O Mundo do Rei Artur
-6Antonio L. Furtado
Ementa
Introdução: Rei Artur - história, lenda, ficção?
1. Primeira fase: crônicas pseudo-históricas - Geoffrey of Monmouth
1.1. Bretões, saxões e normandos
1.2. História dos Reis da Bretanha
1.3. Vida de Merlim
2. Segunda fase: romances de cavalaria - Chrétien de Troyes
2.1. Cavalaria e amor cortês
2.2. Erec e Enide
2.3. Cligés
2.4. Lancelote
2.5. Yvain
2.6. Persival - ou o Conto do Graal
3. Terceira fase: estórias exemplares - Robert de Boron
3.1. Cruzadas e cavalaria sacra
3.2. Joseph ou O Romance da Estória do Graal
3.3. Vulgata Arturiana ou Lancelote-Graal
3.4. A Demanda do Santo Graal
Conclusão: rei que foi, rei que será
6a. Apresentação
01/02/2011
Terceira fase: estórias exemplares
- Início
Cruzadas
• Os turcos seljúcidas penetram na Terra Santa
• Apelo dos peregrinos: eram mal-tratados e os lugares
santos profanados
• Apelo do Império Bizantino, enfraquecido para defender
suas terras
• Evitar lutas entre cristãos, problema dos filhos menores
sem terra, a trégua de Deus ("Treuga Dei")
• Pisa, Gênova, Veneza, Amalfi - queriam portos para o
comércio com o oriente
• Primeira cruzada (1095): pobres e príncipes, Reino de
Jerusalém (e outros domínios cristãos)
Fala de Urbano II
Ó raça dos francos, raça amada e
escolhida por Deus! Dos confins de
Jerusalém e de Constantinopla
chegou-nos a grave notícia de que
uma raça maldita, de todo afastada de
Deus, invadiu violenta as terras
desses cristãos, arrasando-as por
meio da pilhagem e do fogo. Parte dos
cativos eles levaram para seu país,
parte mataram com cruéis torturas.
Destroem os altares, depois de os
profanar com sua imundície. O reino
dos gregos está desmembrado; foi
privado de território tão vasto que não
poderia ser percorrido em dois meses.
A quem, pois, incumbe o trabalho de
vingar essas ofensas, e de recuperar
esse território, senão a vós – sobre
quem, acima de todos, Deus conferiu
glória admirável nas armas, grande
bravura, e força para abater as
cabeças dos que vos resistem? Que
os feitos de vossos ancestrais vos
encorajem, a glória e grandeza de
Carlos Magno e de vossos outros
monarcas. Que o Santo Sepulcro de
Nosso Senhor e Salvador (agora sob o
domínio de nações impuras) e os lugares
sacros (agora manchados e poluídos) vos
fortaleçam.
Fala de Urbano II
Não vos impeçam de ir as
preocupações, nem com vossas
posses nem com os negócios
familiares. Esta terra que ora
habitais, cercada de todos os
lados pelo mar e por picos
montanhosos, é estreita demais
para tão grande população; mal
fornece alimento bastante para os
que a cultivam. E é por isso que
matais e devorais uns aos outros,
é por isso que vos consumis em
guerras, e que acabais morrendo
em lutas civis.
Afaste-se o ódio do meio de vós;
tenham fim vossas querelas.
Entrai na estrada do Santo
Sepulcro; arrancai a terra daquela
raça perversa, e submetei-a a vós
próprios. Jerusalém é uma terra
frutífera mais que todas as outras,
um paraíso de deleites. A cidade
real vos implora que venhais em
sua ajuda. Empreendei de boa
vontade a viagem para remissão
de vossos pecados, garantindo
assim, como recompensa, glória
imperecível no Reino dos Céus.
