Assunto: Portugal continua a falhar na Ajuda Pública ao Desenvolvimento Data: 8 de Junho Local: Portugal Contactos: João Martins, membro da Direcção da Plataforma e Director Executivo da ADRA Portugal (213580535; [email protected]); Fátima Proença, membro do Grupo de Trabalho AID WATCH da Plataforma e Presidente da ACEP (217950175; [email protected]); Pedro Cruz, Director Executivo da Plataforma Portuguesa das ONGD (218872239; [email protected]); César Neto, Responsável de Comunicação da Plataforma Portuguesa das ONGD (218872239; [email protected]). Portugal continua a falhar na Ajuda Pública ao Desenvolvimento Um penalty contra a pobreza: Mais e Melhor cooperação para alcançar os ODM Devido à falta de uma evolução sustentada nos valores da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), é já evidente que Portugal não conseguirá cumprir quer o objectivo intermédio de canalizar para a APD 0,51% do PIB em 2010, quer a meta final de 0,7% do PIB em 2015. Em 2009, Portugal diminuiu a APD para 0,23% do PIB, em comparação com os 0,27% de 2008. Isto significa uma queda de 16% nos montantes globais da APD nacional. É muito provável que, juntamente com a Itália e a Grécia, Portugal se mantenha entre os piores países da UE-15 em termos de valores financeiros canalizados para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Estas são as principais conclusões do Relatório AidWatch - Monitorização da Ajuda ao Desenvolvimento 2010, da CONCORDi que será lançado oficialmente no dia 10 de Junho. Qualidade da ajuda Relativamente aos aspectos qualitativos da APD, o relatório do CONCORD sublinha que, em matéria de transparência na apresentação das informações relevantes nesta área, o acesso nacional aos dados sobre a Ajuda Pública ao Desenvolvimento é por vezes difícil e complexo e os critérios de apresentação desses dados variam de ano para ano. Por outro lado o Governo Português não assinou ainda a Iniciativa de Transparência da Ajuda Internacional (IATI), uma Plataforma Portuguesa das ONGD Avenida Infante Santos, nº21 Piso Técnico Esquerdo, 1350-177 Lisboa Telefone: +351 21 887 22 39 Fax: +351 21 887 22 41 E-mail: [email protected] das iniciativas mais importantes de trabalho conjunto neste domínio, envolvendo não só os países doadores mais importantes a nível europeu, mas englobando também várias instituições internacionais e do sistema das Nações Unidas. Outra questão a que é dada relevância no relatório é o facto de, apesar de alguns avanços positivos nos últimos tempos, na maioria dos casos, as organizações da sociedade civil não serem ainda consultadas nos processos de elaboração e negociação de programas de cooperação bilateral de Portugal. Futuro? Tendo em conta os dados apresentados, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (http://www.objectivo2015.org/) são cada vez mais difíceis de alcançar. De acordo com o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon: “com 5 anos até a data-limite de 2015, a perspectiva de falhanço no alcance dos Objectivos é muito real. Isto seria um fracasso inaceitável tanto de um ponto de vista moral como de um ponto de vista prático”. Mas ainda não é demasiado tarde para os países da UE, Portugal incluído, agirem e maximizarem a sua contribuição para a realização dos ODM. Num momento de crise financeira internacional que atinge todos os países e numa altura em que Portugal assume cada vez mais um compromisso de controlo da despesa pública, e apesar de reconhecermos o impacto que este contexto de crise tem a um nível interno, não podemos deixar cair os compromissos a nível internacional continuando a contribuir para a criação de um mundo global mais justo. Tal como disse, João Gomes Cravinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: "Devido a um invulgar ano de 2010, com um orçamento nacional só aprovado em Abril, Portugal terá que acelerar seus esforços de ajuda ao desenvolvimento em 2011 e 2012. (…) Os nossos compromissos internacionais não se evaporaram apenas porque temos um contexto nacional diferente do que esperávamos. Teremos de intensificar os nossos esforços nos próximos dois anos". Os problemas económicos e sociais são globais e têm um impacto internacional, continuando, por isso, a exigir respostas concertadas e enquadradas pelos acordos estabelecidos por todos os estados que criaram um contexto comum de luta contra a pobreza e auxilio aos países mais desfavorecidos. Plataforma Portuguesa das ONGD Avenida Infante Santos, nº21 Piso Técnico Esquerdo, 1350-177 Lisboa Telefone: +351 21 887 22 39 Fax: +351 21 887 22 41 E-mail: [email protected] Somos a primeira geração com condições, recursos e capacidade para acabar com as desigualdades. E nesse contexto, é de vital importância manter as metas definidas nos ODM como base para a luta contra a pobreza global e para a criação de um mundo mais justo e equitativo. Nota: Informação retirada do Relatório AidWatch 2010. Pode encontrar as Informações relativas à APD Portuguesa em Anexo. Pode também encontrar em anexo um documento que apresenta casos de sucesso de ajuda ao desenvolvimento. Enviaremos o Relatório Aidwatch completo no dia 11 de Junho, pois será lançado no dia 10 de Junho em toda a União Europeia (Feriado em Portugal). A Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais (ONGD) é uma associação privada sem fins lucrativos que representa um grupo de 58 ONGD registadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ao representar e apoiar as ONGD portuguesas a nível nacional e internacional, a Plataforma Portuguesa das ONGD pretende contribuir para a qualificação da intervenção da sociedade civil nos domínios da Cooperação para o Desenvolvimento, da Ajuda Humanitária e de Emergência e da Educação para o Desenvolvimento e Formação. Ao potenciar também as capacidades das ONGD enquanto organizações empenhadas na afirmação da solidariedade entre os povos contribui, assim, para a criação de um mundo mais justo e equitativo. i O CONCORD é a Confederação Europeia das ONG de Ajuda ao Desenvolvimento. Os seus membros, associações nacionais e redes internacionais, representam mais de 1 600 ONG que são apoiadas por milhões de cidadãos de toda a Europa. O CONCORD promove reflexões e acções políticas e contribui regularmente para o estabelecimento do diálogo entre as instituições europeias e outras organizações da sociedade civil. Mais informações : http://www.concordeurope.org Plataforma Portuguesa das ONGD Avenida Infante Santos, nº21 Piso Técnico Esquerdo, 1350-177 Lisboa Telefone: +351 21 887 22 39 Fax: +351 21 887 22 41 E-mail: [email protected]