Drogas Vasoativas
e
Farmacologia na RCP
Antonio Celso Barros
Médico R3 - Anestesiologia
Pós-Graduando Medicina Intensiva – AMIB
2009
Eletrofisiologia Cardíaca
Drogas Antiarrítmicas
Drogas Vasoativas
Drogas utilizadas na RCP
Inervação do Coração

Fibras parassimpáticas: inervam principalmente átrios e tecidos
de condução.

Acetilcolina age sobre receptores muscarínicos cardíacos
específicos (M2). Produz cronotropismo, dromotropismo e
inotropismo negativos.

Fibras simpáticas: originam-se na medula espinhal torácica (T1
a T4 – fibras cardioaceleradoras). A noradrenalina gera
cronotropismo, dromotropismo e inotropismo positivos,
principalmente através do receptor β1.
Receptores Adrenérgicos
1: Vasos, Músculo Dilatador da Pupila, Músculo Liso
Pilomotor, Fígado, Coração;
2: Terminações Adrenérgicas / Colinérgicas (Pré-Sináptico),
Vasos, Células Adiposas.
1: Coração;
2: Músculo Liso Respiratório, Uterino, Vascular,
Fígado;
3: Células Adiposas.
Ativação dos Receptores Adrenérgicos
1 - VC, relaxa mm liso GI;
2 - Inibe liberação de NT (NA e ACh);
1 - Crono e inotropismo +;
2 - Broncodilatação, VD, relaxa útero;
3 – Lipólise.
SIMPATICOMIMÉTICOS
• Vasoconstricção;
• Vasodilatação de músculos esqueléticos;
• Broncodilatação;
• Aumento da FC, contratilidade miocárdica e vulnerabilidade à
arritmias;
• Glicogenólise hepática;
• Liberação de ácidos graxos dos tecidos adiposos;
• Modulação da secreção de insulina, renina e hormônios
pituitários;
• Estímulo do SNC.
SIMPATICOMIMÉTICOS
Classificação

Adrenérgicos (catecolamina ou não) agem via receptor alfa, beta
ou dopa;

Não adrenérgicos;

AMPc dependente (inibidores da PDE e glucagon);

Independente de AMPc.
SIMPATICOMIMÉTICOS
• AMPc INDEPENDENTES
GLICOSÍDEOS CARDÍACOS
SAIS DE CÁLCIO
HORMÔNIO TIREOIDIANO
SENSIBILIZADORES DO CÁLCIO (LEVOSIMENDAN)
• AMPc DEPENDENTES
AGONISTAS DO RECEPTOR BETA
AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS
INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE (PDE)
GLUCAGON
SIMPATICOMIMÉTICOS
ADRENÉRGICOS (TIPO CATECOLAMINA)
NÚCLEO CATECOL ( 3- 4HIDROXIBENZENO )

ADRENALINA

NORADRENALINA

DOBUTAMINA

ISOPROTERENOL

DOPAMINA

DOPEXAMINA
SIMPATICOMIMÉTICOS
ADRENÉRGICOS (ALFA E BETA AGONISTA)
NÃO CATECOLAMINAS
•
•
•
•
•
METARAMINOL;
MEFENTERMINA;
EFEDRINA;
METOXAMINA;
FENILEFRINA.
Receptores Adrenérgicos
Agonistas
a1
a2
b1
b2
Noradrenalina
+++
+++
+++
+
Adrenalina
++
++
+++
+++
Isoprenalina
-
-
+++
+++
Fenilefrina
++
-
-
-
Metilnoradrenalin
a
+
+++
-
-
Salbutamol
-
-
+
+++
Dobutamina
-
-
+++
+
EFEITO
DC
INOTROPISMO
FC
RVS
FSR
FENILEFRINA
NORADRENALINA
ADRENALINA
DOPAMINA
DOBUTAMINA
DOPEXAMINA
ISOPROTERENOL
Dose dependente
Dose dependente
NORADRENALINA
Agente adrenérgico de ação direta

