Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra
Mestrado Integrado em Medicina
Bioquímica I
Seminário Orientado 6:
Composição Bioquímica de
fluidos biológicos: o plasma; a
cascata de coagulação
Trabalho realizado por:
 José Eduardo Mateus
 José Miguel Guerreiro
 José Pedro Leite
 Juliana Maciel
O Sangue
Plasma
O Sangue é um tecido
conjuntivo líquido que circula
pelo sistema vascular
sanguíneo dos animais
vertebrados e que tem como
função a manutenção da vida
do organismo.
Células
Sanguíneas:
• Eritrócitos
• Leucócitos
• Plaquetas
Plasma
• É o componente líquido do sangue, no qual as células
sanguíneas estão suspensas. É um líquido de cor
amarelada e é o maior componente único do sangue,
compondo cerca de 55% do seu volume total.
Constituição:
• Água
• Ureia
• Proteínas
• Ácido Úrico
• Glucose
• Creatina
• Aminoácidos
• Iões Inorgânicos
• Lípidos
• Hormonas
Plasma (Constituição)
Plasma = Soro
• O soro é essencialmente o plasma
desprovido de fibrinogénio.
• O soro é preparado deixando-se o
sangue coagular, enquanto que o plasma
é preparado por centrifugação das
células sem que tenha ocorrido a
coagulação.
Células Sanguíneas
Como se formam?
Hematopoiese
Processo de formação, desenvolvimento e
maturação dos elementos do sangue a partir
de um precurssor celular comum e
indiferenciado conhecido como célula mãe
hematopoiética pluripotente, célula tronco ou
hemocitoblasto.
Células Sanguíneas
• Eritrócitos: São as células que existem em maior
quantidade no sangue e são responsáveis pela
coloração avermelhada deste, devido à presença, no
seu interior, de um pigmento denominado hemoglobina.
Possuem a forma de um disco bicôncavo e são
anucleados.
• Leucócitos: Em menor quantidade, os leucócitos
possuem núcleo e constituem a parte celular do
sistema imunológico que actua contra substâncias
estranhas e microorganismos patológicos (vírus,
bactérias, fungos, etc). Também participam nas
reações alérgicas, na produção de histamina.
• PLAQUETAS
Plaquetas / Trombócitos
• Porção celular do sangue
• Fragmentos de células poliplóides (Megacariócitos)
• Pequenas e sem núcleo, mas com
mitocôndrias
REL
•Têm uma fina camada de glicoproteínas
• Estrutura activa e activável
• Vida curta (10 dias)
FUNÇÕES: Hemostase primária e secundária
e preservação da integridade do endotélio
vascular.
Hemostase
Capacidade de estancar uma hemorragia,
isto é, processo de prevenção da perda de
sangue quando um vaso é lesionado.
Hemostase primária
• Vasoconstrição
Lúmen do vaso
–
–
–
–
fluxo local de sangue
pressão sanguínea
Resulta da libertação de serotonina
Actua num curto período de tempo
Previne a perda acentuada de sangue
É mais notória nos vasos de maior calibre devido à
natureza muscular da sua parede
● As plaquetas ligam-se à superfície lesionada
● Adesão das plaquetas ao colagénio
Factor Von Willebrand
Proteína plasmática que se liga ao colagénio
exposto dos tecidos. Serve de ponte entre os
vasos danificados e as plaquetas.
● Quando as plaquetas aderem à parede vascular
começam a activar-se.
Activação das plaquetas
• São activadas por exposição ao colagénio
• Alteram a sua forma
• Libertação de grânulos plaquetares
ADP e
Tromboxano A2
Activação das plaquetas vizinhas
Adesão das plaquetas activadas
Formação do tampão plaquetar
Adesão e agregação
das plaquetas
Tampão
plaquetário
Paragem da
Hemorragia
Hemostase secundária
 A hemostase secundária consiste
na coagulação sanguínea.
 Este processo pode ser visto como
uma cascata de reacções
enzimáticas que ocorrem por meio
de activação proteolítica – através
dos factores de coagulação:
1- são, por convenção,
representados em numeração
romana;
2- a maioria deles é
sintetizada no fígado com
intervenção da vitamina K.
A coagulação ocorre através de duas vias
Via Intrínseca
Via extrínseca
 Todos os elementos
necessários à sua activação
estão presentes no plasma.
 Necessita de elementos
exteriores ao plasma para se
activar.
 É activada quando o sangue
entra em contacto com a
parede lesada do vaso.
 É activada quando o sangue
entra em contacto com o
factor tecidual (factor III –
tromboplastina).
Experiências feitas nas últimas três décadas vieram demonstrar que
as duas vias não exibem funcionamento independente.
A via extrínseca inicia e tem maior importância em todo o processo.
 O ponto comum entre as duas
vias é a activação do factor X.
