Psicoterapia de Grupo numa visão da Análise do Comportamento Professora Ms Cristina Di Benedetto [email protected] Necpar 09 de Março de 2013 08 às 09h30: Características, conceituação e objetivos 09h30 às 10h30: O papel do terapeuta e os processos comportamentais na PG Formando as bases; Fazendo a seleção; Preparando os clientes para PG. 10h30 às 10h50: 10h50 às 11h50: Formando as bases; Fazendo a seleção; Preparando os clientes para PG (contin.). 11h50 às 12h30: Os fatores terapêuticos na PG BIBLIOGRAFIA BÁSICA VINOGRADOV, S. e YALOM, I. D. Manual de psicoterapia de grupo. Porto Alegre: ArtMed, 1992. Caps. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BIELING, P. J.; McCABE, R. E. e ANTONY, M.M.(Orgs.). Terapia cognitivo-comportamental em grupos. Porto Alegre: Artmed, 2008. Caps. 1 e 4. DEL PRETTE, A.). Treinamento comportamental em grupo: uma análise descritiva de procedimentos. Psicologia, 11(2), 39-54. (1985 DELITTI, M. e DERDYK, P. (Orgs.)Terapia analítico-comportamental em grupo. Santo André: ESETec, 2008. Cap. 1 DI BENEDETTO, C. (1993) Psicoterapia de grupo - descrição de classes de comportamento do terapeuta e dos clientes. Monografia de Especialização. UEL, 1993. YALOM, I. D. e LESZCZ, M. Psicoterapia de Grupo: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2006 *********** Existe uma história de um homem que teve uma conversa com um velho sábio sobre a natureza humana. “Eu vou mostrar-lhe o Inferno” disse o sábio, e conduziu o homem para um quarto, no meio do qual estava uma grande mesa redonda, com pessoas famintas e desesperadas. No meio da mesa tinha um grande pote de guisado, suficiente para todos. O aroma do guisado era delicioso. As pessoas seguravam os longos cabos das colheres. Cada um achou que era possível alcançar o pote e pegar uma colherada do guisado, mas por causa do cabo da colher ser maior do que o braço de uma pessoa, ele não poderia colocar a comida na boca. O homem viu que o sofrimento deles era horrível. “Agora eu vou lhe mostrar o céu” disse o sábio, e eles entraram no outro quarto, exatamente igual ao primeiro. Tinha a mesma mesa e o mesmo pote de guisado. As pessoas, assim como antes, estavam equipadas com as mesmas colheres de cabo comprido, mas aqui eles estavam bem nutridos e saudáveis, rindo e conversando. De início o homem não pode compreender. “É simples, mas requer habilidade” disse o Sábio. “Você vê, eles aprenderam a alimentar uns aos outros”. COESÃO GRUPAL E ALTRUÍSMO: fatores terapêuticos imprescindíveis num processo grupal O ser humano é gregário por natureza Desde o nascimento o indivíduo participa de diferentes grupos Dialética entre identidade individual e necessidade de interação grupal e social. Conjunto de pessoas constitui um grupo; um conjunto de grupos constitui uma comunidade e um conjunto interativo de comunidades configura uma sociedade HOMEM: SER SOCIAL POR EXCELÊNCIA A força do grupo está sempre na interdependência existente no relacionamento dos membros do grupo entre si “num grupo, os membros imitam-se uns aos outros e servem como modelos. Reforçam conformidades e punem desvios”. Skinner (1989, p. 61) “Pela massa haviam sido destruídos; pela massa seriam curados”. Cody Marsh apud De Maré (1974, p. 51) OBJETIVOS: Prover ambiente para aquisição, manutenção e extinção de comportamentos; Alteração de comportamentos específicos (grupos dirigidos em clínica: transtornos alimentares, obesidade, transtornos de ansiedade, etc.) Alívio dos sintomas de sofrimento psíquico e desenvolvimento emocional => Reeducação emocional; Prover ambiente para modelação e modelagem de novos comportamentos interpessoais => Treinamento em habilidades sociais e socialização; .. O PAPEL DO TERAPEUTA COMPORTAMENTAL CAP. 6 YALOM PSICOTERAPEUTA INDIVIDUAL E DE GRUPO USAM HABILIDADES SEMELHANTES. ALGUMAS HABILIDADES TERAPÊUTICAS PORÉM, SÃO INERENTES AO TRABALHO DO PROCESSO GRUPAL 1.TRABALHO NO AQUI -E- AGORA 2.USO DA MODELAÇÃO E DA TRANSPARÊNCIA 3.EMPREGO DE PROCEDIMENTOS AUXILIARES •O PAPEL DO