Potente vasoconstritor e inotrópico +
DC varia conforme RVS, função ventricular e barorreceptores.
Indicação
 Choque Cardiogênico
 Hipotensão Severa (PAS < 70 mmHg)
Corrigir volemia antes da administração;
Cuidado com extravasamento.
Dose
 0.5 to 1.0 µg/min, podendo chegar a 30 µg/min.
NORADRENALINA

AUMENTA FLUXO HEPATO-ESPLÊNICO – 0.05 A 0.1
mcg/Kg/min;

HIPOPERFUSÃO CORONARIANA;

DIMINUI FSR;

DIMINUI PH MUCOSO – AUMENTA TRANSLOCAÇÃO
BACTERIANA.
DOPAMINA
Precursor metabólico da noradrenalina e adrenalina;
 DC
Indicações
• ICC;
• Congestão pulmonar;
• Choque séptico;
• Recomendada em hipotensão e bradicardia após retorno
da circulação e correção da volemia;
• Risco = taquicardia, acidose (por hipoperfusão).
DOPAMINA
DOSES
• 2 a 5 g/kg/min = receptor D1 = vasodilatação renal,
mesentérica e coronariana = sem benefício na IRA
oligúrica;
• 5 a 10 g/kg/min = receptor β1 e ação indireta =
crono e inotrópica+. Pode ocorrer taquifilaxia;
• 10 a 20 g/kg/min = receptor  = vasoconstritora.
DOPAMINA
•
•
•
DE 0.2-0.4 mcg/Kg/min
ATIVA RECEPTORES
DA2.
DE 0.5-3.0 mcg/Kg/min
RECRUTA RECEPTORES
DA1.
MAIORES DOSES
ATIVIDADE BETA --ALFA.
DOBUTAMINA
Catecolamina sintética de ação direta, estimulante cardíaco;
Predominantemente 1, mas tb  e 2;
Potente inotrópico +, aumenta volume sistólico e reduz as
pressões de enchimento de VE.
Indicações
•
•
•
•
Usada em ICC sistólica;
Congestão pulmonar;
Pode causar taquicardia importante;
Dose - 5 a 20 g/kg/min.
VASOPRESSINA
Hormônio hipofisário, antidiurético;
Potente vasoconstritor: periférico, cerebral, pulmonar e
coronariano.
Indicação
PARADA CARDÍACA.
VASOPRESSINA
SEM MUITAS INDICAÇÕES ATÉ O ATUAL MOMENTO;
Evidência insuficiente para se recomendar ou desaprovar o uso na
AESP.
DOSE
• 40 UI bolus EV ou IO, dose única;
• Droga de resgate – Adrenalina.
ADRENALINA
Usada na PCR de qualquer etiologia a cada 3-5’
Dose
• 1 mg EV/IO;
• 2 a 3 mg via TOT, diluída em 10 ml de AD.
Sem evidências da utilidade de doses maiores
Evitar bolus após retorno de circulação espontânea (IAM, TV e
FV)
Infusão
• 50 a 100 mcg/min conforme PA
Atenção em PCR decorrente de abuso de simpaticomiméticos.
ADRENALINA X VASOPRESSINA

