Colecistite
Dra. Camille de Almeida Ben Señor
Pós Graduação - HUGG
Colecistite Aguda Calculosa
Definição

É o processo inflamatório da vesícula que resulta da obstrução do ducto
cístico por um cálculo e em casos raros é causada por uma infecção
bacteriana.
Epidemiologia

25% dos pacientes com colelitíase desenvolverá colecistite aguda, geralmente
após repetidos surtos de cólica biliar.

As mulheres são mais acometidas (3:1) até os 50 anos. Depois dessa faixa
etária, essa proporção diminui quase se igualando os casos entre homens e
mulheres.
Diagnóstico
Manifestações Clinicas





Dor abdominal em HCD ou Epigastro, que aumenta gradativamente e pode irradiar
para o dorso (região escapular). Geralmente desencadeada por ingesta alimentar rica
em gordura. A dor cessa quando o cálculo retorna para a luz vesicular ou migra para
o colédoco.
Anorexia
Náusea
Vômitos
Febre com calafrio (colecistite supurativa ou colangite associada)
Exame Físico



50% casos – Sinal de Murphy +
20% casos – Massa palpável (vesícula distendida)
10% casos – Icterícia ligeira (edema de colédoco ou coledocolitíase)
Exames complementares
Laboratório



Discreta leucocitose – se muito aumentada
suspeitar de perfuração
Aumento Discreto da bilirrubina – se > 4mg\dl
suspeitar de coledocolitíase associada.
Aumento discreto da TGO, FA e amilase.
Rx de abdômen
Cálculos radiopacos (15%)
 Aerobilia ( fístula bilio entérica)
 Ar na parede da vesícula (colecistite enfisematosa) Ocorre em 1% casos
- Mais comum em mulheres, idosos e diabéticos.
- Clínica com resposta sistêmica eintensa e rápida
evolução
- Germes: Clostridium perfringens, Clostridium welchii,
E.Coli.
- Tratamento: cirurgia de emergência ( alto risco de
perfuração)

EXAMES COMPLEMENTARES NO DIAGNÓSTICO DOS
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DA BILIRRUBINA
LABORATORIAIS
IMAGEM
Hemograma
US
Reticulócitos
Endossonografia
Bilirrubina Indireta
TC
Bilirrubina Direta
RMN
Transaminases
Colangioressonância
Atividade de Protrombina
CPRE
G-GT
Colangiografia transparietal
Fosfatase Alcalina
Cintilografia
Exames Complementares
Ultrasonografia
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

É o exame de escolha para detectar
cálculos, mas não confirma o
diagnóstico de colecistite, pois a
visualização do cálculo no ducto cístico
é difícil.
Espessamento da parede da vesícula (>
ou = 3mm)
Pesquisa do Sinal de Murphy : se + e
associado com o espessamento da
parede e colelitíase tem valor preditivo
positivo de 95%.
Boa para diagnóstico das complicações
locais (ex: abscesso pericolecístico )
Distensão vesicular
Líquido pericolecístico
Parede vesícula laminada (edema)
Peri-hepatite
Gás na parede ou intraluminal
Exames Complementares
Tomografia Computadorizada

Boa em casos de apresentação atípica ou em casos em que o US não é conclusivo.
Cintilografia das vias biliares




Exame de escolha para confirmação diagnóstica.
97% sensibilidade e especificidade.
Caro e pouco disponível no sistema público de saúde
Melhor opção: ultrassonografia.
Colecistograma oral

Pouco usado devido aos fatores limitantes do método: vômitos, insuficiência hepática,
malabsorção, tempo ( nescessita de 12 a 36h para a sua realização)
Diagnóstico Diferencial

Apendicite

Pancreatite

Úlcera péptica perfurada

Hepatite Aguda

Abscesso hepático

Pielonefrite

Nefrolitíase

Diverticulitte

Síndrome de Fitz Hug Curtiz (perihepatite gonocócica)
Tratamento


Internação Hospitalar : Hidratação Venosa e Dieta Zero
Antibioticoterapia venosa
- 50% dos casos há infecção bacteriana que é a responsável pelas complicações da
colecistite.
- Principais germes: E. Coli (+ comum), Klebsiela sp., Enterococcos, Clostridium welchii ,
Proteus.
- Esquema terapêutico:
Casos leves (profilático): Cefazolina ou Cefoxitina 1g, Ev, 6\6h, por 24h.
Casos graves: Ampicilina(1g, 6\6h)+ Amicacina (500mg,12\12h)+Metronidazol (500mg,
8\8h)
Nefropatas: substituir os aminoglicosídios por Cipro ou Ciclosporina 3ª geração

