ficar amarfanhado no fundo do carro com tudo quanto eram
sapatos, saias, xailes e cestos por cima para ficar sossegado.
Aniceto Carvalho
Liberdade e crescimento
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Tem-se um fogareiro de assar sardinhas, faz-se-lhe passar por cima das
brasas incandescentes uma corrente de ar… para simplificar, canaliza-se o
gás que sai do outro lado para fazer funcionar um motor de combustão interna. É o “gás de ar”, o genericamente conhecido “gasogénio”, quase na
totalidade utilizado como combustível durante a Segunda Guerra Mundial a
8
Olhares de Couchel
substituir a gasolina nos veículos automóveis.
(Se em vez de “ar atmosférico” se fizer passar sobre o carvão “vapor de
água” obtém-se “gás de água”… e o resultado do poder calorífico é substancialmente superior. Elementar!… não é?)
Finais do conflito, por certo. O carvão vegetal artesanal ainda estava no seu
máximo de procura, eu já manejava uma enxada.
Nove ou dez anos de idade… 1944 ou 1945.
E talvez porque o meu pai tenha pensado que fazer carvão era um bom negócio foi falar com um carvoeiro a Val de Aires, uma povoação a dois passos da
Estrada da Beira, pouco depois e logo a seguir à Ponte Velha.
Seria por isso, penso eu. O meu pai não precisava de comprar carvão, tinha
lenha com fartura, não tenho ideia alguma de o ver carregar no regresso
qualquer saco ou fosse o que fosse.
Fui com o meu pai. Nada de especial. Mas cá para mim, até hoje, o meu pai
foi a Val de Aires tirar uma “nova oportunidade” de carvoeiro.
Contudo: Se alguma vez o meu pai pensou em fazer carvão, rápido o terá
esquecido... O carvoeiro de Val de Aires parecia um tição, o meu pai nem
deve ter pensado mais no assunto.
A mim, contudo, tudo aquilo me deve ter parecido engraçado e sugestivo.
Não demorou muito tempo. Meia dúzia de dias depois não restava um palmo
do olival entre a casa onde nós vivíamos e a do Natividade que não fumegasse de fornos de carvão.
À minha medida, evidentemente… mas nem por isso menos perfeitos do que
os que tinha visto em Val de Aires. E funcionavam: A minha mãe chegou a
realizar uns tostões com aquilo.
Só havia uma explicação, acho eu: Além do que tinha visto, nem uma palavra do homem para o meu pai me tinha passado ao lado.
Fiz, fiz e fiz, fartei-me de fazer. Nem uma palavra de admoestação, de ralho,
de censura… Nem do meu pai, nem de ninguém.
Quando me cansei, acabou.
Do que aqui vai escrito só uma palavrinha:
A isto chamava-se liberdade!!!
Aniceto Carvalho
A Casa das Fontainhas
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Embora talvez por dias, tenho ainda uma vaga ideia de ter visto a Casa das
Fontainhas habitada por herdeiros da propriedade.
Com memória bem viva, no entanto, estive algumas vezes lá dentro, garantidamente ainda antes dos dez anos, desafiado pelo Silvino, mais novo do
que eu talvez uns dois anos, na altura aí com uns sete ou oito anos de idade,
filho do caseiro da altura, o António de Val do Forno.
Na Casa das Fontainhas tinham soado os nomes do Padre Francisco Ferreira
de Carvalho, Doutor em Cânones e Lente na Universidade de Coimbra, de
Alberto Ferreira Pinto Basto de Carvalho, de Caetano Ferreira de Carvalho…
gente proeminente na região.
(Que eu saiba, só muito longinquamente algum destes Ferreira de Carvalho
terá alguma coisa a ver com a minha família).
A lei dos anos, no entanto, é implacável… e, embora com um passado de
algum esplendor na segunda metade do século anterior, no princípio dos
anos 40 do Século XX a Casa das Fontainhas estava em avançada degradação, em condições de precária habitabilidade.
Restava-lhe o soalho esburacado, indícios de floreados no estuque do tecto,
um piano quase aos bocados que, contudo, lembro-me, ainda se fazia ouvir
pelas dependências do casarão.
Por certo a viver de pergaminhos, mas sem dinheiro para as obras, com
ligações familiares à Casa da Abraveia, o remanescente da família das Fontainhas deixou Couchel para trás.
É então que pelo final da Guerra aparece em Couchel um tal doutor Tomás
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Olhares de Couchel
que tem ligações por casamento à Casa da Abraveia que vem pôr a Casa das
Fontainhas a brilhar.
Obras grandes numa povoação pequena dão nas vistas… E fica então a
saber-se que o doutor Tomás é irmão do doutor Sanches da Gama, médico
em Vila Nova de Poiares, e que, graças ao conflito mundial, se já era rico,
ficou a deitar dinheiro pelas costuras.
O doutor Tomás trazia um reluzente automóvel azul-escuro, ou preto, que
nunca mais acabava. BUICK EIGHT… estava lá escrito.
E aqui entro eu:
Tudo naquele automóvel era demasiado grande para não me extasiar.
Com a ladeira molhada veio o dia em que nem todo o esplendor do luxuoso
Buick o salvou de alapar no último troço da subida, a mais íngreme, antes
de chegar à casa do meu avô.
Como sempre, quando a moderna tecnologia emperra, nada é melhor e mais
eficiente que o recurso aos processos ancestrais.
O meu avô tinha a solução: E assim, um fascinante último modelo de Buick
chegou a Couchel rebocado por uma junta de bois.
Eu estava lá… “tirei o retracto” ao carro, do pormenor ao conjunto.
Tinha de fazer uma coisa daquelas. E fiz.
Tempos depois estava de partida da terra.
Guardei a obra e os “instrumentos de trabalho” numa caixa de sapatos,
recomendei para quem quis ouvir lá de casa:
- Não mexam nisto, sobretudo tenham muito cuidado em não estragar nada,
que quando eu voltar quero apreciar o que fiz!!!
Cinco anos mais tarde, regressei à terra.
Cheguei, corri a casa do meu avô, saltei ao “relicário”. Nem sombras. A
minha avó tinha dado tudo a uns primos meus da Venda Nova.
Fiquei desolado, a milímetros do desespero.
As prioridades eram outras… Atirei para trás das costas… como se pode
ver, no entanto, nunca mais me esqueceu.
Aniceto Carvalho

Olhares de Couchel
Os Meus Livros
Do you speak english
Aviadores em Terra
Eu fiz a minha parte: Escrevi dois livros, inclusive pela ortografia anterior…
se porventura alguém já os leu, os vai ler, ou não, já não é comigo.
Ligações Gerais
Aviação Portuguesa
Olhares de Couchel
Galerias Musicais
Meu Facebook
As mulheres que me
acordavam
Crise Passámos nós
(Tem de clicar em todos os slides)
Aniceto Carvalho

Mosteiro dos Jerónimos
Um dos mais belos edifícios do mundo, em estilo único, “Manuelino”, genuinamente português.
Aniceto Carvalho

Antero de Quental
Apesar de alguma experiência antiga neste género literário não é das coisas
que eu mais aprecie.
(Acho que ainda tenho de rever melhor isso).
Mas quando é bom, meus amigos, não há nada a fazer: Gosta-se e pronto.
Este é dos meus tempos de Selecta Literária, ao que se dizia na altura o
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Olhares de Couchel
Curso52-2015
Mulheres amadas
Quatro Estações
Links Culturais
Serra da Estrela
Convento de Mafra
Dom Quixote
Grandes Cientistas
melhor poema do Antero de Quental, ele próprio um dos maiores poetas da
língua portuguesa de todos os tempos.
Claro que hoje ninguém sabe quem foi Antero de Quental... Mas pergunto: E
o que interessa isso?
Na Mão de Deus
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!

Nós, os portugueses...
Consta ser histórico… vou procurar melhor.
Frase do relatório do Cristóvão Colombo à rainha Isabel de Espanha sobre a descoberta da América:
“Só encontrei bichos que nem falar sabem”.
No ‘achamento do Brasil’, Pedro Álvares Cabral mandou fardar com rigor a equipagem, recebeu os chefes nativos com pompa e circunstância. Feitios!!!
De certo que os “amigos” suecos e outros “amigos dos africanos da altura” teriam
fechado a Cahora Bassa, (uma das maiores barragens do mundo construída por
Portugal em plena Guerra do Ultramar), sem se importarem minimamente com
milhares de seres humanos ao Deus dará numa albufeira com 250 quilómetros de
comprimento, (de Lisboa ao Algarve), e 40 de largo.
Com os portugueses, foi muito diferente. Nada na região da albufeira de Cahora
Bassa passou ao lado das autoridades portuguesas que não fosse acautelado em
todas as vertentes. Eu estava lá.
Muito do meu suor, do meu trabalho, sacrifício e saber ficou por lá na construção de
aldeamentos, na prospecção de poços artesianos, no abastecimento, na construção
de postos médicos, no transporte aéreo de técnicos, auxiliares, trabalhadores agrícolas, de alimentos, de medicamentos, de médicos, enfermeiros...

No intragável programa do “senhor” Joaquim Furtado sobre a Guerra do Ultramar,
o insaciável panilas moçambicano da altura, de seu nome Guilherme de Melo que,
para que nunca lhe faltasse carne fresca, como claramente toda a gente sabe, até
um programa tinha para militares na Rádio Clube de Moçambique, chama “campos
de concentração” a esses aldeamentos.
Seria caso para perguntar â imbecil criatura: E agora, como estarão a viver essas
populações?
Quando alguma máquina não funciona normalmente bem, qualquer coisa está
avariada. Era o caso.
E, quem não que ser lobo não lhe veste a pele.
Aniceto Carvalho
Penitência de ingenuidade
Mais um a querer redimir-se de ter sido ingénuo…
O Bocage foi na hora da morte

11
Olhares de Couchel
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura:
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade Manchei!...
Oh! Se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Como eu digo há muito, repito e mantenho:
Tudo o que tem sido feito em Portugal com os genes do 25 de Abril, tal e
qual como o calhau no Parque Eduardo VII, traz sempre a cara do pai escarrapachada. Senão vejam o link:
Eu só gostava de saber qual dos meus amigos que eu considero honestos e
verticais seria capaz de meter em casa algum destes indivíduos que se acolherem em Portugal após o que fizeram antes e depois das independências
das terras deles.
O que fizeram aos da sua própria gente que como portugueses que eram
tinham lutado por Portugal, aos portugueses em geral e a esta grandiosa
nação a quem eles tudo deviam.
Aniceto Carvalho

Coretos de Portugal
Recomendamos este extraordinário documento do panorama cultural português quando apreciado com olhos de quem sabe ver o que é bom.
Aniceto Carvalho

O País do Céu Azul
Nem sempre por confessáveis interesses políticos, um país pode nascer no
meio do deserto, de uma floresta, ou até mesmo num lugar onde não haja
ninguém, sem que as gentes locais sejam nisso perdidas ou achadas… uma
nação pode ter milhares de anos de percurso sem nunca ter tido a necessidade de se transformar num país.
Portugal não é hoje apenas o país mais antigo do mundo... é um país que
nasceu de uma nação que vem do tempo para lá do Neolítico.
Os jovens portugueses deviam saber isto
Aniceto Carvalho

Vida selvagem em Lisboa
"A cidade escolhida foi Lisboa!
Um filme lindo, uma surpresa para nós Portugueses e uma enorme promoção para o nosso País.
Óptimo para ver com os mais pequenos."
O velho embaixador:

Não, não… Nós não somos os descendentes dos portugueses que deram
novos mundos ao mundo; nós descendemos dos que cá ficaram…
Os descendentes daqueles portugueses que deram novos mundos ao mundo
estão em retiro sabático há 40 anos a ver no que isto dá.
Aniceto Carvalho

12
Olhares de Couchel
Canário e Amigos
Se não tivéssemos por aí tanto esterco a estragar com inglesadas e coisas
ainda piores, até no meio artístico também tínhamos do melhor.
Mas disto temos, Graças a Deus...
Não comparem isto com concertos de coliseu, de CCD’s, casinos, similares ou
afins.
Aniceto Carvalho

Aqui tão perto
“Da maneira como conheço Portugal não consigo perceber o português que
vai passar férias numa terra com uma praia de calhaus”.
(Nuno Lobito)
Relíquias da Memória
Aniceto Carvalho

O Arado e a Aiveca (clic no link)
Guardemos na nossa memória os homens comuns deste país que, com o seu
grande esforço e suor, tanto fizeram para o construir e engrandecer.
Aniceto Carvalho

Audas, Ditalco e Minuro
Conhecem-nos? Já ouviram falar?
Assassinos do Viriato a soldo dos romanos.
Escrevam-lhes o nome no Google. Se pesquizarem bem, eles andam por aí...
Ou os descendentes…

Já agora guardem mais esta:
A guerra viriatina é uma previsão divinal do que, com as suas virtudes e
defeitos, pode fazer o povo português, sob uma direção prestigiosa, enérgica, esclarecida, honesta e patriótica.

