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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Autor: Jeane Soares dos Santos
Orientador: Prof. MSc. Paula
Gomes de Oliveira.
Brasília
2013
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JEANE SOARES DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Pedagogia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Licenciada em Pedagogia.
Orientador: Prof. MSc. Paula Gomes de
Oliveira.
Brasília
2013
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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO INFANTIL.
JEANE SOARES DOS SANTOS
Resumo:
Este trabalho buscou pesquisar a contribuição do lúdico no desenvolvimento integral da
criança. O lúdico deve ser a prioridade na vida dos pequeninos, pois é umas das linguagens
mais expressivas para eles, favorecendo o desenvolvimento de dimensões necessárias para o
seu crescimento entre eles: a comunicação com as pessoas ao seu redor, a descoberta com o
mundo em que vive, aprende a se socializar com quem está brincando. A ludicidade é
importante para elas, porque permite que a criança seja inserida na cultura em que vivemos,
onde podemos observar as vivências internas, com a realidade externa com que vivem. Nessa
perspectiva, este trabalho pretende conhecer os benefícios do brincar, além disso, tem como
objetivo especifico compreender como se manifesta o universo lúdico da criança por meio do
jogo e brincadeira. Durante a pesquisa, foram feitas uma entrevista com a professora, na qual
foram avaliados os resultados obtidos numa intenção de conhecer processo de
desenvolvimento da criança na Educação infantil, com base nos eixos de aprendizagem
propostos no Referencial Curricular da Educação infantil.
Palavras-chave: brincadeiras. Jogos. aprendizagem lúdica. desenvolvimento humano.
INTRODUÇÃO
O brincar faz parte do desenvolvimento intelectual e motor da criança. Através das
brincadeiras ela desenvolve a identidade, a atenção e habilidades para o futuro processo de
alfabetização e leitura. Na brincadeira, criança assume papeis, seguindo as regras que a
situação propõe. Nesse sentido, a brincadeira pode ser considerada um recurso utilizado pela
criança, favorecendo tanto os processos que estão em formação ou que serão completados. O
brinquedo estimula o desenvolvimento para dar conta das necessidades da criança. O
brinquedo traduz o mundo da criança, para a realidade infantil, possibilitando a criança a
desenvolver sua inteligência, seu raciocínio, sua habilidade, sua sensibilidade além de
aprender a socializar- se com outro adulto. A brincadeira desperta na criança uma linguagem
natural.
É importante que esteja presente na escola desde a educação infantil, pois além de
estimular a imaginação da criança, desperta o desenvolvimento das potencialidades. O
brinquedo e as brincadeiras na escola podem tornar o espaço agradável e prazeroso, fazendo
com que a criança aprenda brincando. É papel de o professor criar momentos em que a
criança possa brincar.
A opção por esse tema surgiu da preocupação com as crianças da educação infantil.
Temos em nossas mãos alunos ativos, inquietos e participantes. É preciso que haja mudança
na preparação desses alunos para a vida e não apenas para o mero acúmulo de informações. O
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objetivo geral do presente estudo é investigar o processo de desenvolvimento da criança na
Educação infantil, com base nos eixos de aprendizagem proposto no Referencial Curricular da
Educação infantil; conhecer os benefícios do brincar, compreender como se manifesta o
universo lúdico da criança por meio do jogo e brincadeira.
Este estudo é importante para a formação do pedagogo, pois é essencial que a escola
tenha profissionais de qualidade, preparados e que defendam a prática do brincar nas
instituições.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ATO DE BRINCAR
Brincar é importante, pois se trata de uma atividade que faz parte da essência da
criança e deve ser r;.lespeitada e incentivada. Não pode jamais ser vista como um desperdício
de tempo. Segundo Vygotsky (1984), ela é fundamental para o desenvolvimento da
identidade, da atenção, da imitação, da memória, da autonomia, dentre muitos outros. O ato
de brincar está presente na vida dos seres humanos, desde sempre, com poder de imaginação e
criação. É algo que já faz parte do seu cotidiano, é espontâneo, prazeroso e sem
comprometimento.
