UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”. ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE ÁGUAS MINERAIS COMERCIAIS THYARA CAMPOS MARTINS Foz do Iguaçu - PR 2010 i THYARA CAMPOS MARTINS ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE ÁGUAS MINERAIS COMERCIAIS Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica das Cataratas (UDC), como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental. Prof (a). Orientador (a): Cristina de Oliveira Laurindo Foz do Iguaçu – PR 2010 Marlene ii TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS ANÁLISE LABORATORIAL DE DIFERENTES MARCAS DE ÁGUAS MINERAIS COMERCIAIS TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL Acadêmico (a): Thyara Campos Martins Orientadora: Ms. Marlene Cristina de Oliveira Laurindo Nota Final Banca Examinadora: Prof(ª). Ângela Marcondes Prof(o). Fernando Henrique Borba Foz do Iguaçu, 30 de novembro de 2010. iii DEDICATÓRIA Dedico o presente trabalho a Deus pela vida e sabedoria, e aos meus pais Hélio Martins Filho e Fátima Aparecida Campos Martins, que ao longo dessa caminhada sempre estiveram me apoiando e incentivando, e pela compreensão na realização deste trabalho. iv AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que iluminou minha caminhada ao longo de minha graduação e me deu forças para vencer os desafios. Agradeço aos meus familiares, que me impulsionaram e ajudaram a tornar realidade à concretização desta graduação em especial a minha mãe Fátima Aparecida Campos Martins por todo amor e compreensão. Agradeço em especial a Professora Orientadora Marlene Cristina de Oliveira Laurindo, que esteve me auxiliando no desempenho deste trabalho, com paciência e dedicação. Agradeço ao Laboratório Ambiental da Itaipu Binacional, em especial a Leonilda Correia dos Santos, quem muito me ensinou e foi fundamental para realização deste trabalho. Agradeço também aos meus professores que no decorrer do curso estiveram me auxiliando no estudo. v MARTINS, Thyara Campos. Análise laboratorial de diferentes marcas de águas minerais comerciais. Foz do Iguaçu, 2010. Projeto de Trabalho Final de Graduação Faculdade Dinâmica de Cataratas. RESUMO O aumento do consumo de água mineral no Brasil decorrente da preocupação da população em relação à qualidade da água distribuída, faz com que seja necessário o constante monitoramento microbiológico das águas minerais comercializadas, como forma de se assegurar a qualidade do produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica de águas minerais comercializadas na cidade de Foz do Iguaçu – PR, identificando e quantificando uma possível presença de coliformes totais, Escherichia coli, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios sulfito redutores ou C. perfringens, através da técnica de membrana filtrante, bactérias heterotróficas, técnica de pour plate, presença de Acanthamoeba sp. e o potencial hidrogeniônico (pH). Todas as marcas analisadas foram aprovadas segundo os parâmetros da Resolução n° 54, de 15 de junho de 2000, 50% das amostras apresentaram mais de 500 UFC/mL de bactérias heterotróficas e em 20% das amostras foi identificado a presença de Acanthamoeba sp. Algumas marcas apresentaram crescimento de outras bactérias como: Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Serratia sp. e Alcaligenes sp. O número de marcas com presença de bactérias foi relativamente alto, apesar de não condenar as amostras, representando riscos para o consumo e, demonstra negligência em alguma etapa da industrialização, seja ela, na retirada da água da fonte, lavagem dos garrafões, envase, higiene da maquinaria do processo ou mau acondicionamento do produto no ponto de venda. Palavras-Chave: Monitoramento microbiológico – Coliformes totais – Acanthamoeba sp. vi MARTINS, Thyara Campos. Laboratory analysis of different commercial mineral water brands. Foz do Iguaçu, 2010. Project to Completion of Course Work Faculdade Dinâmica de Cataratas. ABSTRACT The increasing in mineral water consumption in Brazil is due to the population’s concern about the water that has been distributed, which makes necessary its regular microbiological monitoring as a way to assure the product’s quality. The purpose of this work was to evaluate the microbiological quality of mineral water brands that are commercialized in Foz do Iguaçu – PR, identifying and quantifying total coliforms, Escherichia coli, Enterococci, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium sulphite reducing or C. perfringens, through the membrane filter technique, heterotrophic bacteria, pour plate technique, presence of Acanthamoeba sp. and the hydrogen potential (pH). All brands were approved according to the parameters of Resolution # 54, of July 15th 2000, 50% of the samples presented more than 500 UFC/ml of heterotrophic bacteria and in 20% of the samples the presence of Acanthamoeba sp was identified. Some samples showed the growth of o other bacteria like: Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Serratia sp. e Alcaligenes sp. The number of brands with bacteria’s growth were relatively high. Although the samples were not condemned, these bacteria might pose risks to consumption and it represents that some stage of industrialization is neglected, it may be from the water’s withdrawal at source, water bottles’ washing, filling, machinery hygiene or poor packaging of the product at the point of sale. Keywords: Microbiological monitoring - Total coliforms - Acanthamoeba sp. vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano ..16 Tabela 2: Parâmetros microbiológicos para análise de água mineral ......................20 Tabela 3: Resultados das análises bacteriológicas ..................................................42 Tabela 4: Crescimento bacteriano nas amostras de água mineral ...........................42 Tabela 5: Resultados das análises de bactérias heterotróficas ................................48 Tabela 6: Resultados quanto à presença ou ausência de Acanthamoeba sp ..........49 Tabela 7: Resultados do pH ......................................................................................50 Edited by Foxit Reader Copyright(C) by Foxit Software Company,2005-2007 For Evaluation Only. viii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 12 2.1 ÁGUA.............................................................................................................. 12 2.2 QUALIDADE DA ÁGUA .................................................................................. 13 2.3 ÁGUAS MINERAIS ......................................................................................... 16 2.4 COLIFORMES ................................................................................................ 22 2.4.1 Escherichia coli ............................................................................................ 24 2.4.2 Enterobacter ................................................................................................ 25 2.4.3 Klebsiella...................................................................................................... 25 2.4.4 Citrobacter ................................................................................................... 25 2.4.5 Shigella ........................................................................................................ 26 2.4.6 Edwardsiella................................................................................................. 26 2.4.7 Serratia sp......................................................................................................27 2.4.8 Proteus sp. e Providencia sp. ...................................................................... 27 2.4.9 Alcaligenes sp.............................................................................................. 27 2.5 PSEUDOMONAS sp....................................................................................... 28 2.6 CLOSTRÍDIOS SULFITO REDUTORES ........................................................ 29 2.7 ENTEROCOCOS............................................................................................ 30 2.8 BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS.................................................................. 30 2.9 ACANTHAMOEBA sp. .................................................................................... 32 2.10 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)......................................................... 35 3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 36 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DAS ANÁLISES ............................................................................................................ 36 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 36 3.2.1 Pesquisa de Coliformes Totais, Coliformes Fecais (Escherichia coli), ix Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios Sulfito Redutores e Enterococos ............. 37 3.2.2 Determinação de Bactérias por Meio de Rugai............................................ 37 3.2.3 Bactérias Heterotróficas............................................................................... 40 3.2.4 Pesquisa de Acanthamoeba sp. .................................................................. 40 3.2.5 Medição de pH............................................................................................. 41 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 42 5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 54 10 1 INTRODUÇÃO A água constitui um elemento indispensável à vida, não só na cobertura das necessidades hídricas do indivíduo, mas também por ser utilizada em muitas outras atividades, igualmente indispensável à qualidade de vida do homem, tais como fonte de energia, matéria-prima de produção, via de transporte e suporte das atividades recreativas que a vida moderna exige cada vez mais. Os maiores riscos associados à água, é devido à sua contaminação, direta ou indireta, pelos excrementos dos animais de sangue quente, incluindo o homem. O destino adequado deste excreto é um pré-requisito para a existência de água potável, segura do ponto de vista da saúde pública. Os tratamentos das águas brutas e das águas residuais são, sem dúvida, fatores fundamentais que contribuem, de maneira decisiva, para a proteção e salvaguarda da qualidade da água, e logo, da saúde pública. A água é um dos principais recursos naturais funcionando como elo de relação mútua entre solo, clima e vida. Entretanto, atualmente os recursos hídricos disponíveis para o abastecimento humano, além de escassos, estão cada vez mais pobres em qualidade. Por isso, há uma preocupação em escala mundial com relação à escassez, deterioração e uso ineficiente da água doce, sendo este problema cada vez mais iminente nas discussões sobre água e meio ambiente em conferências internacionais. Ela contém uma série de microorganismos, alguns naturais do ecossistema aquático e outros, microorganismos transitórios, provenientes do solo e de dejetos industriais e domésticos. O controle dessa população bacteriana é de fundamental importância, visto que densidades elevadas de microorganismos na água podem determinar a deterioração de sua qualidade, com desenvolvimento de odores e sabores desagradáveis e produção de biofilmes. Além disso, quantidades elevadas de bactérias podem apresentar risco à saúde dos consumidores, pois algumas delas podem atuar como patogênicos oportunistas, especialmente problemáticas para indivíduos debilitados imunologicamente. 