MÍDIA Profª. Patrícia A. de Lima Histórico O termo “mídia” é originário do inglês media, que, por sua vez, veio do latim e significa “meios”. É utilizado para se fazer referência aos meios e veículos de comunicação. Os meios de comunicação são a televisão, o rádio, a revista, o jornal, a internet, o cinema etc., enquanto os veículos são a TV Record, o portal Terra, a rádio Gaúcha, a revista Playboy, o jornal Estado de São Paulo etc. Histórico O profissional que atua no departamento recebe também o nome de “mídia” e tem como principal função viabilizar a veiculação da campanha para um público determinado, de maneira eficiente e rentável. O quê? Por quê? Como? Onde? Quando? são perguntas básicas que pautam a atividade do profissional de mídia e estão contidas, na forma de recomendações, no documento conhecido por Plano de mídia. Histórico Década de 60 Fundação do Instituto Verificador de Circulação (IVC); Formalização do Grupo de Mídia de SP com objetivo de disseminar conhecimentos técnicos e ajudar na formação dos profissionais da área. Histórico Década de 70 Introdução da técnica do GRP (Gross Rating Points), transformando o planejamento de mídia em uma atividade técnica; Rápido desenvolvimento da área de pesquisa de mídia. Serviço de checking de veiculação. Entrada do tevêmetro (Audi TV). Ibope (único até então com o serviço de “flagrante domiciliar”) Histórico Década de 70 (cont.) Divisão do departamento de Mídia (planejamento, pesquisa e compras); Introdução do computador (mais agilidade à confecção das planilhas de programação); Alto investimento governamental com o “milagre brasileiro”. Histórico Década de 80 Instabilidade, inflação gerou uma mídia negociadora para não perder; Profissional de mídia que atuava na área de compras passou a ser negociador e pessoa chave no relacionamento com clientes e veículos. Histórico Década de 90 Plano Real trouxe estabilidade à moeda. Veiculações voltam a serem planejadas; Planejamento de Mídia ocupa posição de destaque nas agência; Questionamento da taxa de 20% de remuneração das agências e exigência da livre negociação; Criação do Conselho Executivo de Normas-Padrão (Cenp). Remuneração das agências fica mantida entre 20 e 15% dependendo da verba de mídia. Histórico Década de 90 Ascensão dos meios alternativos (back light, busdoor e painel eletrônico) Boom da internet; Sintomas de instabilidade na economia mundial Histórico Hoje Principais veículos freando a entrada dos birôs de mídia no Brasil; Crescente utilização de tecnologia nas atividades de mídia; Acesso a informações cada vez mais rápido. Cenp e Conar Cenp O Conselho Executivo das Normas-Padrão é uma entidade criada pelo mercado publicitário para fazer cumprir as Normas-Padrão da Atividade Publicitária, documento básico que define as condutas e regras das melhores práticas éticas e comerciais entre os principais agentes da publicidade brasileira. O CENP existe desde 1998, é presidido por Petrônio Corrêa e tem como seu principal gestor um Conselho Executivo, onde tem assento 22 representantes de Agências de Propaganda, Anunciantes, Veículos de Comunicação e Governo Federal. Cenp e Conar Conar Tem a responsabilidade de fiscalizar o conteúdo dos trabalhos efetivamente elaborados por uma agência; Lá são julgados os procedimentos disciplinares quanto à irregularidades nos conteúdos das campanhas publicitárias apresentadas no Brasil, e caso não seja aprovada pelo órgão, ela não poderá veicular no país ou no território de abrangência. O órgão foi criado por membros de diversas classes da publicidade brasileira durante a Ditadura Militar, buscando impedir que a censura aplicada à imprensa chegasse às propagandas. O principal instrumento que embasa as decisões do conselho é o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, criado por Mauro Salles e Caio Domingues juntamente com representantes de diversos veículos da publicidade. Diferentemente do CENP, o Código do CONAR não possui a força legal que o regulamento do primeiro possui, no entanto suas determinações são respeitadas por todos que atuam no ramo da publicidade como se leis fossem, o que mostra a incrível capacidade do setor publicitário de se auto-regulamentar. O departamento de Mídia Três divisões: planejamento, pesquisa e compras. Tem outro setor relacionado à área, mas que está subordinado a área financeira que é o checking. Planejamento Elaborar o plano de mídia de acordo com a verba disponível, com as recomendações de como a campanha será veiculada para atingir o público-alvo e, com isso, obter os resultados desejados de marketing e de comunicação; Apresentar o plano de mídia ao cliente, pois só quem vivenciou todos os processos sabe como argumentar melhor e defender o conteúdo do plano; Planejamento o Administrar o processo de envio de documentos aos veículos de comunicação, autorizando a exibição das peças publicitárias, e ao cliente, para que formalize a aprovação da veiculação. O documento enviado ao veículo é normalmente chamado de “Autorização de Veiculação” ou “Pedido de Inserção (PI)” e contém informações como período de veiculação, número de inserções e custos. A partir desse documento, o veículo emite sua fatura em nome do cliente e aos cuidados da agencia. O documento enviado ao cliente possui conteúdo similar e é conhecido com “Autorização de Publicação (AP)”, e o cliente deve assinar cada AP, que corresponde a um veículo. Planejamento o Realizar o serviço de pós-veiculação, que consiste em apresentar ao cliente um balanço da veiculação planejada e efetivada, isto é, colocação das audiências reais (no caso de televisão e rádio) e