São Bernardo de Clairvaux
(Para os cavaleiros do templo em louvor da nova cavalaria)
Qual é o objetivo ou resultado dessa
"malícia" secular, pois não a chamo de
"milícia", já que o matador peca
mortalmente e o morto morre
eternamente? Ó cavaleiros, que erro
tão estupendo é esse, o que é essa
loucura inaceitável de lutar a tão
grande custo e esforço, sem nenhuma
recompensa que não as da morte e do
crime? Cobris vossos cavalos com
sedas, pendurais na loriga não sei
quantas fitas, pintais lanças, escudos
e selas, decorais freios e esporas com
ouro, prata e jóias, e correis para a
morte com grande pompa e o mais
vergonhoso desatino.
Eu digo que o cavaleiro de Cristo mata
seguramente e morre em ainda maior
segurança. Por certo, quando mata
um malfeitor não comete um homicídio,
mas um "malicídio", e é tido como
vingador de Cristo contra os que
praticam o mal, e como um defensor
dos cristãos. Quando, porém, é morto,
sabe-se que foi para o Céu, não para
a morte. A morte que inflige é
recompensa para Cristo, a morte que
sofre é recompensa para si mesmo.
Na morte do infiel o cristão é
glorificado pois Cristo o é; na morte do
cristão, a generosidade do Rei se
revela ao premiar o cavaleiro.
Territórios dos cruzados
Robert de Boron
• O Romance da Estória do Graal
• Merlim
• Perceval (manuscritos Didot e de Módena)
Fonte - evangelhos apócrifos:
• Gesta Pilati (Evangelho de Nicodemo)
• Vindicta Salvatoris
• Cura Sanitatis Tiberii
Agumas contribuições importantes
• Santo Graal - objeto em que José de Arimatéia recolheu
o sangue de Cristo
• Missão evangelizadora de José e/ou de homens seus à
Inglaterra, levando o Santo Graal
• As 3 mesas: da Santa Ceia, do Graal, Távola Redonda
• Artur torna-se rei ao retirar a espada da pedra
• Persival na cadeira vazia: pedra partida, terra devastada
• Final feliz - Persival volta ao castelo do Graal: faz as
perguntas, a pedra se refaz, o rei do Graal é curado e
morre, Persival é o novo rei
• O mais importante: visão alegórica das aventuras
A Távola Redonda reinterpretada
Merlim, falando a Uter Pedragão:
• E, se quiserdes seguir meu conselho, instituireis a
terceira mesa, em nome da Trindade, cujas três pessoas
estarão representadas nessas três mesas.
Merlim, falando a Artur:
• Ora  continuou dizendo Merlim ao rei , sabei que
Nosso Senhor fez a primeira mesa e José [de
Arimatéia], a segunda e eu, no tempo de
Uterpendragão, vosso pai, fiz a terceira, que muito será
exaltada e de que se falará por todo o mundo, pela boa
cavalaria que em vosso tempo haverá.
Estrutura dos Ciclos
Lancelote-Graal
Vulgata
1. Estória do Santo
Graal
2. Estória de Merlim
3. Lancelote
4. Busca do Santo
Graal
5. Morte de Artur
Post-Vulgata
está sendo reconstituída a
partir de fragmentos franceses
e traduções espanholas e
portuguesas, especialmente:
• Livro de José de
Arimatéia
• Demanda do Santo
Graal
Estória do Santo Graal
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José de Arimatéia e o prato da Santa Ceia
Sepultamento de Cristo e prisão de José
Vespasiano curado da lepra diante do véu de Verônica
Liberta José, empreende com Tito a vingança da morte de Cristo
Partida de José e seus seguidores para Sarras
Conversão do rei Evalach
Nascien propõe o nome "Graal", de "agreer" (agradar)
Viagem para a Inglaterra - Josefes, filho de José consagrado bispo,
caminha sobre a água carregando 150 em seu manto
• Alan, filho de Bron que era cunhado de José, designado guardião
do Santo Graal
• Mesa do Graal, assento perigoso, Moisés em chamas
José de Arimatéia
Nos evangelhos canônicos, aquele que sepultou Cristo
No Evangelho de Nicodemo, texto apócrifo:
"Na sexta-feira, na hora décima, fui encarcerado por vós e lá fiquei
por todo o sábado. Mas à meia noite, enquanto estava de pé,
orando, a casa em que me confinastes foi suspensa por suas quatro
extremidades e vi como que um relâmpago de luz ante meus olhos.