11 Por ser um bem apreciável e necessário à vida, é importante o monitoramento microbiológico da água mineral comercializada, como forma de se assegurar a qualidade do produto. 1.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a qualidade bacteriológica de seis marcas de águas minerais comerciais destinadas ao abastecimento público da cidade de Foz do Iguaçu – PR. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar e quantificar uma possível presença de coliformes totais, Escherichia coli, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios sulfito redutores ou C. perfringens e bactérias heterotróficas, pesquisar a presença ou ausência de Acanthamoeba sp. e verificar o potencial hidrogeniônico (pH) das amostras de águas minerais, para averiguar se os resultados obtidos estão de acordo com a Resolução n°54 de 15 de junho de 2000, fornecendo um perfil microbiológico das amostras avaliadas e comparar os resultados obtidos nas amostras de 20L com os das amostras de 500mL. 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ÁGUA A água é ingerida pelo homem em maior quantidade que todos os outros alimentos reunidos e é, também, a sua principal excreção. Um adulto ingere por dia mais de dois litros de água, cerca de 3% do seu peso corpóreo que, por sua vez, é constituído por mais de 80% de água (TOMINAGA, 1999). A água é a substância mais abundante da biosfera e o componente majoritário dos seres vivos. Possui propriedades físico-químicas que são responsáveis por sua importância biológica, atuando como o principal transporte de substâncias entre o interior da célula e o meio extracelular, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal e representando o solvente universal dos líquidos orgânicos (MACÊDO, 2004). Os padrões de qualidade da água referem-se a um número de parâmetros capazes de refletir a presença efetiva ou potencial de algumas substâncias ou microorganismos que possam comprometer sua qualidade do ponto de vista estético e de sua salubridade. Do ponto de vista da sua salubridade, exige-se que a água não contenha patogênicos ou substâncias químicas em concentrações tóxicas ou que possam tornar-se nocivas à saúde pelo seu uso continuado. Do ponto de vista estético, as exigências são nos aspectos físicos e organoléptico que tornem a água repugnante ao consumidor (REBOUÇAS et al., 2006). A função dos microrganismos indicadores é informar presença de patogênicos, de forma que estão presentes sempre que um patogênico associado existe, mesmo que em amostra paralela. Em função de sua presença e quantidade, evidenciam possível contaminação fecal, deterioração, falhas de processamento e contaminação ambiental. Ou seja, qualquer condição sanitária inadequada que ofereça risco ao produto (PELCZAR et al., 1996). O método que identifica a presença de coliformes, parte do princípio de que qualquer microorganismo patogênico eventualmente transmitido pela água se 13 encontre inevitavelmente associado às fezes, que são sua origem (REBOUÇAS et al. 2006), levando em consideração que diariamente estamos em contato e ingerimos microorganismos fecais em maior ou em menor grau, dependendo da nossa idade e do estado de saneamento ambiental. (SCHAECHTER et al., 2002). 2.2 QUALIDADE DA ÁGUA A qualidade da água tornou-se uma questão de saúde pública no final do século XIX e início do século XX, devido à compreensão da relação água contaminada e doença (FREITAS e FREITAS, 2005). As doenças de veiculação hídrica são caracterizadas principalmente pela ingestão de água contaminada por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, transmitidos basicamente pela rota fecal-oral (TORTOTA et al., 2005). A água pode também servir como veículo para a transmissão de uma variedade de doenças causadas por microorganismos resultantes da ingestão de água contaminada que pode ocorrer por dejetos provenientes do homem e de animais além do solo e vegetais que representam a principal fonte de sua contaminação, desenvolvendo-se microorganismos patogênicos que podem transmitir doenças que atingem principalmente o trato gastrintestinal (MACÊDO, 2004). O Brasil possui altos índices de incidência de doenças intestinais transmitidas pela água. Esses índices se refletem nas elevadas taxas de mortalidade, em especial nas taxas de mortalidade infantil (REBOUÇAS et al., 2006). Segundo dados da OMS - Organização Mundial de Saúde, “cerca de 80% de todas as doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água de má qualidade (RICHTER, 1991). Uma série de doenças pode ser associada à água, seja em decorrência de sua contaminação por excretas humanas ou de outros animais, seja pela presença de substâncias químicas nocivas à saúde humana” (CETESB, 1996; NASCIMENTO et al., 2000). 14 Essa contaminação vem ocorrendo ao longo dos anos, sendo causada pelo crescente desenvolvimento industrial, pelo crescimento demográfico e pela ocupação do solo de forma intensa e acelerada, aumentando consideravelmente o risco de doenças de transmissão hídrica (GUILHERME e SILVA, 2000). As infecções causadas por agentes biológicos veiculados pela água possuem elevada taxa de mortalidade em indivíduos com baixa resistência, especialmente os idosos e crianças abaixo de cinco anos (ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000). No Brasil, o controle da qualidade da água para consumo humano tornouse uma questão de saúde pública a partir da década de 70 com o decreto federal nº 79.367 de 09/03/1977, que estabelecia como competência do Ministério da Saúde (MS) a definição do padrão de potabilidade da água para consumo humano. As normas e o padrão de potabilidade da água foram instituídos pela portaria nº 56/Bsb/1977, que se constituiu na primeira legislação federal sobre a potabilidade de água para consumo humano editada pelo MS (FREITAS e FREITAS, 2005), (BRASIL, 2005). Atualmente está em vigor a portaria nº 518/2004, a qual estabelece a determinação da presença de coliformes totais e termotolerantes (Escherichia coli) e a contagem de bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para consumo humano, sendo que a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/mL). Em função do baixo custo e facilidade de perfuração, a captação de água do aquífero livre, embora mais vulnerável à contaminação, é mais frequentemente utilizada no Brasil. Foster (1993), Assis da Silva (1999) apud Silva e Araújo (2003) relatam que a água pode ser obtida por diferentes fontes. Uma dessas fontes, o manancial subterrâneo, é um recurso utilizado por ampla parcela da população brasileira. A água subterrânea pode ser captada no aquífero confinado ou artesiano, que se encontra entre duas camadas relativamente impermeáveis, o que dificulta a sua contaminação, ou ser captada no aquífero não confinado ou livre, que fica próximo à superfície, e está, portanto, mais susceptível à contaminação. A prevenção da qualidade das águas é uma necessidade universal, que exige séria atenção por parte das autoridades sanitárias e órgãos de saneamento, impondo-se exames rotineiros visando à avaliação físico-química e bacteriológica, 15 levando-se em consideração a pesquisa de microrganismos indicadores de contaminação fecal. Tendo-se como principal indicador de contaminação fecal a Escherichia coli, esse microrganismo é frequentemente isolado de fezes humanas (TRANCREDI e MARINS, 2003). A Portaria no 518, de 25 de março de 2004 que substituiu a Portaria no 1.469, de 29 de dezembro de 2000, estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. CAPITULO II DAS DEFINIÇÕES Art 4o Para os fins que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições: I. água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde; VI. coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) ... A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo; VIII. Escherichia coli - ... sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos. CAPÍTULO IV DO PADRÃO DE POTABILIDADE Art.11. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela 1. 16 Tabela 1 - Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano. PARÂMETRO VMP (¹) Água para consumo humano Escherichia coli ou coliformes 2 Termotoleráveis ( ) Coliformes totais Ausência em 100ml Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês Ausência em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês. Sistemas que analisam 40 amostras por mês: Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml Fonte: Ministério da Saúde, 2004. Notas: (1) Valor Máximo Permitido. (2) A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada. O § 8º do Art.11 estabelece que: “Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com o objetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium sp”. O § 9º do Art.11 estabelece que: “Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia coli e, ou coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizada nova análise de coliformes”. Silva e Araújo (2003) no trabalho sobre qualidade da água do manancial subterrâneo em áreas urbanas de Feira de Santana (BA), em 120 amostras de água obtiveram 65,8% de positividade para Escherichia coli. 2.3 ÁGUAS MINERAIS O mercado mundial de água envasada vem apresentando constante expansão, verificando-se, nos últimos anos, um crescimento da ordem de 20% ao 17 ano, segundo estatísticas do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (ABINAM) (RESENDE, 2008). A produção e consumo mundial de água mineral, em 2001, foram estimados em 107,5 bilhões de litros, com destaque para a liderança da Europa com 42,3 bilhões de litros, seguida pela América Latina, América do Norte, Ásia e Austrália e Norte da África e Oriente com consumo de 22,9; 20,4; 18,6 e 6,2 bilhões de