AU TO RA L TO EI DI R DE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES LE I PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO DO CU M EN TO PR OT EG ID O PE LA AVM FACULDADE INTEGRADA Por: Fabrício Sardella Rodrigues Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2013 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ESTUDO DE CASO DO DECLÍNIO DA QUALIDADE NO RESULTADO FINAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Sistemas Integrados em QSMS/SGI. Por: . Fabrício Sardella Rodrigues 3 RESUMO O objetivo deste trabalho é trazer ao conhecimento do leitor os principais pontos críticos para a implantação da Gestão da Qualidade Total nas instituições públicas e a exposição dos fatores que contribuem para o declínio da excelência nos serviços públicos prestados à sociedade, além de expor a importância da opinião pública para com o setor. Estará sendo focado neste trabalho, as ferramentas da qualidade, como a Gestão pela Qualidade Total, propriamente dita, a importância de sua implementação e gestão dos processos. A gestão e implantação de treinamentos e capacitação dos indivíduos das instituições. A gestão e implantação do programa de qualidade de vida no trabalho, para auxiliar nas questões pertinentes à manutenção da qualidade das instituições. Sua importância com relação aos fatores que interferem a harmonia do ambiente no local de trabalho, da motivação, das relações interpessoais no trabalho e na sociedade, enfim, os fatores humanos que contribuem para qualidade e sucesso das organizações. A pesquisa foi realizada observando o quadro atual das instituições públicas, descrevendo os modelos e ferramentas já utilizadas na Gestão da Qualidade em algumas organizações observadas. A fundamentação teórica deste trabalho foi elaborada a partir da pesquisa exploratória, descritiva, qualitativa e bibliográfica. Pela execução deste estudo, ficou evidenciada a necessidade de melhoria contínua da Gestão da Qualidade nas instituições públicas e a importância da gestão dos recursos humanos nas mesmas. 4 METODOLOGIA Após várias pesquisas e experiências adquiridas na administração pública federal, foi constatada a inconsistência e fragilidade do sistema de gestão da qualidade no setor público. Junto a esta constatação, está o descaso observado nos procedimentos e na rotina dessas instituições públicas. Esse esforço para detalhar essas etapas e a metodologia aplicada, está diretamente associado às experiências no cotidiano das atividades no serviço público, que apresentam pontos críticos que, constatando analiticamente, atrapalham no desenvolvimento das instituições e organizações, causando vários danos na estrutura interna e, conseqüentemente, falta da qualidade no serviço prestado ao cidadão. Foi também usada na elaboração deste trabalho, a pesquisa bibliográfica e documental. Consultas bibliográficas de conceitos e dados, que incluem livros, artigos científicos e internet. Enfatizo a importância de creditar os méritos deste trabalho à uma renomada instituição pública federal, que foi o objeto de observação e estudo nesta pesquisa, assim como a colaboração de alguns servidores com suas experiências profissionais e pessoais. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 06 CAPÍTULO I - A GESTÃO DA QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS 08 CAPÍTULO II – POR QUE IMPLANTAR A QUALIDADE TOTAL NA INSTITUIÇÃO PÚBLICA? 14 CAPÍTULO III – TREINAMENTO – UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA QUALIDADE 18 CAPÍTULO IV - A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E AS INSITITUIÇÕES PÚBLICAS 23 CONCLUSÃO 35 BIBLIOGRAFIA 37 ÍNDICE 39 6 INTRODUÇÃO O mundo decorrente da globalização passa por diversas transformações sociais, políticas e econômicas. Isso aponta para a importância da evolução e adaptação da postura do setor público neste contexto. A iniciativa privada trabalha constantemente para a busca da satisfação do cliente, envolvendo todos na organização para atingirem as metas estabelecidas. Esta é a proposta da Gestão pela Qualidade total, no qual o setor público também deve ser inserido. Sempre que falamos sobre serviços públicos prestados no Brasil, associamos à má qualidade, corrupção, descaso, falta de comprometimento, comodismo, desmotivação e etc. São vários os adjetivos associados ao setor público, seja ele no escopo Municipal, Estadual ou Federal. Apesar dos esforços de poucos para manter a dignidade da instituição ou do setor, são raros os casos contrários. A grande maioria dos membros destas instituições não está interessada em manter o empenho no comprometimento com relação ao verdadeiro significado da palavra “serviço público”. O sentimento de insatisfação é notório na opinião pública, quando se diz respeito aos Serviços Públicos. Essa discussão polêmica, que influenciou esta pesquisa, traz a tona os problemas encontrados no Sistema de Gestão da Qualidade das instituições públicas e a falta da manutenção do mesmo. Assim como os principais pontos críticos que favorecem para o declínio da instituição em geral e na perda da qualidade nos serviços prestados. O objetivo deste trabalho é levar ao leitor alguns pontos críticos que são chave para a melhoria da qualidade no serviço público e a implementação do Sistema de Gestão, visando a Qualidade Total, nas instituições dos âmbitos federais, municipais e estaduais. Possibilitando a 7 minimização gradativa da perda da excelência na prestação de serviços e produtos e a introdução de nova cultura no setor público. Abordaremos também os fatores recursos humanos, que uma vez se constitui como gravame e forte influente nas questões interpessoais dos funcionários, o comportamento humano diante de fatores como motivação, temperamento, segurança, saúde psíquica e etc. Enfim, questões influenciam drasticamente nos resultados e interferem nos objetivos da instituição acarretando a perda de qualidade nos serviços prestados. 