A Moeda e a Preços no Longo prazo
Apresentação do papel do sistema monetário no
comportamento do nível de preços, da taxa de inflação
e de outras variáveis nominais
Introdução
• Inflação é o crescimento do nível geral de preços.
Um preço é a taxa a que a moeda é trocada por um
bem ou serviço.
Logo para entender a inflação necessitamos entender a
“moeda”:
O que é?
O que afecta a sua oferta e procura?
Qual a sua influência na economia
o que é a moeda?
• Moeda é é o conjunto de ativos que as pessoas utilizam
regularmente para comprar bens e serviços.
• Como é medido o stock de moeda?
• Notas e moedas em circulação
• Depósitos
Moeda = Circulação + Depósitos
€67,5 mM (só com D.O.)
€169,9 mM (com DO+DP) (valores em 2011.12.31)
• Ao quociente entre o valor dos bens e serviços transaccionados e a
quantidade de moeda chama-se velocidade de circulação
Velocidade de circulação=PIB nominal /Stock Moeda
dados monetários da EZ
Controlo da Oferta de Moeda
• Nas economias modernas, é o governo que controla a oferta de
base monetária (notas e moedas utilizadas):
• Circulação
• Reservas bancárias
• Tipicamente, os governos delegam esse controlo numa agência
mais ou menos independente chamada banco central
– BCE na área Euro
– Federal reserve nos E.U.A.
– Bank of England no RU
• Os bancos centrais têm funções essenciais:
– Controlar a oferta de moeda (política monetária)
– Regular actividade bancária;
– Prestamista em última instância
Controlo das Reservas
• Operações de mercado aberto:
Operações de compra ou venda de títulos no mercado monetário
(mercado interbancário onde são transaccionados títulos com
maturidade inferior a 1 ano)
Quando BC compra títulos cede liquidez (aumenta reserva bancárias)
Quando BC vende títulos absorve liquidez (reduz reservas bancárias)
• As operações de cedência predominam pois os sistemas bancários
têm um défice de liquidez devido a procura de notas e de reservas
Mercado Interbancário de Fundos
Tx. Juro
(interbancária)
S1
D reservas
venda
S
r1
S2
compra
r
r2
Res1
Res
Res2
Reservas (Euros)
Variações da taxa de juro e da oferta de moeda são duas
faces da mesma”moeda”
Criação monetária pela banca comercial
• Mas a banca comercial também influencia a quantidade de moeda
(notar que os depósitos fazem parte do stock de moeda).
• Tal acontece porque os bancos apenas detêm uma fracção dos
seus depósitos como reservas; com o resto concedem crédito
• O sistema bancário ao conceder crédito a famílias e empresas cria
moeda
• O processo chama-se multiplicador monetário
Empréstimos >> Circ. >> Dep. >>Empréstimos >> Circ.…
Empresas
A
P
A
Bancos
P
Famílias
Poupança
Real
Dívida
Cap Pp
Reservas
Crédito
Moeda
(e outras
responsabi
lidades)
Cap Pp
Em 2011.12.31 no conjunto do sistema bancário em
Portugal
Crédito/Depósitos=146,1%
Quanto maior o rácio de Reservas/Depósitos menor a
capacidade de criação de moeda pelos bancos
As autoridades monetárias podem afectar a capacidade da
banca comercial criar moeda através do fixação de reservas
obrigatórias.
Teoria Clássica da Inflação
• Como é que a oferta de moeda influencia os preços e a inflação no
longo prazo?
– A inflação respeita acima de tudo ao valor da moeda
– Um gelado custa hoje muitas vezes mais do que 10 anos antes, não
porque as pessoas gostem mais de gelados mas porque a moeda vale
menos.
• Oferta de Moeda: Exógena
• Procura de Moeda:
– Valor dos bens e serviços adquiridos
Determinado no LP pela qt
factores e tecnologia
PxY
Nível de
Preços
P (valor moeda )
Produto
Real
Procura moeda
• A teoria quantitativa formaliza esta ideia
Md=(1/V)*P*Y
– A procura de moeda é proporcional ao Produto Nominal
– A procura de moeda é inversamente proporcional à velocidade de
circulação
–Outros factores:
–Taxa de juro:
tx.juro aumenta>> custo ter moeda aumenta >> V aumenta >> procura
moeda reduz-se
–Facilidades de pagamento
equilíbrio no mercado monetário:determinação do
nível de preços
Nível de preços (P)
Oferta de
Moeda
Procura de moeda
(para dado Y)
P=105
Qt de moeda
(€)
equilíbrio no mercado monetário:aumento da
oferta de moeda
Nível de preços (P)
Oferta de
Moeda
Procura de moeda
(para dado Y)
P=105
Qt de moeda
(€)
equilíbrio no mercado monetário:aumento do
produto
Nível de preços (P)
Oferta de
Moeda
Procura de moeda
P=105
Qt de moeda
(€)
Nível de preços de equilíbrio e a teoria
quantitativa
M=(1/V)*P*Y
P=V*M/Y
• Dado o rendimento e a velocidade o nível de
preços é proporcional ao stock de moeda
• Quando Y aumenta ou V cai P reduz-se
– A causa primária da inflação é o crescimento
da quantidade de moeda
Mecanismo de ajustamento:
– Injecção monetária cria excesso oferta de moeda;
– Os agentes eliminam esse excesso de moeda
• Comprando bens
• Aplicando no mercado de fundos
– Em qualquer dos casos, a procura de bens e serviços irá
aumentar!
