I Ciclo de Capacitação de Multiplicadores para Resposta ao Chikungunya no Estado da Bahia CEVESP Investigação de Surtos Salvador 15 a 17 de outubro de 2014 Conceitos Epidemia É a ocorrência de uma doença em uma freqüência acima do esperado em ampla área geográfica. Pandemia Epidemia em vários países ou até continentes. No. de Casos de uma doença Endemia Presença habitual de uma doença em uma determinada área geográfica. Epidemia Endemia Tempo Conceitos Surto Ocorrência de aumento do número de casos em uma determinada área geográfica. Casos 40 35 30 25 20 15 10 5 0 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Casos notificados de doença diarréica aguda segunda semana epidemiológica de ocorrência. Creche Santa Júlia, 2007 Objetivos da investigação de surtos Identificar: Agente etiológico Fonte de infecção Modos de transmissão Fatores de risco Grupo de maior risco Grupo mais exposto Contatos dos casos... Estudar os fatores condicionantes/determinantes Indicar medidas de prevenção e controle Repercussão do surto • • • • • • • • • Inquietação e pânico na população Sobrecarga nos serviços de saúde Pressão dos meios de comunicação Absenteísmo escolar e ao trabalho Sequelas, aposentadorias e perdas humanas Queda da produtividade nas empresas Sequelas e aposentadorias evitáveis Aumento da morbimortalidade Aumento dos custos na assistência Repercussões de uma boa investigação • Vínculo de confiança com a população • Aprimoramento do sistema de vigilância • Experiência na prevenção de novos surtos • Articulação para ações intersetoriais Notificador: Quero fazer uma notificação! Vigilância: Tudo bem, tomaremos todas as providências necessárias. Estamos a caminho! Investigação de Surto Abordagem Sistemática • • • • • • • • Preparar para o trabalho de campo Estabelecer a existência de um surto Verificar o diagnóstico Definir e identificar casos Organizar os dados em Pessoa, Tempo e Lugar Formular e testar hipótese Implementar medidas de controle Comunicar os resultados Vida Real... A VIEP/2ªDires verificou o aumento no número de casos de doença febril aguda. Os casos foram inicialmente considerados suspeitos para dengue, porém a maioria dos exames laboratoriais deram não reagente para dengue. A VIEP/2ªDires reavaliou os casos e consideraram sintomatologia compatível com Chikungunya Em 5 de setembro de 2014 o G.T.Dengue/DIVEP recebeu notificação de casos suspeitos de Chikungunya em residentes de um bairro do município de Feira de Santana. 1 - Preparar para o trabalho de campo Antes de sair... • Formalizar notificação • Reunião prévia para atribuição de papéis • Aspectos Administrativos (Passagens/Diárias) • Equipamentos (Laptop, Smartfone, GPS, EPIs, etc.) • Levantamento Bibliográfico • Contato com equipes locais (DIRES, SMS) Viajar para o campo... Vida Real... Foi planejada para o dia 10 de setembro uma visita de avaliação da situação relatada e apoio técnico, com os seguintes objetivos: Alertar o município sobre o risco iminente de introdução do vírus Chikungunya no Brasil e informar acerca dos principais aspectos clínico-epidemiológicos da doença; Levantar informações em campo acerca da situação percebida pelos técnicos da SMS em relação aos casos suspeitos de Chikungunya; Recomendar medidas de controle. Trabalho no campo Reunião com representantes das instituições envolvidas Trabalho no campo Reunião com equipes de campo Trabalho no campo Reunião com profissionais de saúde Abordagem com Imprensa 2 - Estabelecer a existência do surto • Determinar o número de casos esperados • Comparar com o número de casos observados • Calcular taxas C A SO S 16 12 8 4 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 2010 Média Limite Superior 43 46 49 52 Gráfico 1- Diagrama de Controle de Meningite Viral segundo Semana Epidemiológica de Ocorrência, Salvador-BA, 2007*e 2008** Número 40 2008 35 2007 30 Surto 25 Média 20 Limite superior 15 10 5 0 1 5 9 Fonte: DIVEP/SESAB (*) Dados preliminares até a SE 52 (**) Dados preliminares até a SE 09 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 2007 (n=840) 1 5 9 2008 (n=82) 3 - Verificar o diagnóstico Objetivos: • Confirmar diagnóstico Meios: • Revisão de prontuários • Avaliação dos dados clínicos • Entrevistar profissionais de saúde e pacientes 4 – Definir e Identificar os Casos Objetivos: • Padronizar a identificação de casos • Identificar o maior número possível de suspeitos • Excluir os que não são casos Meios: • Elaborar e divulgar