8 CAPÍTULO I A GESTÃO DA QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS Podemos definir o conceito de qualidade total de várias formas. É um conceito basicamente bem amplo e bem dinâmico. Tem suas características no âmbito interno, com a eliminação de fatores negativos, quanto externo, atentando para as necessidades do mercado e seus clientes. No caso das instituições públicas, os principais clientes são os usuários dos serviços, que envolve tanto instituições públicas ou privadas, quanto grupos ou indivíduos. Para Moura (1999), a qualidade é definida como sendo a conformidade entre o que se produz com aquilo que o cliente quer, de modo que suas expectativas sejam superadas e sua satisfação alcançada. Para atingirmos esse conceito na prática, é necessário a implementação e gestão da qualidade total nos diversos processos internos e externos das organizações. Assim, as instituições públicas também necessitam dessa implementação para o alcance de suas metas e objetivos, dentro dos conceitos e padrões da qualidade. Sistema de gestão da qualidade é apenas um conjunto de recursos e regras mínimas, implementado de forma adequada, com o objetivo de orientar cada parte da empresa para que execute de maneira correta e no tempo devido a sua tarefa, em harmonia com as outras, estando todas direcionadas para o objetivo comum da empresa: ser competitiva (ter qualidade com produtividade). (MARANHÃO, 2005). 1.1 Princípios da Gestão da Qualidade Segundo a ABNT/CB-25, são 08 os princípios de Gestão da Qualidade, sendo assim, seguem os conceitos: 9 Organização focada no cliente • Deve-se estar atento às necessidades dos clientes, atendendo seus requisitos e suas expectativas. Com isso, pode-se mensurar o grau de satisfação dos mesmos, atuando nos resultados e gerenciando toda a relação instituição/clientes; • Liderança É um ponto importante para implementar o ambiente interno, no qual os participantes se tornem completamente envolvidos com os processos e, conseqüentemente, atingindo satisfatoriamente os resultados objetivados; • As Envolvimento de Pessoas pessoas constituem na essência das instituições e organizações. Seu envolvimento traz a tona o desenvolvimento de suas capacidades, que resultam no benefício da Instituição; • Enfoque de processo Nota-se que um resultado esperado é atingido mais eficientemente quando é tratado e gerenciado como um processo. Quando se aplica esse método, podemos identificar as etapas, mensurando todas elas, avaliando os riscos, custos, objetivos e metas; • A Enfoque Sistêmico para a Gestão identificação; compreensão e gerenciamento de um determinado sistema de processos inter-relacionados para um dado objetivo melhora a eficácia e a eficiência da organização; • Melhoria Contínua A melhoria contínua deveria ser um objetivo permanente da organização; 10 • Enfoque Factual para a tomada de Decisão Decisões eficazes são baseadas em análises de dados e informações; e • Relacionamento Mutuamente Benéfico com o Fornecedor Uma organização e seus fornecedores são interdependentes, e um relacionamento mutuamente benéfico aumenta a capacidade de ambos criarem valor. Nota-se que as instituições públicas por terem seus processos de mudanças baseados na política, não possuem capacidade para gerir seus processos com a qualidade teoricamente proposta. Para Deming (1990), ao abordar problemas do serviço público norte americano, afirma que: “O método para realizar a mudança é sempre político, necessitando de aprovação do Congresso. Mas estamos vendo, agora, mudanças importantes nas regulamentações, que aumentam o potencial para revoluções a cada troca de governo. Nosso sistema político, que elege os funcionários mais graduados para o serviço federal, precisa compreender, acima de tudo, a importância da constância de propósito e a importância do conhecimento. Administradores nomeados politicamente precisam compreender os 14 pontos, bem como as doenças mortais e os obstáculos. Somente depois é que eles podem se colocar no papel de líderes”. Esses pontos, idealizados por ele, são princípios que fundamentaram os ensinamentos ministrados a altos executivos no Japão na década de 50 e que, de acordo com ele, podem ser aplicados a pequenas e grandes empresas. Deming percebe essa dimensão político-institucional e os obstáculos que interferem no processo de inovação na administração pública. Para ele, a filosofia básica pressupõe a idéia de que a qualidade e a produtividade aumentam à medida que a “variabilidade e a imprevisibilidade” do processo diminuem. Deming (1990) enfatiza que, para o alcance da excelência, há necessidade da aplicação de métodos estatísticos de controle, 11 bem como a valorização da participação e da educação das pessoas. Nesse sistema, inclui-se também a idéia de corrente de clientes em que se sensibiliza e responsabiliza a alta administração pela identificação das necessidades dos clientes, desde o estágio de transformação de insumos até o produto final. Deming (1990) também foi um grande divulgador do “Ciclo Shewhart” ou “Ciclo PDCA” – plano de ação que visa encontrar a solução de problemas e a melhoria contínua. 