Tratamento cirúrgico
- Colecistectomia
- Colecistostomia percutânea (drenagem do fundo da vesícula) – casos de alto risco
cirúrgico.
Complicações
Perfuração

Cálculo no ducto cístico
Pressão na vesícula
Obstrução venosa\linfática
Edema
Isquemia
Ulceração de parede
Infecção bacteriana secundária
PERFURAÇÃO
- Fundo: < perfusão
Complicações
Tipos de perfuração
Perfuração livre para cavidade peritoneal com peritonite generalizada.
- É o tipo menos comum
- Ocorre geralmente nos 3 primeiros dias de evolução
- Mortalidade de 25%

Perfuração localizada (contida por aderências) formando abscesso pericolecístico
- Ocorre geralmente na 2ª semana de evolução
- Suspeita: presença de massa palpável em HCD e aumento dos sinais locais

Perfuração para víscera oca – formação de fístula
- Locais: duodeno ( + comum), estômago, jejuno, íleo e colédoco.
- Clínica: febre alta, leucocitose importante e sinais de irritação peritoneal.
- Tratamento: cirurgia e antibioticoterapia venosa.

Complicações

Íleo Biliar
- Definição: obstrução do intestino delgado (íleo terminal)por um cálculo biliar
volumoso, >2,5cm, que passou para o intestino através de uma fístula.
- É a causa de obstrução intestinal em pacientes > 65 anos em 25% dos casos.

Síndrome pós colecistectomia
Colecistite Crônica Calculosa

Definição
- É a inflamação crônica da vesícula que pode ocorrer de forma insidiosa ou como
seqüela de 1 ou mais surtos de colecistite aguda.

É a patologia mais freqüente da vesícula biliar.

A vesícula geralmente está reduzida, fibrosada, com a parede espessada, calcificada ,
com cálculos ou lama biliar. Porém em alguns casos pode estar quase normal, com
alterações inflamatórias mínimas.

O quadro clínico não se correlaciona com as alterações anatomoaptológicas.
Diagnóstico
Manifestações clínicas
50% casos: sintomas vagos semelhantes a doença dispéptica
- Dor em região do HCD e Epigástro , plenitude\distenção epigástrica associado a náusea
e eructações que se seguem a alimentação gordurosa. Pode irradiar para o dorso e
ombro D (irritação diafragmática).
 Cólicas biliares típicas

Exame físico

Não há sinais de defesa muscular, leucocitose, febre e massa palpável
Exames complementares
Ultrassonografia: método de escolha (97% sensibilidade para litíase biliar)
- Permite avaliação de estruturas adjacentes
 Rx de abdômen
 Tomografia computadorizada
 Colecistograma oral

Complicações
Coledocolitíase
25% casos
 Colecistite aguda
 Pancreatite aguda
 Vesícula em porcelana (calcificada)
- Risco para carcinoma biliar.

Tratamento
Antiespasmóticos (alívio sintomático)
Colecistectomia (maioria dos casos)




Alívio dos sintomas
Não altera as funções do trato gastro intestinal
Mortalidade 0,5%
Síndrome pós colecistectomia
Terapia conservadora
Indicações: Litíase oligossintomática ou em casos de grande risco cirúrgico.
 É ineficaz para cálculos pigmentados (bilirrubina, cálcio) e para qualquer cálculo > 2cm
 Ácido Ursodesoxicólico (URSO)
- 8 a 12mg\kg\dia , VO, 2anos.
 Ácido Chenodesoxicólico
- 12 a 20 mg\kg\dia
- Uso deve ser combinado ao URSO para melhor resposta terapêutica.

Tratamento
Litotripsia por onda de choque extracorpórea

Cálculos fragmentados em partículas menores são mais fáceis de serem dissolvidos pelo
URSO.
Injeção direta de Metil-tert-butil eter dentro da vesícula


Injeção via catéter transhepático percutâneo.
Dissolução dos cálculos em 1 a 2 dias.
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DA
BILIRRUBINA
Colestática
Coledocolitíase
CEP
Colangiopatia do HIV
Colangiocarcinoma
Obstrutiva
US
Com dilatação
das vias biliares
CPRE ou CPTP
Compressões extrínsecas
da árvore biliar
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