DISCIPLINA CONCENTRADA: HERANÇA PESSOANA DOCENTE RESPONSÁVEL: PROF. DR. FERNANDO MANUEL CABRAL MARTINS UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA DATA: 08 a 12 de março de 2010 das 14 às 18 horas Anfiteatro B 200 vagas inscrições de 27/02 a 04/03/2010 pelo endereço: http://pitagoras.fclar.unesp.br/inscricoes/ Primeira Aula (08/03/2010): 1. O que é Pessoa para a poesia das gerações que se lhe seguiram: dificuldade e desafio colocado pela sua obra. 1.1. A inevitável «ansiedade da influência», provocada pela dimensão e complexidade da sua escrita, com prolongamentos pela religião, a astrologia, o esoterismo, as ciências sociais, a filosofia, a política. 1.2. Principais elementos estruturantes da heteronímia. A poética das máscaras: fascinante mas, em última análise, inimitável. 1. 3. Relacionamento da poética pessoana das máscaras com a tradição simbolista da «desaparição elocutória» do poeta e com o «homem fragmentado» da sinceridade romântica. Leituras de Mallarmé e de Marshall McLuhan. Segunda Aula (09/03/2010): 2. Contradição da presença: integração da poética modernista numa tradição romântica. Leituras de Octavio Paz e de Hans Robert Jauss. 2.1. A vocação crítica do «Segundo Modernismo» português: um movimento modernista (de que é exemplo Literatura Viva) mas, simultaneamente, antimodernista (exemplo: Mistério da Poesia). Leituras de Eduardo Lourenço e Vítor Aguiar e Silva. 2.2. Os casos típicos de José Régio e de João Gaspar Simões, os mais; o caso singular de Edmundo de Bettencourt. Terceira Aula (10/03/2010): 3. Casais Monteiro e a excepção estética da presença. 3. 1. A sua correspondência com Pessoa, essencial para a história de um e de outro: para Pessoa, momento de síntese indispensável, gesto de construção; para Casais Monteiro, desafio aceite e levado às últimas consequências. 3.2. Leitura de Casais Monteiro: «A Terceira Voz, ou a Verdade das Máscaras». Quarta aula (11/03/2010): 4. Os anos 40: coexistência de nacionalismo (António Ferro), Modernismo (Almada Negreiros), ética neo-realista (Carlos de Oliveira), Surrealismo (António Pedro) e, ainda, aparição sui generis de Sophia, Nemésio ou Jorge de Sena. 4.1. Importância de Pessoa para o Neo-Realismo: a libertação das formas prosódicas; a noção anti-romântica da imagem do poeta. 4.2. Contradição do Surrealismo, devotado ao elogio de Pessoa mas também à sua desconstrução. Leituras de Mário Cesariny. Quinta aula (12/03/2010): 5. Jorge de Sena e as primícias da crítica pessoana: Casais Monteiro, Gaspar Simões, Prado Coelho e Agostinho da Silva. 5.1. Leitura da «poética do testemunho» de Jorge de Sena enquanto metamorfose do «fingimento». 5.2. O romance Sinais de Fogo e a temática pessoana. 6. José Saramago e O Ano da Morte de Ricardo Reis: uma leitura contemporânea. Bibliografia Crítica Jauss, Hans Robert, «La “Modernité” dans la Tradition Littéraire et la Conscience d’Aujourd’hui», Pour une Esthétique de la Réception (1974), Paris, Gallimard, 1978 Lourenço, Eduardo, Tempo e Poesia, Porto, Inova, 1974 McLuhan, Marshall, The Gutenberg Galaxy, Toronto, University of Toronto Press, 1962 Mallarmé, Stéphane, Propos sur la Poésie, ed. Henri Mondor, Mónaco, Éditions du Rocher, 1951 Martinho, Fernando J. B., Pessoa e a Moderna Poesia Portuguesa – do Orpheu a 1960, Lisboa, ICLP, 1983 Martinho, Fernando J. B., Tendências Dominantes na Poesia Portuguesa da Década de 50, Lisboa, Colibri, 1996 Martins, Fernando Cabral, coord., Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, Lisboa, Caminho, 2008 Monteiro, Adolfo Casais, Estrutura e Autenticidade na Teoria e na Crítica Literárias (1968), Lisboa, Imprensa Nacional / Casa da Moeda, 1984 Paz, Octavio, Los Hijos del Limo (1974), Barcelona, Seix Barral, 1990 Régio, José, Páginas de Doutrina e Crítica da presença, Porto, Brasília, 1977 Silva, Vítor Aguiar e, «A Constitição da Categoria Periodológica de Modernismo na Literatura Portuguesa», in Diagonais das Letras Portuguesas Contemporâneas, Aveiro, Fundação João Jacinto de Magalhães, 1996 Silva, Vítor Aguiar e, «Modernismo e Vanguarda em Fernando Pessoa», in Diacrítica, 11, 1996 Simões, João Gaspar, O Mistério da Poesia, 1931, Porto, Inova, 19