TERAPEUTA COMPORTAMENTAL E OS PROCESSOS COMPORTAMENTAIS QUE OCORREM NO GRUPO Os 05 níveis de respostas do Terapeuta segundo Heckel & Salzberg (1976) Apud Di Benedetto (1993): 1)Instrução; 2) Modelação; 3) Reforçamento; 4) Controle Aversivo ; 5) Coleta de Dados. •O TERAPEUTA E A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMUNS NA PSICOTERAPIA DE GRUPO: •Intervenção do terapeuta: atua para manter a coesão no grupo. Situações clínicas frequentes: 1. Ausências 2. Abandonos 3. Inclusão de novos membros 4. Desligamento dos clientes do Grupo 5. Formação de SUBGRUPOS Subgrupos fora do setting terapêutico 1.FORMANDO AS BASES 2.FAZENDO A SELEÇÃO 3.PREPARANDO OS CLIENTES PARA A PSICOTERAPIA DE GRUPO. Cap. 3: Construindo as bases para um grupo de psicoterapia – Yalom Cap. 4: Formação do Grupo psicoterapêutico - Yalom 1.FORMANDO AS BASES: Nome do Grupo: Objetivo Geral: Objetivos Específicos: População: Número de Participantes: Frequência das sessões: Duração dos Encontros: Duração do Grupo: Grupo Aberto ou Fechado: Decisão da necessidade de co-terapeuta Combinação da psicoterapia com outras áreas profissionais? 2. SELEÇÃO DE PACIENTES PARA A PSICOTERAPIA DE GRUPO. Critérios de Inclusão •Capacidade para desempenhar a tarefa do grupo •Motivação para a participação no tratamento •Áreas de problemas compatíveis com objetivos do grupo •Compromisso de comparecer às reuniões do grupo e permanecer durante toda a sessão Critérios de exclusão •Incapacidade para tolerar o setting grupal •Tendências para assumir um papel desviante •Extrema agitação •Não-adesão às normas de comportamento aceitáveis no grupo •Grave incompatibilidade com mais membros do grupo •Ver próximo slide 2.1Reconhecimento do Paciente Incompatível para a Psicoterapia de Grupo Fracasso anterior na terapia de grupo Hostilidade à idéia de trabalho em grupo Usa o grupo para buscar contatos sociais Possui expectativas irrealistas acerca do resultado do tratamento Exibe comportamento maníaco, agitado ou paranóide É incapaz de participar na tarefa do grupo 3. PREPARANDO OS CLIENTES: Descrever operacionalmente os passos da preparação dos clientes, abordando sobre a importância desta preparação. 3.1Procedimentos da preparação pré-grupo Ocorre durante 5 – 10 minutos de cada sessão em grupos para pacientes internados; ocorre durante 30 – 45 minutos nas entrevistas para pacientes ambulatoriais; Orienta paciente para hora, local, composição e objetivos do grupo; Descreve uma sessão típica do grupo em termos claros, concretos e apoiadores; Estabelece concordância acerca do comparecimento e acerca do comportamento apropriado no grupo; Observa problemas comuns iniciais (sentir-se deixado de fora, desencorajado pela falta de mudanças rápidas, frustrado por nem sempre poder falar). 3.2Preparação dos Pacientes para a Psicoterapia de Grupo Finalidade da preparação pré-grupo Explicar os princípios da terapia de grupo; Descrever normas para o comportamento apropriado no grupo; Estabelecer expectativas acerca da utilidade do grupo; Prever problemas iniciais e minimizar seu impacto. 3.3 Mantendo os Limites de Tempo no Grupo de Psicoterapia O terapeuta deve: Garantir que os encontros do grupo ocorram em intervalos regulares e marcados; Começar e terminar cada sessão do grupo no horário; Pedir que os membros cheguem pontualmente e permaneçam na sala durante toda a sessão; Alertar o grupo sobre ausências planejadas ou mudanças no horário; Discutir abertamente atrasos ou faltas; Proporcionar continuidade entre as sessões, recordando dicussões anteriores, observando como os membros mudaram ao longo do tempo, observando interações novas e diferentes no grupo. OS FATORES TERAPÊUTICOS DE YALOM (1992) Cap. 2 1.Instalação de Esperança; 2.Universalidade dos Sintomas; 3.Oferecimento de Informações; 4.Altruísmo; 5. Desenvolvimento de técnicas de socialização; 6. Comportamento Imitativo; 7.Catarse ; 8.Reedição corretiva do grupo familiar primário; 9.Fatores Existenciais; 10.Coesão do Grupo; 11.Aprendizagem Interpessoal.