ADRENALINA

VASOPRESSINA
Agonismo alfa =
↑ fluxo coronariano e
cerebral;
Presente em níveis maiores
nos pacientes que
sobreviveram a PCR;
Agonismo beta =
↑ trabalho cardíaco,
isquemia
subendocárdica;
Vasoconstrictor periférico não
adrenérgico (receptoresV1);
VASOPRESSOR
PADRÃO ATÉ O
MOMENTO.
SEM EVIDÊNCIAS ATÉ O
MOMENTO SOBRE
SEU PAPEL NA PCR.
Outros fármacos utilizados na
RCP
ATROPINA
Bloqueia efeitos vagais NSA e AV, bloqueia automaticidade sinusal e
facilita condução AV;
Precaução em idosos.
Indicações
• Assistolia;
• AESP, com FC <60 bpm/min;
• Bradicardia sinusal, atrial e nodal com instabilidade
hemodinâmica.
Dose
• 1 mg IV/IO, bolus (dose máx: 3 mg – 12 ampolas).
Relatos episódicos de reversão de assistolia.
AMIODARONA
• Antiarrítmico Classe III;
•  duração do PA e do PRE em átrio e ventrículo;
• Condução AV e via acessória lentificadas;
• Leve ação inotrópica –;
• Leve ação vasodilatadora periférica, via bloqueio 1 não
competitivo;
• Melhora da possibilidade de resposta à desfibrilação da FV e
taquiarritmias com instabilidade hemodinâmica.
AMIODARONA
RECOMENDAÇÃO ATUAL
• 300mg após 3 choques,diluída em glicose a 5%.
HIPOTENSÃO E BRADICARDIA
• Tratadas com  da velocidade de infusão, com fluidos e
inotrópicos.
LIDOCAÍNA

automaticidade ventricular e atividade ectópica;
Inefetiva contra arritmias que ocorrem em células com membrana
celular normal (FA e Flutter).
Indicação
• TV/FV refratária na ausência de amiodarona;
Dose
• 100 mg (1 a 1,5 mg/kg);
• Tratar sempre hipocalemia e hipomagnesemia;
Sobredose
• Evitar atingir 3 mg/kg;
• Parar infusão, tratar convulsões;
• Depressão miocárdica menor que a causada por amiodarona,
responsiva a fluidos e vasopressores.
SULFATO DE MAGNÉSIO
Indicações
• FV refratária a choque com possibilidade de hipo Mg++;
• TV na possibilidade de hipo Mg++;
• Torsades de Pointes;
• PCR com Intoxicação Digitálica.
Dose
• 2g (4 mL) MgSO4 por 1 a 2 min, repetido após 15 min.
Hipotensão melhora com fluidos e vasopressores.
CÁLCIO
Papel fundamental no fenômeno excitação-contração;
Inotrópico positivo;
Dados inconclusivos na PCR;
Hipercalcemia é deletéria para o miocárdio e tecido cerebral
isquêmico.
Indicação
 Hipocalcemia;
 Hipercalemia;
 Intoxicação por bloqueadores de canais de cálcio;
 Toxicidade ao Mg++.
Dose
 CaCl2 a 10% 10 mL IV
BICARBONATO DE SÓDIO
Álcali, antiácido, eletrólito

Acidose respiratória e metabólica sempre se apresenta após a PCR

GSA relaciona-se mal com o estado ácido-base tissular.

Análise de amostras de sangue venoso central são mais acuradas
(SvO2)

Melhor tratamento é compressão torácica, seguida de ventilação
BICARBONATO DE SÓDIO
Indicação
• pH < 7,1;
• Hipercalemia;
• Overdose de antidepressivos tricíclicos.
Cuidados
• Piora acidose intracelular;
• Inotropismo negativo;
• Importante gradiente osmótico;
• Inibição da liberação de O2.
Dose
• 1 mEq/kg de NaHCO3 8,4% IV bolus.
Lembrete 1
Manobras de RCP
X
Acesso Venoso

Acesso Venoso - Veias Antecubitais MMSS
(acesso venoso periférico)
X
Acesso Venoso Central
Lembrete 2
Após infundir drogas pelo acesso venoso, infundir 20ml de solução
salina e manter o membro elevado por 10 a 20 segundos;
Drogas administráveis pelo TOT (2 a 3 x > dose IV)
Vasopressina
Atropina
Lidocaína
Naloxona
Epinefrina
Diluir medicações em 10ml de solução salina ou 10ml de água
destilada.
VASOPRESSORES
São recomendados para aumentar a Pressão de Perfusão
Cerebral e Pressão de Perfusão Coronariana durante a
RCP.
OBRIGADO!
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Farmacologia em RCP