O teatro no Brasil surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas ( padres da chamada companhia de Jesus), com o interesse de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião, católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro. Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico, baseado na Bíblia. Família de um chefe Camaca preparando-se para uma festa. DE Debret. Pelo fascínio da imagem representativa, o teatro era muito mais eficaz do que um sermão,por exemplo. A origem do teatro no Brasil é religiosa, assim como boa parte das manifestações culturais. Seu objetivo maior era evangelizar os índios e apaziguar os conflitos existentes entre eles e os colonos portugueses e espanhóis. Nessa época o Padre Anchieta era o responsável pela autoria das peças. Ele escreveu alguns autos (antiga composição teatral) que visavam a catequização dos indígenas, bem como a integração entre portugueses, índios e espanhóis. Exemplo disso é o “Auto de São Lourenço", também conhecido como "Mistério de Jesus", escrito em tupi-guarani, português e espanhol. Como o principal objetivo era a catequese os enredos dos autos estavam impregnados com os dogmas da Igreja Católica . Sendo assim, as comédias e tragédias eram pouco representadas. A opção ficava com os autos sacramentais, que tinham caráter dramático, e, portanto, estavam impregnadas de características religiosas. Além dos autos, outros "estilos teatrais" introduzidos pelos Jesuítas foram o presépio, que passou a ser incorporado nas festas folclóricas, e os pastoris. Os Entremezes também eram utilizados, como um gênero teatral de muito efeito visual, breve composição dramática de gênero burlesco. Até 1584 as peças eram escritas em tupi, português ou espanhol, quando então surgiu o latim. Os autos tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, representados por personagens de demônios, santos, imperadores e algumas vezes apenas simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios. Tematicamente, essas produções mesclavam a realidade local (tanto de índios quanto dos colonos) com narrativas hagiográficas (vidas dos santos). Como toda espécie de dominação cultural prescinde um conhecimento da cultura do dominado, o Padre Anchieta seguiu o preceito da Companhia de Jesus que determinava ao jesuíta o aprendizado da língua onde mantivessem missões. Assim, foi incumbido de organizar uma gramática da língua tupi, o que fez com sucesso. Cena do Filme Paixão de Cristo Cena da Paixão de CristoNova Jerusalém/ PE