Vigotsky (1984, apud SILVA e SANTOS 2009), afirma que, é na brincadeira que a
criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua
idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua consciência. Dessa forma, é na
brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor
soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de
criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a
compreensão da realidade. A brincadeira permite também o desenvolvimento do
autoconhecimento, elevando a autoestima, propiciando o desenvolvimento físico-motor, bem
como o do raciocínio e o da inteligência.
Para Vygotsky (1984), a criança ao brincar, de faz de conta, cria uma situação
imaginária podendo assumir diferentes papéis, como o papel de um adulto. A criança passa a
se comportar como se ela fosse realmente mais velha, seguindo as regras que esta situação
propõe. Brincando a criança experimenta sentimentos e vivências comuns por todos os
indivíduos e aprende a respeitar regras, limites e a conviver com outro. Além de desenvolver
desejos e vontades construídos ao longo de sua vida, quando mais a criança brincar, mais fácil
será o seu desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social.
A brincadeira uma é linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com
aquilo que é o “ não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da
imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem
simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente
entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realiza-se.
(Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, p.27).
Ao brincar a criança está sempre recriando e repensando os acontecimentos, pois é
através da brincadeira que ela assume gestos, sinais, objetos e espaços e desta forma estão
agindo frente à realidade de maneira não-literal, transformando suas ações do cotidiano pelas
características do papel sumido no ato de brincar.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069, de 13 de julho de
1990, Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, toda criança tem o direito de brincar, praticar esportes e
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divertir-se. É lei e direito da criança brincar, pois proporciona momentos felizes e é
primordial na vida de uma criança.
O brincar é uma forma de atividade complexa, indispensável ao desenvolvimento
infantil. Brincando, a criança constrói as bases para a compreensão sobre si própria e sobre o
mundo que a cerca, pois traz para dentro da área da brincadeira, objetos ou fenômenos
oriundos da realidade externa. (ARANEGA,2006)
É enorme a influencia do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Para uma
criança com menos de três anos de idade, é essencialmente impossível envolver-se
numa situação imaginária, uma vez que isso seria uma forma de comportamento que
liberaria a criança das restrições imposta pelo ambiente imediato.
(VIGOTSKY,1984,p.64)
O brincar é o lugar da construção, da criação, do desenvolvimento, do descobrir, do
despertar. A criança desenvolve e aprende quando está ativamente jogando, brincando. Seja
no faz de conta, inventando brincadeiras, ou discutindo as regras de um jogo.
O brincar da criança possibilita o processo de aprendizagem, pois facilita a construção
da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo desta forma, uma relação estreita
entre jogo e aprendizagem. (ARANEGA,2006)
É brincando que a criança desperta desejos e vontades construídas ao longo da vida.
As atividades lúdicas fazem com que as crianças se preparem para a vida real, fazendo com
que elas assimilem a vida da imaginação, do brincar, a vida real, se integrando e adaptando no
mundo em que vivem. Assim aprendendo a competir, cooperar com as pessoas ao seu redor, a
viver nesse mundo real e não da imaginação.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e
da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio
de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com
que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver
algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio
da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (RCNEI,
1998, p.23)
A BRINCADEIRA E O JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
É papel fundamental de o professor inserir brincadeiras como forma de aprendizagem,
não apenas deixar que as crianças brincassem de forma desordenada. Pois o brincar na
educação infantil, tem um papel importantíssimo, de inserir a criança no convívio social. É
essencial que os educadores estejam participando dos jogos juntamente com os educandos
para orienta-los, ajudando-os e dando solução a algum problema no ato da brincadeira. A
função do professor é de ser o mediador.
A criança, portanto, tende explorar o mundo que a cerca e tirar dele informações que
lhe são necessárias. Nesse processo, o professor deve agir como interventor e
proporciona-lhe o maior número possível de atividades, materiais e oportunidades
de situações para que suas experiências sejam enriquecedoras, contribuindo para a
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construção de seu conhecimento. Sua interação com o meio se faz por intermédio de
brincadeiras e jogos, da manipulação de diferentes materiais, utilizando os próprios
sentidos na descoberta gradual do mundo. (ARANÃO, 2004, p. 16 apud OLIVER,
2012).