Parece-me, no entanto, não sei se li em qualquer lado, que a estes três “brilhantes” lusitanos não lhes saiu tão bem o reconhecimento dos romanos
como mais tarde a outros que nós sabemos.
Exército a sério não gosta de gente desta.
Aniceto Carvalho

Isto também é Portugal
E história da boa… alicerces à mostra e tudo.
Geografia, sabe-se lá que mais…
Hoje está tudo à mão… Basta sobrepor à inércia e à preguiça alguma curiosidade e gosto.

José Hermano Saraiva
O ultimo dos professores comunicadores ainda do resto do “obscurantismo”,
de quando o português podia aprender alguma coisa a ver televisão.

Bocados cá da terra
Lamentavelmente, uma reportagem a meia dúzia de andróides aos saltos em
cima de um palco tem muito melhor acolhimento do que a minibiografia de
um homem destes na Internet...
Pai de António José Saraiva
Aniceto Carvalho

António Lopes Ribeiro
Sabem quem foi? Vejam
A melhor resposta que até hoje ouvi, foi dele, na que viria a ser a sua última
entrevista.
A uma pergunta sobre a censura aos seus filmes e obras em geral no tempo
do Estado Novo:
Uma sonora e estrondosa gargalhada…
13
Olhares de Couchel
Retomou a conversa, não tocou mais no tema.
(Foi transmitida há pouco na RTP-Memória)

Não é saudosismo, é constatação
Pelo menos um programa cultural destes por dia do início da televisão portuguesa até aos dias radiosos de Abril e ao aparecimento dos inconfessáveis
interesses que lhes sobrevieram.
Dr. Raul Machado
Charlas Linguísticas – Programa altamente educativo sobre o uso da Língua
Portuguesa.
Dr. Manuel Baptista
O fantástico mundo de um laboratório de física pela televisão. Só para quem
teve grande privilégio de poder assistir aos seus programas!!!
Leonard Barnstein
Famoso maestro, compositor, etc., etc. americano.
Inesquecíveis os seus extraordinários “Concertos para Jovens” transmitidos
todos os Sábados pela nossa televisão pública de então.

José Atalaia - Divulgação Musical
António Pedro - Iniciação ao teatro

Engenheiro Sousa Veloso
TV - RURAL. Um dos melhores programas de televisão até hoje transmitidos,
talvez o de maior impacto até hoje na população portuguesa.

João Vilarett
Programa de poesia. Para quem não tenha vivido estes tempos não
acredita que a nossa RTP transmitia programas destes nos anos 60.

Pedro Homem de Melo
De folclore sabia ele. Embora hoje pareça pouco importante fazer do português um povo sem pátria, o folclore são as nossas raízes, e além disso é
sempre engraçado saber que o “Vira do Minho” é diferente do “Vira da
Beira Litoral”

E outros mais: Etc., etc., etc., etc....
Aniceto Carvalho

Como os tempos mudam
Perante um pouco de orgulho de um colega meu, comigo a fazer um curso de
helicópteros na Bell, Dallas, Texas, em 1970, a propósito da grandeza da
obra de Cabora Bassa, o nosso instrutor, um texano genuíno, num espanhol
que ninguém entendia, como americano não aguentou:
“pues, con lo nuestro diñero!”
O Gonçalves saltou como uma mola:
"Não senhor Mr. Reep! o dinheirinho é todo nosso, nós não precisamos do dinheiro
de ninguém".
Hoje, 45 anos depois, o meu chefe de Mecânicos nos Serviços de Aviação do
Gabinete do Plano do Zambeze, em Tete, responderia assim:
"OK, Mr. Reep... Tudo bem, condescendemos. Nós não temos dinheiro… mas
temos o Fado, património cultural imaterial da humanidade”.

Em tempos que já lá vão
Meados do Século XX – anos 50.
Um espanhol a querer moer o juízo ao português a respeito do tamanho dos
dois países:
“Se em Portugal se levantar uma lebre onde é que vocês a vão apanhar?”
“NA ÍNDIA” - respondeu o português de pronto.
(António José Saraiva... lembram-se dele?)
14
Olhares de Couchel
O nuestro hermano teve sorte: O portuga não se lembrou que na altura a
peseta valia 40 centavos, menos de metade do escudo
Aniceto carvalho

Ada de Castro
Na hora na despedida
Esta era uma das miúdas da minha idade que me acordava nos
meus vinte anos.
Só não gosta do passado quem tem problemas com ele.
Nota importante: Se acaso lhes fizer confusão a menina da Mocidade Portuguesa na apresentação deste vídeo não fiquem melindrados: O Humberto
Delgado também foi “Adjunto Militar do Comando Geral da Legião Portuguesa e
Comissário Nacional Adjunto da Mocidade Portuguesa”.
Podem confirmar… não é panfleto.
Aniceto Carvalho

Afonso Lopes Vieira
Do tempo em que havia portugueses com orgulho na sua Pátria!!! Longe de
uma nova geração que não sabe o que é Pátria porque a Escola preparada
em especial por este regime após 25 de Abril, esvaziou-a da memória da
História!!!
Aniceto Carvalho

Facto insólito… ou talvez não.
Acabei de ver e ouvir uma fantástica reposição de canções da Alexandra de
depois dos anos 70…
Uma hora… Imaginem!!!... Adorei até ao fim.
Cliquem no link para saber porquê...
Zé brasileiro Português de Braga
(Onde estão as Alexandras de hoje?... as Resendes, as Fátima Bravo, as
Florenças, etc., etc… os Mascarenhas, os Chico Zé, os Tony de Matos, os
Piçarras, etc., etc., etc.
Enfim… Fiquem-se com esta maravilha:

Eles Foram Tão Longe
No principio dos anos 80, com 47 anos, eu tentava recuperar do assalto de
alguns anos antes.
Tinha mais que fazer do que ouvir cantigas.
“Eles foram mais longe” no entanto, era incomensuravelmente mais que
uma simples cantiguinha para me ter passado ao lado na altura.
Passou, todavia…
E sabe-se lá por alma de quem terá também passado despercebida a quase
todo o país?
Aniceto Carvalho

Eles foram tão longe
Eles foram tão longe, eles foram tão longe… e ficámos tão perto de sermos
alguém…
Aniceto Carvalho

Luís Piçarra
Também já tivemos disto: Luís Piçarra, anunciado nas capitais do mundo
como Lou Piçsrra, senão o maior, pelo menos uma das mais consagradas
vozes mundiais dos meados do Século XX.
Felizmente que hoje temos a nossa televisão pública a transmitir as biografias do Patton, do "Stonewall" Jackson, valioso, de facto, mas lá de muito
longe que nada dizem ao português em geral… porque por cá, além das
luminárias das “Memórias da Revolução”, mesmo com a Epopeia de 14 anos
de Guerra do Ultramar, há mais de 40 anos que historicamente não temos
mais nada.
15
Olhares de Couchel
Aniceto Carvalho

Artistas na Guerra
Saltou a talhe de foice na entrevista... não tem o mesmo valor como se fosse
intencional.
Mesmo assim, gostei de ver e ouvir:
A Manuela Maria, viúva do Armando Cortês, a contar episódios das suas
passagens como artista dos espectáculos de variedades para os militares
portugueses durante a Guerra do Ultramar.
Mas estranhei. Porque, pelo que me tem parecido, os artistas portugueses
não apreciam que se saiba que actuaram para os militares portugueses na
Guerra do Ultramar.
Aniceto Carvalho

O eterno rasto da canalha
01-02-1908, Praça do Comércio, Lisboa…
Dramático episódio da História de Portugal, com o abominável regicídio do
Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe.

Só na inveja não temos rival
O tema derivava de uma pergunta no “Quem quer ser milionário” sobre o
verdadeiro nome de um pugilista americano que, de repente, se tornara num
ídolo mundial em toda a imprensa ocidental por ter derrotado um congénere
filipino.
- Sabes que este agora famoso artista dos punhos nem peso-pesado é? –
perguntou o meu filho.
- Não... Essa “nobre arte” de esmurrar o próximo não é um dos meus interesses.
- Pois... É um peso-médio qualquer. Mas como os américas têm andado a
enfardar dos russos em grande, aproveitaram a oportunidade para dizer ao
crédulo mundo que continuam ser os maiores a dar porrada em toda a gente.
- Honra lhes seja feita – respondi. – Por essas e outras a razão da sua
grandeza. - E continuei:
- Nós, pelo contrário, que vivemos o período mais brilhante e próspero da
História de Portugal nos 2º. e 3º. quartel do Século XX, (Oliveira Marques),
segundo algumas luminosas mentes cá da burgo em “História Contemporânea” que só eles julgam conhecer, não se aproveitou nenhum português de
superior classe e valor nesses 50 anos.
“Só em inveja não temos rival no mundo” - disse bem claro com todas as
letras na RTP-Memória o Filipe La Féria para o Júlio Isidro.
Haja Deus!!! A borra está a vir ao de cima.
Aniceto Carvalho

O Pequeno Principe
Não deixe de ler… Se, ou quando puder

O autor… na Wikipedia
Antoine de Saint-Exupéry
Escritor, ilustrador e piloto Saint-Exupéry nasceu em Lyon em 29 de Junho
de 1900, desapareceu no Mediterrâneo a 31 de Julho de 1944 quando pilotava um avião P-38 Lightning.
Aniceto Carvalho.

Para que se saiba...
Dos dois principais jornais humorísticos bissemanários portugueses de crítica política e social do Século XX, os lembrados “SEMPRE FIXE”, e “OS RIDÍCULOS”, que eu lia com a mesma assiduidade da sua publicação, nenhum
deles foi fechado pelo Estado Novo... e a “REPÚBLICA”, jornal de oposição
ao regime, só acabou com o 25 de Abril.
16
Olhares de Couchel
Querem que eu explique melhor?
Aniceto Carvalho

Gente rasca nas alturas
Sabiam que existe gentalha tão rasca que até dos seus mais baixos podres
se vangloria?
Sabem daquele bem conhecido político, desertor, exilado, traidor, deputado,
candidato a Presidente da República, etc. e tal, que se gabava num livro que
escreveu? de não lhe ter escapado nenhuma das “criaditas lá de casa”?
Eu li e tenho o livro… não é conversa fiada.
Não digo o nome… Nem é preciso: Porque numa democracia de gente honesta uma criatura destas simplesmente devia ter sido escorraçada.
Aniceto Carvalho

No mundo dos escravos
Eu acho que todos os indivíduos que ganham muito dinheiro, pelo saber,
trabalho e inteligência, empresários, desportistas, gestores, actores internacionais, etc., para além dos monstruosos impostos que pagam deviam de
entregar todo o restante ao governo, para que, por sua vez, os políticos, os
similares e afins, etc. o distribuírem irmãmente aos desempregados profissionais, aos sem abrigo e derivados... para depois, no final, todos ficarem
iguais e pobrezinhos.
Só que depois não havia a quem pedir esmola.
Não é o que alguém por aí apregoa? Dois ou três figurões a pôr e a dispor e
o resto escravos?
Aniceto Carvalho

Sem opinião… até ver.
Porque conheço uma data de gente amiga que domina com alguma mestria a
língua portuguesa, e não concorda com o “Novo Acordo Ortográfico”, em
particular o meu filho que, sendo licenciado em direito tem forçosamente de
entender de português, e porque me parece que os escritores de Língua Portuguesa teriam na matéria uma palavra a dizer, tenho-me mantido mais ou
menos à espera de ver em que param as modas.
Por razões óbvias que se conhecem, não perco de ouvir um único escritor que
vai à televisão.
Nada sobre o “Novo Acordo Ortográfico”...
Até agora… que eu saiba.
Como aprendiz de escriba penso que entendo os motivos dos nossos escritores: Para essas minudencias estão lá os revisores de texto.
Fui ver quem era o tal João Pereira Coutinho por aqui neste meio tão badalado por não concordar com o “Novo Acordo Ortográfico”.
Não vi nada… fiquei desconfiado.
E uma coisa que me chateia é ficar desconfiado...
Aniceto Carvalho