litros, respectivamente. O consumo per capita brasileiro evoluiu de 15,13 litros por ano, em 1995, para 23,8, em 2001. A região Sudeste é responsável pela maior produção do país (53%), sendo que 36,9% se dão no Estado de São Paulo. A região Nordeste é a segunda região em produção, sendo que este aumentou sua produção em 40%, respondendo por 25,10% da produção nacional (RAMIRES et al., 2004). O aumento no consumo de água mineral no Brasil tem ocorrido em função de uma possível desconfiança da qualidade microbiológica da água ofertada. A princípio, os consumidores preferem à água mineral por não possuir gosto residual de cloro, por vezes perceptível na água tratada. Mas aponta-se como principal causa atual da substituição da água potável “de torneira” a preocupação das pessoas com sua saúde e bem-estar. A água mineral (ou ainda as águas envasadas, em geral) é aceita como mais pura e segura, em aspectos sanitários. Contudo, a água envasada não é mais vista como produto de propriedade medicinal (FERRIER, 2001). O Brasil, sétimo maior consumidor de águas engarrafadas no mundo, consumiu, em 1999, três milhões de litros, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) (MARQUES, 2000). Este mercado está em crescimento, condicionado pela insatisfação da população com a água dos sistemas públicos de abastecimento e à proliferação de redes de distribuição que popularizam a utilização dos garrafões de 20 litros. O Brasil é um país rico em água subterrânea, inclusive em regiões afetadas pela seca (BRASIL, 1994). Dados de 1990 mostraram 202 concessões de lavras existentes para exploração de fontes de água mineral em todo o território, obtidas junto ao Ministério das Minas e Energia, órgão responsável pela regulamentação (BRASIL, 1991). 18 Em 1993, a região Sudeste respondeu por 55,37% da produção nacional de água mineral, a região Nordeste por 21,42%, a região Sul por 11,84%, a CentroOeste por 6,13% e a Norte por 5,24% (BRASIL, 1994). Ao mesmo tempo, São Paulo foi o Estado que mais engarrafou água mineral e potável de mesa (37,44%), seguido por Minas Gerais (9,14%), Pernambuco (7,10%), Rio de Janeiro (6,83%), Ceará (6,16%), Paraná (4,24%), Santa Catarina (3,97%), Bahia (3,95%) e Rio Grande do Sul (3,62%) (BRASIL, 1994). O consumo de água mineral engarrafada no Brasil apresenta um crescimento contínuo, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste (BRASIL, 1994). Em 1993, o consumo nacional foi da ordem de 1.109 milhões de litros, o que representou um crescimento de 26% em relação a 1992 (BRASIL, 1994). Segundo o presidente da ABINAM (ABINAM, 2010), o Brasil, por ser detentor da maior reserva de água mineral do mundo (cerca de 30%), já é visto internacionalmente como o maior mercado potencial de água potável, com capacidade para abastecimento global. A crescente preocupação da população em relação à qualidade da água disponível na rede pública tem contribuído para o aumento do consumo de água mineral no Brasil (COELHO et al., 2010). Apesar de conceitualmente água mineral estar associada à pureza, existem indícios desse conceito estar equivocado, mesmo sabendo-se que a extração desse produto é proveniente de mananciais subterrâneos (TANCREDI e MARINS, 2003). As águas minerais são classificadas quanto à sua composição química, conforme o elemento predominante e sua composição varia de acordo com as rochas e terrenos pelos quais a mesma percorre enquanto infiltra-se no solo, podendo, também, apresentar alterações em sua composição devida ás águas meteóricas, o clima e a biota (MORGANO et al., 2002). A exploração de água mineral ou potável de mesa no Brasil é regulamentada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia (DNPM/MME). A definição, bem como o controle da potabilidade, é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (ANVISA/MS). Em 1945, diante da necessidade de se padronizar o 19 aproveitamento das águas minerais utilizadas para a comercialização por meio do engarrafamento e para outros fins, foi assinado o Decreto-Lei, nº. 7.841, publicado no Diário Oficial da União (DOU), de 20 de agosto de 1945, conhecido como "Código das Águas Minerais", em vigor até hoje, com algumas alterações (BRASIL, 2000). Segundo a Resolução nº. 54, de 15 de junho de 2000, “Entende-se por água mineral aquela obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente captada, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo definido e constante de sais minerais (composição iônica), presença de oligoelementos e outros constituintes”. A coleta deve ser realizada sob condições que garantam a manutenção de suas características originais no poço ou fonte; essas águas devem permanecer estáveis dentro dos limites de flutuação, sem influência direta de águas superficiais. No Brasil, a maior parte das ocorrências de águas mineralizadas se dá na forma de fontes naturais (BRASIL, 2000). A água mineral natural deve apresentar qualidade, garantindo ausência de risco à saúde do consumidor, devendo ser captada, processada e envasada obedecendo às condições higiênico-sanitárias e as boas práticas de fabricação. As operações de captação, decantação, adução (canalização), elevação mecânica, armazenamento, filtração, envase, adição de dióxido de carbono, transporte e manuseio não devem alterar os elementos de sua composição original (BRASIL, 1999). Na fonte, poço ou local de surgência e na sua comercialização, a água mineral natural e a água natural não devem apresentar risco à saúde do consumidor (ausência de microrganismos patogênicos) e estar em conformidade com as características microbiológicas conforme apresentado na Tabela 2. 20 Tabela 2 - Parâmetros microbiológicos para análise de água mineral. Microrganismo E. coli ou coliforme (fecais) termotolerantes, em 100 Ml Coliformes totais, em 100 mL Amostra indicativa limites Ausência Enterococos, em 100 mL Pseudomonas aeruginosa, em 100 mL Clostrídios Sultito Redutores ou C. perfringens, em 100 mL Fonte: Ministério da Saúde, 2000. Amostra representativa n c m M 5 0 - Ausência 5 1 5 1 5 1 5 1 2,0 UFC ou 2,2 NMP 2,0 UFC ou 2,2 NMP 2,0 UFC ou 2,2 NMP 2,0 UFC ou 2,2 NMP Notas: n: é o número de unidades da amostra representativa a serem coletadas e analisadas individualmente. c: é o número aceitável de unidades da amostra representativa que pode apresentar resultado entre os valores "m" e "M". m: é o limite inferior (mínimo) aceitável. É o valor que separa uma qualidade satisfatória de uma qualidade marginal. Valores abaixo do limite "m" são desejáveis. M: é o limite superior (máximo) aceitável. Valores acima de "M" não são aceitos. A amostra é condenada (rejeitada) quando for constatada a presença de Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes ou quando o número de coliformes totais e ou Enterococos e ou Pseudomonas aeruginosa e ou Clostrídios Sulfito Redutores ou C. perfringens for maior que o limite estabelecido para amostra indicativa (BRASIL, 2000). O grupo dos coliformes termotolerantes, cujo habitat geralmente é o trato intestinal do homem indica contaminação de origem ambiental e fecal do produto (MOTTA et al., 2000). A pesquisa de coliformes termotolerantes e de Escherichia coli nos alimentos fornece com maior segurança informações sobre as condições sanitárias do produto e melhor indicação da eventual presença de enteropatógenoos (APHA, 2001). Atualmente, sabe-se, que o grupo dos coliformes inclui pelo menos três gêneros: Escherichia, Enterobacter e Klebsiella, dos quais incluem cepas de origem não fecal (água, solo e vegetais). Por esse motivo, a presença de coliformes termotolerantes é menos representativa, como indicação de contaminação fecal, do que a enumeração de Escherichia coli, porém muito mais significativa do que a 21 presença de coliformes totais dadas à alta incidência de Escherichia coli no grupo fecal (SILVA et al., 2001). A integridade física de embalagens utilizadas para o envase de água mineral deverá sofrer inspeção individual, seguida de sanificação em lavadoras específicas que devem localizar-se o mais próximo da sala de envase (ABERC, 1999). A sanificação deve ser realizada por meios físicos ou químicos empregando-se procedimentos de eficácia comprovada. Na sanificação por meios físicos emprega-se calor (vapor; água quente) e radiação ultravioleta (Pinheiro, 1978 apud Cardoso et al., 2003), enquanto que a sanificação através de agentes químicos depende de uma série de compostos bactericidas, desde ácidos orgânicos até agentes umectantes complexos. Por questões econômicas, na prática os compostos clorados, iodados e os quartenários de amônia são os mais utilizados (ABERC, 1999). A sanificação inadequada das embalagens ou a sua contaminação posterior resulta na condenação do lote de água mineral. Segundo o Ministério da Saúde, neste produto não podem ser constatadas as presenças de Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes ou coliformes totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa e/ou Clostrídios sulfito redutores, em quantidade superior a 2 UFC/mL (BRASIL, 1999). No caso das empresas que envasam água subterrânea para o consumo, exige-se além da higiene pessoal dos funcionários, a sanificação adequada dos garrafões, instalações, máquinas e equipamentos para evitar que bactérias patogênicas afetem a qualidade da água produzida e a saúde do homem (VAITSMAN e VAITSMAN, 2005). Segundo Alves et al. (2002), em 18 amostras de diferentes águas minerais comerciais em embalagens de diversos tamanhos, foi encontrada a contaminação por grupo de coliforme total em uma amostra. 