Aminoácidos, Proteínas e Enzimas MSc. Aline Mota de Barros Marcellini Importância Os aminoácidos são as unidades monoméricas das proteínas. As proteínas são macromoléculas que apresentam importantes funções nos organismos: Estrutural – formadora das células, Contrátil – contração muscular Metabólica – responsável por quase todas as reações químicas que ocorrem na célula, regulam a transcrição gênica Transporte – transportadora de substâncias entre os tecidos, Hormonal – responsáveis pela sinalização celular. Imune – responsável por parte da defesa contra antígenos, Etc.... Aminoácidos (A.A.) Os aminoácidos são estruturas químicas formadas por: um grupo amina e um grupo carboxila. Apresenta um Carbono quiral, exceto glicina - capacidade de desviar a luz polarizada, diferenciando as características físico-químicas entre os a.a. Já foram descritos mais de 300 a.a diferentes, porém apenas 20 L-α- aminoácidos são comumente encontrados como constituintes das proteínas dos mamíferos. Com Cadeias Laterais Alifáticas Com Cadeias Laterais Contendo Grupos Hidroxílicos (OH) Com Cadeias Laterais Contendo Átomos de Enxofre (S) Com Cadeias Laterais Contendo Grupos Ácidos ou Suas Amidas Com Cadeias Laterais Contendo Grupos Básicos Contendo Anéis Aromáticos Iminoácidos A.A. Classificados em dois grupos: Essenciais (Indispensáveis) – são aqueles que não podem ser produzidos pelo corpo humano – devem ser adquiridos pela ingestão de alimentos, vegetais ou animais. São eles: fenilalanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, treonina, triptofano, histidina e valina. Não essenciais (Dispensáveis) - são aqueles que o corpo humano pode sintetizar. São: alanina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico e serina. Essenciais apenas em determinadas situações fisiológicas (Condicionalmente indispensáveis)- são sintetizados a partir de outros aminoácidos e/ou sua síntese é limitada em condições fisiopatológicas especiais. São arginina, cisteína, glutamina, glicina, prolina e tirosina. A.A e Peptídeos A união entre os aminoácidos (ligação peptídica) – forma os peptídeos. Proteínas Proteínas – vários aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Dipeptídeo – 2 A.A. Tripeptídeo – 3 A.A Polipetídeos = Proteínas – grandes quantidades de A.A. Proteínas - apresentam características e funcionalidade distintas a partir do tipo e quantidade de aminoácidos que as formam, devido ao R. Apresentam um arranjo tridimensional específico – conformação – diretamente ligado a sua atividade/função. Proteínas As ptns desempenham funções físicas e catalíticas ao posicionar grupos químicos específicos em um arranjo tridimensional específico. Estrutura Primária – seqüência de aminoácidos. Secundária – pontes de H (αhélice e folha-β). Terciária – pontes de H, iônica, covalente. Quaternária – associação de estruturas terciárias ou subunidades. Estrutura Alfa Hélice Estrutura Folha beta pregueada Estrutura Terciária Quaternária - Proteínas Hemoglobina Albumina Caseína Proteínas Classificação: Fibrosas – cadeias peptídicas em arranjo paralelo – rígidas – função estrutural (ex: colágeno, elastina, queratina). Globulares – cadeias peptídicas enroladas em estruturas esféricas ou globulares (enzimas, ptns transportadoras, hormônios) – ex: albumina, globulina, prolaminas, gluteminas, histonas e protaminas) Proteínas Classificação - Quanto à Qualidade Nutricional: Completas – perfil qualitativo e quantitativo adequado de a.a. Incompletas – deficiência de um ou mais a.a. essenciais. Esse a.a. é chamado de limitante, ocorre em ptns de origem vegetal. Lisina - cereais e outras ptns vegetais. Metionina – feijão (leguminosas em geral). Treonina - trigo e centeio. Triptofano – caseína, milho e arroz (não é amplamente considerado na literatura). (BELITZ, 1999). Possível adição de a.a. provenientes da biotecnologia. Proteínas Nos alimentos: contribuem diretamente com o sabor dos alimentos, são precursores de compostos aromáticos e substâncias que conferem cor, que se formam mediante reações térmicas e/ou enzimáticas que ocorrem durante a obtenção, preparação e armazenamento. Tem capacidade de formar géis, espumas, emulsões e estruturas fibrilares. Proteínas Funções nos alimentos: Interação proteína e água – a solubilidade das proteínas ocorre pelas interações destas com a água, pelas cadeias hidrofílicas. Interações proteína-proteína reduzem a solubilidade em água. Desnaturação favorece a solubilidade em água. Emulsão – apresentam estruturas hidrofóbicas e hidrofílicas permitem o equilíbrio das interfases da solução. Espuma – desnaturação da ptn, por agitação, amassamento e batedura o ar será agregado as moléculas desnaturadas. Fixação de aromas – fixam aldeídos, cetonas e alcoóis. Desejável e indesejável. Proteínas Alterações possíveis nos alimentos: Natural, Processamento, Armazenamento. Proteínas Implicações da deterioração: Perdas de funcionalidade, Perdas nutricionais, Aumento do risco da toxicidade, Alterações indesejáveis do flavour. Positivo - desnaturação térmica dos inibidores de tripsina em feijão, soja - aumento da digestibilidade. Proteínas Principais processos de deterioração: Desnaturação, Modificações de pH, Reação de Maillard, Racemização, Ligações intercruzadas Decomposição microbiana. Desnaturação Alteração na conformação espacial da molécula com possível perda de atividade biológica e funcional. Alterações nas estruturas: Secundárias, Terciárias, Quaternárias. Desnaturação Causas da desnaturação: Temperatura – desestabilização das ligações de Van der Waals e pontes de hidrogênio. Pressão Hidrostática – modificação estrutural (enzimas e m.o) Força de cisalhamento. Alteração do pH – ponto isoelétrico. Concentração salina – modificação das interações eletrostáticas. Desidratação. Desnaturação Efeitos nos alimentos: Menor solubilidade, Aumento da viscosidade, Aumento da reatividade das cadeias laterais, Maior exposição à hidrolise enzimática, Biodisponibilidade afetada, Possibilidade de inativação de enzimas, Eliminação de efeitos tóxicos. Modificações de pH Meios ácidos e básicos podem modificar irreversivelmente proteínas. Perda da funcionalidade e valor nutricional. Modificações das forças atrativas e repulsivas. Possibilidade de modificação na retenção da água. Aumento da hidrólise protéica em meio alcalino. Meio alcalino – facilitação da reação de Maillard. Desaminação. Modificações de pH – Tratamento alcalino Tratamento alcalino utilizado em café, cacau, soja, cerveja e vinho. Objetivos: Remoção de casca, Melhora da textura, Inativação enzimática, Retirada de carne residual de ossos. Reação de Maillard Fatores que influenciam a reação Maillard. 1. Temperatura – a cada 10ºC a mais até os 70ºC a reação é duplicada ou triplicada. 2. pH – neutro e básico – melhores; a acidez forma NH3+ 3. Atividade de água – ideal valores entre 0,6 e 0,8. 4. Tipo de aminoácido – lisina e outros básicos reagem mais. Autólise Deterioração protéica em peixes devido a ação de enzimas proteolíticas. Ação do suco digestivo atravessando a parede intestinal no pós-mortem do pescado. Atuação nos tecidos musculares. Decomposição – auxilia os microrganismos do trato intestinal.