Achadiços, similares e afins
Não fazia mesmo nada, dava banho à minhoca à volta da Base Aérea 6 de
manhã à noite, sem que se soubesse porquê comia e bebia, a base militar do
Mar da Palha era para ele um hotel; perante o quadro, acabado de chegar
da primeira comissão em Angola, eu precisava de me cultivar.
Não foi difícil. De convívio fácil, com quem o queria compreender, a conversa
com o velho Silva foi corrente e linear: Andava nos 60 anos, dizia ter sido
treinador de futebol nos Açores, pelo à vontade como se movimentava na
unidade da Força Aérea Portuguesa não parecia ser-lhe estranho o cheiro da
gasolina de avião misturado com o da maresia do meio do Atlântico.
Tinha lábia, sabia onde pisava, não lhe custou muito meter na cabeça de um
oficial de trinta e poucos anos pouco esclarecido, talvez ingénuo ou bem
intencionado, que ainda era capaz de fazer dele um guarda-redes de futebol.
A minha vida não era aquela, a Base Aérea 6 era muito grande, só lá pas-
17
Olhares de Couchel
sava mais tempo quando ficava de serviço, devo ter estado de férias ou ido a
algum curso, a coisa caiu por si mesmo.
Não me lembro de o ter voltado a ver
Não interessa. Histórias de achadiços, no fundo gente reles sem préstimo
que leva a vida à custa da credibilidade do próximo nunca são coisa que
valha a pena contar.
Conheci alguns na juventude, na minha terra e em Queluz, depois onde nem
sequer eram supostos… Mas estavam lá…
Mais tarde, depois dos meus 40 anos, a partir do início do último quartel do
Século XX, passaram a brotar por aí como míscaros no Outono.
Aniceto Carvalho

Desmistificação
Oriundo de uma família burguesa dos arredores da cidade invicta, estudante
de liceu em Vila Real, depois na Universidade de Coimbra, com 21 anos, em
1963, como bom velho lutador antifascista que nunca soube, não quis nem
quer trabalhar e que acha que defender a Pátria era para o plebeu pacóvio,
pirou-se para o estrangeiro.
Diz-se que se terá licenciado em sociologia, uma licenciatura da qual basta
adejar um papel com carimbo do Bornéu para não se precisar de mostrar
que se sabe fazer alguma coisa… apesar da obstinada filiação ao PCP e as
numerosas caixas de graxa gastas sem nada conseguir do Álvaro Cunhal,
em 1974 era um fervoroso socialista.
Foi deputado, ministro, deputado de novo, director disto e daquilo, com
meios, etc. da televisão pública fez um documentário de TV a ensinar-me
como era o Portugal de antes e depois do 25 de Abril… a mim, que ando cá
há 80 anos a trabalhar para e pelo meu país, que dei o melhor por ele em
dez anos de combatente no Ultramar.
Uma das amostras dos últimos 41 anos… aos milhentos… desgraçadamente!!!
Aniceto Carvalho

Belezas voadoras de antanho
Quem sabe se não terá sido esta uma das miúdas que veio trazer os Spitfires
a Portugal em 1942...
Ou a responsável por alguma das fotografia coloridas delas que eu via nas
revistas de propaganda aliada que apareciam em casa na altura.

No limite do entendimento
Por mais que eu tente não consigo passar ao lado ou ser alheio a este monte
de esterco pútrido.
Acabei de ver no Prós e Contras que um tal Vasconcelos, “cineasta cá do
burgo”, etc. e tal, afinal também percebe de aviões, Transporte de Linha
Aérea, TAP, economia, gestão, similares e afins.
Não sabe é fazer cinema… deixemos isso.
Louvado seja o Santíssimo!!!

Um pouco de língua portuguesa
O termo "ACHADIÇO" é de uma zona da Bairrada, usava-se na minha terra,
não assim muito longe dali, no princípio dos anos 40.
É um indivíduo rafeiro, reles, sem qualquer préstimo, que não faz, não sabe
nem quer fazer nada, que passa a vida a viver à custa dos outros.
É recomendável que se volte a utilizar de novo essa eloquente
expressão da língua portuguesa: De há umas décadas a esta parte a fauna é abundante.

O Costa do Castelo
Filme Português de 1943
Viram algum filme português melhor, feito neste Portugal depois do 25 de
Abril de 1974?
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Olhares de Couchel
Só estou a perguntar… mais nada.
Aniceto Carvalho

Se tiverem sorte
Uma das coisas que me causa um sentimento de gozo delicioso aos meus 80
anos, são os olhares de comiseração duvidosa de alguns jovens, por vezes
até dos nem tão jovens assim...
Eles também serão velhos um dia...
se tiverem sorte.
Aniceto Carvalho

As mulheres que nós amamos
Sexto diapositivo - Honoré Balzak: “Quem sabe governar uma mulher sabe
governar um estado”.
Realmente e de facto: É que boa parte dos nossos governantes, políticos,
politiqueiros, similares ou afins cá do burgo, são divorciados ou separados.
Está explicado. Ou, como diria Sherlock Holmes: Elementar,
meu caro Watson!
Aniceto Carvalho
O velho problema

A “menina de cinco olhos” era uma forma terrível de repressão… quando o
aluno era indisciplinado e burro; o comandante é um fascista… quando o
militar é um incompetente e insubordinado que mesmo a fazer número já
está demais; o patrão é um sacana… quando o empregado é um relapso
reles sem habilidade para coisa nenhuma.
Experiência própria… não é conversa.
Aniceto Carvalho
Vamos fazer Workshops

Como se sabe, quase todos nós nascemos no século do mais elevado desenvolvimento em todos os campos, científico, técnico, etc., o século da maior
capacidade de comunicação entre os povos de todos os tempos. Eu próprio,
dos meus 80 anos atuais palmilhei 65 deles no Século XX.
Tive uma profissão cujo grande incremento era em países estrangeiros... e
por isso, não só tive de lidar diariamente em cerca de 30 anos com a língua
francesa e inglesa, como tive fazer alguns cursos além fronteiras nos respectivos idiomas.
Com alguns textos sobre aviação, diversos sobre outros temas, até livros
publicados, nunca precisei de utilizar as cavalidades em língua inglesa que
hoje infestam o português dos meios de comunicação a propósito de tudo e
de nada.
Um anúncio de um “Workshop de Escrita Criativa”
pousou no meu Facebook. Ocorreu-me:
Sem fazer ideia do que seja um “Workshop de Escrita Criativa”, pergunto:
Da maneira como as coisas estão a nível de Língua Portuguesa estarão os
promotores deste evento tão preparados como eu quando acabei a 4ª. Classe
há 70 anos?
Já agora, e pelo amor de Deus: “À SÉRIA” é uma calinada no português do
tamanho do mundo.
Aniceto Carvalho
Porquê… para quê?

Leiam, vejam a resposta… E PENSEM.
Vale a pela ler o que realmente interessa.
Comparada com estes 41 anos de ensaboadela diária, a propaganda
do Estado Novo nem panelinhas vendia na Feira Popular
Aniceto Carvalho
niceto Carvalho
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Olhares de Couchel
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Reflexão em época de promessas
Se eu não entregava uma loja de vão de escada a nenhum dos políticos que
conheço pessoalmente, (e conheço alguns), vou votar em qual dos candidatos, (seja para o que for), se eu não conheço nenhum nem de longe nem de
perto?
Aniceto Carvalho

O Vinho da Madeira e a Licença de Isqueiro dos abrilistas
E o que se segue na ligação é só uma amostra na compra de um simples
carro… já não falemos de roubo de reformas a velhos e indefesos aposentados, nem dos impostos sobre tudo o que explorado cidadão tem de usar e
consumir.
Vejam o link a seguir

Eu tinha vergonha
Se ao fim de 41 anos de pregão diário à banha da cobra nas televisões, os
resultados de “crescimento” de uma empresa minha fossem estes, há muito
tempo que eu me tinha deixado morrer pendurado pelos pés no meio de um
deserto distante.
Aniceto Carvalho

O meu mundo e a triste existência dos desgraçadinhos dos anos 50:
Eles não podiam andar de mão dada na rua com as
namoradas, (Como o têm pregado o senhor Soares,
Vasco Lourenço, similares e afins)... eu passeava de
Vespa com a minha futura mulher através das bucólicas veredas das margens do Mar da Palha.
Coitadinho de quem é aleijadinho!!!
Aniceto Carvalho
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O imprestável absentista
Era da minha incorporação, Novembro de 1952, do curso a seguir ao meu.
Como muitos outros da altura que hoje não só seriam candidatos ao mundo
da ribalta, mas sim verdadeiros astros do desporto, ou da arte, etc., nunca
lhe ocorreu trocar a modesta mas interessante carreira profissional na Força
Aérea Portuguesa para correr atrás do efémero...
Fantástico jogador do Sporting Clube de Lourel, para além das equipas da
Força Aérea Portuguesa dessa época pelas quais naturalmente tinha de
jogar, penso nunca ter dado um pontapé numa bola por qualquer outro clube de futebol.
Para além dos poucos meses de 1953 em que os nossos cursos se cruzaram
na Escola Militar de Aeronáutica, em Sintra, nunca estivemos em serviço na
mesma unidade, pouco nos encontrámos em mais de vinte anos… todavia,
vá lá saber-se porquê, tínhamos mais pontos em comum do que muita gente
que vive largos anos lado a lado.
Acho que partilhávamos a mesma filosofia:
“Antipatia e cara feia não resolvem problemas”.
A meio da segunda metade da década de 50 do Século XX Luís Carlos Catalão tinha 23 anos, estava na idade de pensar em constituir família.
Namorava. Como todos na altura com a moça com quem pensava casar, com
quem casou.
Bem atestado do jantar a celebrar um jogo que tinha corrido bem, o Catalão
foi passar um bocado com a namorada. O costume:
Abraça aqui, apalpa acolá… às tantas, NADA!!!
O Catalão não acredita. Tenta tudo… NADA!!!
Quanto mais insiste, mais as coisas pioram...
20
Olhares de Couchel
O Catalão perde as estribeiras: Saca da navalha, vai decapitar o imprestável
absentista…
A miúda salta como uma mola.
FOI SÓ UM PEQUENO GOLPE!!!
Ela era enfermeira. GRAÇAS A DEUS!!!
Aniceto Carvalho

Palmadas na língua
Escreve o Luís Fernando Veríssimo:
“De vez em quando a língua portuguesa também precisa de palmadas para
saber quem manda”.
É um facto. É assim que ela tem sido educada.
(E o Camilo sabia disso muito bem).
Mas sem exageros… porque, “vai-as recordar”, assim à bruta, não se faz,
nem é bonito.
É melhor com tacto: “Vai recordá-las”.
Aniceto Carvalho
Anos dourados

A legenda do diapositivo 15, apesar de não referida à imagem, (içar
da Bandeira Americana no monte Suribachi, Iwo Jima, 23 Fevereiro
1945), é simplesmente colossal.
Uma das mais extraordinárias frases que
até hoje retirei de um PPS na Internet:
Eu pertenço a uma geração que
viu Mitchum, Waynne e Cooper
transformarem em romantismo
os horrores de uma guerra.
Tempos Estranhos…

Para conhecimento das gerações mais novas.
A Ponte Salazar ou Ponte 25 de Abril ou Ponte sobre o Tejo, como lhe queiram chamar - é completamente indiferente (???) - do que se pode ver em
anexo um pouco da história e alguns aspectos técnicos, é contudo caracterizada por algo estranho e incomum actualmente em Portugal.
Foi construída dentro do prazo e do orçamento.
Ou melhor: Não custou três vezes o valor do previsto e não demorou o dobro
do tempo; com a sua construção ninguém enriqueceu nem subitamente foram
constituídos depósitos nas Bahamas.
O ministro das obras públicas da altura, quando saiu do governo não foi
para presidente do conselho de administração da empresa da ponte.
Tempos estranhos, de facto
Aniceto Carvalho
E sempre bom saber

Uma pergunta minha e…
Resposta do Comandante Hugo Cabral
«Sempre ouvi dizer que as três listas no alcache dos marinheiros eram uma
homenagem às três vitórias de Nelson (Copenhaga, Nilo e Trafalgar), no
entanto, outras fontes referem que isto não é verdade, que foi apenas uma
convenção.
Em relação à antiguidade da Marinha Portuguesa, confirmo. A nossa Marinha é a mais antiga do mundo porque é a primeira instituição militar subordinada a um poder nacional. No nosso caso foi o rei D. Diniz que em 1317
instituiu o conceito de uma marinha militar de cariz permanente subordinada ao Rei. Por este motivo forma à direita das suas congéneres».
Aniceto Carvalho

21
Olhares de Couchel
Albert Schweitzer
Para quem gosta de saber. (Clicar para ver)
A cultura é o arado e a aiveca da vida... (Acho eu)
Tal como o nosso Miguel Torga, Albert Schweitzer não
era entusiasta de jornalistas ou afins...
Sobre as obras de Jean Paul Sartre, seu primo, comunista, que nada fazia além de filosofar, Albertt
Schweitzer diria mais tarde: "todas as opiniões são
respeitáveis se forem sinceras, e por causa disso Deus
o perdoará certamente".
Um dia, sem se dar conta estava a ser entrevistado por
um. O médico perguntou-lhe:
- Qual é a sua profissão?
- Jornalista – disse o outro de penacho eriçado.
- Coitado, ainda tão novo!!! - atirou o médico.
Anos mais tarde, após a independência do país, já com todas as estruturas
coloniais desbastadas, um outro jornalista, julgo que francês, visitou em
reportagem o Lambaréné, local do antigo hospital de Albert Schweitzer, no
Gabão.
Um boçal local que mandava lá no sitio levava o tempo todo a chamar ao
antigo médico benfeitor tudo de pior que lhe ocorria do antigo colonialismo... O jornalista perguntou-lhe:
- E onde é agora o hospital mais próximo?
- A 80 quilómetros – respondeu a eminência tosca lá do burgo com pompa e
circunstância.
Aniceto Carvalho
Apenas um suponhamos…

O sacrificado combatente português da Guerra do Ultramar acusou e escreveu que o ilustre democrata de esquerda era um traidor à Pátria.
O ilustre democrata ficou muito ofendido, meteu o combatente em tribunal
por injúria…
O combatente, no entanto, foi absorvido.
Ora, se o combatente foi absorvido, então, branco é galinha o põe, o combatente tinha razão.
Portanto por conseguinte e consequência o ilustre democrata foi mesmo
traidor à Pátria.
A não ser que a lógica seja uma batata…
Logo, (não fossem algumas razões que à razão se escapam), mutatis, mutandis, mutandis, mutatis, nem que fosse no Juízo Final o ilustre democrata
devia ser julgado por traição à Pátria.
Aniceto Carvalho

As Escarpas de Cahora Bassa
(Para quem o conheceu ou conhece).
Voar com o Prazeres era interessante... era sempre uma aventura
mesmo que não houvesse aventura nenhuma. Um simples e corriqueiro voo em ferry, de Tripacer, de Tete para o planalto do Songo era um
festival.