1.2 Ciclo PDCA Conhecido inicialmente como Ciclo Shewart, em 1930. Depois Deming o levou ao Japão, na década de 50, e ficou conhecido como ciclo Deming. Hoje é conhecido como Cilco PDCA. Ele nos mostra como podemos controlar e padronizar os procedimentos técnicos de uma instituição ou organização. Ele representa uma mecanização das atividades intelectuais do trabalho e a ampliação dos instrumentos de controle gerenciais. Ele nos permite ajustar os procedimentos, dando saltos para o desempenho e para a melhoria contínua, possibilitando o renovo do conhecimento e aprimoramento das técnicas executadas. Assim temos a descrição: P – plan (planejar); D – do (fazer); C – check (checar); e A – action (ação corretiva). 12 Figura 1 - Ciclo PDCA de melhoria (Extraído de SILVA, 2006) • Planejar (P) Basicamente é o estabelecimento de um plano composto de metas, assim como pelos meios que permitirão atingi-los, acompanhados do respectivo cronograma. • Executar ou fazer (D) Nesta etapa, o plano é executado através de tarefas específicas, devendo-se colher dados com o propósito de posterior controle do processo. Antes da execução do plano há uma etapa fundamental: o treinamento decorrente daquelas. Obviamente ele será iniciado previamente. A execução, o fazer, corresponde ao processo. Aqui é onde as causas começam a agir sobre os efeitos. Portanto é o momento que corresponde ao monitoramento dos itens de verificação. No exemplo da dona de casa preparando o bolo, é durante a elaboração deste que os itens de verificação são testados. 13 • Checar (C) Findando-se o processo, temos o produto ou serviço pronto, já elaborado, manifestando-se nele uma série de efeitos. Portanto é a oportunidade adequada para comparar as metas definidas em P com os resultados obtidos, medidos através dos itens de controle. • Ação corretiva (A) No caso de serem comprovados desvios entre as metas estabelecidas e os resultados obtidos, a gerência deverá fazer correções tendentes a sua neutralização. O Programa de Gestão pela Qualidade Total foi implantado em uma instituição pública municipal, e, durante esta implantação, foi notado uma diminuição do número mensal de alguns indicadores críticos na produção. Alguns deles foram: Diminuição do número mensal de cópias de 15.300 para 7.000 cópias, redução do ciclo de compras isentas de 28 a 7 dias. No setor de atendimento ao público e seu respectivo gerenciamento, foi computado a redução de 9% para 1% no atraso do processo de pagamento de forma a garantir os tramites até o setor de tesouraria entre outros. (GERSON, 2001). Este exemplo nos mostra as vantagens e os frutos colhidos ao se implantar o Sistema de Gestão pela Qualidade Total em departamentos do âmbito público. 14 CAPÍTULO II POR QUE IMPLANTAR A QUALIDADE TOTAL NA INSTITUIÇÃO PÚBLICA? Empresas privadas são submetidas às grandes exigências competitivas do mercado. Já nas instituições públicas, a cobrança é mais amena, pois não estão inseridas no circuito competitivo com as demais instituições do setor público. As instituições públicas, por possuírem amparo executivo e político se diferenciam das organizações privadas nesses quesitos, e, freqüentemente, observamos os resultados negativos deste processo. Como resposta ao negativismo cultural, implantado ao longo dos anos pelo descaso do setor público, levantou-se a questão da implantação, adaptação e reciclagem da Gestão pela Qualidade Total nas instituições públicas. 2.1 Cenário Atual Na análise do processo de Gestão da Qualidade Total, na grande parte das Instituições públicas, atualmente verificam-se os seguintes pontos críticos: Falta de padronização das tarefas. Falta de metodologia para identificar os problemas e como combatê-los. Falta da transparência e desinteresse com as necessidades dos clientes. Falta de clareza na identificação de metas e objetivos. Falta de motivação pessoal, oriunda da falta de competitividade no setor. Falta de capacitação pessoal. Falta de gerenciamento eficiente. 15 No tocante aos problemas citados, acabam se manifestando na forma de incompetência administrativa, acarretando no alto custo para as instituições e a imagem empobrecida diante da opinião pública. Estes pontos negativos foram observados no estudo do caso da instituição pública estudada, revelando-nos a insatisfação dos servidores e uma considerável baixa na produtividade e no resultado final, colocando em evidência a questão da má Gestão da Qualidade na Instituição. Apesar do histórico desta instituição ser consideravelmente bom, no tocante ao crescimento e na opinião pública, o cenário real mostra uma falta de transparência nos reais resultados, falta de motivação e baixo índice de capacitação dos funcionários. Levando em consideração o fato de terem certificação no sistema de gestão da qualidade segundo a Norma NBR ISO 9001:2000, não garante que a instituição tenha qualidade. A falta de um padrão de acompanhamento aos desempenhos das atividades, acrescido ainda de falha no sistema de identificações e registros de não conformidades e ações corretivas, resultam em deficiência no processo de melhoria contínua da instituição. A adoção de um sistema de gestão da qualidade mais eficiente representa uma forte ferramenta para uma mudança cultural e auxílio ao crescimento das instituições públicas. 2.2 Desafios O grande desafio no processo implantação da gestão da qualidade nas instituições públicas, em particular, tem sido a sensibilização em investir em algo que se desconhece e a aversão à mudanças, que são necessárias quando falamos em Qualidade Total. O medo ainda é um gravame para as instituições públicas no sentido à implantação deste sistema. 