A RELAÇÃO ENTRE TERAPEUTA E CLIENTE E A PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA Ant. Maia Olsen do Vale UFC/Sobral - Psicologia LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 1 DEFINIÇÃO Uma relação terapeuta-cliente envolve as qualidades pessoais de um terapeuta, as qualidades pessoais de um cliente e a interação entre ambos (Beitman apud Rangé, 1995). Envolve situações onde as ações de cliente e terapeuta estão contingencialmente entrelaçadas. Pode ser terapêutica. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Antes da década de 60 – Utopia Tecnicista Características pessoais do terapeuta e o modo como ele interagia com o cliente eram irrelevantes diante de todo o arsenal tecnológico da Terapia Comportamental. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Antes da década de 60 – Utopia Tecnicista Eysenck em 1959 definiu terapia comportamental como o uso de procedimentos de extinção e desenvolvimento de novos repertórios. (apud Braga e Vandembergh, 2006) LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Após a década de 60 • Estudos de Carl Rogers (1957) sobre a postura do terapeuta na situação clínica e o modelo das outras terapias. • Inserção da TC no mercado e mudança do perfil do terapeuta comportamental. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Após a década de 60 Os estudos de eficácias sobre as variáveis inerentes ao processo clínico promoveram a “virada relacional”. Eysenck passa a afirmar que características da relação terapeuta-cliente podem aumentar a eficácia dos procedimentos terapêuticos, ao promover confiança/credibilidade na terapia ou por ocasionar atitutes colaborativas pró-terapêuticas no cliente (Braga e Vandembergh, 2006). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 6 Porque valorizar a relação terapêutica? A maior parte dos repertórios humanos são construídos em ambientes sociais e estão sobre controle de contingências sociais. A relação terapêutica estabelece um contexto protegido para se analisar treinar o desenvolvimento de relações interpessoais mais saudáveis e não apenas para garantir o sucesso das técnicas (Shinohara, 2000; Kohlenberg & Tsai, 2001). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 7 ATITUDES CLÍNICAS TERAPÊUTICAS • Ouvir e observar de uma forma objetiva, porém, empática (Shinohara, 2000). • Saber fazer perguntas e feedbacks que facilitarão a descoberta do cliente de quais são os determinantes do seu comportamento (Shinohara, 2000). • Calor humano, empatia acurada, autenticidade e um cuidado zeloso para com o cliente são essenciais (Rogers apud Rangé, 1995; Kohlenberg & Tsai, 2001). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 8 ATITUDES CLÍNICAS TERAPÊUTICAS • A clarificação das queixas e demandas, além da definição de metas e objetivos, transmitem segurança ao cliente. • A flexibilidade na postura do Terapeuta, no setting e no processo facilita o estabelecimento de uma relação autêntica e positiva com os mais variados tipos de cliente. • Grande parte da terapia refere-se à familiarização do terapeuta com a história de vida do cliente, levando-o a se sentir compreendido. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 9 ATITUDES CLÍNICAS TERAPÊUTICAS • Intimidade – surge quando o cliente pode falar de seus sentimentos, pensamentos e experiências abertamente para o terapeuta. Sendo este capaz de demonstrar acolhimento, compreensão e aceitação. • Reconhecimento (não esquivar-se) cuidadoso dos sentimentos e experiências aversivas. Procurando promover uma extinção reflexa ou dessensibilização. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 10 ATITUDES CLÍNICAS TERAPÊUTICAS Audiência não punitiva - Uma atmosfera de confiança e não julgamento pode facilitar para o cliente fornecer dados a serem investigados por ele, com a orientação do terapeuta. (Skinner, 1953) “Aqui me sinto à vontade para falar de meus problemas, falo de coisas que nunca tive coragem de contar para ninguém,” “É interessante, aqui falo coisas que tenho vergonha até de mim mesma...”. (Braga e Vandembergh, 2006, p.311) LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 11 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) é uma proposta de terapia comportamental que coloca a relação terapeuta-cliente como principal meio para se atingir os objetivos terapêuticos. Foi desenvolvida por Robert J. Kohlenberg e Mavis Tsai nos EUA (Kohlenberg &Tsai, 2001). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 12 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Algumas características – • Behaviorismo Radical como referencial. • Ênfase nas interações que ocorrem durante a sessão de atendimento. • A relação terapeuta-cliente como terapêutica. • O uso do reforçamento natural. • Busca por novas habilidades relacionais e de resolução de problemas. (Kohlenberg &Tsai, 2001; García, Aguayo e Bermúdez, 2007 ) LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 13 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Algumas características – • Uso da avaliação funcional como principal estratégia para que a terapia não se torne apenas um lugar rico de bons sentimentos que não possibilita autoconhecimento e mudança. (García, Aguayo e Bermúdez, 2007 ) LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 14 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Estudos em laboratório (AEC) demonstraram que “quanto mais próximo em tempo e lugar o comportamento estiver de suas conseqüências, maior será o controle (...). A implicação para a terapia é que os efeitos do tratamento serão mais fortes se os comportamentos problema do cliente e seus progressos ocorrerem durante a sessão, (...) assim, um aspecto fundamental da FAP é que ela está voltada para os problemas cotidianos que também ocorrem durante a sessão terapêutica.” (Kohlenberg &Tsai, 2001). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 15 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) “Outra importante característica da FAP é que os progressos no comportamento do cliente deveriam ser imediatamente reforçados.” (Kohlenberg &Tsai, 2001). Como um terapeuta reforça comportamentos? E quais as implicações disso? LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 16 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Dependendo da forma como é empregado o uso do reforçamento na terapia pode trazer benefícios ou malefícios. O reforçamento que não acontece de forma natural no processo terapêutico (reforçamento arbitrário) apresenta diversos problemas, tais como: 1) ele produz mudanças no cliente, que são reforçadoras para o terapeuta, mas que não são necessariamente benéficas para o cliente; LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 17 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) 2) essas mudanças não duram quando o cliente retorna para o seu “ambiente natural”, “o comportamento arbitrariamente reforçado somente ocorre quando o controlador está presente ou se o cliente está interessado na recompensa”; 3) “pode substituir ou interferir nos reforçadores naturais, obtendo o controle sobre o comportamento”. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 18 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) O reforçamento natural, por outro lado, possui diversas vantagens: 1)Começa com um desempenho já existente no repertório do indivíduo, que é também reforçado por um evento que seguramente ocorre no ambiente do indivíduo; 2) é sincero e honesto, o que aumenta a confiança do cliente no terapeuta; LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 19 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) 3) é contingente sobre uma classe maior de comportamentos. Os únicos reforçadores naturais disponíveis na relação terapeuta-cliente são comportamentos verbais e demais interações entre terapeuta e cliente. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 20 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Comportamento Clinicamente Relevante (CCR ou CRB) “Comportamento Clinicamente Relevante inclui o problema assim como os comportamentos alvo ou meta” que acontecem durante a sessão. Os CCR’s são o fundamento do processo psicoterápico na FAP. “A aplicação clínica da PFA baseia-se em três tipos de comportamento do cliente e em cinco tipos de comportamento do terapeuta, que podem ocorrer durante a sessão terapêutica.” LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 21 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) • CCR1 – Exemplos reais de comportamentos durante a sessão terapêutica que são ocorrências do foco clínico. (“Problemas”) • CCR2 – Repertórios cuja ausência ou baixa frequência estão diretamente ligados à apresentação do problema. (“progresso clínico”) • CCR3 – Os repertórios verbais do cliente que correspondem ao seu próprio CCR e às variáveis de controle. (“Interpretações funcionais”) LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 22 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) • Regra 1 – (“Observar”) Desenvolver um repertório para observar os exemplos possíveis da ocorrência de CCR’s durante a sessão terapêutica. • Regra 2 – (“evocar”) Construa um ambiente terapêutico que irá intensificar a evocação do CCR. • Regra 3 – (“Reforçar”) Criar meios para o reforçamento positivo de CCR2. (lembrar de evitar o reforçamento arbitrário). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 23 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) • Regra 4 – (“Auto-observação”) Desenvolver um repertório pela observação das propriedades reforçadoras em potencial do comportamento do terapeuta que são contingentes sobre as ocorrências do Comportamento Clinicamente Relevante do cliente. • Regra 5 – (“Analisar”) Desenvolver um repertório para descrever o relacionamento funcional entre as variáveis controladoras e o Comportamento Clinicamente Relevante do Cliente. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 24 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) “É importante lembrar que os comportamentos clinicamente relevantes são hipóteses a serem exploradas, e que sua real relevância clinica necessita ser demonstrada, e não presumida.” LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 25 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) INTERVENÇÕES NOS CCR´S • Considerar que pode não ser o momento ideal para intervir. • Sinalizar a ocorrência do CCR. • Interpretar – identificar possíveis funções desconhecidas do CCR. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 26 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) INTERVENÇÕES NOS CCR´S • Perguntar, sobre sentimentos e pensamentos, procurando identificar ou explicitar relações funcionais. • Descrever comportamentos emocionais e verbais do terapeuta em função do cliente. • Sugerir e dar modelo sobre a compreensão e a generalização dessas análises para outras situações fora da terapia. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 27 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) INTERVENÇÕES NOS CCR´S • Reconhecer e valorizar (enquanto formas de reforçamento natural) os comportamentos do cliente que indicam enfrentamento de situações aversivas e superação de suas dificuldades. • Reforçar naturalmente comportamentos do cliente de fazer análises funcionais baseadas em evidências críticas. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 28 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Resistência - atitudes do cliente que o impede de entrar em contato com os determinantes do seu comportamento e/ou impedem uma análise crítica e mudança da maneira como lida com seus problemas. • Generalização – comportamento operante que ocorre em razão da similaridade entre a atual situação (relação terapeuta-cliente) e situações passadas que o cliente tenha vivenciado (Kohlenberg & Tsai, 2001). LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 29 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Estrutura do tempo – Chegar atrasado – pode ser: esquiva de situações emocionalmente carregadas, desqualificação da terapia/terapeuta, dificuldade para organizar atividades em geral (ex: sobrecarga de atividades). Ter dificuldades para sair ao final da sessão – pode ser: comportamento de dependência ou apego excessivos, regras de abandono ou rejeição. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 30 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Estrutura do tempo Pontualidade excessiva – pode ser: comportamento compulsivo, medo de desapontar, excesso de disciplina consigo mesmo. Chegar muito cedo – ansiedade, medo de ser esquecido ou não atendido, querer sentir-se mais importante que outros clientes na vida do terapeuta. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 31 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Férias do terapeuta – Pode eliciar: medo intenso, ansiedade, raiva, tristeza, revolta. Pensamentos: “você não voltará” – “as pessoas de quem venho a gostar sempre me abandonam” – “você está fugindo de mim, deve me achar muito chato” – “eu não consigo tomar conta de mim mesmo”. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 32 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Encerramento da terapia Questões sobre independência e autoconfiança, e tristezas acerca de perdas anteriores, separações mortes. Sua reação é uma indicação de como ele reage aos começos e términos em outras áreas de sua vida pessoal. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 33 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Pagamento das sessões Pode ser contexto para comportamentos de autodepreciação: “eu não mereço gastar este dinheiro comigo”. Pode ser contexto para evitar sentimentos de intimidade em relação ao terapeuta: “você me trata bem porque estou lhe pagando para isso”. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 34 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Pagamento Pode ser contexto para sentimentos de sucesso; competitividade ou humilhação com o terapeuta. O atraso do pagamento pode ser: um “teste”, punição para o terapeuta/terapia, tentativa de ser rejeitado pelo terapeuta e assim confirmar regras catastróficas. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 35 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • “Erros” ou comportamentos não intencionais do terapeuta – • Mesmo o melhor dos terapeutas um dia erra. • Padrão de esquiva ao não demonstrar diretamente raiva ou desapontamento. • Idealização exagerada tornando inevitáveis os desapontamentos. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 36 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s Silêncios – Em um conversar é natural surgir a “falta de assunto” em algum momento, geralmente leva a um desconforto. Esquiva, tempo para organizar os pensamentos ou refletir sobre uma colocação do terapeuta, sinalização de algo de forma não vocal, sinalização de um estado emocional. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 37 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Expressão de afeto/sentimentos/emoções – Para o cliente pode significar: demonstrar fraqueza, inferioridade, vulnerabilidade, medo não conseguir parar, ser criticado ou humilhado. Esquivas do demonstrar sentimentos: mudar de assunto, conversas intermináveis sobre tópicos tangenciais, não falar, focalizar no ambiente físico da sala ou no terapeuta. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 38 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Sentir-se bem – Pode funcionar como aversivo (devido a experiências onde foi punido por estar bem) levando a esquivar-se num agir infeliz ou depressivo. “eu não mereço esta felicidade”, “como posso estar bem se os outros não estão”, “não tenho motivos suficientes para estar bem”. Pode funcionar como sinalização (SD) do término da terapia. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 39 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Feedback positivo de demonstrações de afeição por parte do terapeuta – Pode funcionar como aversivo. “Agora terei que corresponder às suas expectativas ou você irá me desaprovar”, “Você está me dizendo isso só para ser agradável”. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 40 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Sentindo-se íntimo ao terapeuta – Pode funcionar como aversivo. “Se eu me apegar a você vou acabar estragando tudo como sempre”. • Características do terapeuta – Características físicas ou comportamentais do terapeuta podem evocar CCR´s. “Você é magro e por isso é bem tratado e tem sucesso”. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 41 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Eventos na Relação Terapeuta-Cliente que Frequentemente Evocam CCR´s • Eventos incomuns – Encontrar o terapeuta fora da clínica, o terapeuta ficar doente, engravidar, ter que remarcar o atendimento devido a um problema pessoal, faltar luz na clínica, etc. Sentimentos de posse, rivalidade, dependência, desamparo e mortalidade. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 42 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Avaliação do processo e dos resultados • Behavioral Codification System (BCS) Desenvolvido por Callaghan, Summers, e Weidman (2003) da Universidade Estadual de San José (California) É um sistema para registrar e codificar comportamentos de clientes e terapeutas, de forma a possibilitar a coleta de dados sobre mudanças terapêuticas de natureza interpessoal. LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 43 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Avaliação do processo e dos resultados • Behavioral Codification System (BCS) – OP Outside Problems (Problemas fora da sessão). – OI Outside Improvements (Melhoras fora da sessão). – CRR Client Session Progression (Progressos dentro da sessão). – CRB Clinic Relevant Behavior (CCR 1, 2 e 3). – TCRB Therapist CRB (Ações do terapeuta sobre os CCR 1, 2 e 3). – MCRB Mistake CRB (Falhas do terapeuta ante os CCR 1, 2 e 3). – ECRB Evoque CRB (Ações do terapeuta para evocar CCR). Parâmetros – Frequência – Avaliação de resultados 44 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Avaliação do processo e dos resultados • Functional idiographic assessment template (FIAT) (Callaghan, Summers, y Weidman, 2003) É uma escala para auxiliar na identificação de classes de ações interpessoais que podem ser problemáticos para os clientes. Parâmetros – Frequência – Avaliação de resultados 45 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Avaliação do processo e dos resultados • Functional idiographic assessment template (FIAT) (Callaghan, Summers, y Weidman, 2003) – Expressão de necessidades: problemas com a identificação e a afirmação/defesa de necessidades e valores. – Comunicação bidirecional: Problemas com a identificação e a resposta ao feedback e ao impacto sobre os outros. – Conflitos: Problemas com conflitos interpessoais. Parâmetros – Frequência – Avaliação de resultados 46 PSICOTERAPIA FUNCIONAL ANALÍTICA (FAP) Avaliação do processo e dos resultados • Functional idiographic assessment template (FIAT) (Callaghan, Summers, y Weidman, 2003) – Proximidade pessoal: Problemas com a revelação e o desempenho, e a manutenção de repertórios prósociais. – Experiência e expressão emocional: As dificuldades com a identificação e as respostas às experiências emocionais. Parâmetros – Frequência – Avaliação de resultados 47 Bibliografia Rangé B. Relação Terapêutica. In: Rangé B. Psicoterapia Comportamental e Cognitiva. Campinas. Editorial Psy. 1995, vol. II. Kohlemberg RJ, Tsai M. Psicoterapia Analítica Funcional – Criando Relações Terapêuticas Intensas e Curativas. Santo André. Esetec Editores Associados. 2001. BRAGA, Gasparina Louredo de Bessa; VANDENBERGHE, Luc. Abrangência e função da relação terapêutica na terapia comportamental. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 23, n. 3, Sept. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103166X2006000300010&lng=en&nrm=iso>. access on 30 Oct. 2010. doi: 10.1590/S0103166X2006000300010. Callaghan, G.M., Summers, C.J., y Weidman, M. (2003). The treatment of histrionic and narcissistic personality disorder behavior: A single-subjetc demostration of clinical improvement using functional analytic psychotherapy. Journal of Contemporary Psychotherapy, 33(4), 321-339. García RF, Aguayo LV y Bermúdez MAL. Novedades y aportaciones desde la psicoterapia analítica funcional. Psicothema 2007. Vol. 19, nº 3, pp. 452-458 LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 48 [email protected] LANAC - Laboratório de Análise do Comportamento 49