Atemorizado, caí por terra. Mas alguém (Cristo) me tomou pela mão
e me fez levantar."
Na Estória do Santo Graal, da Vulgata Arturiana:
Esse homem, José de Arimatéia, vivia em Jerusalém com a mulher
e um filho chamado Josefes, não aquele em quem a Escritura tanto
se baseia como testemunha, mas outro não menos letrado.
A escudela da Páscoa
Vendo na cruz aquele que ele, José, acreditava ser o Filho de Deus, não se
sentiu nem perturbado nem descrente por vê-lo perecer, mas manteve
esperança na santa ressurreição. Já não podendo tê-lo vivo, pensou em
obter coisas que ele houvesse tocado corporalmente em sua vida.
Foi à casa onde Deus fizera a Ceia, comendo com seus discípulos um
cordeiro no dia de Páscoa. Ali encontrou a escudela de que o Filho de
Deus se servira. Tomou-a consigo e levou-a a sua morada, indo colocá-la
no lugar mais limpo que pôde achar. Consumada a morte do Salvador, não
quis esperar que os incréus o despregassem, preferindo vir a Pilatos, de
quem era cavaleiro feudatário; estivera a seu soldo por oito anos inteiros.
Apresentando-se a Pilatos, requereu, como galardão por tudo o que fizera,
um dom que muito pouco custaria a ele. Pilatos, que muito apreciava seu
serviço, concordou, sem saber o que de fato estava concedendo: pois
cuidava estar dando o corpo de um pobre pescador, quando lhe dava o
salvador dos pecadores e o pão da vida. Foi o dom mais rico que jamais
homem mortal concedeu, e José, que o reconhecia, muito se alegrou, pois
se deu por melhor pago do que a Pilatos pagara antes com seu esforço.
A escudela da Páscoa
Diante da cruz de que ele pendia, pôs-se a chorar
perdidamente pelas grandes dores que Jesus Cristo
tinha sofrido preso a ela. Acabando de desprendê-lo,
entre suspiros e lágrimas, deitou-o em um sepulcro que
fizera cavar em uma rocha, em que ele mesmo deveria
ser depositado ao morrer. Depois foi aonde morava
buscar a escudela. Voltando para junto do corpo,
recolheu dentro dela as gotas de sangue, o melhor que
pôde, tornando em seguida a levá-la para sua casa.
Desde então, Deus manifestou através dela muitas
maravilhas na Terra Prometida.
Cena da Paixão
Confusão sobre tempo transcorrido
(Estória do Santo Graal)
Preso pelos judeus, José foi sustentado pelo Santo Graal
Vespasiano liberta José, após 42 anos, e lhe pergunta:
- "José, por quanto tempo acreditas ter permanecido nesta
prisão?"
- "Meu senhor, penso ter ficado aqui de sexta-feira até o
dia de hoje, e creio que hoje é domingo. Foi na sextafeira que baixei o verdadeiro Profeta da cruz, e por tal
motivo fui aprisionado."
Ao ouvir isso, todos em volta começaram a rir, pois lhes
parecia que ele saira desorientado.
Flávio Josefo
(As Guerras dos Judeus)
• Durante o reinado de Nero, judeus se revoltam
• Vespasiano (general) e seu filho Tito enviados para combatê-los
• Um dos líderes dos judeus é o próprio Flávio Josefo, sacerdote,
chefe militar e historiador
• Depois de longa campanha, os romanos vencem e Josefo se rende
• Seria enviado a Nero, mas consegue ficar sob a guarda de
Vespasiano ao "profetizar" que ele seria o futuro imperador – isso
acontece e Vespasiano decide libertá-lo:
"É uma vergonha que este homem que previu com antecedência minha
subida ao poder imperial, sendo portador dessa mensagem divina
dirigida a mim, seja mantido na condição de cativo ou prisioneiro."