Terminada na Beira a montagem dos cinco helicópteros recebidos dos
Estados Unidos, três horas de voo depois, eu tinha acabado de chegar
a Tete com o último Bell 47.
Corri aos sanitários, quando regressei tinha estacionado um JetRanger a trabalhar à porta do hangar pronto para descolar, o Prazeres à
minha espera.
- Vamos à Chicoa... o Aniceto vem comigo - disse ele.
Fim de tarde… a noite a cair no horizonte.
22
Olhares de Couchel
Eu nunca tinha estado na Chicoa, vagamente tinha ouvido dizer que
era mais de uma hora de voo.
Pensei: “Onde é que este maduro irá a esta hora?”
O Prazeres tinha feito uns voos na Bell Helicópter, tinha mostrado ao
Teixeira e ao Lança como aquilo funcionava conforme os helicópteros
iam ficando prontos, voara da Beira para Tete, após uma meia dúzia
de horas de voo mal medidas era o maior em JetRanger.
Voar ao encontro de condições meteorológicas estranhas, a mais de
uma hora de voo, à noite, com um piloto e um mecânico sem experiência operacional no aparelho, que mais era preciso para um arrepio?
Logo se veria.
À passagem do Songo, apesar das réstias de claridade na distância,
era noite; a seguir, passadas as instalações da ZAMCO, as primeiras
gotas de água a bater nos vidros... pelo fogo de artifício um pouco
mais à frente adivinhava-se festa grossa. E lá estava o arraial: Ventos
cruzados, ascendentes, descendentes, chuva, relâmpagos por todo o
lado a rasgar a borrasca, a iluminar as fragas.
Nada de pânico... No entanto:
Noite escura, tempestuosa, um helicóptero leve, limitado em instrumentos e a condições atmosféricas adversas... e por baixo, montes,
vales, escarpas, a garganta da futura barragem, lá no fundo o Zambeze em turbilhão.
Com servocomandos, claro. Sem esse precioso auxiliar dos comandos
de voo, foi por uma unha negra que, por muito menos, não fiquei no
Mar da Palha uns doze anos antes num dos primeiros Alouette II.
A voar com o Prazeres fiquei vacinado: Percebi logo de imediato na
altura que dificilmente algum helicóptero ou avião cairia nas suas
mãos. Era tranquilizador.
E era verdade… confirmei-o mais tarde.

Mas ainda não tinha acabado.
Chegámos à Chicoa… Com a “iluminação” de umas luzes amarelas e
fraquinhas a tremular, aterrámos no meio do aquartelamento militar
ali estacionado.
O Prazeres conhecia bem aquilo.
Preparei o helicóptero, fui encontrar-me com ele.
- Partimos o fio do telefone dos militares, acertámos-lhe com os patins justamente em cima - disse ele.
Não liguei nenhuma. Estava na Lua…
Nem tampouco me passou pela cabeça que se tivéssemos aterrado
dois metros mais à frente era garantido termos ficado por ali às voltas com o fio do telefone enrolado ao rotor de cauda para acabar num
monte de sucata.
É assim... Alguns malham logo à primeira.
Veja ligação
As Estrelas da Arménia

A Arménia é um pequeno país entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, no
extremo Leste da Turquia, com a fronteira a Norte com a Geórgia, a
Sudeste com Azerbaijão.
Lá muito longe, como se vê.
Assim por alto, dada a localização distante, nada demais julgar-se
por cá os arménios uma espécie de bárbaros, o que nós éramos para
os romanos da antiguidade.
23
Olhares de Couchel
Ainda devem ser.
Nós é que ainda não chegámos ao estado de barbárie deles… Pelo
menos, além da mama na teta da “cultura” cá do sítio, não temos cá
nada disto nem parecido.
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Um brilhante exemplo
Numa das nossas estações de televisão, na exibição de uma telenovela a seguir ao almoço: 02:30 da tarde.
Um pai encontra um filho enrolado em sexo com outro gajo na cama,
na sua própria casa.
Desesperado, fica fora de si…
O panilas responde:
“Deixa de ser preconceituoso, estamos no século XXI”.
Sem comentários
Aniceto Carvalho
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Só eu sei porque escrevo isto
Não fui exigente na escolha... Com aquela objectividade provinciana
quanto baste, riquezas, cursos, etc., coisas então na moda, nunca
foram a minha preocupação.
Um dia gostei do que vi. Achei que estava bem assim, ela concordou… acertámos as agulhas, deixámos passar uns anos, casámos e
pronto.
Pelo que vi depois estava certíssimo.
Também nunca fui controlador nem possessivo.
Em 54 anos, do baile da Pinhata em 1956 na Tertúlia do Montijo, ao
dia de São Pedro em 2010, foi o que se pode arranjar... e muito pouco
ou nada ficou para lamentar.
Como já não há disto, se fosse hoje, as probabilidades de ficar solteiro para sempre eram mais de 90%.
Aniceto Carvalho
“O Malhadinhas”
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Disseram-mo em Luanda, creio que na segunda metade de 1963, talvez na primeira de 1964:
“‘O Malhadinhas’ é uma das mais brilhantes obras de literatura da
língua portuguesa”.
Regressei a Portugal em Novembro deste último ano…
Para não passar pela chatice do desembarque em Lisboa, saltei do
Vera Cruz à entrada da barra, nadei até à Base Aérea 6, corri à biblioteca da unidade, adormeci sereno nessa noite com “O Malhadinhas”
à cabeceira.
Embora os meus elementares conhecimentos na matéria, concordei em
absoluto… e mantenho:
“O Malhadinhas” é, de facto, um espectáculo.
O autor está no Panteão Nacional... Mas, assim por alto, quantos
portugueses em cada mil saberão que o Aquilino Ribeiro era escritor
ou terão lido “O Malhadinhas”?
Aniceto Carvalho
Presunção e água benta
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Se grande parte dos indivíduos deste país valesse o que julga valer,
que ninguém no mundo inteiro tivesse pena deste canteiro à beira
mar plantado.
24
Olhares de Couchel
Querem nomes? Basta olhar para o lado…
Amok, o doido da Malásia
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Lembram-se do AMOK?
Lembram-se de se dizer nos anos 50 que um tipo “estava com o
AMOK” quando lhe saltavam os carretos para a parolice esquizofrénica?
Mais tarde, no decorrer da Guerra do Ultramar “estar com o AMOK”
era o mesmo que “estar cacimbado”.
(Não cheguei a ler... Não sei portanto o que é que o “Amok, o doido
da Malásia”, um livro célebre, do Stefan Zweig, popular na Base Aérea 6 na época, tinha a ver com esquizofrenias).
Passaram-se longos anos. Não me lembro bem.
Mas tenho uma ideia.
Vi há bocado, repetido de Domingo, um jovem de vinte anos com espasmos, o que me pareceu “estar com o AMOK”, um ataque epiléptico
ou coisa assim.
Era concorrente de uma selecção de artistas...
(Mais um dos milhares de jovens iludidos deste país).
Um pretenso “júri” sem qualquer ponta de credibilidade ameaçava
transportar o jovem a vencedor.
Confesso o meu fraco saber: Afinal o rapaz estava a dançar IPOP,
qualquer coisa dessas, sei lá o quê…
Eu é que não sabia.
É o que temos e a televisão nos dá para cultura e regalo da nossa
juventude, os nossos homens de amanhã.
Aniceto Carvalho

O pobre argumento da imbecilidade
(Se querem fazer de mim estúpido não me peçam para ser moderado
na linguagem)

As pessoas que eu conheci
Beira, Moçambique, segunda metade de 1973.
Ele era um camionista por conta própria, a mulher uma dona de casa
comum.
Conheci-os à minha porta, a vender ovos ao domicílio.
Com o meu filho no princípio da adolescência a crescer a cada dia,
comigo em plena forma dos 38 anos, o consumo de ovos lá em casa
era em quantidades industriais.
Negócio feito, casal simpático, ficámos a conversar.
Moravam num pequeno bairro de casas geminadas ao lado da estrada para
a Manga, creio que do Ferroviário, a seguir ao cruzamento para o aeroporto;
combinámos que passaríamos por lá se precisássemos de alguma coisa deles, ou que, com essa intensão ou não, sempre os visitaríamos quando passássemos por lá a passear.
E assim nasceu a amizade entre as nossas duas famílias.
Tinham comprado recentemente um camião VOLVO, que estavam a
pagar, um bem cuidado quintal em redor da casa era uma excelente
reserva ao equilíbrio familiar.
A certa altura, refastelados a conversar na frente da casa dele, disseme que, embora parecesse praticamente novo, o camião estava a dois
passos de totalmente pago.
Estranhei, automaticamente olhei para os pneus.
25
Olhares de Couchel
- São os de origem, são – disse ele.
Eu perguntei para mim mesmo:
“Como se chamará isto? Muito trabalho, evidentemente, como facilmente se pode imaginar”.
“Colonialistas e exploradores do povo moçambicano”, no entanto,
cerca de um ano depois, antes de ficarem sem nada, com o camião
carregado com o melhor do que tanto lhes tinha custado a granjear,
estavam na África do Sul, o paraíso do camionista tarimbado… ainda
por cima com um camião de alto nível como agradecimento.
Desencontros, faltas de comunicação pelas circunstâncias do momento,
nunca mais soubemos nada deles… mas numa coisa eu acredito: Pelo
que eu soube depois, se nada de anormal lhes aconteceu, a independência de Moçambique foi para eles a sorte grande.
Após seis meses, com novos moradores na casa do antigo “colonialista”, do esmerado quintal o capim chegava às janelas do primeiro
andar… nem um pé de mamoeiro havia, árvore que praticamente
cresce sozinha.
Enfim… Há males que vêm por bem… Ou, como se dizia num texto
do meu livro de leitura da minha 4ª. Classe: Guardado está o bocado
para quem o há-de comer.