definição de caso • Criar planilha de casos Definição de Caso • Explicitar pessoa, tempo e lugar • Simples e fácil de aplicar • Inclui critérios clínicos e/ou laboratoriais • Abrangente no início (sensível) e refinada a medida que investigação progredir (específica) Exemplo de definição de caso Agravo: Febre amarela Tipo: Suspeito Situação: Surto Definição: Residente ou visitante do centro-oeste de Minas Gerais, de 1º de Janeiro a 31 de Março de 2011, com: Febre aguda e Icterícia ou Febre aguda e hemorragia ou Febre aguda e exposição silvestre e não vacinado contra FA CASO SUSPEITO DE FEBRE CHIKUNGUNYA Indivíduo com febre de início súbito maior que 38,5ºC e dor intensa nas articulações de início agudo, acompanhada ou não de edemas (inchaço), não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas onde estejam ocorrendo casos suspeitos até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo com algum caso confirmado. Identificar e Contar Casos Planilha de casos Lista de Casos Suspeitos de Influenza, Santa Catarina, 2009. Iniciais Idade Bairro DIS Vacinação Viagem 2 meses Aglomerado ADM 12a Centro 28/08 não sim/Argentina Festa colégio LF 2m Vila SJ 30/08 não não não RJD 4a Vila SJ 30/08 não não não GP 16a Centro 30/08 não sim/Argentina Festa colégio SRK 29a Vila SJ 01/09 não sim/Argentina Festa colégio Planilha Chikungunya_FSA 5 - Organizar dados em Pessoa, Tempo e Lugar Quem foi afetado? Pessoa Quando foi afetado? Tempo Onde foi afetado? Lugar Como? Porque? Epidemiologia Descritiva Organizar dados por Pessoa • Descrever o grupo de casos em detalhes • Identificar fatores comuns aos casos (Idade, Sexo, Raça, Ocupação, Renda, Educação, Uso de medicamentos, Atividades de lazer, Etc...) • Obter denominadores para calcular taxas • Comparar grupos Casos suspeito de Chikungunya por Faixa Etária em Feira de Santana, Bahia - 2014. 90 85 80 76 Casos suspeitos 70 60 51 50 40 30 21 24 21 20 7 10 0 10 8 0 <1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 34 Faixa Etária 35 a 49 50 a 64 65 a 79 >80 Organizar dados por Tempo Tempo de incubação de Hepatite A em indivíduos que beberam ponche de frutas em um Luau. Orange Country/CA, 1971 16 36 dias (maior período de incubação) 26 dias (período de incubação médio) Número de Casos 14 12 10 8 15 dias (menor período de incubação) 6 4 Luau 2 0 Agosto Julho 23 27 31 4 8 12 16 20 Setembro 24 Início de sintomas 28 1 5 9 13 Organizar dados por Tempo Curva epidêmica Número de casos suspeito de Chikungunya por Semana Epidemiológica em Feira de Santana, Bahia - 2014. 90 85 80 70 64 Nº de casos 60 50 38 40 32 30 24 26 20 10 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 4 2 2 1 6 8 3 0 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 Semana Epidemiológica Organizar dados por Lugar A distribuição geográfica dos casos indica onde uma doença é mais ou menos importante e fornece indícios para sua causa. Organizar dados por Lugar Densidade de casos suspeitos de Chikungunya em Feira de Santana, Bahia, 2014. 6 - Formular Hipóteses Objetivo: Explicar o problema 7 - Testar Hipóteses Epidemiologia Analítica • Estudo de Caso controle • Estudo de Coorte 8 - Implementar medidas de controle Controlar a fonte do organismo patogênico • Remover a fonte de contaminação • Retirar pessoas da exposição • Inativar ou neutralizar o organismo patogênico • Isolar e/ou tratar a(s) pessoa(s) infectada(s) Interromper a transmissão • Esterilizar ou interromper fontes no meio ambiente • Controlar o vetor • Melhorar higiene pessoal Controlar a resposta de hospedeiro à exposição • Vacinação • Uso de terapia profilática 9 - Comunicar os Resultados Propósitos • Apresentar recomendações • Documento para referência • Compartilhar experiências • Disseminar informações Considerações • Comunicar as autoridades de saúde • Propor recomendações e medidas de prevenção e controle • Divulgar os resultados da investigação • Considerar todos os participantes da investigação (agradecimentos, critérios de autoria) Integração das práticas em Vigilância da Saúde Parcerias internas/externas Prioridade Técnica Vigilância Epidemiológica Vigilância (indivíduos/populações) (Produtos/serviços) Vigilância em Rede Saúde de Atenção Básica Ambiental Sanitária Promoção/ Proteção/ Recuperação da Saúde Mobilização Atenção Especializada Vigilância Saúde dos Trabalhadores Vigilância em Saúde Ambiental Social Vontade Política Vigilância Laboratorial Insumos Estratégicos Sozinho você está mal acompanhado.