• Tito arrasa a terra e destrói o templo - a diáspora
"Aquele em quem a Escritura se baseia como testemunha"
(Flávio Josefo, As Antiguidades dos Judeus)
Houve nesse tempo um homem bom, de nome Jesus,
se é legítimo chamar de homem alguém que praticou
tantas obras maravilhosas – um mestre para todos os
que acolhem a verdade com alegria. Ele atraiu muitos
para si, tanto judeus como gentios. Ele foi o Cristo, e
quando Pilatos, a pedido dos principais dentre os
nossos, o condenou à cruz, aqueles que o amavam
desde o início não o renegaram, pois ele lhes apareceu
de novo vivo no terceiro dia, confirmando essas e muitas
outras maravilhas que os profetas divinos tinham predito
sobre ele. E a tribo dos cristãos, assim chamada por
causa dele, até o dia de hoje não se extinguiu.
José de Arimatéia e os dois Josefes
(seu filho e o outro)
• O nome romanizado "Flavius Josephus" foi adotado a
posteriori como sinal de gratidão a Vespasiano, cujo
nome de família era "Flavius"
• Nome original de Josefo, em aramaico:
Joseph bar Matthias
• Comparar com o de José de Arimatéia:
Joseph ab Arimathia
• Outras formas deste nome em obras arturianas: Ioseph
de Barimachie, Josep de Barimathia, etc.
• Solução bem provável: conflação (e desdobramento
secundário) de personagens distintos
Estória de Merlim
• Filho de demônio e mulher virtuosa: conhecimento do
passado e do futuro, Merlim e Blaise (Brás) o ermitão
• Torre de Vortigern
• Aconselha Uter a criar a Távola Redonda (assento perigoso)
• Ajuda a conquistar Igerna - concepção de Artur
• Em troca, Merlim faz Uter entregar-lhe Artur, e o dá a
Antor (Ector), pai de Kay, para criar
• A espada na pedra - Artur torna-se rei
• Luta contra os reis rebeldes e contra os saxões
Estória de Merlim
• Artur casa-se com Guinevere, filha de Leodagan de
Carmelide
• Leodagan, na mesma noite, tornara-se pai de 2 filhas de
nome "Guinevere": com sua esposa, com a esposa de
seu senescal Cleodalis. Meio-irmãs idênticas, salvo por
uma marca em forma de coroa nas costas da primeira.
No Lancelote: episódio da falsa Guinevere Índice de Aarne-Thompson, motivo da falsa noiva (K1911)
comparar: Grimm, "Os Três Homenzinhos da Floresta"
• Merlim e Viviane (ou Ninianne, a Dama do Lago)
Merlim e a Dama do Lago
Lancelote
• Guerra do rei Claudas contra o rei Ban de Benoic
• Morte de Ban, a Dama do Lago rapta Lancelote, filho de
Ban e Elaine, e o leva para seu reino (ilusão de lago)
• Lancelote em Camelot, cavaleiro da rainha
• Feitos, conquista da Guarda Dolorosa – Joiosa Guarda
• Em transe dianta da rainha, quase se afoga
• Galehaut faz guerra a Artur
• Artur salvo "pelo leão da água, e pelo médico sem
drogas, a pedido da flor"
• Galehaut, Lancelote, dama de Malehaut, Guinevere
O primeiro beijo
Paolo e Francesca
Dante, Divina Comédia, Inferno, canto V
Noi leggevamo un giorno per diletto
Di Lancelotto, come amor lo strinse:
Soli eravamo e senza alcun sospetto.
Per più fiate gli occhi ci sospinse
Quella lettura, e scolorocci il viso;
Ma solo un punto fu quel che ci vinse.
Quando leggemmo il disiato riso
Esser baciato da cotante amante,
Questi, che mai da me non fia diviso,
La bocca mi baciò tutto tremante.
Galeotto fu il libro e chi lo scrisse:
Quel giorno più non vi leggemmo avante.