16 A quebra de paradigmas com relação à implantação da Gestão da Qualidade também se torna um fator crítico. Quando se fala em “programa da qualidade” muitas instituições são resistentes por acreditarem que o sistema de gestão da qualidade burocratiza os processos, custa muito caro aos cofres públicos e etc. A experiência de organizações que adotaram o sistema de Gestão pela Qualidade Total se constitui num possível incentivador para implantação nas instituições públicas. Nos procedimentos iniciais de identificação das fragilidades existentes na organização e a possibilidade de enxergar os processos como um todo, implantando ações de correção dos rumos da organização. Estabelecendo os objetivos e metas, dando senso de direção aos gestores, possibilitando que as pessoas passem a trabalhar por uma causa ou objetivo específico, trazendo motivação e comprometimento. Com a melhoria do clima interno da organização e o alcance dos objetivos e metas, surgem os resultados que refletem diretamente na satisfação os envolvidos e principalmente no financeiro. Dando assim, sustentabilidade e credibilidade à imagem da organização. Para isso, deve-se desconstruir a idéia de que a implantação do sistema de gestão da qualidade seja um processo complicado e burocrático. Isso não significa que não será trabalhoso, pelo contrário, trará muito esforço e, principalmente, exige da instituição decisão e determinação. Essa decisão estratégica para a instituição pública, em particular, necessita de algumas ferramentas, tais como, consultorias, literaturas, experiências, que estimulem e orientem neste sentido. A disseminação dos conceitos da qualidade também é benéfica para o compartilhamento de informações sobre os benefícios que acarretam na implantação do modelo, além de desenvolver entre os envolvidos, princípios de liderança e visão sistêmica dos processos internos e externos das instituições. 17 Nesse sentido, trabalhar na implantação do programa de qualidade e gestão torna-se mais receptível para as instituições públicas que estão, na grande maioria, fora desses conceitos. Os gestores devem desenvolver esses conceitos, disseminando as idéias. A iniciativa deve acontecer de maneira natural pelas instituições públicas. O senso para a implantação da melhoria contínua deve ser priorizado, visando à satisfação dos clientes e da sociedade de modo geral. 18 CAPÍTULO III TREINAMENTO UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA QUALIDADE Analisando uma empresa privada, por exemplo, vemos que o seu esforço para aperfeiçoamento a melhoria de seus contínua está colaboradores. concentrado no constante Funcionários são treinados constantemente para aprimorar suas técnicas e seu perfil, que influenciam drasticamente produto final e geram perdas ou ganhos para a empresa. Empresas privadas, na maioria dos casos, priorizam o desenvolvimento e o treinamento dos seus funcionários, que é fundamental para o crescimento da organização. Nas instituições públicas, em geral, não vemos esse esforço para o aperfeiçoamento do conhecimento profissional dos seus servidores. Chiavenato (2010) afirma o seguinte: O treinamento é um meio de desenvolver competências nas pessoas, com isso elas se tornam mais produtivas, criativas e inovadoras, contribuindo para o sucesso organizacional. Desta forma, o treinamento é uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam para os resultados dos negócios, agregando valor às pessoas, à organização e aos clientes. Chiavenato (2010) define ainda mais o entendimento por treinamento como um processo de desenvolvimento, em curto prazo, das qualidades nos recursos humanos para habilitá-los a serem mais produtivos e contribuir melhor para o alcance dos objetivos organizacionais. Esse processo envolve o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos funcionários para o aumento da produtividade e capacitação para o indivíduo no desempenho de seu cargo. É uma ferramenta que deve ser usada para o presente, querendo melhorar as capacidades e habilidades com o 19 desempenho imediato do cargo. Já o desenvolvimento, embora similar aos métodos do treinamento, tem o foco em cargos a serem preenchidos futuramente nas instituições, gerando habilidades e capacidades que serão requeridas. Já Bastos (1994) esclarece que: “A maioria dos autores concorda que o treinamento é a educação que visa adaptar o homem a determinada atuação sistemática (profissional ou não). Da mesma forma, desenvolvimento seria a educação que visa ampliar e aperfeiçoar o homem para seu crescimento.” Figura 2 - Tipos de mudança de comportamento através do treinamento (Extraída de CHIAVENATO, 2010, p. 368). Desta forma, a gerência de recursos humanos da instituição tem o compromisso em gerir estas etapas e promover constantes treinamentos para o benefício da instituição, bem como a capacitação e aprendizado do profissional. 20 A gerência de recursos humanos afeta a vantagem competitiva em qualquer empresa, através de seu papel na determinação de qualificações e da motivação dos empregados e do custo da contratação e do treinamento. Em algumas indústrias, ela é a chave para a vantagem competitiva. (PORTER, 1985, p.39) O treinamento e o aperfeiçoamento profissional são fundamentais para a melhoria dos serviços prestados nas instituições, bem como fundamental para o aumento do comprometimento e o valor pessoal do funcionário. Funcionário bem treinado e constantemente aperfeiçoado é funcionário mais feliz, pois ele se sente melhor aproveitado e acreditado. Nas instituições públicas, verificamos que na maioria dos casos o índice de treinamento e aperfeiçoamento dos funcionários decai drasticamente, influenciando na insatisfação individual e provoca reflexo na motivação pessoal dos funcionários, além de trazer vários prejuízos à instituição, como os econômicos. Chiavenato (2010) enfatiza que as pessoas são as grandes responsáveis por fazerem as coisas acontecerem e que elas conduzem os negócios, produzem resultados e prestam serviços excepcionais. Isto nos mostra a importância da execução e gestão do treinamento e desenvolvimento pessoal. 