22 2.4 COLIFORMES Dentre os parâmetros utilizados para se avaliar o grau de contaminação da água, ressalta-se a pesquisa de coliformes, em que a presença desse grupo de bactérias denota que ocorreu interferência externa na água mineral, já que não fazem parte da composição natural dessa água (FARACHE FILHO e DIAS, 2008). Em vista da dificuldade de pesquisar microrganismos patogênicos de maneira direta, devido sua sensibilidade quando em baixo número, a necessidade de procedimentos complexos e onerosos, a avaliação microbiológica da água é realizada com o emprego de bactérias coliformes (CETESB, 1991). As bactérias do grupo coliformes totais são bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos (BRASIL, 2004). O grupo dos coliformes totais é formado por diversas bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae, incluindo os gêneros Citrobacter, Eriterobacter, Klebsiella e Escherichia (SILVA JR, 2002). Segundo Tavares (2002), as bactérias constituem um grande grupo de células vegetais unicelulares e microscópicas. Apresentam, quanto à morfologia, três formas principais: cocos, bastonetes e espiralados. Quanto à coloração, dividem-se em gram-positivas, as que retêm a genciana ou o violeta cristal, quando submetidas à ação descolorante do álcool, apresentando a cor azul; e gram-negativas as que fixam a genciana ou o violeta cristal, apresentando a cor rósea. Quanto à necessidade ou não de ar ou oxigênio para manutenção da vida, são classificadas em aeróbias e anaeróbias total ou parcial, sendo as primeiras exigentes de oxigênio e as segundas não. Podem ser móveis, encapsuladas ou esporogênicas, produzir diversas atividades bioquímicas e enzimáticas e, por fim, saprófitas ou patogênicas (TAVARES, 2002). De acordo com Funasa (2006), denominam-se de bactérias do grupo coliforme bacilos gram negativos, em forma de bastonetes, aeróbios ou anaeróbios facultativos que fermentam a lactose a 35-37ºC, produzindo ácido, gás e aldeído em um prazo de 24-48 horas. São também oxidase-negativos e não formam esporos. A razão da escolha desse grupo de bactérias como indicador de contaminação da 23 água deve-se aos seguintes fatores: estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres humanos; sua presença na água possui uma relação direta com o grau de contaminação fecal; são facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis, em qualquer tipo de água; possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogênicas intestinais, por serem menos exigentes em termos nutricionais, além de ser incapazes de se multiplicarem no ambiente aquático; são mais resistentes à ação dos agentes desinfetantes do que os germes patogênicos. O “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” define o grupo coliforme como: “todas as bactérias aeróbias ou anaeróbias facultativas, gram negativas, não esporuladas e na forma de bastonete”, as quais fermentam a lactose com formação de gás dentro de 48h a 35ºC. Neste grupo incluem-se organismos que diferem nas características bioquímicas, sorológicas e no seu habitat. Podem ser classificadas em: Escherichia, Aerobacter, Citrobacter, Klebsiela e outros gêneros que quase nunca aparecem em fezes como a Serratia (CETESB, 1997). Procedimentos mais restritivos em relação às características microbiológicas existem para a água mineral na Resolução da Diretoria Colegiada RDC n° 275 de 22 de setembro de 2005. O número de amostras representativas determinada nesta resolução é cinco e a amostra é condenada quando for constatada a presença de Escherichia coli ou quando o número de Coliformes Totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídios sulfito redutores ou Clostridium perfringens de uma das cinco amostras representativas estiver acima de 2,0 UFC/100mL ou 2,2 NMP/100mL; ou quando mais de uma amostra dentre as 5 amostras forem positivas mesmo estando abaixo do máximo permitido (BRASIL, 2005). A determinação da concentração de coliformes assume importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de microrganismos patogênicos e que transmitem doenças tais como: febre tifóide, desenteria bacilar e cólera (CETESB, 1997). 24 Segundo Sant'Ana et al. (2003), os microrganismos indicadores são rotineiramente empregados para avaliar a qualidade do produto final e a higiene empregada no seu processamento. Frischknecht (2006) analisou vinte amostras de água mineral envasadas, de diferentes marcas, que foram examinadas quanto à contaminação por coliformes totais, coliformes a 45°C e Escherichia. coli, 01 amostra envasada em galão de 20 litros, oriunda do Núcleo Bandeirante, uma das 28 regiões administrativas situado no Distrito Federal, apresentou coliformes totais. Cabrini e Gallo (2001) analisaram 21 amostras de águas minerais naturais comercializadas em Piracicaba – SP, e destas apenas duas apresentaram-se contaminadas por coliformes totais. 2.4.1 Escherichia coli Cerca de 95% dos coliformes existentes nas fezes humanas e de outros animais são de Escherichia coli e, dentre as bactérias de habitat reconhecidamente fecal, dentro do grupo dos coliformes fecais, é a mais conhecida e a mais facilmente identificada. Por isso, a enumeração direta de Escherichia coli tem se tornado muito útil (SILVA et al., 2004; CETESB, 1997). Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada na flora normal do íleo e do cólon do homem e dos animais. Escherichia coli é a bactéria isolada com mais frequência em microbiologia. Responsável por infecção urinária, enterite, meningite neonatal, pneumonia, septicemia hospitalar, endoftalmite, artrite séptica, endocardite, abscessos hepático e cerebral (TAVARES, 2002). A Escherichia coli tem como habitat primário o trato intestinal do homem e demais animais homeotérmicos, estando sempre presente nas fezes desses seres. A utilização dos coliformes totais como indicadores de contaminação fecal não é possível, uma vez que bactérias dos gêneros Citrobacter, Eriterobacter e Klebsiella podem ser também encontradas no solo e em vegetais (FRANCO; LANDGRAF, 1999). 25 2.4.2 Enterobacter Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada no intestino grosso do homem e dos animais. Agente etiológico de infecção urinária, pneumonia e meningite hospitalar; geralmente apresentam resistência a múltiplos antibióticos e infectam pacientes em estado clínico grave. As bactérias do gênero Enterobacter estão presentes em humanos, animais, na água, no esgoto e no solo. São a causa de infecções humanas em vários órgãos, mas principalmente infecções urinárias e respiratórias. Essas bactérias têm como característica a capacidade de contaminar equipamentos médicos e soluções de aplicação endovenosa (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008). 2.4.3 Klebsiella Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada no cólon e aparelho respiratório do homem e de animais (TAVARES, 2002). Há linhagens de Klebsiella muito resistentes a antibióticos e grandes responsáveis por infecções hospitalares, e por estarem também presentes normalmente na nasofaringe, favorece o desenvolvimento de pneumonia, que normalmente é adquirida por pessoas imunossuprimidas (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008). 2.4.4 Citrobacter Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada na água, alimentos e fezes de indivíduos assintomáticos. São responsáveis por infecção urinária, 26 meningite, abscesso cerebral em recém-nascido, septicemia e infecção hospitalar (TAVARES, 2002). Encontradas na água, alimentos e constituintes da microbiota intestinal e por isso não são consideradas enteropatogênicas. Porém são ligadas a meningite, infecções urinárias e respiratórias (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008). Outras bactérias que também podem ser encontradas na água: 2.4.5 Shigella Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, parasita exclusiva do homem. Responsável pela shigelose. Encontradas nas fezes de pacientes, na água e em alimentos como ovos, queijo e camarão (TAVARES, 2002). Infecta principalmente o homem e raríssimas vezes os primatas, causando disenteria bacilar ou shigelose, e assim como as Escherichia coli, causam diarréia do viajante e podem causar disenterias mortais (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008). 2.4.6 Edwardsiella Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada em animais de sangue frio. Apesar de não estar entre os enteropatógenos pode provocar diarréias. Mas é principalmente conhecida por causar gastrenterites e infeccionarem feridas. 27 2.4.7 Serratia sp. Enterobactéria gram-negativa, aeróbia, encontrada no solo e na água. Responsável por diversas infecções hospitalares (TAVARES, 2002). 2.4.8 Proteus sp. e Providencia sp. Segundo Tavares (2002), são enterobactérias gram-negativas, aeróbias, encontradas no intestino do homem e dos animais, esgoto, solo e vegetais. Responsáveis por infecção urinária e diversas infecções hospitalares. Elas diferem apenas pela produção de sulfeto de hidrogênio, onde Proteus sp. produz e Providencia sp. não. Estão frequentemente relacionadas a infecções do trato urinário, contribuindo para a formação de cálculos, estão também relacionadas a lesões na pele e diarréias infantis (LEVINSON e JAWETZ, 2005). 2.4.9 Alcaligenes sp. Faz parte da microbiota humana, além de ser encontrada no solo e na água. Está associada a infecções tanto locais como sistêmicas, como a meningite, pneumonia, infecção urinária e osteomielite (TRABULSI e ALTERTHUM, 2008). 28 2.5 PSEUDOMONAS sp. As bactérias do gênero Pseudomonas são amplamente encontradas no ambiente, sendo consideradas bactérias oportunistas responsáveis por graves infecções (SANTOS et al., 2007). Segundo Trabulsi et al. (1999) as Pseudomonas são bacilos gramnegativo normalmente diferenciados por provas bioquímicas, teste de sensibilidade a antibióticos, formação de pigmentos, número e localização de flagelos. Cerca de 30 espécies de Pseudomonas sp. são relacionadas ao homem. Das espécies de Pseudomonas, a Pseudomonas aeruginosa é a mais frequentemente encontrada em infecções, sendo que esta espécie normalmente habita o solo, água e vegetais, mas pode ser encontrada na pele e tem sido isolada das fezes e garganta de 3% a 5% dos indivíduos normais. Em pacientes hospitalizados a taxa de portadores pode ser bastante elevada. Segundo Tavares (2002), é uma enterobactéria gram-negativa, aeróbia. Pseudomonas aeruginosa é encontrada no solo, na água não-poluída, no esgoto, no intestino dos animais, na água do mar próxima aos dejetos de esgotos ou foz de rios poluídos e inúmeros reservatórios hospitalares. Responsável por diversas infecções hospitalares em pacientes imunologicamente deprimidos, como infecção urinária. No Brasil, a Pseudomonas tem aparecido com relativa frequência em exames bacteriológicos de águas cloradas, não-cloradas e até minerais naturais (COELHO et al., 2010). Segundo Wagner et al. (2003) apud Coelho et al. (2010) a Pseudomonas é microrganismo envolvido em contaminação de água, cujas espécies estão distribuídas no solo, na água e algumas vezes em matéria orgânica em decomposição e podem ser isoladas da pele, garganta e fezes de pessoas doentes. Esse microrganismo está relacionado com surtos de gastrenterites veiculadas pela água. A Pseudomonas aeruginosa produz uma substância denominada “Pseudocin”, que tem efeito bacteriostático sobre o crescimento de Escherichia coli, 29 Aerobacter aerogenes, Citrobacter freundii e Klebsiella sp., podendo dificultar o isolamento destes, alterando os resultados laboratoriais (COELHO et al., 2010). Pseudomonas aeruginosa está relacionada com infecções auditivas em usuários de águas recreativas contaminadas, em surtos de gastrenterites veiculadas também pela água, além de produzir septicemias em indivíduos debilitados (TRANCREDI e MARINS, 2003). Levando-se em conta que esse microrganismo inibe o crescimento dos coliformes, temos que estar alertas quanto a sua presença em águas de consumo humano (GUILHERME e SILVA, 2000). Nascimento et al. (2000) verificaram que, das 70 amostras de águas minerais provenientes de duas marcas, consumidas na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, 35 (50%) encontravam-se fora dos padrões para águas minerais, por ultrapassarem o número máximo permitido (NMP) para Pseudomonas aeruginosa. 