Lancelote
• Bertelai e a falsa Guinevere
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Rapto de Guinevere por Meleagant (cf. Chrétien)
As 3 feiticeiras: Morgana, rainha Sedile, rainha da terra de Sorestan
Lancelote em Corbenic
"Esta lápide não será erguida até que o leopardo, do
qual descenderá o grande leão, ponha nela a mão, e ele
a erguerá facilmente, e depois será gerado o grande
leão na bela filha do rei da terra forânea"
• Ergue a pedra, sai um dragão, Lancelote o mata
• Concepção de Galaad
Concepção de Galaad
Brisane, senhora de pelo menos 100 anos, interpela o rei Pelles:
- Senhor, que se pode fazer com esse cavaleiro que Deus nos
enviou?
- Não sei o que faremos; só sei que ele há de ter minha filha para
fazer nela sua vontade.
- Tenho certeza de que ele não vai querê-la se a oferecermos,
porque ama a rainha, esposa do rei Artur, tão entranhadamente que
recusará qualquer outra. Portanto temos de fazer a coisa com tal
sutileza que ele não note.
Prepararam um leito esplêndido e a donzela deitou nele. Uma vez
desarmado, Lancelote pediu uma bebida, e lhe deram a poção
misturada por Brisane. Ele se deitou com a donzela, pensando que
era a rainha. E ela, que nada queria mais do que possuir o homem
que era a luz da cavalaria terrena, acolheu-o feliz e contente.
História de Jacó
- Gênesis, capítulo 29 Jacob, pois, serviu sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram
poucos dias pela grandeza do amor que lhe tinha. E disse a Labão:
Dá-me a minha mulher, pois já está completo o tempo de eu a
tomar por esposa. E Labão fez as bodas, tendo convidado para o
banquete uma grande turba de amigos. E, à noite, introduziu sua
filha Lia na câmara de Jacob, dando à filha uma escrava chamada
Zelfa. E Jacob, tendo ficado com ela segundo o costume, viu pela
manhã que era Lia; e disse ao sogro: Que é isto que me quiseste
fazer? Porventura não te servi eu por Raquel? Por que razão me
enganaste? Labão respondeu: No nosso país não é costume
casarem-se as mais novas primeiro. Acaba a semana destas
núpcias, e dar-te-ei também a outra pelo trabalho que me prestarás
durante outros sete anos.
.
Soneto
Luis Vaz de Camões
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
História de Jacó
- Gênesis, capítulo 31 Jacó fugiu com mulheres, filhos e rebanho, e Labão o alcançou junto a
um monte
Vem, pois, e façamos uma aliança, que sirva de
testemunho entre mim e ti. Jacob tomou, pois, uma
pedra, e a levantou por padrão, e disse aos seus irmãos:
Trazei pedras. E, tendo juntado muitas, fizeram com elas
um cabeço, e comeram sobre ele. E Labão chamou-o
Cabeço da Testemunha, e Jacob Cabeço do
Testemunho, cada um segundo a propriedade da sua
língua. E Labão disse: Este cabeço será hoje
testemunha entre mim e ti, e, por isso, este cabeço se
chamou Galaad, isto é o Cabeço da Testemunha.
Na Vulgata de S. Jerônimo
[46] dixitque fratribus suis adferte lapides qui
congregantes fecerunt tumulum comederuntque
super eum [47] quem vocavit Laban tumulus
Testis et Iacob acervum Testimonii uterque iuxta
proprietatem linguae suae [48] dixitque Laban
tumulus iste testis erit inter me et te hodie et
idcirco appellatum est nomen eius Galaad id est
tumulus Testis
Busca do Santo Graal e Morte de Artur
Os dois últimos livros da Vulgata:
- Busca do Santo Graal
- Morte de Artur
são cobertos pela Demanda do Santo Graal
portuguesa (traduzida da Post-Vulgata)
obs.: A edição de Norris Lacy contém ainda
uma Continuação de Merlim, também como
parte do ciclo da Post-Vulgata
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Estória do Santo Graal - PUC-Rio