21 Figura 3 - As quatro etapas do processo de treinamento (Extraída de CHIAVENATO, 2010, p. 372) Treinamento é um processo educacional de curto prazo, aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. (CHIAVENATO, 2010, p. 367) O treinamento é um processo árduo, crítico e permanente. Ele deve ser observado e receber atenção especial das instituições, pois este é um grande trunfo para a melhoria da qualidade organizacional. Treinamento é um processo sistemático de alterar o comportamento dos empregados na direção do alcance dos objetivos organizacionais. O treinamento está relacionado com as atuais habilidades e capacidades exigidas pelo cargo. Sua orientação é ajudar os empregados a utilizar suas principais habilidades e capacidades para serem bem sucedidos. (CHIAVENATO, 2010, p. 367) 22 As instituições públicas só tendem a ganhar com uma boa implantação e gestão desse processo de treinamento. Devemos destacar a melhoria do conhecimento e das aptidões dos servidores, contribuição com os ganhos de produtividade, melhoria da qualidade dos produtos e serviços prestados, prevenção de conflitos e melhoria das aptidões interpessoais. “O treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultam em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e a exigência dos papéis funcionais”. (MILKOVICH, 2000, p. 338) Podemos afirmar que a falta desses conceitos nas organizações em geral e particularmente nas instituições públicas tornam-se um grande mediador para a decadência da produtividade e do crescimento institucional. O comprometimento da Alta Direção, juntamente com os Gestores da Qualidade e o departamento de Recursos Humanos da instituição, deve estar focado em trabalhar esses pontos para a melhoria contínua da produção. Isso nos mostra a necessidade urgente que carece o setor público, que deprecia sua reputação e defasa sua mão de obra, que se constitui no seu maior patrimônio. 23 CAPÍTULO IV A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS Quando pensamos em Qualidade de Vida no Trabalho associamos erroneamente aos benefícios. Não podemos confundir esse conceito. A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) está relacionada à cultura da organização, seus valores, sua filosofia, sua missão. Podemos perceber que nas instituições públicas, o conceito de QVT não está atrelado diretamente à esses valores, portanto, torna-se fator crítico para alcançar a Qualidade Total na Instituição. Para Campos (1992), os mais importantes conceitos dos programas de qualidade de vida estão na premissa de que, somente se melhora o que se pode medir. Os funcionários devem ser vistos como partes fundamentais para a organização, e para isto, devem ser considerados como um todo. Para esse controle, a instituição demandaria de tempo e investimento. Os funcionários públicos, da instituição estudada, demonstram características da baixa qualidade de vida no trabalho. Os desgastes emocionais proporcionados pelo ambiente de trabalho desapropriado, a falta de união, problemas inerentes da falta de equidade e conflito de valores dos funcionários demonstram a instabilidade que a instituição se encontra, diminuindo sua capacidade de produtividade. A instituição deveria se preocupar em criar ações para prevenção e programas de QVT, para auxiliar os funcionários a permanecerem equilibrados, pois desta forma, tende-se a ganhar mais. Cuidar do bem estar dos indivíduos e da segurança dos mesmos no seu ambiente de trabalho é fundamental para 24 garantia de melhor produtividade e qualidade no trabalho, além de trazer uma maior satisfação na vida pessoal (CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN, 2006). A proposta de QVT é proporcionar um ambiente de trabalho harmonizada e agradável para as pessoas, de modo que a organização também seja induzida neste conceito saudável e aprimore suas competências, tanto quanto seu crescimento econômico. Sendo assim, a qualidade no resultado final desta é diretamente envolvida neste crescimento organizacional. A busca constante por um ambiente humanizado é uma arte entre tantas atribuições da QVT. A idéia básica consiste em aproveitar as habilidades mais refinadas dos trabalhadores, buscando assim um ajustamento entre tecnologia, tarefas e empregados. (CAVASSANI; CAVASSANI; BIAZIN. 2006, p.3), Isso nos mostra que a QVT não está somente relacionada com os acidentes de trabalho e outros fatores. Ela está diretamente envolvida com todos os setores da organização. Nas instituições públicas os gestores devem se preocupar em desenvolver e introduzir programas de QVT, atuando como agentes investigadores das causas de insatisfação dos funcionários, tanto nos motivos familiares quanto nos relacionados com o próprio trabalho e vida social. Dando suporte para o crescimento e desenvolvimento desses conceitos dentro da organização, pois esses fatores consideravelmente afetam o ambiente de trabalho, refletindo e interferindo na qualidade e na produtividade da produção, seja o caso que for. 25 Figura 4 - A dosagem perfeita para o QVT: convergência (Extraída de CHIAVENATO, 2010, p. 491). 