2.6 CLOSTRÍDIOS SULFITO REDUTORES Segundo Tavares (2002), são bastonetes gram-positivos, anaeróbios, esporulados. O gênero mais comumente encontrado em análises de água é o Clostridium perfringens – encontrado no cólon de animais e do homem, no solo e na pele, especialmente no períneo, nádegas e coxas. Um dos agentes etiológicos da gangrena gasosa, colecistite gangrenosa, infecção pós-aborto, pneumonia necrotizante, septicemia; e intoxicação alimentar, devida à contaminação de carnes e ovos. O grupo dos Clostrídios sulfito redutores é comumente utilizado com indicadores em análises de produtos cárneos e também de água mineral. Por serem produtores de esporos e, por isso, resistirem a condições ambientais adversas, são indicadores de contaminação remota (HOADLEY; DUTKA, 1977 apud MARTINS et al., 1991). 30 2.7 ENTEROCOCOS Esse grupo reúne bactérias do grupo Estreptococos fecais, que pertence ao gênero Enterococcus (CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2000). Essas bactérias são encontradas nas fezes de animais de sangue quente ou frio, mas também podem ser encontradas amplamente distribuídas no ambiente. Dessa forma, os Enterococos não são necessariamente indicadores de contaminação fecal (FRANCO; LANDGRAF, 1999). Os Enterococos sobrevivem por mais tempo que os coliformes e a maioria dos patógenos entéricos em água proveniente de reservatório, sendo mais resistentes às condições ambientais adversas que os coliformes (McFETERS (1974) apud SANT'ANA (2003). Devido à sua resistência ambiental, os Enterococos se destacam por indicarem contaminação não necessariamente recente. Mas como indicador de contaminação fecal, sua presença evidencia inadequação das práticas sanitárias (FRANCO; LANDGRAF, 1999). Dias (2008) em estudo sobre qualidade microbiológica de águas minerais em garrafas individuais e comercializadas em Araraquara - São Paulo das sessenta e nove amostras provenientes de dezessete marcas analisadas, encontrou-se duas amostras (2,9%), de duas marcas (11,8%) apresentando contaminação por Enterococos. 2.8 BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS A contagem de bactérias heterotróficas, genericamente definidas como microrganismos que requerem carbono orgânico como fonte de nutrientes, fornece informações sobre a qualidade bacteriológica da água de uma forma ampla. O teste inclui a detecção, inespecífica, de bactérias ou esporos de bactérias, sejam de origem fecal, componentes da flora natural da água ou resultantes da formação de 31 biofilme no sistema de distribuição. Servindo, portanto, de indicador auxiliar da qualidade da água, ao fornecer informações adicionais sobre eventuais falhas na desinfecção, colonização e formação de biofilme no sistema de distribuição (GUERRA et al., 2006), (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). A contagem de bactérias heterotróficas é amplamente utilizada como indicador da qualidade da água para consumo humano. A contagem destes microrganismos é geralmente realizada em placas contendo meios não seletivos ricos em nutrientes que permitam a multiplicação de uma ampla faixa de microrganismos (WHO, 1993, apud GUERRA et al., 2006). A importância da determinação da densidade de bactérias tem em vista que um aumento na população bacteriana pode comprometer a detecção de bactérias do grupo coliformes. Apesar da maioria das bactérias heterotróficas não ser patogênica, pode representar riscos a saúde, como também deteriorar a qualidade da água, provocando o aparecimento de odores e sabores desagradáveis (FUNASA, 2006). A portaria nº. 518 de 2004 do Ministério da Saúde determina a contagem mensal de bactérias heterotróficas em sistemas de distribuição e limita a contagem destas em 500 UFC/mL (BRASIL, 2004). As bactérias, ditas heterotróficas, da flora natural da água não são consideradas patogênicas, porém é importante que sua densidade seja mantida sob controle, pois uma concentração muito elevada de microorganismos na água pode causar riscos à saúde dos consumidores, tendo em vista que podem atuar como patogênicos oportunistas e causam deterioração da qualidade da mesma, ocasionando odores e sabores desagradáveis e produzindo limbo ou películas. Também podem influenciar como inibidoras de alguns microrganismos, os quais, quando presentes em número elevado, podem impedir a detecção de coliformes (SANTOS, 1999). As bactérias mesófilas aeróbias heterotróficas estão presentes em grande número e são indicativas de insalubridade. Segundo Farache Filho et al. (2008), mesmo que a maioria das bactérias heterotróficas da flora natural da água não seja considerada patogênica, é importante que sua densidade seja mantida sob controle, pois densidades muito elevadas dessas bactérias na água podem causar riscos à saúde do consumidor. 32 Em pesquisa realizada por Domingues et al. (2007) sobre contagem de bactérias heterotróficas na água para consumo humano na cidade de Santa Maria, observaram que das 43 amostras analisadas, 23 resultaram em mais de 500UFC/mL. 2.9 ACANTHAMOEBA sp. Conforme descrito na Portaria n° 518, de 25 de março de 2004, tem-se a recomendação da inclusão da pesquisa de organismos patogênicos, desta maneira inclui-se a pesquisa de cistos viáveis de Acanthamoeba sp., a qual pode estar presente na água tratada, sendo que a exposição através do banho ou lavagem do rosto, a água contaminada por esta ameba pode causar sérios danos, como a ceratite, principalmente em pessoas que utilizam lentes de contato. As amebas de vida livre (AVL) constituem um grupo de protozoários de ampla dispersão ambiental, isoladas em praticamente todos os ambientes da água, solo e do ar. Foram isoladas em todos os continentes, nas mais diversas altitudes. Resistem a extremas condições de temperatura e de pH, bem como ao cloro e a outros sistemas de desinfecção (FORONDA, 1999; SILVA e ROSA, 2003). Santos (2007a); Santos (2007b) relata o isolamento de AVL em água in natura (água mineral, rios, lagos), água tratada com cloro, biofilme, poeira, vegetais e fezes (animais). As AVL na forma de trofozoítos são ativas e alimentam-se de bactérias e, na forma de cistos, são encontradas no solo seco ou na poeira. Ocorre desencistamento, quando os cistos entram em ambiente úmido na presença de bactérias (NEVES et. al. 1998). Dentre as AVL citam-se como patogênicas para o homem, os gêneros: Acanthamoeba, Naegleria e Balamuthia; sendo consideradas como agentes etiológicos das seguintes infecções: meningoencefalite amebiana primária (MAP), encefalite amebiana granulomatosa (EAG) e ceratite por Acanthamoeba (CA) (FORONDA, 1999), (NEVES et al., 1998), (ALVES, 2001). 33 Em casos da presença de AVL em amostras ambientais em hospitais, relate-se um estudo em sistema de ar condicionado em três hospitais, do Estado do Paraná – Brasil, onde a Acanthamoeba sp. foi encontrada em cinco de 67 (7,5%) das amostras; nos seguintes locais: água de bandeja de máquina de sistema de ar condicionado, água de condensação de torre de resfriamento e biofilme de bandeja de ar condicionado de parede (SANTOS e PENKAL, 1999). As amebas do gênero Acanthamoeba são encontradas sob duas formas: trofozoítos, que são as formas vegetativas da célula, e cistos que são as formas de resistência. Os trofozoítos, forma em que as amebas se locomovem, alimentam-se e se reproduzem, são células de formato variável, com 20 a 40 µm de tamanho, e portadoras de um núcleo bem definido e nucléolo grande (ALVES, 2001). Os cistos, resistentes por longos períodos de tempo à dessecação, extremos de temperatura e produtos químicos diversos, tipicamente variam de diâmetro entre 13 e 20 µm. São compostos por celulose e diversas proteínas, e possuem duas paredes: o endocisto e o ectocisto. Apresentam um opérculo, um ponto determinado do cisto por onde a ameba sai ao desencistar, assim que as condições ambientais forem favoráveis (ALVES, 2001). O gênero Acanthamoeba é facilmente distinguível de outras amebas devido às formas características dos cistos e trofozoítos (ALVES, 2001). Michel; Burghardt e Bergmann (1995) relatam a multiplicação intracelular de Pseudomonas aeruginosa em amebas de vida livre, Acanthamoeba e Eschinamoeba, em um sistema de água potável em um hospital. A identificação e a caracterização da endosimbiose entre a bactéria e o protozoário de vida livre suportam significantes implicações para o nosso entendimento da ecologia e a identificação de outras atípicas micobactérias patogênicas (YU et al., 2007). Drancourt; Adékambi e Raoult (2007) investigaram a interação entre a Mycobacterium xenopi e a Acanthamoeba no biofilme de um sistema de distribuição de água de um hospital; tendo demonstrado que a M. xenopi estava localizada dentro da Acanthamoeba. A Acanthamoeba pode causar duas doenças bem reconhecidas, a encefalite granulomatosa amebiana e a ceratite por Acanthamoeba (KHAN, 2006; 34 ODDÓ, 2006). A ceratite por Acanthamoeba é uma infecção ocular grave, que apesar dos recentes progressos no diagnóstico e no tratamento, ainda provoca prolongada morbidade e perda da acuidade visual (OBEID et al., 2003). Santos (2007) alerta para ocorrência da endossimbiose entre protozoário e a bactéria, o que pode interferir no tratamento das infecções, principalmente nas infecções hospitalares, sugerindo para estes casos o seguinte mecanismo relacionando a cadeia alimentar e a endossimbiose: a Acanthamoeba sp. alimentase de bactérias, porém é hospedeiro natural destas bactérias. Quando se administra um medicamento para eliminar as bactérias causadoras de infecção, o medicamento pode não eliminar o protozoário. Então, as bactérias são eliminadas pelo protozoário colonizando novamente o local. Dessa forma, ocorrendo as reincidências das infecções bacterianas. Assim, demonstra-se a importância ecológica da Acanthamoeba sp. Os sintomas mais comuns da ceratite por Acanthamoeba são fotofobia, opacidade da córnea, dores intensas (normalmente desproporcionas a gravidade aparente das lesões) e diminuição da visão (VISVESVARA et al., 1990; ILLINGWORTH, COOK, 1998 apud ALVES, 2001). Salazar et al. (1982), em um estudo de isolamento de amebas de vida livre a partir de água mineral engarrafada na cidade do Rio de Janeiro, verificaram que foram isolados oito diferentes gêneros de amebas de vida livre, sendo que Acanthamoeba e Hartmanella estiveram presentes em seis das dez marcas pesquisadas. Santos e Manus (2008) verificaram a presença de Acanthamoeba sp. em 31,4% do total de 156 amostras de água in natura, tratada, mineral e água de bandeja de sistema de ar condicionado. Santos et al. (2009), realizaram um estudo para determinar a presença de Acanthamoeba sp. em 121 amostras de diferentes águas, como: tratada, lagos, poços, mineral e esgoto, do município de Foz do Iguaçu – PR. Destas, 85 (70,25%) foram positivas para presença de cistos, sendo que 42 amostras eram águas tratadas com um índice de positividade de 66,67%, correspondendo a 28 amostras. 