– A capacidade para produzir não se alterou
Logo P terá de aumentar
Ilustrando a teoria clássica: moeda e preços
durante hiperinflações
(a) Austria
(b) Hungary
Index
(Jan. 1921 = 100)
Index
(July 1921 = 100)
100,000
100,000
Price level
Price level
10,000
10,000
Money supply
1,000
100
Money supply
1,000
1921
1922
1923
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100
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1922
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Copyright © 2004 South-Western
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Ilustrando a teoria clássica: moeda e preços
durante hiperinflações
(c) Germany
(d) Poland
Index
(Jan. 1921 = 100)
100,000,000,000,000
1,000,000,000,000
10,000,000,000
100,000,000
1,000,000
10,000
100
1
Index
(Jan. 1921 = 100)
10,000,000
Price level
Money
supply
Price level
1,000,000
Money
supply
100,000
10,000
1,000
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100
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Imposto inflação
• Quando o governo obtem receita imprimindo moeda,
diz-se que está a cobrar o imposto inflação
• O imposto inflação é como um imposto sobre todos so
que detêm moeda
Dicotomia Clássica
•
Variáveis reais: grandezas medidas em unidades físicas
– Output real; stock de capital
– Preços relativos; salários reais; taxa juro real
•
Variáveis nominais: expressas em unidades monetárias
•
A dicotomia clássica afirma que alterações na oferta de moeda não influenciam
as variáveis reais: neutralidade da moeda.
•
Descrição aproximada do Longo Prazo.
•
Pressupostos:
– Preços Flexíveis
– Ausência ilusão monetária
•
O que aconteceria às alturas se em lugar se serem medidas em cm fossem
medidas em ½ cm?
Processo de ajustamento:
1. Procura de bens e serviços aumenta pois a quantidade real de moeda
aumenta
2. Resposta da oferta: aumento de preços e de quantidades produzidas
3. Para produzir mais emprego aumenta mas também os salários
4. Com o aumento dos salários aumentam os custos:
1. O oferta de bens contraí-se
2. Os preços aumentam
5. Com o aumentos dos preços os salários voltam a aumentar o que origina
nova contracção do produto, aumento de preços e aumento de salários…
6. Depois de um impacto inicial em que produto e preços aumentam, seguese um ajustamento com redução de produto, aumento de preços e salários
até que
–
–
–
O poder de compra da moeda volte ao inicial
Os salários reais voltem ao inicial
Produto e emprego voltem ao inicial
Sal nom
preço
fim
Fim
2
início
inicio
1
produto
Teoria quantitativa: se M/P não varia e sendo V constante
então Y também não varia
emprego
O efeito de Fisher
• Refere-se ao ajustamento um-para-um da taxa de juro
nominal à taxa de inflação.
– Quando a taxa de inflação aumenta a taxa de juro nominal
aumenta do mesmo montante
– A taxa de juro real permanece a mesma
Custos da Inflação
•
“Shoe leather costs”:
– A inflação constitui como que um imposto nos detentores de moeda;
– Uma forma de reduzir esse imposto é deter menos moeda.
– Mas fazer transacções com menos moeda envolve desperdício de recursos
(tempo e conveniência).
– Especialmente relevante em períodos de alta inflação
•
Custos de ajustamento de preços (“menu costs”):
– As empresas ajustam preços de forma pouco frequente porque esse
processo tem custos:
•
•
•
•
Novos catálogos
Custos de envio desses catálogos para grossistas e clientes
Custos de publicação…
(Um survey nos E.U.A. revelou que a empresa típica ajusta os preços 1 vez por
ano)
– A inflação aumenta esses custos, pois os preços têm de ser ajustados
frequentemente.
• A inflação tende a aumentar a carga fiscal sobre a poupança porque
os códigos tributam os juros nominais.
9
• Redistribuição arbitrária da riqueza
– A inflação não antecipada tem um outro custo: redistribuição de riqueza
entre devedores e credores.
• Pense-se num empréstimo de longo prazo com uma taxa de juro nominal
especificada:
– Se a inflação é maior do que antecipado, ganha o devedor.
– Se a inflação é menor do que antecipado, ganha o credor.
– Também prejudicial para indivíduos com pensões fixas
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