Nunca percebi porque os Nord Atlas iam periodicamente a Sá da Bandeira buscar frescos - frutas, hortaliças, etc., para a Força Aérea em
Luanda, unidades e pessoal.
Sei lá porquê, mas talvez porque os produtos do planalto da Huíla me
fizessem azia, nunca usufruí dessa regalia.
Em Luanda havia de tudo, fosse qual fosse a zona onde se morasse.
Não havia dificuldades em encontrar produtos agrícolas, nem os preços justificavam um simples passo a mais para os procurar em qualquer outro lado.
Para além da riqueza agrícola de Angola, dizia-se que só as hortas de
Luanda, (que eu percorri vezes sem conta a passear), chegavam e sobravam para abastecer a cidade capital do território sem qualquer
problema.
Por tudo o que eu vi, devia ser verdade: Apesar da minha aversão em
calcorrear estabelecimentos comerciais, sei lá porquê, visitar mercados em Angola e Moçambique era o que eu sempre fazia com o melhor
agrado.
Contaram-me no outro dia que devido à baixa do preço do petróleo
tudo está a tremelicar em Angola.
Não sei, é o que se diz…
Mas acredito sem a menor reserva nas sábias palavras do Professor
Salazar quando lhe comunicaram com pompa e circunstância a descoberta de petróleo em Angola:
Mais uma desgraça para aquele pobre povo!
Aniceto Carvalho
Pergunta embirrenta
۩۩۩
Depois da algazarra nos meios de comunicação social cá do burgo
pelos 50 anos da morte de Humberto Delgado, e do que dele se tem
dito desde o 25 de Abril de 1974, de 999 pessoas em cada mil, quantas terão lido uma palavra de um documento histórico e fidedigno
sobre o candidato a presidente da república de 1958?
Aniceto Carvalho
26
Olhares de Couchel
O verdadeiro artista
۩۩۩
(Clic sempre nos links a vermelho)
Artista verdadeiro é aquele de quem o povo gosta, não aquele cuja intelectualidade parida das novas oportunidades, (a troco sabe-se lá de quê),
apregoa loas e bate palmas na televisão.
Aniceto Carvalho
Lucidez de diplomata
۩۩۩
Um jovem diplomata português, em conversa com um colega mais idoso e
mais experiente:
- Francamente, senhor embaixador, tenho de confessar que não percebo o
que correu mal na nossa história…
- Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de homens
que criaram o Brasil; que "deram novos mundos ao mundo"; que viajaram
pela África e pela Índia; que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos; que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração… como é possível que hoje sejamos
o mais pobre país da Europa ocidental?
O embaixador sorriu e disse:
- Meu caro, você está enganado. Nós não descendemos dessa gente que teve
a audácia e a coragem de partir pelo mundo nas caravelas, que fez uma
obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - reagiu de imadiato, perplexo, o jovem diplomata Então de quem descendemos nós?
Responde o lúcido embaixador:
- Nós descendemos dos que cá ficaram...
“A Ferreirinha”
۩۩۩
Não sei se o autor da obra se baseou nalguma fonte para ligar “A Ferreirinha” ao Camilo Castelo Branco.
Bem conseguido, de qualquer modo.
Eis um dos episódios:
Logo após o suicídio do Camilo Castelo Branco, o filho de “A Ferreirinha”,
um rafeiro sem algum préstimo que dispensava ao escritor um ódio figadal,
celebrava com outros da mesma laia o infortúnio do já então famoso homem
de letras.
Um amigo admirador do Camilo não lhe perdoou:
“De nada lhe vale a celebração. O Camilo não morreu, está vivo e estará por séculos… de você, um bêbado imprestável sem um pingo nem réstia de qualquer valor
é que nunca mais ninguém se lembrará depois do dia seguinte ao da sua morte”.
Exactamente…
Os homens são todos iguais... só que alguns ficam na história, dos outros nunca
mais ninguém ouve falar depois da morte.
۩۩۩
Liberté!... Egalité!... Fraternité!...
Para que conste e seja lembrado.
Foi o que então se viu: Na época da descolonização, 1975/76, em pleno
desenvolvimento da aviação comercial de linha aérea e da TAP, nem a um
único dos funcionários das companhias aéreas dos territórios ultramarinos
foi permitido o ingresso na transportadora aérea nacional.
Adivinhem porquê... e por quem.
Pelos mesmos que ainda hoje continuam a gritar:
Liberdade!... Igualdade!... Fraternidade!...
Aniceto Carvalho
۩۩۩
De um Portugal analfabeto
No tempo em que Portugal era um país atrasado e analfabeto, havia umas
carrinhas da Gulbenkian a correr todo o país, quase de porta em porta, que
27
Olhares de Couchel
punham os livros à frente dos olhos dos eventuais leitores... Hoje qualquer
terriola tem uma funcional e luxuosa biblioteca com montes de funcionários... Só que os livros estão lá dentro… e, como se sabe, hoje toda a gente
tem mais que fazer que ler livros na biblioteca.
۩۩۩
Só o azeite vem ao de cima…
Que se tenha vergonha do que se fez mal feito na vida, está certo... nunca,
no entanto, do que nos devemos orgulhar.
Com poucas dúvidas terei sido eu o primeiro a chamar “Anos de Ouro” aos
iniciais 20 anos da Força Aérea Portuguesa.
Está escrito no meu site há muito tempo - (CED).
Entretanto, o que há pouco mais de meia dúzia de dias parecia impensável,
ouve-se agora por aí: “Os Anos de Ouro do Cinema Português”… e, ainda
mais recentemente a esta parte… “Os Anos de Ouro da Música Portuguesa”.
COMO SE PODE VER: (Clicar no link)
Duo Ouro Negro – Vou levar-te comigo
Só o azeite vem ao de cima… A borra fica sempre no fundo. CONFIRMEMNO.
Aniceto Carvalho
۩۩۩
Amigos de Portugal
Estes são os amigos de Portugal tão aplaudidos por certa gente que por aí
vegeta, sucessora de outra do tempo da Guerra do Ultramar, que nunca
deverá ser esquecida.

Março de 1985 quando Portugal e Espanha negociavam em Bruxelas a adesão à CEE, e a Grécia se opunha tenazmente e, para adesão dos ibéricos,
exigia da Europa cada vez mais fundos.
E o veto dos gregos mantinha-se. Em finais de Março, as negociações continuavam difíceis:
Na prática, os gregos exigiram como contrapartida para aceitar a entrada
de Portugal e de Espanha na CEE “um auxílio adicional no quadro das verbas para os PIM: dois mil milhões de dólares, qualquer coisa como 1.750
milhões de euros, foi o preço do “sim” da Grécia.
Aniceto Carvalho

Inglês de jet set e afins
Como se a língua portuguesa não fosse suficiente para fazer face ao inglês
patego, "artístico", de televisão e Internet que anda por aí!!!
(Saber-se-á, por acaso, e por exemplo, que a língua portuguesa é uma das
que mais palavras tem, mais de 400.000 vocábulos?)
No meu tempo, no exame oral de inglês do antigo 5º. Ano, o examinando
sentava-se em frente da secretária do examinador e este dizia:
- Abra o livro na página tal... leia o texto!
Dava tempo ao tempo, e continuava:
- Agora explique-me o que acabou de ler…
Tudo em inglês, nem uma palavra de português.
O francês vinha do 1º. Ano, (cinco anos), incluía gramática, era ainda mais
complicado.
Tudo isso hoje são minudências:
Hoje uma criatura que não sabe quantos são 9x7 nem onde fica a serra do
Caldeirão, graças ao nosso criativo e profícuo meio artístico, televisivo, de
jet set e afins, fala inglês aqui na Net como um colorido papagaio de Cabinda.
Aniceto Carvalho

Rio Tejo – Portugal
Um passeio virtual ao longo do rio Tejo que vale bem a pena dar uma boa
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Olhares de Couchel
vista de olhos.
Aniceto Carvalho
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União Lusitana
A minha opinião… por enquanto: Engraçado!
Portugal é um país único. A maioria da sua população é etnicamente Lusitana ou descendente, no entanto, é precisamente uma minoria portuguesa, uns
crioulos de língua neo-latina concentrados em Lisboa e no Porto, e pouco
mais, quem dá o nome oficial ao país, daí o seu nome latino Portugal, e não
o seu nome nativo e original, Lusitânia.
Logo aqui, somos diferentes dos outros países.
Portugal (Lusitânia) não é como a França, a Espanha ou Grã-Bretanha; nós
não deixamos que nos governem, nem sabemos como nos governar.
Este país pretensamente "latino" é como um rapazinho rebelde, travesso,
teimoso e descalço que não há maneira de crescer e de ser responsável,
porque, se cresce, fica disléxico.
Quanto ao resto, até temos melhor comida, melhor clima, melhor água,
melhor vida e até melhores pessoas que o resto do Continente.

Escrever é fácil
Basta uma maiúscula no princípio, um ponto final no fim, e deixar qualquer coisa
dito pelo meio.

Escassos foram os livros que eu li, e destes foram bastantes, que não tivessem por base, por vezes quase real, a experiência vivida dos autores:
Ferreira de Castro, Alves Redol, Hemingway, Leon Uris, Erico Veríssimo,
John Steinbeck, Júlio Dinis, Fernando Namora, Miguel Torga, etc., etc.,
etc....
Tal como suspender gotas de orvalho num recipiente de vácuo, também não
me parece ser possível escrever um livro sem um ponto de apoio.
Livros é um assunto que me interessa. Adoro estar sempre bem por dentro e
atento… principalmente aos “escritores” apadrinhados pelas televisões.
Normalmente não resisto: Que experiência de vida terá 99% desta gente, já
não digo para escrever, mas para dizer alguma coisa útil ou de jeito?
Aniceto Carvalho

Museu Nacional dos Coches
Uma jovem mamã claramente apreciadora destas coisas, foi com a filha,
uma miúda de cinco anos, visitar uma destas instituições de arte nacional.
De regresso a casa, como é corrente nestes casos, toda a gente insistia em
saber da boca da própria miúda onde é que ela tinha ido com a mãe.
A pequenita esclareceu:
Fomos ver as carroças…
Aniceto Carvalho

Velhas curiosidades
Eu sei que coisas destas não são, de facto, as mais apelativas... É lamentável. Mas são, sem qualquer dúvida, as que mais e melhor interesse deveriam merecer, principalmente de quem tanto fala e tão pouco tem de aproveitável para se ouvir.
Winston Churchill
Winston Leonard Spencer-Churchill, foi um político e estadista britânico,
famoso principalmente como primeiro-ministro na Segunda Guerra Mundial.
Primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940 a 1945 e 1951 a 55), foi
também oficial no Exército Britânico, (uma coisa de que os politiqueiros cá
do burgo têm um horror desmedido, para não lhe chamar outra coisa), historiador, escritor e artista, vencedor do Prémio Nobel de Literatura e Cidadão
Honorário dos Estados Unidos, tem-lhe sido atribuído ter considerado o
Presidente do Concelho de Ministros Português da altura “um dos maiores
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Olhares de Couchel
estadistas de todos os tempos”.

Em resposta aos seus compatriotas face ao drama do começo da Segunda
Guerra Mundial:
«E agora?... “Sangue, suor e lágrimas”.

Um dos seus pensamentos:
“A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a
vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias”.

Marquês de Pombal
Em resposta ao rei D. José, perante a assustadora e imensa tragédia do
terramoto de 1755:
"E agora?... Enterram-se os mortos, cuida-se dos vivos e fecham-se os portos".
E no seguimento do "pacto de família" (1761), na despedida do embaixador
espanhol, que o ameaçava com a invasão, com a frase lapidar:
"Fique V. Exª. sabendo que um homem é tão poderoso na sua casa, que
mesmo depois de morto são precisos quatro para o tirar de lá".
Aniceto Carvalho
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Nascidos entre 1935 e 1960
Como muito boa gente mais atenta e conhecedora do mundo de há 60 anos
sabe muito bem:
As coisas não eram assim tão diferente por outras bandas como certa parolada cá do burgo teima em apregoar por aí há uma data de anos.
Bastava ter lido dois ou três livritos da época: “As Vinhas da Ira”, por
exemplo… Mas isso ia além do “catecismo”, demasiado para certa gente.
Aniceto Carvalho

Perseguidos do Fascismo
Como toda a gente sabe, não é novidade nenhuma para ninguém que, não
obstante a espectativa da grandiosa obra proibida no regime anterior, toda
a criatividade portuguesa depois do 25 de Abril se resumiu à enxabida e já
intragável piada política, ao talk show reles, à proliferação de espetáculos
rascas, aos impossíveis “cauteleiros” da televisão, ao impensável incremento dos três EFES.
Como se tem visto: Os “libertadores da Pátria”, coitados, afinal, não tinham
nada para mostrar: Nem educação, nem literatura, nem cinema, nem música, nem teatro, nem coisa nenhuma.
Não sou eu que o digo... São muitos os conhecidos autores e atores portugueses que o têm continuamente afirmado alto e bom som.
É um facto... e no entanto:
Não há encrenca, achadiço ou polidor de esquinas totalmente obscuro dos
anos 50 e 60 do Século XX que não apregoe por aí aos quatro ventos ter sido
perseguido pela censura do Estado Novo.
Aniceto Carvalho

Petulantes e soberbos
Sr. Humberto Eco
Diz então o Sr. Humberto Eco que…
"As redes sociais vieram dar voz aos imbecis".
É um facto. Uma verdade indesmentível.
Dita por mim, contudo, um cidadão comum, seria uma frase vulgar como
qualquer outra.
Mas eu não sou o senhor Humberto Eco.
O Sr. Humberto Eco é filósofo, não sei mais quantos “ósofos” e, como o Sr.
Soares que já recebeu milhões de Honoris Causa, também acaba de receber
esse mesmo título no dia dez de Junho.
Portanto: O Sr. Humberto Eco que é filósofo, não sei quantos mais “ósofos”,
30
Olhares de Couchel
Honoris Causa, etc. e tal, é um arrogante, petulante e soberbo que, tal como
os seus congéneres da Antiga Grécia achavam que só eles deviam governar,
também ele acha que o comum cidadão que trabalha no duro para ele encher
a barriga e viver em beleza, não tem o direito de expressar a sua opinião.
Onde é que o Sr. Humberto Eco terá aprendido que o vencedor do Prémio
Nobel é mais honesto, verdadeiro e vertical que o provinciano de aldeia?
Terá sido com o “lavrador dos Bravais”, o José Casco, da “Ilustre Casa de
Ramires, do Eça de Queiroz, com os filósofos da antiga Grécia, ou com o
deputado socialista que se gaba em livro que “comia todas as criaditas lá de
casa”?
Aniceto Carvalho

Museu Machado de Castro
Coimbra - Museu machado de Castro.
E vejam quem foi:
Joaquim Machado de Castro

Dulce Pontes
Lusitana Paixão
Isto é português em toda o seu esplendor.
Aniceto Carvalho

O Pais do Céu Azul
Nuno Lobito – uma amostra (1)
Nuno Lobito – uma amostra (2)
O Nuno Lobito é um fotógrafo português de superior classe que, dos 193
países do mundo apenas lhe falta visitar uns dois ou três.
Tem um programa sobre fotografia, “Revelações”, com a Isabel Angelino,
diariamente e várias vezes ao dia, na RTP-Memória.
Fotografia é a base do programa… de resto, (com rigorosa excepção de
politica que religiosamente não fala), Nuno Lobito fala de tudo: países visitados, culturas, uma beleza que vale a pena ver.
“Ainda não encontrei nenhum país que me obrigasse a pensar duas vezes na comparação com Portugal”.
A Isabel Angelino tentou brincar com a afirmação, ele replicou: “Da maneira
como conheço Portugal não consigo perceber o português que vai de férias a uma
terra que tem uma praia de calhaus”.
E vejam isto também:
Portugal pelo ar
Aniceto Carvalho

Lina de Moel
Extraordinária estrela do musical português dos anos 20 e 30 do Século XX
Letra de Silva Tavares, música de Alves Coelho, estrondoso sucesso de Lina
de Moel.
Aniceto Carvalho

Fernando Bissaya Barreto
Sabem quem foi? Leiam. (Clicar para ver)
Vale sempre a pena aprender mais umas coisitas, principalmente, para
recordar a “enormidade de espírito" que emergiu do Abril de 1974.