É através das brincadeiras que as crianças aprendem, por isso é tão importante que ela
brinque na educação infantil, pois é o momento que elas estão criando, experimentando e
vivendo momentos novos. A educação infantil é o inicio da vida escolar da criança, por isso é
tão importante que ela seja estimulada através das brincadeiras.
Em uma sala de aula é muito importante jogos e brincadeiras para o aprendizado das
crianças no processo ensino-aprendizagem e na formação da personalidade humana. A
conscientização desta importância cabe ao educador, que se torna responsável pela
aprendizagem e deve trabalhar a criança em sua múltipla formação, nos aspectos biológicos,
sociais, cognitivos e afetivos- emocionais. Através dos jogos e brincadeiras, o educando
encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu
relacionamento com o mundo. (RAMOS, 2012). O brincar da criança possibilita o processo
de aprendizagem, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade,
estabelecendo desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.
Segundo Cordazzo e Vieira (2007), a introdução do brincar no currículo escolar
estimula o desenvolvimento físico, cognitivo, criativo, social e a linguagem da criança.
Entretanto, para que isto ocorra com sucesso é necessário que os professores estejam
capacitados, e acima de tudo, conscientes de que atividades e experiências alternativas, como
o brincar, promovem a aprendizagem na criança. Já que as crianças projetam nas brincadeiras
suas ansiedades, frustrações, desejos e visão de mundo, seria necessário que os professores
observassem as crianças que brincam, para então constatarem o tipo de estratégias que
poderiam facilitar a sua aprendizagem. Observar as crianças enquanto brincam é um
procedimento que auxiliaria os professores a conhecerem melhor os alunos com os quais
trabalham.
Segundo a teoria de Vygotsky (1987), o aluno constrói o conhecimento por meio das
ações efetivas e mentais, buscando um equilíbrio entre elas. Nesta proposta, é enfatizado o
papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, existindo um
comprometimento com a educação integral da criança. Para ele, a criança se constitui na
interação do sujeito com o outro e, posteriormente, suas construções culturais são
internalizadas através da interação com o meio e são recriadas em suas ações e expressões.
Se uma criança brinca para aprender e aprende brincando, a Educação Infantil será, em
todos os seus espaços e momentos, o lugar de aprendizagem porque nele a criança passa horas
brincando, individualmente ou em grupo. O brinquedo tem um poder de envolver a criança
totalmente, em pensamento, emoções, relacionamento social em todas as áreas de
conhecimento, e o meio privilegiado de desenvolvimento infantil.
O ambiente deve ser organizado de forma que inspire e transpire ludicidade, que nele
possa brincar livremente, escolher brinquedos, definir jogos, e convidar companheiros para
partilhar. Que o brinquedo aconteça pelo prazer que proporciona a criança, não porque é
propicio para desenvolver esse ou aquele objetivo educacional, mesmo que o professor tenha
em mente determinado objetivo, para não desviá-las do brinquedo induzindo as a se fixarem
na intenção pedagógica e perdendo a graça de brincar.
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Para Santos (2000, p. 42), “Os jogos tornam a aula bem mais atraente, devolve ao
professor seu papel como agente construtor do crescimento do aluno, elimina o desinteresse e,
portanto, a indisciplina, devolvendo a escola a sua função de agência responsável por pessoas
mais completas”.
O lúdico não é apenas o ato de brincar, também está ligado ao ato de ler, podendo ser
colocado a literatura como um ato de descoberta do mundo. As atividades lúdicas prendem a
atenção das crianças, onde se pode construir a aprendizagem e também o desenvolvimento
motor e psicomotor das crianças em relação à atividade aplicada. Na verdade, a atividade
lúdica é uma forma de o indivíduo relacionar-se com a coletividade e consigo mesmo
(AMARILHA, 1997, p.88).