4.1 Motivação Pessoas podem ser motivadas para o bem ou para o mal, expondo o que elas têm de melhor ou pior. Segundo Chiavenato (2010), motivação é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) ou também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo. 26 No caso da Instituição pública estudada, em particular, foi percebido uma falta de motivação por parte dos gestores, para com seus servidores/colaboradores, gerando comodismo e perda do conhecimento em longo prazo, sem falar no impedimento do avanço tecnológico na instituição. O baixo compromisso com o servidor, os obstáculos políticos impostos na administração pública que refletem diretamente na inovação na administração, o empasse nos projetos propostos, isso tudo afeta negativamente a qualidade no produto final, que é entregue aos clientes. O resultado de um sistema eficaz de comportamento organizacional é a motivação que quando combinada com as habilidades e capacidades do empregado, resulta na produtividade humana. (DAVIS E NEWSTRON, 1991, p.47). Os funcionários são o bem patrimonial mais precioso das Instituições. Eles devem receber o melhor que as instituições podem oferecer, não protelando o aperfeiçoamento dos seus funcionários, mas sim, investindo e acreditando sempre em seus talentos. As instituições devem atentar para as necessidades dos seus servidores. As pessoas carecem de motivação para alcançar seus objetivos, sejam eles conhecidos ou não. Os fatores motivacionais irão influenciar diretamente no comportamento do individuo e no seu desenvolvimento dentro da instituição. Embora não haja respostas simples para a questão da motivação, um importante ponto de partida reside na compreensão das necessidades do empregado. (DAVIS E NEWSTRON, 1991, p.28). É difícil identificar a diferença entre os termos motivação e satisfação no contexto empresarial. Archer (1978), um renomado estudioso do comportamento humano nas organizações, ressalta que existem distinções entre os fatores que motivam o empregado e aqueles que geram satisfação no 27 trabalho. O funcionário busca motivação para alcançar um objetivo, e assim, se satisfazer. Assim funcionam as organizações, os funcionários buscam motivação para atingir um determinado objetivo, por exemplo, o desejo de conseguir um determinado cargo na organização. Ele se motiva a se empenhar para galgar uma promoção, ou seja, criou-se a necessidade de se ter aquele cargo. Por isso, Archer conclui que, não se pode motivar uma pessoa. O que pode ser feito é criar novas necessidades ou despertar aquelas que já estão latentes, para que o indivíduo se motive a alcançá-las. 4.2 Absenteísmo nas instituições públicas Apresenta-se também como ponto crítico no processo produtivo das instituições públicas, principalmente na instituição estudada, a questão do absenteísmo funcional. Podemos definir o absenteísmo como ausência ao trabalho por qualquer razão: doenças, acidentes de trabalho, direitos legais como, por exemplo, doação de sangue, participação em júris ou eleições e licença maternidade, fatores sociais (como doença de parentes, por exemplo), fatores culturais extras ou intra-empresariais como emendar feriados, copa do mundo, feriados religiosos não oficiais, legalização de uma falta gerada por outra motivação não relacionada à saúde e etc.” (STOCKMEIER, 2004) Podemos definir absenteísmo também como a soma dos períodos em que os funcionários se encontram ausentes do trabalho, por qualquer motivo, seja justificado ou não. Ele serve para medir o nível de comprometimento que o funcionário tem com a empresa ou organização, além de identificar problemas ocupacionais. 28 Temos como exemplos de Faltas Legais os afastamentos por casamento, paternidade ou maternidade, falecimento de parentes. Os demais afastamentos são considerados como absenteísmo, tais como: faltas sem justificativas, atestados médicos, suspensões. Para isso, as organizações adotam as seguintes medidas: Advertências e demissões. Isso acarreta em mais tempo e investimento para admissão de nova mão-de-obra. No caso das instituições públicas, observamos que o servidor não NE demitido, pois está coberto pelo disposto na Lei 8112/1990, no seu artigo 21: O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. No Brasil, as instituições públicas são caracterizadas ineficientes devido ao alto índice de absentismo, que pode variar conforme a gestão administrativa atual. Souto (1980) enfatiza que o absenteísmo é o oneroso problema sócio-ecnonômico, do qual as organizações se deparam diariamente, acarretando perdas financeiras e baixa produtividade. 4.3 Necessidades pessoais O ser humano possui algumas necessidades de origem interna e externa, tais como a necessidade de aptidão, interesses e habilidades, para realizar determinada tarefa, também aquelas que são os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos almejados. Algumas dessas são primordiais que este esteja bem motivado para alcançá-las. Por isso o 29 ambiente de trabalho e suas condições são importantíssimos para esta motivação pessoal. Temos ainda as necessidades básicas que também merecem ser destacadas, como a necessidade de segurança, que leva o indivíduo a buscar autodefesa, proteção contra uma ameaça externa; a necessidade de participação, pois o homem é um ser social que vive em grupo e que tem necessidade de estar participando de algo; a necessidade de autoconfiança; necessidade de afeição e etc. 4.4 Higiene e Segurança do trabalho – cuidados com a saúde dos funcionários. Outro grande fator de importância para a saúde dos funcionários, tanto psicológica quanto física, são os programas de higiene e segurança do