Pulhice ou ignorância
O tema: 75 anos do “Portugal dos Pequenitos”
Intervenientes: O representante da instituição, (o qual não teve tempo de
falar), o Herman, o Júlio Isidro e, sem que se vislumbre porquê, uma criatura que dá pelo nome de Pedro Tochas, de profissão animador de rua segundo ele próprio.
31
Olhares de Couchel
Historicamente, e de facto, a iniciativa e a realização da obra são do professor Bissaya Barreto, um homem do tamanho do mundo em particular na
região de Coimbra… E no entanto:
A figura relevada ao limite no programa desta tarde na RTP foi o arquitecto
da obra.
Sobre o Professor Bissaya Barreto não foi pronunciada uma
única palavra...
Professor Bissaya Barreto
Leiam… percebam porquê…
Como centenas de outros, Bissaya Barreto foi um homem superior do tempo
do Estado Novo…
E por isso, para dar lugar à escumalha posterior, segundo os analfabetos da
História Contemporânea que eles próprios inventaram, não interessa que
portugueses de valor como ele tenham existido nesses 50 anos do Século
passado.
A miséria em todo a sua grandeza…
Aniceto Carvalho

Verdade e propaganda
Como escreveu Santos Dumont à atribuição do seu primeiro voo de avião aos
irmãos Wrigth:
“O que eu vi, o que nós veremos!!!”

Eu tinha de ler aquele livro.
Particularmente papagueado, passava-se na terra onde eu vivia na altura,
que eu conhecia como as mãos, o tema não me era de todo estranho.
Uma lástima!!! Sem pés nem cabeça…
No entanto…
De algumas centenas, senão milhares de livros e publicações que eu tinha
lido na vida, só para ver até que ponto a brilhante escritora levava aquele
absurdo, “A Costa dos Murmúrios” foi sem dúvida o único livro que eu li com
sacrifício até ao fim.
Fiquei banzado quando uns anos mais tarde vim a saber que alguém ia
fazer daquilo um filme.
Um filme daquilo!!!??? Escrevi-o na altura:
“A não ser que consigam fazer dali uma carrada de trampa ainda maior, é
impossível que alguém consiga fazer um filme daquela porcaria”.
Fatal como o destino!!!
Vi-o recentemente… Todo, para não jurar falso.
Muito pior do que eu podia imaginar.
Aniceto Carvalho

Honra e Glória nas alturas
Repare-se no B-17: Tem um dos motores parado, toda a cauda e o estabilizador horizontal estão em baixo, o nariz em cima. Está em voo cabrado,
uma atitude de voo próxima do despenhamento.
Ao lado, um caça Messerschmitt ME-109 alemão.
Aniceto Carvalho

Nós e elas
Na Força Aérea Portuguesa, na Base Aérea 6, no meu tempo, nem pensar.
Trabalhávamos na 2ª. Linha, trazíamos fatos macacos imundos a tresandar
a óleo e gasolina, nem as auxiliares da limpeza dos PV-2 e dos Beechcraft
se atreviam a chegar perto do nosso cantinho dos Helldivers...
Mulheres, ficávamos a imagina-las de cima das asas dos aviões, lá longe,
na réstia do casario onde acabava o braço do Tejo.
Depois das cinco era outro dia.
Em Nacala, durante a Guerra do Ultramar, devia ser brilhante ver as mulheres a tomar banho macua ao ar livre debaixo de um alpendre de chapas de
zinco ou de cascata na Praia dos Tesos.
32
Olhares de Couchel
Na DETA os aviões eram outros... Andávamos asseadinhos, mas as mulheres
estavam nas aerogares ás voltas com passageiros, com embarques e desembarques, tinham mais que fazer do que ir ver os aviões em manutenção.
Em Tete era diferente. Elas desciam dos serviços administrativos, quando
reparávamos tínhamo-las a correr o hangar de uma ponta a outra sem que
pudéssemos fazer alguma coisa.
Com quase 50º.C à sombra nós andávamos à vontade, em tronco nu, de calções largueirões, tudo a badalar... vestíamos qualquer coisa à pressa, por
causa do barulho das peças a chocalhar umas nas outras, corríamos a acondicionar a ferramenta.
Homens e mulheres no mesmo trabalho não dá.
É preferível pensar nelas e fazer planos durante o dia do que despertar com
um alojamento feminino lado a lado, constrangido de não poder fazer uma
infinidade de parvoíces logo ao acordar…
Aniceto Carvalho

Não há nada melhor do que um susto antigo para nos
manter atentos.
Tenho oitenta anos, sei do que falo.

Estou a rever o “Depois do Adeus”.
Pasmo ainda hoje como a RTP produziu e exibiu esta fantástica série documental… entretanto, é com a mesma “devoção” que vou à missa que vejo
diariamente na RTP-Memória as “Revelações”, do Nuno Lobito, apresentado
pela Isabel Angelino.
Tenho o vício de manter os neurónios activos… Nada mais… o que vier vem
por acréscimo.

Serei talvez dos poucos ainda vivos, quiçá o único aqui por estes meios de
comunicação a ter ficado na então África Portuguesa depois das respectivas
independências desses territórios.
Tinha a consciência tranquila, não tinha rabos de palha, não tinha motivo
para me vir embora, não tinha bens materiais em perigo, não tinha dúvida
que o meu trabalho e profissão fariam muito jeito no desenvolvimento do
futuro país.
Eu nem nunca tinha reparado que aqueles indivíduos que comigo trabalhavam de manhã à noite lado a lado, que me acompanhavam a beber uma
cerveja ao bar do Aeroclube de Tete, tinham afinal a cor da pele diferente da
minha.
A minha ingenuidade durou uns meses… o resto foi de ansiedade até ao
fim do contrato.
Mas aprendi uma coisa: Todos os bens de um branco em África devem ter asas…
Acredite quem quiser…
Aniceto Carvalho (Com todas as letras)

Sabedorias modernas
33
Olhares de Couchel
Dessa gente que anda por
aí a querer ensinar-me como era este país antes deles aparecerem com a
sabedoria milagrosa abrilista que tão profícua se tem mostrado, quantos
saberão o que era isto?
Aniceto Carvalho

Memórias da Revolução
Projecto de uma parceria entre a RTP e o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova
de Lisboa, são 185 minifilmes de minuto, exibidos diariamente, diversas
vezes por dia, em todos os canais da televisão pública.
(Em quais mais havia de ser?
Uma coisa linda de se ver… uma delícia!!!
A grande dificuldade: Fica-se na dúvida se entre esta auspiciosa obra e o
calhau do Parque Eduardo VII qual deles retracta melhor estes celebrados
41 anos de fulgurante democracia.
Aniceto Carvalho

Por Portugal em duas rodas
(Colecção em Estudo)
De Carlos José Ferreira de Carvalho
Passeio a Santiago do Cacém
Aniceto Carvalho

Um profissional dedicado, em geral óbvia e
naturalmente competente, mostra as suas
qualidades com trabalho e saber... com os
braços no ar é para dançar o vira.
Aniceto Carvalho

As mulheres que me acordavam
(Aos vinte anos de idade)
Pelo rádio do nosso colega de curso, Joaquim Manuel, no parapeito da
janela da camarata.
Aniceto Carvalho

Saltimbancos
Eu até sou boa criatura, consta... mas quando me aparecem coisas destas,
que hei-de eu fazer???
A celebrada data em todo o seu fulgor.
Aniceto Carvalho

Mecânicos de Avião – 1952 (Vídeo)
Força Aérea Portuguesa
“Filhos da Escola” do meu curso;
Mecânicos de Avião;
De Novembro de 1952 a Novembro de 1953;
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Olhares de Couchel
Almoço Anual de Confraternização;
Praia de Vieira de Leiria;
02 de Maio de 2015
Mecânicos de avião - 1952 (Fotos)
Hoje foi em Vieira de Leiria mais um almoço de confraternização dos
antigos camaradas de armas do meu pai dos primórdios da Força
Aérea Portuguesa.
É sempre uma honra privar com estes veteranos de outras guerras e
muitas loucuras que fariam de certeza inveja a muitos destemidos
aventureiros da actualidade!
Bem hajam e longa vida a todos!
Carlos José Ferreira de Carvalho

Olha o gajo… O Reizinho!!!
(Velha guarda tripeira, afins e similares).
Para quem por ventura não o saiba O Reizinho
era um personagem de Banda Desenhada, aos
Domingos, em 1952, no Primeiro de Janeiro,
O Reizinho era o maior:
Aparecia numa tarja ao fundo da página, atirava
um recado venenoso, deixava toda a gente de
nariz no ar, voltava na semana seguinte.
Não ficava semanas e meses a chatear.
Sei lá porquê, contudo, eu gostava mais do Dom
Lucas e da Dona Perliquitetes, o amoroso casal, também de Banda Desenhada, também do Primeiro de Janeiro e da mesma época, de 1952...
Talvez porque a Dona Perliquitetes tinha algumas parecenças com a Olívia
Palito, e eu sempre tenha tido um fraco por mulheres esgalgadinhas.
Aniceto Carvalho

Thomas Kinkade
Será mesmo imprescindível perceber de arte para apreciar a pintura deste
artista americano?

Quando eu tinha 17 anos
Com dezassete anos, em 1952, eu corria o país de mota, (sem carta de condução), palmilhava Lisboa e as casas de meninas da primeira à última, dormia num banco da Avenida da Liberdade, chegava à base completamente
bêbado, ninguém me ligava importância nenhuma desde que eu não fizesse
por isso ou causasse problemas... hoje, um jovem da mesma idade que eu
tinha nessa altura passa o dia trancado numa escola dentro de grades, nem
uma cervejinha pode beber à vista de todos.
Graças a Deus que tenho 80 anos
Aniceto Carvalho

Saí com outra mulher
Vale a pena ver, ler e meditar.
Documento profundo de grande sensibilidade.
Reconhecimento

(Cá na terra também é assim)
Basta ver a elevação da nossa RTP, a televisão do estado, ao exibir as “brilhantes obras premiadas” do senhor Joaquim Furtado sobre a guerra que os
militares portugueses travaram em África.
Graças a uma certa classe de gente que tomou de assalto esta terra há 41
anos, os combatentes que lutaram e tudo deram por este país, a juventude e
muitos até a sua própria vida, nada mais foram que assassinos e energúmenos à solta.
35
Olhares de Couchel
Aniceto Carvalho
Jornalismo do Século XXI

Esta “notícia” é um nojo, não tem pés nem cabeça, é simplesmente impensável de acontecer.
Como facilmente se pode concluir quando lida com a devida atenção não
passa de amostra do estado lastimoso do jornalismo do Século XXI.
Aniceto Carvalho

Confissão de Cientistas
Diapositivo 17:
“Nenhum dos inventores do ateísmo foi naturalista. Todos eles
foram filósofos muito medíocres”.
E de facto: Que me lembre, nunca me constou que algum Sócrates, Sartre,
Beauvoir, Eduardo Lourenço, Agostinho da Silva, etc., etc., etc., tivesse pregado um prego, criado um posto de trabalho ou feito alguma coisa além de
apregoar teorias.
Aniceto Carvalho
A minha desilusão

Cada vez que me aparece por aqui algum valente comentarista das redes
sociais a desafiar-me para a guerra, para partir isto tudo, para fazer outro
25 de Abril, etc. e tal, vou sempre tentar certificar-me em que guerras eles
andaram...
Para que conste: Guerra a sério e cantar de mão estendida no Metro de
Paris são coisas diferentes.
Aniceto Carvalho.