Amarilha (1997, p.29) defende o prazer e a ludicidade que dependem diretamente da
compreensão do texto e que através do mesmo pode ser ensinados. Objetos, sons,
movimentos, espaços, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo com a interação das
atividades lúdica, enriquecendo-a. Outra importância da atividade lúdica está no fato de que
ela permanecerá no tempo, e se houver um significado importante será lembrado, assim como
a história também ficará marcada na lembrança e vida da criança.
O lúdico é um importante instrumento pedagógico, que tem o poder de melhorar o ato
de ensinar e os conhecimentos da criança, quando utilizados com objetivos definidos. O
lúdico cria um ambiente gratificante e atraente, que serve como estímulo para o
desenvolvimento da criança.
O jogo deve ter sempre um caráter desafiador para o educando, acompanhado de um
planejamento educacional com objetivos propostos pelo educador. É de total importância do
planejamento do professor, pois o jogo deve estar inserido em suas atividades como suporte
pedagógico e não como mero passa tempo.
O educador na introdução do jogo deve ter a preocupação com a maturidade da criança
quanto aos desafios a serem superados e ao mesmo tempo perceber quando o educando não
está sentindo interesse ou sente-se cansado. O jogo deve ser introduzido em um ambiente com
espaço e condições favoráveis e a sequência a ser obedecida tendo começo meio e fim.
A FUNÇÃO DO BRINCAR E OS REFERENCIAIS CURRICULARES NACIONAIS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL (RCNEI)
Durante as brincadeiras, as crianças adquirem iniciativa e autoconfiança, é permitido
ter autonomia e liberdade, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração. As crianças exercem a liderança ou passividade, podem desenvolver a
personalidade e o controle da personalidade. A brincadeira também colabora no exercício da
competitividade, pois o vencer é motivo de orgulho e prazer, também age diretamente na
cooperação do grupo e da participação coletiva. As atividades lúdicas trazem diversos
benefícios às crianças. É necessário que os educadores tenham conhecimento e compreensão
do domínio desses jogos para melhor aplicá-los, visando sempre o desenvolvimento da
capacidade intelectual da criança.
Quando a prática pedagógica é trabalhada a partir de atividades com o lúdico, os
educadores são conduzidos a pensar em mudanças que sejam significativas para o meio
educacional, dando ênfase ao desenvolvimento cognitivo e provocar o amadurecimento do ser
humano como todo a partir da ludicidade. O universo lúdico é fundamental para a construção
social da criança, elaborando valores que a sociedade apresenta como importantes e
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indispensáveis para seu convívio social. É necessária a combinação de jogos e resolução de
problemas nos amos iniciais. A escola poderá e deverá assumir uma postura crítica para
desenvolver em seus educados a capacidade de desenvolver habilidades e raciocínio lógico.
Brincar é a fase mais importante da infância - do desenvolvimento humano neste
período- por ser a auto- ativa representação do interno- a representação de
necessidades e impulsos internos. A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do
homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um tododa vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade,
contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca
sempre com determinação auto ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física,
pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto-sacríficio para a
promoção do seu bem e de outros... Como sempre indicamos o brincar em qualquer
tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. ( KISHIMOTO,
1998, p.68).
O lúdico tem um valor educativo para o processo de aprendizagem da criança, o jogo e
o brincar são as partes essenciais do trabalho pedagógico para o seu desenvolvimento. É
importante que os educadores reconheçam e dê a devida importância educativa aos jogos e as
atividades pedagógicas no ambiente escolar. Pois as crianças aprendem brincando, isso é fato.
O jogo é visto como recreação, como um passar o tempo, ou um tempo livre. Mas na
realidade, favorece o desenvolvimento, trabalha a inteligência e facilita o seu estudo.
Para Frobel, a brincadeira é importante para o desenvolvimento da criança,
especialmente nos primeiros anos: Neste estágio de desenvolvimento a criança vai
crescendo como ser humano que sabe usar seu corpo seus sentidos, seus membros,
meramente por motivo de seu uso ou prática, mas não por busca de resultados em
seu uso. Ela é totalmente indiferente a isso, ou melhor, ela não tem ideia sobre o
significado disso. Por tal razão a criança neste estágio começa a brincar com seus
membros-mãos, dedos, lábios, língua, pés, bem como as expressões dos olhos e face.