35 2.10 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) O termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma solução. Na água, este fator é de excepcional importância, principalmente nos processos de tratamento. Na rotina dos laboratórios das estações de tratamento ele é medido e ajustado sempre que necessário para melhorar o processo de coagulação/floculação da água e também o controle da desinfecção. O valor do pH varia de 0 a 14. Abaixo de 7 a água é considerada ácida e acima de 7, alcalina. Água com pH 7 é neutra (FUNASA, 2006). A Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde recomenda que o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição. Morgano et al. (2002) em um estudo sobre avaliação físico-química de águas minerais comercializadas na região de Campinas - SP encontraram apenas uma amostra com pH fora da faixa recomendada. 36 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DO LOCAL DAS ANÁLISES O município de Foz do Iguaçu localiza-se no extremo Oeste do Paraná, fazendo divisa com Paraguai e Argentina, possui uma área territorial de 589,00 km² e com uma população de 319.189 habitantes. Suas coordenadas geográficas são: latitude: 25°32’ 45” e longitude: 54º53’07. A altitude média é de 173 metros. A região apresenta clima temperado subtropical úmido, possuindo temperatura média anual de 27,7°C e está sob domínio da Floresta Estacional Semidecidual. A maior parte do município é caracterizada por solos do tipo Latossolo Roxo Distrófico e Eutrófico (FOZ DO IGUAÇU, 2006). As análises microbioógicas e químicas foram realizadadas no Laboratório Ambiental da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O mesmo monitora periodicamente a qualidade da água dos rios e do ar na região do entorno do reservatório. Toda água mineral consumida pela empresa passa por análises microbiológicas. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Foram analisadas 10 amostras provenientes de seis diferentes marcas de águas minerais não gaseificadas, sendo três de 500 mL e sete embalagens de 20 litros. As amostras foram adquiridas aleatoriamente, em épocas e estabelecimentos diferentes para que fossem originadas de lotes diversos. Estas amostras não estavam refrigeradas. 37 3.2.1 Pesquisa de Coliformes Totais, Coliformes Fecais (Escherichia coli), Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios Sulfito Redutores e Enterococos A técnica utilizada para a quantificação de Escherichia coli, Coliformes totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa e Clostrídios Sulfito Redutores ou C. Perfringens, foi a de Membrana Filtrante de acordo com Santos (1999). A técnica de membrana filtrante é um método rápido e preciso para isolamento e identificação de colônias de bactérias. Esta técnica é recomendada pelo “Standart of Methods for the Examination of Water and Wasterwater”, referência internacional em análises de águas. Após o crescimento das bactérias nos meios seletivos, para a identificação das colônias foi realizada a identificação bioquímica pelo meio de Rugai que diferencia e determina cepas de bactérias. O resultado é expresso em UFC/100 mL de água. 3.2.2 Determinação de Bactérias por Meio de Rugai Conforme o número de colônias contadas nas placas de cada meio seletivo, aplicaram-se os testes com Rugai. Foram feitos no máximo sete testes para cada cor de colônia em cada placa, por exemplo; se contadas duas colônias rosa, então dois tubos com Rugai, se 15 colônias vermelhas, somente sete tubos foram inoculados com colônias vermelhas. Após 24 horas em estufa a 37ºC, os tubos de Rugai foram lidos utilizando alguns critérios como cor da base, fermentação de gás, produção de sacarose, hidrólise da uréia, reação de indol e no caso de dúvidas entre uma ou mais bactérias é feito prova de motilidade ou teste em meio de Lisina: 1. Base amarela (fermentação da glicose ou glicose positiva): Escherichia coli, Shigella sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi. 38 a) Formação de gás (base) - com gás (formação de bolhas ou arrebentamento do meio) – Escherichia coli, Klebsiella sp. ou Enterobacter sp. - sem gás – Shigella sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi. b) Sacarose (ápice) - positiva (amarela ou marrom) – Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Providencia sp., Vibrio cholerae ou Serratia sp. - negativa (verde garrafa) – Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Shigella sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou Alkalescens sp. ou Salmonella typhi. c) Indol (tampa de algodão) - positivo (vermelho) – Escherichia coli, Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus ou Alkalescens sp., Salmonella typhi., Shigella sp. ou Providencia sp. - negativo (não muda a cor) – Klebsiella sp., Enterobacter sp., Shigella sp. ou Serratia sp. d) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina - positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das bactérias) – Escherichia coli, Enterobacter sp., Serratia sp., Providencia sp., Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus, Alkalescens sp ou Salmonella typhi. - negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Escherichia coli, Shigella sp. ou Klebsiella sp. e) Gram (verificar a diferença entre Providencia sp. e Vibrio sp. por intermédio da forma). Se tiver formato de vírgula é Vibrio sp., se for BGN é Providencia sp. Se não fermentar a glicose e permanecer verde a base, verificar se fermentou a sacarose e prosseguir verificando as provas de gás, indol e motilidade. OBS: A bactéria Pseudomonas sp. é uma não fermentadora, portanto não deverá mudar o meio de Rugai, além de ter o odor característico (putrefação) e catalase positiva. 2. Base Azul (Hidrólise da uréia) – Alcaligenes sp. ou Proteus sp. – Ambos dão provas de gás negativa, sacarose negativa, sendo a diferenciação pela prova de motilidade. 39 a) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina - positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das bactérias) – Proteus sp. - negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Alcaligenes sp. OBS: As colônias de Alcaligenes sp. possuem um odor adocicado característico. Há gêneros de Proteus sp. com formação de gás. b) Indol (tampa de algodão) - positivo (vermelho): Proteus vulgaris - negativo (não muda a cor): Proteus mirabilis 3. Base Preta (Formação de H2S) – Edwardsiella sp., Salmonella sp., Citrobacter sp., Proteus mirabilis ou Proteus vulgaris. a) Formação de gás (base) - com gás (formação de bolhas ou arrebentamento do meio) – Edwardsiella sp., Salmonella sp. ou Citrobacter sp. - sem gás – Proteus mirabilis, Proteus vulgaris ou Salmonella typhi. b) Sacarose (ápice) - positiva (amarela ou marrom) – Citrobacter sp. - negativo (verde garrafa) – Salmonella sp., Citrobacter sp., Edwardsiella sp., Proteus vulgaris ou Proteus mirabilis. c) Indol (tampa de algodão) - positivo (vermelho) – Edwardsiella sp., Proteus vulgaris ou Citrobacter sp. - negativo (não muda a cor) – Salmonella sp., Proteus mirabilis ou Citrobacter sp. d) Motilidade (parte inferior do meio) ou prova em lâmina - positiva (crescimento além da picada ou turvação do meio ou movimento das bactérias) – Edwardsiella sp., Salmonella sp., Citrobacter sp., Proteus vulgaris ou Proteus mirabilis. - negativa (crescimento só na picada ou sem movimentos) – Edwardsiella sp. e) Manitol - positivo (virou meio amarelo) – Citrobacter sp. ou Salmonella sp. - negativo (não muda a cor do meio) – Edwardsiella sp. 40 4. Lisina descarboxilase - Positivo – Salmonella sp. ou Edwardsiella sp. (qualquer cor diferente de amarelo). - Negativo – Citrobacter sp. (amarelo). 3.2.3 Bactérias Heterotróficas Para a contagem padrão de bactérias heterotróficas, as amostras de água foram processadas através da técnica de pour plate. Após a homogeneização adequada da amostra, com o auxílio de uma pipeta estéril de 1mL e obedecendo aos cuidados de assepsia, transferiu-se 1mL da amostra para placas de Petri identificadas com o volume da diluição correspondente, seguindo a adição de 10 a 15mL do meio Plate Count Ágar (ACP), previamente fundido e mantido em banhomaria para estabilização da temperatura a 45-50°C, fazendo movimentos circulares para a homogeneização. Após a solidificação do meio, as placas foram incubadas a 35°C por um período de 48 horas. A contagem das unidades formadoras de colônias foi efetuada com auxílio de um contador, e os resultados foram expressos em unidades formadoras de colônias de bactérias heterotróficas por mililitro (UFC/mL). 3.2.4 Pesquisa de Acanthamoeba sp. A análise de Acanthamoeba sp. descrita por Santos e Manus (2008) consiste na utilização de um meio de cultura para crescimento, caldo BHI (Brain Hearth Infusion), onde 0,5 mL do sedimento foi incubado a 35ºC por 48h. Após este período, analisou-se a cultura entre a lâmina e lamínula após a adição do corante Trypan Blue (teste de viabilidade). O Trypan Blue é um corante vital que interage com a célula caso haja ruptura na membrana da mesma. Desta forma o protozoário 41 viável apresenta-se na cor esverdeada e o protozoário inviável na cor azul significando o rompimento da membrana. 3.2.5 Medição de pH A determinação do pH é feita através do método eletrométrico, utilizandose para isso um pHmetro eletrônico calibrado com soluções tampão pH=7 e pH=4, para que o valor das amostras analisadas ficassem no valor intermediário das soluções (SANTOS, 1999). 