Existem três coisas pelas quais vale a
pena fazer sacrifícios: A família, a profissão e algum saber... tudo o resto, só
enquanto for por pura diversão.
Pelo menos, foi assim comigo.
Aniceto Carvalho

PULHAS – Ancestral tradição
A mala de viagem
A Ti Maria do Alpendre, mãe do Alberto “Mascarenhas”, o meu maior amigo
da altura, estava a recolher as ovelhas ao fim da tarde.
(“Mascarenhas” para a minha tia Alcina, achava ela, “Mascarenhas” era
sinónimo de artolas).
Entendendo ser ainda cedo para recolher, um dos borregos decidiu moer o
juízo à proprietária antes de entrar a porta do curral.
A Tia Maria do Alpendre, uma mulher pequena e franzina, pouco mais que
pele e osso, perdeu as estribeiras: Enfiou os dedos na lã do lombo do cordeiro, transportou-o como se fosse uma mala para dentro do curral.
Eu vi, é certo… Não liguei. Tenho a certeza absoluta de não ter sido eu a
dar com a língua nos dentes. Mas alguém foi.
No Carnaval que se seguiu não houve monte, outeiro ou cume em redor onde
o irreflectido gesto da pobre da Maria do Alpendre de transformar um borrego em mala de viagem não fosse esventrado com toda sonoridade por
quilómetros e quilómetros para quem queria ouvir.

Este episódio em questão terá antecedido uma das últimas sessões de “PULHAS” na minha terra… logo depois, próximo do final da Segunda Guerra,
a execrável tradição foi simplesmente proibida e deixou de se ouvir nos
outeiros da região.

Em 2014, ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Rádio -Televisão portuguesa promove espectáculos com o sacrifício de animais para diversão.

36
Olhares de Couchel
Por muito execráveis que as PULHAS fossem eram incomensuravelmente menos poluente socialmente do que a maioria dos programas
de televisão e o miserável e reles ambiente de algazarra política da
actualidade.
Aniceto Carvalho

Quando a curiosidade pode matar
Como
eu
costumo
dizer:
“É
sempre um erro
passar
ao lado do que supostamente não se gosta”.
E ASSIM FOI:
Com alguns pecados pendentes, experimentei ver um bocado do "5 para a
Meia-noite"...
O intragável Nilton convidou a Mortágua (BE).
Mostrou um pouco do pai da criatura em 1974.
Perante o aliciante fui-me cultivar.
ENFIM... A CURIOSIDADE ÀS VEZES MATA...
O Sábio historiador

A criatura que nem com os outros coordenadores de um partido com meia
dúzia de correligionários se conseguiu entender, é “professor catedrático” de
“História Contemporânea”.
Se não se importam, para um “velho estudante”, embora amador, de história há dezenas de anos, eu gostava de saber o que será que esta coisa de
“História Contemporânea” quer dizer?
O sujeito a quem, de história, eu unicamente ouvi dizer mal do Salazar vai
“substituir” o José Hermano Saraiva num programa de história na RTP.
Refira-se entretanto que foi precisamente a dizer
mal do Salazar a única coisa que disse no espaço
de apresentação do seu programa no “À TARDE”
do Herman José, hoje 01 de Abril de 2015.
Mas também pode muito bem ser que o “metier” de um
Catedrático de História seja dizer mal do Salazar.

Esteve ontem no QQSM: Ainda bem jovem e com bom cabedal, ao que percebi “licenciada na Área do Turismo!!!”, óbvia e claramente porque alguém a
sustenta na boa sem mexer uma palha, está há três anos desempregada.
IMAGINEM!!!

Se havia coisas que pouco ou muito pouco tinham, (ou devem ter), a ver uma
com a outra, eram a história do antigo Curso Geral dos Liceus, 5º. Ano, e a
da parte complementar, nos 6º. e 7º. Anos:
Factual no primeiro caso, ACONTECEU, FOI ASSIM; a partir daí é investigação, é essência da história, é o porquê e a causa das coisas.
Um catedrático de história é um investigador… e a “História Contemporânea”, que vem da “Revolução Francesa”, de 1789 aos nossos tempos, quase
que ainda vem nos jornais.
Com muitos dos interesses que deram origem aos acontecimentos de há dois
séculos para cá ainda em vigor, a “História Contemporânea” é um fosso de
mentira insondável e secretismo.
A “Cátedra de História Contemporânea” sustenta a universidade privada,
esta os políticos na reserva, todos a viver à conta de gente que aos 15 anos
não tem nem aceita quem lhe ensine o caminho.
Como o trecho inicial o diz claramente.
É o que temos!!!
Aniceto Carvalho
Puxe pela imaginação...

Dá a ideia que as mulheres estão a adoptar o rabo de cavalo como a Lúcia
Moniz e a Carla Chambel à moda de “Bem Vindos a Beirais”.
37
Olhares de Couchel
Parece o penacho do capacete de um guarda republicano em parada, mas é
engraçado e eu gosto.
Arrumei o carro, aguardei a arranjar estofo para subir ao meu ninho no
terceiro andar.
Outro carro parou mesmo ao meu lado. Lá dentro, ao volante, a jovem condutora adejava o piaçaba espetado no cocuruto energicamente.
Reparei melhor: Estava a mandar vir com a outra condutora parada em
frente, (também de piaçaba eriçado), que entrara na via, (só para um veículo), primeiro do que ela.
Quando a primeira, ao meu lado, resolveu recuar, a outra passou nas calmas sem lhe dar troco.
No segundo a seguir uma galinha a comer milho em cima de uma chapa de
ferro em brasa passou por mim com um espanador amarrado ao rabo a
limpar freneticamente o tecto do automóvel.
Aniceto Carvalho
Escravas e princesas

Estou um bocado entrado nos anos. Nada a fazer.
Gosto contudo de pensar que ainda tenho a cabeça no sítio certo, de nem
sempre estar errado.
Se acerto mais ou menos, isso é outra questão.
Fui militar vinte anos no terceiro quartel do Século XX, uma época única que
vivi e recordo com gosto, acredito ter uma memória privilegiada, pouco do
antigamente me tem passado ao lado.
“Tempos diferentes”, como se sabe… hoje quanto basta para justificar tudo
e mais alguma coisa.
Mas uma coisa me tem chamado à atenção:
Dizia eu há dias que os militares e militarizados das forças de segurança
portuguesas do meu tempo a partir dos 30 anos de idade, em particular os
da Força Aérea, que melhor conheci, teriam menos dez quilos do que em
geral têm hoje os profissionais similares e afins dos mesmos ramos.
Não vou garantir.
Mas terei de ver desmentido credivelmente que as mulheres do mesmo tempo e idade, só a cuidarem da casa e dos filhos, não pesavam no mínimo 20
quilos a menos do que as “independentes” destes dias a penar de madrugada a madrugada a aturar quem não conhecem de lado nenhum.
Aniceto Carvalho
Quem não quer ser lobo…

Sou do tempo dos musicais da época da Segunda Guerra, (Paixão de marinheiro, que vi em 1947), dos românticos, a seguir, (Querida Ruth, no começo
dos anos 50), acabei de ver recentemente, mais uma vez, "Pearl Harbor", (a
odisseia do ataque japonês à possessão americana do Pacifico em Dezembro
de 1941, e o consequente princípio do refluxo), um dos muitos filmes americanos que tenho visto a enaltecer e a perpetuar a memória dos seus cidadãos que combateram pelo país.
Queira-se ou não: É por isso que os Estados Unidos são um grande pais, que
mandam no mundo, onde o bom supera o mau incomensuravelmente, e
qualquer estrangeiro do longínquo fim do mundo ama a América uns meses
depois da chegada como se lá tivesse nascido. (Sei do que falo).
Dos catorze anos de guerra em África eu estive lá dez como combatente pelo
meu pais. Não tenho nada a reclamar. Eu era militar… tudo dito.
Passou demasiado tempo. Contudo, em quatro décadas, a “ContraInsurreição em África” é tudo o que eu conheço de positivo, dignificante e
honroso sobre o espírito de entrega dos combatentes portugueses na Guerra
do Ultramar.
Desgraçadamente pouco… Mesmo assim escrito por John P. Cann, um tenente-coronel americano.
Eu não quero nada… Mas tenho vergonha.
38
Olhares de Couchel
Tenho vergonha, desgosto e nojo de ter lutado por um país onde, de há quarenta anos para cá, até ditos “combatentes” que não passam de lacaios
mentais sem ideias, não hesitam em se amesquinhar a quem noutras circunstâncias, (como muito bem sabemos), tratavam abaixo de cão.
A Guerra do Ultramar acabou em 1974. Acabou, não se fala mais nisso…
mas atirar a dignidade para a sargeta, para mim ultrapassa os limites.
Aniceto Carvalho
Ecos de Angola de 1961

Obrigatório de recordar para muita gente da minha época, eventual e
inacreditavelmente esquecida... recomendado de ler para quem nem
sequer sabe que isto aconteceu.
Sobre um dos comentários no blog... no mínimo, e melhor boa vontade, não passa de merda e caga-a o cão.
Vejam: A cavalgadura dirige-se a um homem que já morreu há 4 anos
e, claramente sem nunca ter posto as patas em África, dá-se ao luxo
de tecer considerações ao falecido que viveu e sentiu na pele os trágicos acontecimentos.
Como disse o Einstein.
Duas coisas são infinitas: O Universo e a estupidez humana… contudo, não
tenho a certeza na primeira.
Que Deus nos acuda e nos livre de gente desta!!!
Aniceto Carvalho
Kiew – Capital da Ucrânia

Se eu tivesse os poderes do Homem Invisível, por exemplo, ia lá à
Ucrânia perguntar aos chefes de um lado e aos do outro porque é que
eles se andavam a assassinar uns aos outros, a destruir o país, e com
isso a sacrificar populações inteiras, mulheres e crianças indefesas.
Como cada um deles de um lado e do outro me ia dizer que era porque a terra era deles, no mínimo dos mínimos, despachava-os em
contentores para plantar batatas na Angónia... que tinham lá terra
com fartura.
(A Angónia é uma pequena região no detrito de Tete, em Moçambique
que foi em tempos idos famosa pela produção de batata em quantidade e qualidade).
Aniceto Carvalho
Eis a sonora “notícia”:

“Cliente rouba leite para alimentar os filhos, e agente da Polícia de Segurança Pública paga a conta”.
Correu com estrondo de Norte a Sul do país a exigir honras de televisão, não percebi se a lamentar a mão ligeira da ilustre cliente se o
voluntarioso gesto do agente).