A partir deste ponto, o
processo tem o nome de via
final comum.
 O factor Xa age, em presença
de cálcio e do factor Va, sobre
a protrombina (factor II),
transformando-a em trombina.
 A trombina tem várias funções:
1- converte o fibrinogénio
(factor I) em fibrina.
2- activa o factor XIII,
responsável pela
polimerização da
fibrina.
3- quando gerada em
excesso actua como
anti-coagulante, através
da activação da
proteína C.
 O factor XIII polimeriza a fibrina. Forma ligações
covalentes entre diferentes moléculas solúveis.
 Estabelecem-se ligações cruzadas entre os monómeros
tornando-os numa teia insolúvel de polímero – o trombo
ou coágulo.
Mecanismos Anticoagulantes
A tendência do sangue a coagular é
equilibrada in vivo por reacções
limitantes que tendem a impedir a
coagulação no interior dos vasos
sanguíneos e a degradar qualquer
coágulo que se possa formar.
•
Estas reacções incluem a interacção entre:
Tromboxano A2 (produzido pelas Plaquetas):
promove a agregação plaquetária.
Prostaciclina (produzida pelas células endoteliais):
Inibe a agregação plaquetária.
Induz a formação de coágulos no local de lesão do vaso
sanguíneo, deixando o lúmen do vaso livre de coágulos.
Três Mecanismos que se opõem à
formação do Coágulo:
1.
Actua na fase inicial
da coagulação e utiliza
uma proteína do
plasma libertada pelas
células endoteliais
designada factor
inibidor tecidual (Tissue
Factor Pathway InhibitorTFPI) que se liga ao
factor tecidual (factor
VIIa), destruindo a
capacidade destes em
estimular a formação
do factor Xa.
2.
É desencadeado pela
Trombina. Esta liga-se
a um receptor da célula
endotelial designado
trombomodulina
transformando-se num
anticoagulante, visto
que o complexo
trombomodulinatrombina activa a
proteina C que com a
proteina S (seu cofactor) inactiva os
factores V e VIII e o
Inibidor do activador
de Plasminogénio
tecidual, aumentando a
formação de Plasmina.
3.
Proteína chamada Antitrombina III que inactiva a
trombina e outros factores da coagulação. Para o
fazer, a antitrombina circulante deve ela própria ser
activada, o que acontece quando esta se liga à
Heparina (substância presente na superfície das
células endoteliais).
A Antitrombina III previne assim a expansão do
coágulo, inactivando rapidamente factores coagulantes
trazidos ao local pelo fluxo sanguíneo.
Sistema Fibrinolítico
• TFPI, Proteína C e
Antitrombina III
funcionam em conjunto
para limitar a formação
do coágulo. O Sistema
Fibrinolitico dissolve o
coágulo após a sua
formação.
• Este sistema consiste numa proenzima do plasma, o
plasminogénio, que pode ser activado em plasmina
pelo activador do plasminogénio tecidual(t-PA)
libertado pelas células endoteliais. Uma vez
formada, a plasmina digere a fibrina, dissolvendo
assim o coágulo.
Activador do Plasmogénio tecidual
Plasmina
Plasminogénio
Fibrina
Fragmentos
solúveis de
Fibrina
Anormalidades da Hemostasia:
Doenças Hemorrágicas
Existem doenças que afectam os sistemas da hemostasia
e predispõem os seus portadores a fenómenos
hemorrágicos espontâneos ou desencadeados por
procedimentos cirúrgicos.
• Alterações do fígado podem produzir deficiência de
vitamina K e também de protrombina e dos factores
VII, IX e X, levando a hemorragias.
• As principais alterações da coagulaçao são a
deficiência de Vitamina K, a Hemofilia e a
Trombocitopenia.
Hemofilia
Algumas doenças hereditárias de coagulação que
causam sangramento excessivo são as hemofilias:
• Hemofilia A: deficiência do factor VIII.
• Hemofilia B (Doença de Christmas): deficiência do
factor IX.
São ambas doenças recessivas ligadas ao sexo
(cromossoma X).
• Hemofilia C: Este tipo de hemofilia é determinada
por um gene autossómico dominante não
relacionado com o sexo e caracteriza-se pela
ausência de um factor denominado PTA.
Trombocitopenia
• Há uma redução do número de plaquetas em
circulação no sangue, pelo que predispõem os
indivíduos a pequenas hemorragias em todos os
tecidos.
• A causa mais comum é a auto-imunidade, que
promove o desenvolvimento de anticorpos contra
as próprias plaquetas.
• Em alguns casos os anticorpos aparecem em
consequência de transfusões de sangue.
• A irradiaçao da medula óssea também produz
diminuição no número de plaquetas, com alterações
da hemostasia.
Fim
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T2 – SO6 - Comissão de Curso 2007