PORTOS E LOGÍSTICA porte pela BR-163 e ainda os rios Tapajós e Amazonas. Embora a Bunge não revele detalhes de sua operação logística, a maior parte da soja e do milho embarcados pela empresa em Barcarena (PA) seguirá para Ásia e Europa. Até o final de 2015, o Terfron deverá operar o escoamento de quatro milhões de tonelada/ano. “Conseguimos desafogar, aos poucos, o sistema logístico do Sudeste, que há muito tempo trabalha acima do limite”, concluiu Italino Staniscia Filho, gerente nacional de terminais da gigante norte-americana do agronegócio. Staniscia comemora a ampliação do Canal do Panamá já que os terminais instalados na região de Barcarena terão a menor distância entre Brasil e China. São 20,1 mil quilômetros, segundo a Bunge. O porto também está mais próximo da Europa (7,75 mil quilômetros) do que os do Sudeste. “São grandes as vantagens, começando com um modelo de transporte mais sustentável. A nova operação logística pelo Norte privilegia o modal hidroviário por meio da hidrovia Tapajós-Amazonas, em detrimento do rodoviário, gerando reduções na distância percorrida até os portos do mercado europeu e, consequentemente, menos emissões de CO2 (o corte fica em torno de 20%)”, resume. O Terminal de Vila do Conde, em construção a cargo da Hidrovias do Brasil, também vai receber navios que carregam até 120 mil toneladas quanFotoimagem 28 PORTOS E NAVIOS FEVEREIRO 2015 Dalmo Marchetti Interesse é fomentar o desenvolvimento sustentável ao longo das hidrovias O Terminal de Vila do Conde também vai receber navios que carregam até 120 mil toneladas do entrar em operação no primeiro semestre de 2016. Com calado de até 16 metros, o TUP é a ponta final de uma estrutura logística que está sendo montada pela empresa pela hidrovia do rio Tocantins, na Bacia Amazônica. “Os terminais que podem carregar Super Panamax vão ser favorecidos porque isso baixa ainda mais o custo de transporte. E, claro, deixa mais dinheiro na mão do produtor na fazenda”, assegura Bruno Serapião, presidente da empresa. Ele conta que a frota de navios oceânicos no mundo tem muitos Panamax, mas eles serão substituídos com o tempo. “Nosso planejamento foi feito considerando o potencial uso de navios maiores”, antecipa. Em dezembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou a aprovação de empréstimo de R$ 404 milhões, representando 65% do investimento no terminal. Localizado em Barcarena (PA), o projeto faz parte de um plano maior, que inclui a Estação de Transbordo de Carga em construção em Miritituba (Itaituba), também no Pará, e a compra de novas barcaças e empurradores para movimentação de commodities pela rota hidroviária, contribuindo para o escoamento da produção agrícola do Centro-Norte do país. Será mais uma alternativa aos portos de Santos e Paranaguá, mais ao Sul, para a exportação de soja e milho, que possui forte expansão projetada para os próximos anos. O banco justificou a decisão, alegando que pode haver diminuição em até 41% do custo por tonelada de grãos exportada por essa rota. A construção da ETC e a fabricação da frota em estaleiros locais também deverão ser apoiadas pelo BNDES já que os corredores hidroviários na região alavancam o desenvolvimento sustentável. Dalmo Marchetti, gerente de Transportes e Logística do banco, explica que o interesse da instituição é fomentar o desenvolvimento sustentável ao longo das hidrovias e reforçar a vocação brasileira para o comércio exterior. A atuação se divide entre o financiamento da infraestrutura para elevar a produtividade e o desenvolvimento de parcerias locais para dar apoio à