Se o meu pai se tivesse valido deste “método” perante as dificuldades
para criar os filhos tinha levado toda a vida na prisão... No entanto,
criou dez filhos, hoje todos cidadãos de corpo inteiro, sem ter roubado
nada ninguém.
Trabalhavam: A minha mãe palmilhava vinte quilómetros a pé com
um açafate de hortaliça à cabeça para o ir vender no mercado de Coimbra.
O resto é conversa da treta, tal como a de um parolo com cara de marado a quem a RTP deu honras de entrevista na Terça-feira da manhã.
Aniceto Carvalho

39
Olhares de Couchel
Geografia de Portugal e Colónias
Compêndio de Geografia de Portugal e Colónias do tempo em que, segundo a elevada
intelectualidade do momento, Portugal era
um país de analfabetos e atrasadinhos.
Quando a escola da minha aldeia tinha 40
alunos nas 4 classes com uma professora, e
dos 10 alunos propostos a exame da 4ª. Classe ficavam todos aprovados.
Quem havia de dizer que esta miúda de 19
anos ainda tinha tempo e dedicação para
levar os alunos a fazer picnics nas margens
do Rio Ceira, ao cinema a ver filmes históricos portugueses à sua conta, e a dar aulas
extras em casa dela nas proximidades dos
exames.
Aniceto Carvalho
Por falar nisso…

(Uma equipa só joga o que a outra deixa jogar)
Sabia que os árabes invadiram a Península Ibérica no Século VIII, em
711 e 713, do primeiro milénio a.C.?
E sabia que foram corridos do Norte do Rio Douro em 754 e que nunca
mais lá voltaram a pôr os pés?
Agora, se quiser, pense no assunto.
Aniceto Carvalho
Lusitanos, gregos e romanos

O que dizia o Galba:
«Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se
governa nem se deixa governar!»
Esta foi uma frase escrita por um general romano, de seu nome Galba, por certo um dos primeiros governadores na península Ibérica a
referir-se aos lusitanos, os actuais portugueses, chefiados na altura
por Viriato.
E agora digo eu para a recente proliferação de “gregos” que tem emergido
cá no burgo ultimamente:
O que este Sérvio Sulpício Galba queria era lulas: Estava farto de levar porrada de meia dúzia de indígenas de varapau às costas, aqui
d´el rei que os lusitanos não se governavam nem se deixavam governar.
Não lhe interessava dizer a verdade, claro.
Como qualquer político dos nossos tempos que se prese, este Galba já
era pulha:
Sérvio Sulpício Galba

Em 151 a.C. foi-lhe entregue o governo da Hispânia
Ulterior (Sudeste da Península Ibérica actual), para
continuar a guerra contra os celtiberos retaliar as
incursões dos rebeldes lusitanos às cidades submetidas a Roma, atacou-os nos confins das atuais Andaluzia e Estremadura. Os lusitanos causaram a Galba
enormes perdas, que teve de retirar-se aos seus
quartéis de Inverno algures entre o Baixo Alentejo e
o Algarve.
Na primavera de 150 a.C. entrou novamente na
40
Olhares de Couchel
Lusitânia e assolou o território. Quando os lusitanos
enviaram uma embaixada reclamando pela violação
do tratado que tinham feito com Atílio, e pela sua
vez prometiam observar os termos do acordo com
fidelidade.
Galba recebeu os embaixadores lusos amavelmente,
e lamentou que as circunstâncias, especialmente a
pobreza do seu país, os induzisse à rebelião contra
os romanos. Prometeu-lhes terras férteis onde se
poderiam estabelecer com as suas famílias, sob a
protecção de Roma, se permaneciam leais. Acudiram
cerca de 30.000 lusitanos solicitando o cumprimento
desta promessa. Galba repartiu-os em três acampamentos e exigiu-lhes que entregassem as suas armas
em sinal de amizade; então rodeou-os com todo o seu
exército e ordenou atacá-los; cerca de 9.000 foram
mortos e 20.000 prisioneiros foram vendidos como
escravos nas Gálias. Somente uns poucos puderam
escapar; entre eles Viriato, que anos depois tomaria
vingança desta traição romana.

Não obstante ter já estado na Macedónia, na Península Balcânica,
esta na altura há muito sob domínio romano, o que o Galba pelos
vistos não sabia, como os actuais “gregos” cá do sítio, era que os
lusitanos lutavam contra o domínio de Roma não por não se saberem
governar mas sobretudo por não quererem ser governados por quem
nada tinha a ver com eles nem de perto nem de longe.

Desatinados eram os gregos, por exemplo:
Que, em meia dúzia de quilómetros quadrados de ilhas, istmos e pouco mais tinham uma infinidade de cidades-estado constantemente em
guerra umas com as outras pela hegemonia lá do sítio;
Desatinados eram os gregos que, não obstante a fabulosa herança
cultural deixada estavam muito longe da imagem da Grécia do
“Olimpo”, de filosofias, poesias, campos verdejantes, coroas de louros, flautas, pífaros, etc.
Desatinados eram os gregos que acordavam ao murro e adormeciam à
bordoada uns aos outros, entre eles próprios e com toda gente em
redor.
A Lusitânia, tal como o futuro Portugal, era genuína e autêntica: Não
tocava flauta nem sabia filosofia… mas nunca teve nada parecido
com coisas destas.
Aniceto Carvalho
Obrigado a um velho amigo

(Um bocadinho a reinar)
Pois é caríssimo… bastava-me a banda desenhada que mastiguei
pelos finais dos anos 40 para ter uma ideia do que foram as Cruzadas; de História Universal, no entanto, por mera curiosidade, gosto e
algum estudo, esforcei-me e fui um bocadinho mais longe.
As Cruzadas explicadas de outra maneira.
Recordam-se daqueles tipos, em geral oficiais milicianos que, após o
25 de Abril de 74 iam pela província ensinar aos agricultores locais
como se faziam as coisas?
As Cruzadas eram mais ou menos isso.
Na Reconquista, início do segundo milénio.
Os Cruzados, (os bons, os fieis, que éramos nós), também íamos cá da
longínqua Europa, do Norte ao Sul, do Este ao Oeste, pregar o Cristia41
Olhares de Couchel
nismo aos próprios conterrâneos de Jesus Cristo, (aos maus, aos infiéis, que eram eles).
Entretanto, por vezes, levavam umas palmadas para se portarem bem
e estarem sossegados na catequese.
Como se vê, a História é muito engraçada
Aniceto Carvalho
Só nos faltavam os “gregos”

A parolice “grega” antigermânica em Portugal
Valha-nos o Santíssimo das alturas!!!

A perna curta da patetice
Ao entrar na Secretaria de Estado da Aeronáutica, um então major
aviador não conseguiu conter uma ruidosa manifestação de alegria ao
encontrar um antigo amigo e camarada de curso. Com um ar de cumplicidade, o outro admoestou-o num sussurro: “Não faças barulho. O
Kaulza (Kaulza de Arriaga, na altura Secretário de Estado da Aeronáutica), está aí dentro no gabinete… a estudar as cábulas, para
levar a uma entrevista com o Salazar”.
O mesmo oficial, no livro que escreveu 40 anos depois, já então como
general, acrescenta:
“Os ministros e secretários de estado podiam estar ou não dentro dos
assuntos, mas o Presidente do Conselho conhecia as pastas todas de
uma ponta à outra”.

É tão autêntico o que o autor de “Angola – Anatomia de uma Tragédia”
deixou escrito que, embora por intensões completamente diferentes, até os
próprios opositores e detractores do Professor Oliveira Salazar o reconhecem
e apregoam chamando-lhe nomes por isso.
Sendo, portanto, certo que ninguém dava um passo em Portugal sem conhecimento do professor de Santa Comba, como é que alguém fundava uma
companhia aérea, ou instalava clandestinamente 30.000 pessoas em Portugal subalternizando o próprio Presidente do Conselho?
Por favor… Não queiram fazer de mim estúpido.
Aniceto Carvalho

Para alentejanos, similares e afins
(Clic no link)
Em toda a sua grandeza
Temos notícia de quem sabe e por lá tem passeado nos últimos tempos que
as imagens do Alentejo neste extraordinário e bem conseguido vídeo estão
muito perto da realidade.
Aniceto Carvalho
۩۩۩
Castelo do Almourol (clicar no link)
Não perca de apreciar esta beleza do Património Português, delicie-se com o
bom gosto da escolha do fundo musical…
۩۩۩
Açores – São Miguel (Clicar no link)
Isto é território português. Aqui a dois passos...
Para ver a natureza no seu esplendor não é preciso atravessar o Atlântico
nem correr o Mundo.
A perna curta da parolice
۩۩۩
Não obstante a quase diária consulta à Wikipédia, nunca me tinha passado pela
cabeça o que esta extraordinária fonte de conhecimento poderia querer dizer com
esta advertência.
42
Olhares de Couchel
Leiam...
“Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes confiáveis e independentes, mas elas não
cobrem todo o texto. (desde Outubro de 2013) Ajude a melhorar esta biografia providenciando mais fontes confiáveis e independentes. Material controverso sobre pessoas vivas
sem apoio de fontes confiáveis e verificáveis deve ser imediatamente removido, especialmente se for de natureza difamatória.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico).”
Agora reparem:
(1) A Wikipédia, (como as outras congéneres), é conhecida como um meio de conhecimento dos mais exactos conhecidos... e por isso, (pela hipotética garantia de honestidade), nunca falta quem queira valer-se da credibilidade alheia para fazer a
sua própria promoção.
(2) A advertência é claramente dirigida só a biografados ainda vivos; e de notar,
com muita atenção… só para alguns.
Ou seja:
O que a advertência da Wikipédia simplesmente diria se fosse escrita com palavras
minhas era isto: Esta biografia é de uma suposta personalidade de pés de
barro cá do burgo, a qual, se lida com a devida atenção, não tem a menor
credibilidade.
Podem confirmar... é um bom exercício.
۩۩۩
Simplesmente brilhante
(Merece ser emoldurada).
Ferro Rodrigues, na SIC Notícias sobre a TAP. (17/12/2014).
- O Estado pode recapitalizar a TAP sem recurso a dinheiro nem prejuízo dos
contribuintes.
- Como? - perguntou o jornalista.
- Através de uma injecção de capital pela CGD.
- E onde vai a CGD buscar o dinheiro que não tem?
- AO ESTADO! - Resposta de Ferro Rodrigues.
Linear, sem necessidade de comentários.
Aniceto Carvalho
۩۩۩
A idade não se mede aos anos
Pouca gente saberá hoje em Portugal que algumas foram as unidades da
Força Aérea Portuguesa nos territórios do então ultramar africano que, durante meses, nos inícios da guerrilha, (1960 – 1961), iniciaram a actividade
operacional apenas e só com praças, cabos especialistas e soldados.
A unidade de Cabinda, por exemplou.
Complicado, contou-me quem viveu a época.
“Miúdos” de vinte anos, pouco mais... alguns nem isso.
Pouco na Força Aérea Portuguesa, mas aconteceu.
Pelo menos nas unidades de retaguarda, longe das zonas de possível conflito... como nos Aeródromos Base 5 e 6, em Nacala e Nova Freixo, que eu
conheci bastante bem em princípios de 1967, que não andavam muito longe
disso.
E não digo mais nada...
Está tudo dito... para quem quiser entender.
Que fique no entanto bem claro que eu estou apenas a relevar o estoicismo,
a idoneidade e a responsabilidade da rapaziada de então, não a diminuir os
titânicos esforços da Força Aérea Portuguesa, que na altura não tinha mãos
a medir.
Aniceto Carvalho
Jorra Petróleo em Portugal
۩۩۩
Jornal de Negócios - (08/01/2015)
“Empresa britânica diz ter descoberto jazidas com mil milhões de barris de
petróleo em Portugal”.
Para bem da juventude portuguesa do futuro, façamos votos para que isto
não passe de conversa de comunicação social, ou que essas “fabulosas jazi-
43
Olhares de Couchel
das” não tenham o mais elementar interesse económico ou estratégico.
Amém!!!
Sabe-se no que dão as riquezas dessa origem.
۩
Com um país de generais e papagaios, que nem paradas militares mostra de
jeito, como se tem visto nas últimos eventos, bastava um simples gesto de
ameaça a uma parcela do território nacional, para que, fosse qual fosse o
paleio, nada obstasse ao culminar do acto consumado.
Aniceto Carvalho
۩۩۩
A verdade das coisas…
Uma amostra da actual cultura portuguesa.
Eu, um "provinciano analfabeto dos anos 30 do Século XX", escrevi um livro... das cerca de duas dezenas de descendentes do meu pai, dos 50 anos
para baixo, pelo menos, (apesar de escrito por um familiar próximo), ninguém o leu.
Aviadores em Terra
Da cultura e do uso da língua portuguesa cá na terra dos últimos 40 anos
está tudo dito.
Aniceto Carvalho
۩۩۩
Hipocrisia quanto baste
Pelos vistos, não é só a mim que não conseguem adormecer.
Por falar nisso:
Sabem quem eram os Jónios e os Dórios?
Eram dois dos inúmeros povos euro-asiáticos antecessores dos antigos helenos. (Antigos gregos).
Sabiam que Tiro, Mileto, Tróia, Chipre, de muitas outras, eram colónias
jónicas e dórias na Ásia Menor, onde hoje, bem mais de 2.000 anos depois,
na Síria, no Líbano, na Jordânia, no Iraque, etc., etc., os problemas de então
continuam?
A seguir, com os gregos, a “festa” prosseguiu:
Depois com os romanos, com os vizinhos, com os cristãos, com os franceses,
com os ingleses, com os américas... Bolas!!!
Se fosse comigo eu também já estava chateado.
Porquê? Bom, aí é que está o busílis...
Mas já agora: Por acaso já alguma vez ouviram falar no “Corredor Síriopalestiniano”?
Aniceto Carvalho
Coerência com elevação
۩۩۩
Uma das mais extraordinárias aberrações do nosso tempo é a enorme cambada de
indivíduos que, sem querer nem saber fazer nada, vivem vidas inteiras sem mexer
uma palha.
SÃO AOS MILHÕES.
۩
Num destes Domingos, à tarde, corria um brilhante programa “cultural” na
RTP, a vomitar intragável politiquice do princípio ao fim, conduzido por um
tal Nilton, cuja superior criatividade faria uma galinha ir a correr para o
psiquiatra.
Um dos ilustres convidados começou a esmerada participação com sonoros
elogios ao 25 de Abril... logo de seguida, a outra metade da dissertação,
completou-a a dizer cobras e lagartos da política dos últimos 40 anos de
democracia.
Eu gosto de gente coerente e firme nas convicções.
Aniceto Carvalho
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Olhares de Couchel
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Olhares de Couchel