as considerações de falhas e compensações verificadas durante o período de veiculação. Pesquisa Fornecer todo o suporte técnico de pesquisa ao planejador, como: manusear os softwares de pesquisa; interpretar o comportamento das audiências de televisão e rádio; analisar os investimentos da concorrência em mídia; desenvolver novos estudos com os institutos de pesquisa. Negociar compra dos relatórios regulares com os institutos, como os relatórios de audiência de televisão de circulação de revista. Compras Essa atividade é caracterizada pelo contato do profissional de mídia com o profissional de veiculo de comunicação, seja para obter qualquer tipo de informação, seja para negociar desconto sobre a verba prevista de veiculação; São poucas as agencia que dispõem de um profissional específico encarregado dessa atividade. Essa função é realizada, na maioria dos casos, pelo planejador; Compete a área de compras avaliar os projetos oferecidos pelos veículos, em termos de custo, volume de veiculação, adequação e vantagens percebidas, e desenvolver formatos diferenciados de veiculação que proporcionem resultados equilibrados de custo-benefício. Checking Conferir se as inserções previstas nos meios eletrônicos – televisão e rádio – foram veiculadas, de acordo com o relatório obtido junto às empresas que prestam esse serviço de fiscalização Principais atividades 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. O planejador recebe as informações necessárias para montar o plano de mídia; O planejador começa a montar o plano de mídia; A área de pesquisa abastece o planejador com dados; A área de compras fornece previsão de desconto e informações sobre as oportunidades disponíveis; O planejador finaliza o plano; O planejador apresenta o plano ao cliente; O cliente solicita algumas alterações; O cliente aprova o plano; O planejador ou comprador negocia os descontos com os veículos; Principais atividades 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. O cliente é informado sobre as negociações realizadas; O cliente aprova as negociações feitas; O planejador solicita a aprovação formal da veiculação ao cliente; O planejador autoriza as inserções nos veículos; A campanha vai ao ar; O checking realiza o trabalho de verificação; O setor de faturamento da agência emite os documentos para que o cliente realize os pagamentos; O planejador realiza o trabalho de pós-veiculação; O planejador apresenta o resultado do trabalho de pós-veiculação ao cliente. PRINCIPAIS CONCEITOS Classe socioeconômica Divisão da população em classes sociais consideradas a partir de atribuição de pontos preestabelecidos. O mercado publicitário segue o Critério Brasil de classificação socioeconômica. Com esses dados o anunciante tem uma melhor análise do público que consome ou que se pretende que consuma o produto ou serviço. Facilita o estudo e a seleção de meios e veículos, resultando numa estratégia mais eficiente e no melhor aproveitamento da verba de veiculação. Classe socioeconômica Critério Brasil 2008– Fonte ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) Classe socioeconômica Classe socioeconômica Universo/População Conjunto de pessoas de um mercado ou a totalidade dos mercados que se está estudando ou que se deseja atingir. Exemplo hipotético: População da GPOA = 2,5 milhões (universo) Classe B e C = 72% = 1,8 milhoes (segmento desejado) Segmentação Divisão do mercado em subconjuntos distintos de clientes com vontades e necessidades semelhantes. Sua atuação se dá em três frentes: 1. 2. 3. Nos conteúdos dos meios; Na distribuição empregada pelos meios; No público. Demográficas Psicográficas Comportamentais Geográficas Culturais Índice de Audiência Número de domicílios ou pessoas que assistem aos programas, em relação ao universo, i.e., o total de domicílios com TV da praça ou o total da população da praça, respectivamente. Medição realizada pelo IBOPE, utilizando o peoplemeter e diários (Fortaleza) e atualmente os PPM (Portable People Meter). Audiência Domiciliar Quantidade de domicílios de determinada praça sintonizados num programa, em relação ao total de domicílios com TV dessa praça (universo). Expressa em %. Audiência domiciliar do programa (em %) Nº de domicílios sintonizados x 100 = _______________________________________________ Total de domicílios com TV (universo) Audiência Domiciliar Exemplo: O universo de domicílios com TV na praça do RJ é de 2.500.000 e, desse total, 1.200.000 assistem à novela X. portanto, essa novela tem 48% de audiência domiciliar. Audiência domiciliar do programa (em %) 1.200.00 x 100 = _______________________________________________ 2.500.000 = 48% Audiência Individual Quantidade de pessoas de determinada praça sintonizadas num programa, em relação ao total de pessoas dessa praça (universo). Expressa em %. Audiência individual do programa (em %) Nº de pessoas sintonizadas x 100 = _______________________________________________ Total de pessoas (universo) Audiência Individual Exemplo: Na praça do RJ há 800.000 pessoas do sexo feminino das classes A e B, com idades entre 25 e 35 anos (universo), e, desse total, 200.000 assistem à novela X. Portanto, essa novela tem 25% de audiência junto a esse público. Audiência individual do programa (em %) 200.000 x 100 = _______________________________________________ 800.000 = 25% Referências Bibliográficas Veronezzi, José Carlos. Mídia de A a Z. São Paulo: Flight Editora, 2005. Tamanaha, Paulo. Planejamento de Mídia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. Mídia Dados 2007. www.cenp.com.br www.conar.org.br www.gm.org.br www.abep.org