Modernismo
Portugal - Poesia
Aulas 8 e 9
Professor Especialista Volney Tigrão
Modernismo Português

O mundo estava sob a égide das
vanguardas europeias;

O homem precisava adequar-se à nova
ordem mundial;
Modernismo Português

Os artistas portugueses, apegados ao
Saudosismo de Teixeira de Pacoaes,
entenderam que ou adequavam-se a uma
nova realidade e ao novo modo de ver o
mundo ou assistiriam de longe à passagem
de um século revolucionário, com tudo de
bom que poderia trazer, porém sem a
participação lusa.
Modernismo Português

Não era apenas o produto inovador de
uma evolução estética, mas algo
decorrente de todo um estado de
espírito agigantado pelas mudanças
culturais da época, que repercutiu em
todas as artes.
Fatores importantes para o
Modernismo em Portugal

Crise da monarquia;

O ultimato inglês (11 de janeiro de 1890);

Crise econômica.
Resultado estético

Saudosismo – sentimento-ideia, emoçãorefletida (1910);

Revista A Águia (1910-1932);

Revista
Orpheu
–
pregavam
o
inconformismo e punham a atividade
poética acima de tudo(1915).
Orpheu – Mitologia grega
Características do Modernismo
Português

Crítica aos padrões estabelecidos;

Reação ao passado, ao tradicionalismo
estético;

Valorização do dinamismo e da
velocidade;
Características do Modernismo
Português

Fim do sentimentalismo piegas;

Comunicação direta de ideias;

Uso da linguagem do cotidiano;

Busca pela originalidade;

Liberdade formal.
Principais autores do Modernismo
Português

1ª Geração – Orfismo: Fernando Pessoa,
Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros,
Florbela Espanca e outros.

2ª Geração – Presencismo: José Régio,
Miguel Torga, João Gaspar Simões,
Branquinho da Fonseca e outros;
Principais autores do Modernismo
Português

3ª Geração – Neorrealismo: Alves Redol,
Ferreira de Castro, Jorge de Sena, José
Saramago e outros.
Mário de Sá-Carneiro

Poesia marcada pela
manifestação de
sensações depressivas,
tendendo para o
derrotismo e o
pessimismo.

O poeta mergulha em
seu próprio mundo
interior, realizando uma
constante busca do “eu”.
Dispersão

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem. (...)
Florbela Espanca

Poesia dominada por
forte
impulso
erótico, ela aposta na
forma
de
um
doloroso
diário
íntimo,
em
que
expõe abertamente
as insatisfações e
contradições
sentimentais.
Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Fanatismo

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Heterônimos de Fernando Pessoa
Biografia – por ele mesmo
 “Se
depois de eu morrer, quiserem
escrever a minha biografia, não há
nada mais simples. Tem só duas
datas - a da minha nascença e a da
minha morte. Entre uma e outra,
todos os dias são meus.”
Fernando Pessoa

Nasceu em Lisboa, em 13 de junho de
1888 e morreu na mesma cidade em 30
de novembro de 1935;

Foi poeta e escritor;

Atuou também no jornalismo, na
publicidade e no comércio;
Fernando Pessoa

Viveu parte da sua adolescência na África
do Sul;

Na literatura, desdobrou-se me diversos
heterônimos;

Era considerado bruxo, por uns, e louco,
por outros.
Fernando Pessoa

Era conhecido como um poeta dramático
por ter a capacidade de “transformar-se”
em muitos outros “eus” para, mesmo
fingindo, dizer o que sentia;

Para a maioria dos críticos, o Modernismo
português tem como marco inicial a
publicação, em 1915, da revista Orpheu.
Última frase
“I
know not what
tomorrow will bring”
Frases de Fernando Pessoa

“Não tenho a pretensão de que todas as
pessoas que gosto, gostem de mim, nem
que eu faça a falta que elas me fazem. O
importante pra mim é saber que eu, em
algum momento, fui insubstituível, e que
esse momento será inesquecível.”

“O Homem é do tamanho do seu sonho.”
“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou
construir um castelo...”
“Conhece alguém as fronteiras da sua alma, para
que possa dizer - eu sou eu?”
“A vida prejudica a expressão da vida. Se eu
vivesse um grande amor nunca o poderia
contar.”
Heterônimos

“Criei em mim várias personalidades. Crio
personalidades constantemente. Cada sonho
meu é imediatamente, logo ao aparecer
sonhado, encarnado numa outra pessoa, que
passa a sonhá-lo, e eu não. (...) Para criar,
destruí-me; tanto me exteriorizei dentro de
mim, que dentro de mim não existo senão
exteriormente. Sou a cena viva onde passam
vários atores representando várias peças.”
Bernardo Soares – Livro do desassossego.
Álvaro de Campos

Era engenheiro Naval, formado na Escócia, e
abandonou a vida acadêmica porque não era
possível imaginar-se entre as quatro paredes
de um escritório;

Era um homem do futuro, o legítimo
homem do século XX, das fábricas, da luz
elétrica, que cultuava a velocidade da vida,
do tempo e das máquinas.
Ricardo Reis

Era médico, nascido no Porto em 19 de
setembro de 1887, que se apresentava
como latinista e monárquico;

A finitude humana passa a ser um tema
constante em suas obras.
Alberto Caeiro

Filósofo, de instrução primária, nasceu em
Lisboa, em 16 de abril de 1889, e viveu no
campo, em companhia de uma tia até o fim
da vida, quando morreu de tuberculose em
1915;

É considerado o mestre dos outros
heterônimos;

É dele a frase: “Os meus pensamentos são
todos sensações”.
Poesia ortônima

A poesia ortônima de Fernando Pessoa
deve ser dividida em duas fases: poesia
saudosista-nacionalista e poesia lírica;

Sua poesia ortônima foi profundamente
influenciada por doutrinas filosóficas
(Teosofia)
e
sociedades
secretas
(Maçonaria);

A poesia dessa fase é tomada por um
caráter místico, de tom épico beirando o
trágico;

A vida é analisada sob olhar racionalista e
múltiplo da filosofia oriental;
“Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.”
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