42 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 3 apresenta os resultados de coliformes totais (CT por UFC/mL), coliformes fecais (CF por UFC/100mL), Clostrídios sulfito redutores (Cl. por UFC/100mL), Pseudomonas aeruginosa (Ps. por UFC/100mL) e Enterococos (Ent. por UFC/100mL) das análises realizadas. Tabela 3 - Resultados das análises bacteriológicas. Amostras A1 – 500mL A2 – 500mL A3 – 500mL A4 – 20L A5 – 20L A6 – 20L A7 – 20L A8 – 20L A9 – 20L A10 – 20L CT UFC/ 100mL CF UFC/ 100mL Cl. UFC/ 100mL Ps. UFC/ 100mL Ent. UFC/ 100mL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente É possível observar na Tabela 3 a ausência de coliformes totais, coliformes fecais, Clostrídios Sulfito Redutores, Pseudomonas aeruginosa e Enterococos. A Tabela 4 apresenta crescimento de outras bactérias não descritas na legislação. Tabela 4 - Crescimento bacteriano nas amostras de água mineral. Amostras A1 – 500mL A2 – 500mL A3 – 500mL A4 – 20L A5 – 20L A6 – 20L A7 – 20L A8 – 20L A9 – 20L A10 – 20L UFC/100mL 0 0 0 2.399 P.mirabilis 224 P. mirabilis 19 P. mirabilis e 06 Alcaligenes 0 1.027 P. vulgaris e 4.109 Serratia sp. 0 0 As amostras A4, A5, A6 e A8, apresentaram crescimento de outras bactérias. 43 Todas as amostras de água mineral apresentaram resultados negativos quanto à presença de coliformes totais, coliformes fecais, Clostrídios Sulfito Redutores, Pseudomonas aeruginosa e Enterococos, estando assim, dentro dos padrões propostos pela Resolução n°54/2000. Porém algumas destas amostras apresentaram crescimento de outros tipos de bactérias. A amostra A4, apresentou 2.399 UFC/100mL de Proteus mirabilis, enquanto a amostra A5 apresentou 224 UFC/100mL. A amostra A6 apresentou 6 UFC/100mL de Alcaligenes e 19 UFC/100mL de Proteus mirabilis e a amostra A8 apresentou 1.027 UFC/100mL de Proteus vulgaris e 4.109 UFC/100mL de Serratia sp. Resultado também apresentado por Resende (2008), que das dez marcas de águas minerais comercializadas no Distrito Federal que foram analisadas, nenhuma apresentou resultados positivos para a presença de coliformes totais e/ ou termotolerantes (fecais). Já na contraprova, quando foram utilizadas amostras de outro lote das referidas marcas, apenas uma amostra, apresentou resultado positivo para coliformes totais. Segundo Resende (2008), a presença de coliformes a 35ºC não significa necessariamente contaminação fecal, sendo, contudo, um poderoso indicador das condições higiênicas do processo. A presença de coliformes totais em água e alimentos, em alguns casos, pode não ser indicativa de contaminação fecal porque participam deste grupo bactérias cuja origem direta não é exclusivamente entérica. Este mesmo autor cita ainda que esse fato decorra da capacidade de colonização ambiental destes microrganismos, em especial do solo. Sendo assim, a presença de coliformes totais nestes materiais pode também estar relacionada a práticas inadequadas de sanificação e processamento desses produtos, ou mesmo sua recontaminação após estes procedimentos. Alves et al. (2002) analisaram microbiologicamente águas minerais em Marília, Estado de São Paulo, e encontraram 5,5% das amostras contaminadas por coliformes totais e nenhuma apresentou contaminação por coliformes termotolerantes. As amostras avaliadas neste estudo mostraram que 94,5% das águas minerais comercializadas na região de Marília estão aptas para o consumo. 44 De acordo com a Resolução n°54, para água mineral natural e água natural, devem estar ausente bactérias do grupo Coliformes totais e fecais, quanto aos padrões microbiológicos. Para Alves et al. (2002), o fato de ser encontrada uma amostra de água mineral contaminada permite afirmar que sua contaminação pode ter sido durante a fase de captação e processamento do produto. A legislação vigente para águas minerais, após sofrer atualização pela Resolução RDC5 melhorou o espectro microbiológico a ser avaliado, mas ainda é insuficiente para regularizar o controle de qualidade e aquém do que exige a legislação internacional (americana e européia) para o comércio. Por isso, o risco de contaminação da população pelo produto permanece. Avaliando a qualidade microbiológica de águas minerais consumidas na região metropolitana de Recife, no Estado de Pernambuco Coelho et al. (2010), verificaram a presença de bactérias do grupo coliformes totais em 46 amostras (38,33%), enquanto os coliformes termotolerantes estavam presentes em 12 amostras (10,00%), que as qualificaram como impróprias para o consumo segundo a legislação. Seis cepas de Escherichia coli foram isoladas das 12 amostras positivas para coliformes termotolerantes, o que representa um potencial risco à saúde do consumidor. Os autores citam que a presença de coliformes nas águas analisadas indica ser uma contaminação de origem externa, tornando-as impuras. Esta contaminação pode ter ocorrido na fonte, no envase (reutilização de embalagem sem a devida higienização) ou no transporte e armazenamento, no caso de a embalagem não ser absolutamente fechada. A presença de Escherichia coli indica poluição fecal, o que torna a água potencialmente prejudicial à saúde dos seus consumidores. No mesmo estudo, Coelho et al. (2010) confirmaram ainda a presença de Pseudomonas spp. em 24 amostras (20,00%), enquanto para Pseudomonas aeruginosa obteve-se positividade em 22 amostras (18,33%), encontrando-se em todas as dez marcas analisadas, o que as caracterizou como impróprias para o consumo, de acordo com a legislação vigente. Os autores afirmam que a presença de Pseudomonas spp. e 45 Pseudomonas aeruginosa nas amostras denota a provável contaminação durante o engarrafamento e armazenamento, visto que as embalagens de PVC (garrafões) são reutilizadas várias vezes, podendo, assim, contribuir em parte para a carga bacteriana do produto final, principalmente quando não são submetidas a uma lavagem e desinfecção eficientes. Ao se analisarem 44 amostras de água mineral de diferentes marcas, originárias do Estado do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e comercializadas em Vassouras, Estado do Rio de Janeiro, Sant’Ana et al. (2003) encontraram coliformes totais em 11 amostras (25%) e Escherichia coli em nove (20,4%). Os autores confirmam que tal fato indica falha nas boas práticas de fabricação da planta de processamento, no que concerne aos procedimentos de limpeza e sanificação, captação e embalagem, como já haviam afirmado também Alves et al. (2002) e Coelho et al. (2010). Os galões retornáveis são possíveis fontes de contaminação do produto, quando a sua inspeção, limpeza e desinfecção são negligenciadas. Alguns controles podem ser adotados visando-se reduzir a possibilidade de contaminação da água pelos galões, como: avaliação individual das embalagens retornáveis e rejeição daquelas com defeitos que comprometeriam a qualidade ou segurança do produto, desinfecção das embalagens e tampas, cuidados no transporte e armazenamento das embalagens (SANT’ANA et al., 2003). Segundo Sant’Ana et al. (2003), Pseudomonas. aeruginosa, Escherichia coli, Clostridium perfringens e estreptococos fecais não foram isolados em nenhuma das amostras. Das 44 amostras analisadas neste estudo, nenhuma se apresentou contaminada por Clostrídios sulfito redutores a 46°, Enterococos e Pseudomonas aeruginosa. Para Silva e Araújo (2003) foi expressivo o percentual de amostras com coliformes totais (90,8%) e fecais (65,8%), variando de 2 a mais de 1.600UFC/100ml. A Pseudomonas foi pesquisada por Farache Filho et al. (2008) em águas minerais não-carbonatadas em embalagens de 1,5 L, comercializadas em Araraquara, Estado de São Paulo, onde verificaram presença de Pseudomonas 46 aeruginosa em cinco amostras (4,5%) provenientes de quatro marcas (18,2%) diferentes, não atendendo ao padrão para água mineral. Estes mesmos autores verificaram que todas as amostras foram negativas para coliformes totais e coliformes fecais (Escherichia coli). Para Guerra et al. (2006), das 362 amostras de água coletadas do sistema principal 31 (8,56%) apresentaram contaminação por Psedomonas aeruginosa, enquanto que 12 (23,53%) das 51 amostras coletadas do sistema secundário apresentaram tal contaminação e nenhuma das amostras analisadas apresentou contaminação por bactérias do grupo coliforme. Farache Filho e Dias (2008) avaliando a qualidade microbiológica de águas minerais em galões de 20 litros verificaram que duas amostras (2,4%) de duas marcas (9,5%) estavam fora do padrão para coliformes fecais, 13 amostras (15,5%) de oito marcas (38,1%) estavam fora do padrão para coliformes totais, oito amostras (9,5%) de seis marcas (28,6%) estavam fora do padrão para Pseudomonas aeruginosa. Das 21 amostras de água minerais naturais analisadas por Cabrini e Gallo (2001), apenas duas, correspondentes a galões de 10 litros (cada uma pertencente a uma marca diferente) apresentaram-se contaminadas por coliformes totais. Das 69 amostras de água mineral analisadas por Dias (2008), todas as amostras de todas as marcas (100%) apresentaram ausência de coliformes fecais/Escherichia coli, duas amostras (2,9%) de uma marca (5,9%) apresentaram contaminação por coliformes totais, duas amostras (2,9%), de duas marcas (11,8%) apresentaram contaminação por Enterococos, três amostras (4,3%) de duas marcas (11,8%) apresentaram Pseudomonas aeruginosa. Tancredi e Marins (2003), avaliando a qualidade sanitária de águas minerais na cidade do Rio de Janeiro, constataram também a presença de bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes totais em 57,14% das amostras analisadas, revelando ser este um dos parâmetros responsáveis pela reprovação da qualidade. Encontraram ainda Pseudomonas aeruginosa em 57,14% das amostras. Nascimento et al. (2000), analisaram setenta amostras de duas marcas de água mineral provenientes de fontes da própria cidade e comercializada em São 47 Luís - Maranhão, do total de 100% das amostras, 35 (50%) de uma marca foram consideradas como impróprias para consumo humano. Guilherme e Silva (2000) analisaram 571 amostras de água, sendo que 333 amostras eram tratadas, 134 não tratadas, 44 minerais naturais e 60 para hemodiálise. Na comparação dos resultados numéricos e percentuais, chegou-se à conclusão que muitas destas amostras foram consideradas satisfatórias e liberadas para consumo, de acordo com a legislação vigente no país, embora tenha sido detectada a presença em muitas delas, de Psedomonas aeruginosa. Pesquisando sobre a identificação de Pseudomonas sp. na água tratada coletada em hospitais, Santos et al. (2007) encontraram 10 amostras positivas para Pseudomonas sp.; do total de 188 amostras analisadas, sendo o percentual de positividade de 5,32%. Segundo a Resolução - RDC nº. 54, de 15 de junho de 2000 - ANVISA Ministério da Saúde - Brasil a amostra é condenada quando for constatada a presença de Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes ou quando o número de coliformes totais e ou Enterococos e ou Pseudomonas aeruginosa e ou Clostrídios sulfito redutores for maior que o limite estabelecido para amostra indicativa. De acordo com a legislação citada acima, todas as amostras analisadas neste estudo estão dentro dos padrões exigidos. Para diminuir o risco de contaminações o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), através da portaria de número 387/2008, exige que a data limite de três anos, venha explicita nos vasilhames retornáveis de água. A legislação brasileira relativa a águas minerais tem melhorado bastante nos últimos anos, sugere-se uma melhoria na fiscalização em todo processo de industrialização e no ponto de venda da água mineral comercializada. A Tabela 5 mostra os resultados das análises quanto à contagem de bactérias heterotróficas. 