trabalho. Chiavenato (2002) enfatiza que as pessoas passam maior tempo na empresa em um local de trabalho que se constitui seu habitar. Ele define: Higiene do trabalho está relacionada com a busca de condições de trabalho saudáveis e higiênicas. Segundo Chiavenato (2010), ‘a higiene do trabalho está relacionada com as condições ambientais de trabalho que assegurem a saúde física e mental e com as condições de saúde e bem-estar das pessoas’. Para ele, um ambiente saudável de trabalho é aquele em que proporciona condições ambientais físicas que atuem positivamente sobre os órgãos dos sentidos humanos, como visão, audição, olfato e paladar. E sobre a saúde mental, deve-se atentar para as condições psicológicas e sociológicas, que devem também atuar de maneira positiva sobre o comportamento pessoal, evitando impactos emocionais como o estresse. 30 Higiene do Trabalho refere-se a um conjunto de normas e procedimentos que visa a proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes a tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. Relaciona-se com o diagnóstico e prevenção das doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho. (CHIAVENATO, 2010, p. 471) O estresse é um agente causador de perda de produtividade e qualidade dentro das organizações. O estresse no trabalho está relacionado diretamente a dois fatores causadores: causas pessoais e causas ambientais. Chiavenato (2010) enfatiza que o estresse é um conjunto de reações física, química e mental de uma pessoa, proveniente de estímulos do próprio ambiente que o cerca. O estresse surge quando a pessoa se depara com uma reação de terceiros, uma oportunidade exposta ou uma demanda relacionada com o que ela deseja. Segundo Chiavenato (2010), as pesquisas realizadas mostram que o ruído ambiental decorrente de máquinas funcionando, pessoas conversando e telefones tocando contribui para o estresse em 54 % das atividades de trabalho. As reações ao estresse são das mais diversas, considerando que cada indivíduo reage a uma situação de várias maneiras. 31 Figura 5 - Os estressores na vida de cada pessoa. (Extraída de CHIAVENATO, 2010, p. 474) O trabalho em si, é um fator extremamente importante para a saúde de muitas pessoas, promovendo a realização do indivíduo em seus vários níveis, mas por outro lado, pode constituir-se num fator desencadeante de uma série de problemas psíquicos. Assim, a relação existente entre a saúde mental e o trabalho depende, entre outros, das características intrínsecas do cargo – monotonia, risco de vida,nível de ruído etc. - ambiente de trabalho, ambiente familiar e aspectos sociais, políticos e econômicos do país. (CARVALHO E NASCIMENTO 2004). Com relação à segurança do trabalho propriamente dita, nos trás a tona as seguintes propriedades da qual está relacionada com sua competência: Prevenção de acidentes, prevenção de incêndios e prevenção de 32 roubos. A principal, que interfere diretamente no foco desta pesquisa é a questão da prevenção de acidentes. Esta deve ser considerada principalmente em instituições onde ocorrem serviços periculosos e insalubres. A atenção da instituição para a questão da segurança do trabalho deve ser prioridade fundamental, pois se trata de um dos agentes para a interferência na qualidade da instituição. Os acidentes com ou sem afastamento tem grande influencia direta na produção da instituição. Segurança do trabalho é o conjunto de medidas de ordem técnica, educacional, médica e psicológica, utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. (CHIAVENATO, 2010, p. 477). Acidentes custam caro e são péssimos indicadores para imagem e a qualidade da instituição, além de proporcionarem tragédias para os envolvidos e as famílias dos mesmos. Um acidente com vítimas fatais proporciona muito mais trauma do que a mera perda econômica, tanto para a instituição, quanto para os demais funcionários. A negligência ou a falta de programas de prevenção de acidentes dentro das organizações causam sérios problemas legais. Conforme Chiavenato (2010), os acidentes no Brasil são freqüentes e não premeditados, ocorrendo pelo menos um acidente por dia, proporcionando 370.000 acidentes por ano. Esse número nos dá uma idéia da perda econômica que é causada nas organizações. Isso, transferindo para o setor público, reflete na lentidão no qual estamos acostumados a perceber. 33 Figura 6 – Os acidentes no trabalho e sua classificação. (Extraída de CHIAVENATO, 2010, p. 478). Chiavenato (2010) define os acidentes como: • Acidente sem afastamento – acidente em que o trabalhador não sofre danos e volta imediatamente para o posto de trabalho. Não é considerado como grave ou freqüente, embora seja feito todos os procedimentos de administrativos. • Acidente com afastamento – esse provoca o afastamento do funcionário e pode ser classificado como: incapacidade temporária; incapacidade parcial permanente; e incapacidade permanente total. 4.5 Ergonomia 34 A ergonomia é outro fator importante no quesito da qualidade de vida do funcionário. Na definição de Murrel (1949), ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para os engenheiros conceberem ferramentas, máquinas e conjuntos de trabalho que possam ser utilizados com máximo de conforto, segurança e eficiência. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ergonomia se define com a aplicação das ciências biológicas humanas e o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu trabalho, cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho. É um conjunto de ciências e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho. Conforme a NR17, no item 17.1, diz o seguinte: Estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Ela dispõe também os parâmetros estabelecidos sobre o transporte individual de materiais, mobiliário e equipamentos dos postos de trabalho, conforto ambiental, organização do trabalho. Já no capítulo V da CLT, nos artigos 198 e 199, dispõem sobre a pesagem máxima que um empregado pode remover individualmente, sobre postura individual e ergonomia, posição adequada de mobiliário e as questões dos trabalhos realizados em pé e suas prerrogativas. 35 CONCLUSÃO Podemos avaliar que a implantação da Gestão da Qualidade Total dentro das Instituições públicas não é nenhum bicho de sete cabeças e sem gastos astronômicos. Basta apenas que os gestores tenham consciência e bom senso para fazerem a coisa certa. A cara do serviço público hoje está muito difamada devido ao comodismo e perpetuação do sistema que perdura por gerações. Nosso papel como gestores é disseminar e investir nesses conceitos, atuando como agentes influenciadores para mudança no sistema atual, mostrando que a cara do serviço público pode mudar para melhor. Mediante os casos estudados e observados dentro das instituições públicas, concluímos que a falta de controle nos processos produtivos, a falta de comprometimento dos gestores e a falta de ferramentas adequadas para a implementação e manutenção do sistema da qualidade, são os principais fatores da perda da qualidade do serviço público prestado à sociedade. Para melhorar este quadro, torna-se essencial a implantação e/ou manutenção do sistema de Gestão da Qualidade Total nos setores públicos, além de observarmos os fatores humanos que refletem nos problemas ocasionados dentro do ambiente de trabalho, na perda da qualidade de vida dos funcionários e etc. Para as instituições que já adotaram essas medidas, os resultados são: economia dos gastos, reconhecimento e admiração do público, inovação e integração aos outros setores do mercado, aumento da carga de serviços prestados ao público, reconhecimento internacional, funcionários capacitados, melhores condições de trabalho, integridade na saúde emocional dos funcionários, motivação espontânea e etc. Diante deste fato, este trabalho teve o papel de mostrar alguns dos pontos mais importantes que influenciam diretamente no resultado e na qualidade das competências das empresas públicas. Foram apresentados alguns indicadores da Gestão da Qualidade, da Qualidade de Vida no Trabalho, dos programas de incentivo e treinamento, segurança, higiene, questões comportamentais, culturais e psicológicas dos indivíduos. 36 Diante deste fato, podemos afirmar a importância de haver uma mudança na forma de pensamento dos administradores e gestores públicos. Quanto maior o investimento maior será o retorno em termos de produtividade, qualidade e financeiramente para as instituições públicas. Portanto, é possível termos um serviço público de qualidade, dentro dos quesitos administrativos da Gestão da Qualidade Total. 37 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: sistemas de gestão da qualidade requisitos. Rio de Janeiro, 2000. BRASIL, Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. CARVALHO, A. V.; NASCIMENTO, L. P. Administração de recursos humanos. Vol I. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. CAVASSANI, A. P.; CAVASSANI, E. B.; BIAZIN, C. C. Qualidade de vida no trabalho: fatores que influenciam as organizações. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13, 2006, Bauru. Anais eletrônicos do XIII SIMPEP, Bauru: UNESP, 2006. Disponível em: HTTP://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/784.pdf. Acesso em 31 jul. 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações – 3º Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010, 599p. DEMING, W. Edwards. Qualidade: A revolução da Administração. Rio de Janeiro: Editora Marques Saraiva S.A., 1990. GARCIA, G. Engrácia. A qualidade no serviço público: um estudo de caso sobre a implantação e a continuidade de programa de gestão pela qualidade total. Disponível em: http://www.baraodemaua.br/comunicacao/publicacoes/jornal/v1n2/artigo05.html . Acesso em: 27 Jul. 2013. 38 NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-17 Ergonomia. 2009. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise da indústria e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. 362 p. ______ A Vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1993. 512 p. SILVA, Jane Azevedo da; Apostila de Controle da Qualidade I. Juiz de Fora: UFJF, 2006. SOUTO, D. F. Absenteísmo, preocupações constantes das organizações. Projeto n.23/78 GRIDIS. Rio de Janeiro, 1980. 47 p. STOCKMEIER, T. E. Programa de combate ao Absenteísmo. Disponível em: http://www.drthomas.med.br. Acesso em 18 jul. 2013 39 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 RESUMO 3 METODOLOGIA 4 SUMÁRIO 5 INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO I A GESTÃO DA QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS 8 1.1 – Princípios da Gestão da Qualidade 8 1.2 – Ciclo PDCA 11 CAPÍTULO II POR QUE IMPLANTAR A QUALIDADE TOTAL NA INSTITUIÇÃO PÚBLICA 14 2.1 – Cenário Atual 14 2.2 – Desafios 15 CAPÍTULO III TREINAMENTO – UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA QUALIDADE 18 CAPÍTULO IV TREINAMENTO – A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS 23 4.1 – Motivação 25 4.2 – Absenteísmo nas instituições públicas 27 4.3 – Necessidades pessoais 28 4.4 – Higiene e Segurança do trabalho – cuidados com a saúde dos funcionários 29 4.5 – Ergonomia 33 40 CONCLUSÃO 35 BIBLIOGRAFIA 37 ÍNDICE 39