48 Tabela 5 - Resultados das análises de bactérias heterotróficas. Amostras A1 – 500mL A2 – 500mL A3 – 500mL A4 – 20L A5 – 20L Heterotróficas UFC/mL 0 0 0 230 1.184 Amostras A6 – 20L A7 – 20L A8 – 20L A9 – 20L A10 – 20L Heterotróficas UFC/mL 837 39 4.346 989 4.350 Como se pode observar na Tabela 5, apenas três amostras (30%) não apresentaram crescimento de bactérias heterotróficas, sendo todas elas de embalagem de 500mL. Das amostras de 20L, apenas duas (20%) apresentaram valores abaixo de 500UFC/mL, estabelecido pela legislação e as outras 5 amostras (50%) apresentaram valores bem acima do permitido em legislação. Domingues et al. (2007) observaram que das 43 amostras de água de poços artesianos analisadas 23 (53,5%) resultaram em mais de 500 UFC/mL. Os autores citam ainda que o elevado percentual de amostras com UFC/mL acima do limite permitido pela portaria do Ministério da Saúde é preocupante, pois favorecem o aparecimento de doenças de veiculação hídrica que atingem, principalmente, crianças e idosos. Embora a legislação para águas minerais não determine as contagens de bactérias heterotróficas como parâmetro de qualidade, tomando-se como base a recomendação da Portaria nº 518 (BRASIL, 2004) para água de consumo humano, Coelho et al. (2010) verificaram que a maioria (65%) excedeu o limite de 500 UFC/mL preconizado na legislação brasileira. Nascimento et al. (2000) verificaram que, das 70 amostras de águas minerais provenientes de duas marcas, consumidas na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, 35 (50%) encontravam-se fora dos padrões para águas minerais, por ultrapassar o NMP para Psedomonas aeruginosa e contagem de bactérias heterotróficas acima dos padrões. Das 120 amostras de água do manancial subterrâneo de Feira de Santa na Bahia analisadas por Silva e Araújo (2003), 71,4% estavam com mais de 500UFC/mL. Das 84 amostras de 21 marcas (100%) analisadas por Farache Filho e Dias (2008), 52 (61,9%) apresentaram contagens elevadas (> 500 UFC/mL) para bactérias heterotróficas. 49 Para Farache Filho et al. (2008), grande parte das amostras (36,4%) proveniente de nove marcas (40,9%) tiveram contagem para bactérias heterotróficas maior que 500 UFC/mL, gerando dúvidas quanto à segurança e qualidade dessas águas para consumo humano. Das amostras analisadas por Guerra et al. (2006), apenas uma amostra do sistema principal apresentou contagem de bactérias heterotróficas acima do limite permitido (500 UFC/mL). Na maioria das amostras analisadas por Cabrini e Gallo (2001), verificouse contagem elevada de bactérias heterotróficas, o que sugere maiores cuidados com relação às condições higiênicas das unidades industriais, a fim de assegurar a boa qualidade do produto. Para Dias (2008), quarenta amostras (58%) de doze marcas (70,6%) analisadas apresentaram contagens acima de 500 UFC/mL para bactérias heterotróficas. Os dados encontrados para bactérias heterotróficas estão em conformidade com outros autores, que identificaram não cumprimento da legislação no parâmetro bactérias heterotróficas. A Tabela 6 mostra os resultados quanto à presença ou ausência de Acanthamoeba sp. Tabela 6 – Resultados quanto à presença ou ausência de Acanthamoeba sp. Amostras A1 – 500mL A2 – 500mL A3 – 500mL A4 – 20L A5 – 20L Acanthamoeba sp. Ausente Ausente Ausente Viável Viável Amostras A6 – 20L A7 – 20L A8 – 20L A9 – 20L A10 – 20L Acanthamoeba sp. Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Pode-se observar que das dez amostras analisadas, somente em duas (20%) amostras foi encontrada a presença de Acanthamoeba sp. viável. No restante ela estava ausente. Examinando diferentes marcas de água mineral vendidas na cidade do Rio de Janeiro, Salazar et al. (1982), verificaram que 90% das amostras permitiram o isolamento de protozoários, sendo que 60% delas foram positivas para amebas do gênero Acanthamoeba. 50 Para o autor, esses níveis de contaminação não deveriam ocorrer em águas servidas à população e provavelmente são devidas à falta de tratamento da água a ser engarrafada, pois os achados correspondem a levantamentos feitos em locais onde fatores diversos podem, ocasional ou permanentemente, contribuir para aumento da população microbiana. O mesmo ainda cita que por outro lado, como o principal alimento das amebas de vida livre são microorganismos, fica claro que elas aumentam em número com a contaminação bacteriana. Esses resultados apontam também para as falhas ao nível do processamento e do controle de produtos consumidos em larga escala, quase sempre como opção de quem deseja usar um produto mais limpo e seguro. Santos e Manus (2008) verificaram a presença de Acanthamoeba spp. em 31,4% do total de 156 amostras de água in natura, tratada, mineral e água de bandeja de sistema de ar condicionado. Das 121 amostras de diferentes águas analisadas por Santos et al. (2009), em Foz do Iguaçu – PR, 85 (70,25%) foram positivas para presença de cistos, sendo que 42 amostras eram águas tratadas com um índice de positividade de 66,67%, correspondendo a 28 amostras. O presente estudo apresentou resultados inferiores aos relatados por Salazar et al. (1982) e Santos et al. (2009). A Tabela 7 mostra os resultados quanto à verificação do potencial hidrogeniônico (pH) das amostras. Tabela 7 – Resultados do pH Amostras A1 – 500mL A2 – 500mL A3 – 500mL A4 – 20L A5 – 20L pH 7,53 6,70 7,57 6,75 7,66 Amostras A6 – 20L A7 – 20L A8 – 20L A9 – 20L A10 – 20L pH 7,69 8,59 8,44 8,52 8,15 De acordo com a Tabela 7, todas as amostras mostraram-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação, que segundo a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde recomenda que o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição. 51 Resultados também encontrados por Resende (2008), que avaliando o perfil microbiológico da água mineral comercializada no Distrito Federal, em relação ao pH, os resultados obtidos na primeira análise estavam dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. Guerra et al. (2006) também observaram que o pH de todas as amostras analisadas estava dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. Morgano et al. (2002) fazendo a avaliação físico-química de águas minerais comercializadas na região de Campinas (SP), os valores de pH obtidos (9,55 a 9,92) nas amostras foram sempre acima da faixa recomendada pela legislação brasileira que é de 6 a 9,5. Segundo os autores, este fato foi confirmado na análise de alcalinidade que indicou em duas épocas a presença de íons hidróxido e carbonato. O Ministério da Saúde determina que as águas minerais não devam apresentar alcalinidade em hidróxido. Nas demais águas analisadas pelos autores, os valores de pH estiveram próximos da neutralidade e dentro da faixa recomendada, sendo que a alcalinidade nestas amostras foi devida apenas à presença de íons bicarbonato. Silva e Araújo (2003) encontraram 82,8% de amostras com pH ácido, abaixo de 6,0, não atendendo ao recomendado legalmente em estudo sobre a qualidade da água do manancial subterrâneo em áreas urbanas de Feira de Santana (BA). 52 5 CONCLUSÃO As seis (100%) marcas de águas minerais foram aprovadas quanto à presença de coliformes totais, Escherichia coli, Clostrídios Sulfito Redutores, Pseudomonas aeruginosa, e Enterococos, pois não foi encontrada nenhuma bactéria indicadora de contaminação, estando às amostras em conformidade com a legislação. A contagem padrão de bactérias heterotróficas feita em meio Agar Count Plate (ACP), para verificação do controle higiênico na industrialização da água, em relação aos galões de 20 L, duas amostras (28%) analisadas apresentaram valores satisfatórios e cinco (72%) apresentaram valores insatisfatórios, considerando-se a legislação para água potável que fixa um valor máximo de 500 UFC/mL de água, uma vez que a legislação para água mineral não traz nenhum índice reprovatório para o número de bactérias heterotróficas em placas. O gênero Acanthamoeba sp. foi identificado em duas amostras (20%), porém a legislação não à menciona, este fato não as condena, sua qualificação serve para conhecimento de sua presença devido ao fato de ser uma ameba de vida livre isolada em praticamente todos os ambientes, como solo, água e ar. O pH de todas as amostras apresentou valores correspondentes aos preconizados pela legislação vigente. Portanto, do total de três amostras analisadas de embalagem de 500mL todas (100%) amostras apresentaram resultado negativo, em relação às sete amostras de embalagens de 20 litros analisadas cinco (72%) amostras apresentaram presença de bactérias heterotróficas acima de 500 UFC/100mL. Os dados obtidos nas análises comprovam que as amostras de embalagens de 20 litros apresentam maior nível de contaminação quando comparadas às amostras de embalagens de 500mL. Este fato justifica-se, pois os vasilhames de 20 litros são de maiores extensões e por isso estão mais susceptíveis a contaminação do que as embalagens de 500 mL, além de serem retornáveis sendo passíveis de contaminação, quando a sua inspeção, limpeza e desinfecção são negligenciadas. 53 O número de marcas com presença de bactérias foi relativamente alto, apesar de não condenar as amostras, representando riscos para o consumo e, demonstra negligência em alguma etapa da industrialização, seja ela, na retirada da água da fonte, lavagem dos garrafões, envase, higiene da maquinaria do processo ou mau acondicionamento do produto no ponto de venda. 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABINAM. Associação Brasileira das Indústrias de Água Mineral. 2010. Disponível em: <http://www.abinam.com.br>. Acesso em: 13 de ago. 2010. ALVES, J. M. P. Caracterização e filogenia moleculares de Acanthamoeba. 2001. 210 f. Dissertação (Doutorado em Ciências) - Instituto de Ciências Biomédicas, USP, São Paulo, 2001. 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