( KISHIMOTO, 1998,68 e 69 )
Desenvolvimento e aprendizagem estão interligados, pois ambas expressam a fonte
para o conhecimento. A criança inventa brincadeiras e aprende os jogos e as regras de cada
um deles, na cultura em que vive, e com isso, desenvolve habilidades e sentimentos. Seja nas
atividades lúdicas ou no jogo, aprende e desenvolve. O modo com que ela vive com as
pessoas ao seu redor, como se relaciona com os demais, aprende a compartilhar as coisas.
Seja um brinquedo, um material, uma tarefa escolar. Ela consegue resolver com mais
facilidade as situações-problemas no seu dia a dia.
O Referencial Curricular Nacional Educação Infantil (RCNEI) foi planejado de
maneira a servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e
orientações para os profissionais que atuam na Educação Infantil respeitando a diversidade
cultural brasileira.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil constitui-se em um conjunto
de referencias e orientações pedagógicas que visam a contribuir com a implantação
ou implementação de práticas educativas de qualidade que possam promover e
ampliar as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças
brasileiras. (RCNEI, vol.1 p.13.)
Trabalhar com crianças exige que o professor tenha varias capacidades, que saiba
trabalhar com vários conteúdos. E acima de tudo esteja em constante aprendizado.
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O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma
competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar
com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos
essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do
conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação
bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz,
refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando
com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho
que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta
com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação. (RCNEI,
vol.1 p.41)
A estrutura do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil relaciona
objetivos gerais e específicos, conteúdos e orientação didática numa perspectiva de
operacionalização do processo educativo. Essa estrutura se apoia em uma organização por
idades — crianças de zero a três anos e crianças de quatro a seis anos — e se concretiza em
dois âmbitos de experiências — Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo — que
são constituídos pelos seguintes eixos de trabalho: Identidade e autonomia, Movimento, Artes
visuais, Música, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade, e Matemática. (RCNEI,
vol.1 p.43)
Para que as crianças exerçam a sua própria capacidade de criar, é necessário que haja
oportunidade e diversidade nas experiências que são dadas a elas. Para ela se desenvolver nas
atividades lúdicas realizadas em sala de aula, é preciso que seja estimulante e prazerosa.
Fazendo assim, que despertem o gosto pelo lúdico, com exercícios que integram o seu corpo e
a sua mente. Assim, a criança irá reconhecer cada vez mais seu próprio corpo e a seu mente, e
irá sentir o ambiente em que está inserida, através do lúdico ou por meio de uma intervenção
direta ou indireta. Todos os tipos de atividades lúdicas são tipos de imitação transformada em
realidade, assim, elas desenvolvem suas emoções e suas ideias através de uma realidade
anteriormente vivenciada por elas.
A importância do lúdico para a criança tem como objetivo ajudar no desenvolvimento,
e é de fundamental importância utilizá-lo como uma ferramenta pedagógica. Pois todos os
educadores que utilizam os jogos como importante ferramenta para a vida da criança,
proporciona um grande avanço na sua formação. As atividades lúdicas tem que fazer parte da
vida escolar do aluno e o professor tem que trabalhar isso com elas, pois faz parte da vida
escolar na Educação Infantil. É através das atividades lúdicas que a criança descobre o
mundo, conhecem novos horizontes, se descobre, e descobre as coisas ao seu redor. Pois essas
atividades colaboram com o professor nas suas atividades pedagógicas e a criança no seu
processo de ensino-aprendizagem.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em uma instituição da rede privada de ensino e de caráter
confessional, localizada no Lago Sul, que atende desde Educação Infantil ao Ensino Médio.
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Sendo que na Educação Infantil não tem a intenção de alfabetizar crianças aos cinco anos de
idade.
Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa. Para Neves (1996, p.36),
em linhas gerais, a pesquisa qualitativa detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem se
importar com sua magnitude ou intensidade. É denominada qualitativa em contraposição à
pesquisa quantitativa, em função da forma como os dados serão tratados e da forma de
apreensão de uma realidade, em que, no caso da pesquisa qualitativa, o mundo é conhecido
por meio de experiência e senso comum (conhecimento intuitivo), em oposição às abstrações
(modelos) da pesquisa quantitativa. Os métodos qualitativos e quantitativos não são
excludentes, embora difiram quanto à forma e à ênfase.
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim,
com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto
que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida
social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que
seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 1997, p.34).
A pesquisa abrange, crianças do Jardim II, com idade de 5 e 6 anos, em fase de pré
alfabetização e foi realizada no horário normal das aulas. Para estudar e conhecer a rotina da
Educação Infantil foram feitas observações e uma entrevista semiestruturada com as
professoras. Com a intenção de obter informações que não poderiam ser adquiridas apenas
com a observação, foram feitas observações e uma entrevista semiestruturada com as
professoras, com a intenção de obter informações que não poderiam ser adquiridas apenas
com as observações.
As entrevistas foram realizadas individualmente. Os questionários continham cinco
questões a respeito do brincar e do lúdico na Educação infantil. As entrevistas foram gravadas
no celular e posteriormente transcritas para a análise dos dados.
ANÁLISE DE DADOS
Na entrevista realizada com as professoras da Educação infantil, buscou se entender
o processo de desenvolvimento da criança no jardim II, com base nos eixos do Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Duas professoras responderam questionário que continham os seguintes dados de
identificação: nome, idade, tempo de docência, formação\qualificação, tempo de escola.
Também foram feitos outros questionamentos, em entrevista, abordando, especificamente a
importância do Brincar na Educação Infantil. Para preservar a identidade das professoras
pesquisadas, os nomes nos relatos ora apresentados são fictícios. As duas professoras são
formadas em Pedagogia e ambas tem o magistério, Luana de 30 anos, com 10 anos de escola,
e 12 de docência e Priscila de 38 anos, com 10 anos de escola, e 15 de docência.
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O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Perguntei as professoras se considerava importante o ato de brincar dentro da sala de
aula.
É importante, pois facilita a aprendizagem da criança. (Luana, 30 anos.)
O brincar e o lúdico podem ser instrumentos indispensáveis na aprendizagem, no
desenvolvimento e na vida das crianças, por isso deve estar presente na sala de aula.
(Priscila, 38 anos).
Esta resposta sinaliza que a hipótese do trabalho levantada, é sem dúvida muito
importante o brincar. Seja no jogo, ou até mesmo sozinha sem a orientação de um professor.
Pois na educação infantil, o brincar tem um espaço de prioridade na vida dessas crianças. É a
forma mais expressiva para o desenvolvimento da linguagem e da socialização com as demais
pessoas que as cercam. Fazendo com que se insiram de forma extraordinária na cultura em
que vivem.
Na segunda questão perguntei se havia atividades previstas, envolvendo o lúdico no
planejamento. Ambas responderam que sim, mas que muitas vezes não realizam, pois tem
muitas outras prioridades a para serem feitas, e as crianças acabam brincando sozinhas e sem
a intervenção da professora.
Luana afirma: confesso que, apesar de considerar as atividades lúdicas
importantes, o espaço e tempo que dedico a essas atividades são menores. Mas, o
que acontece na maior parte do tempo, é que acabamos cedendo à pressão de um
sistema viciado e focado em uma prática “conteudista”.
Isso demonstra que as professoras precisam desenvolver mais atividades lúdicas com
as crianças, pois é através deste que a criança vai aprender melhor, ficar mais feliz, alegre ao
brincar, assim vencendo seus limites e obstáculos encontrados na atividade lúdica, tem mais
ânimo e energia, sem contar que ela desenvolve mais rápido a coordenação motora e a sua
mente, adquire mais confiança de si e dos colegas. Essa resposta contradiz a anterior, pois
todas responderam que desenvolvem atividades lúdicas na sala de aula, mas percebe-se que
não desenvolvem com frequência. Pois o brincar é uma necessidade da criança, é no brincar
que ela sente mais prazer. As atividades lúdicas são de suma importância para a criança se
inserir na sociedade. Por isso é preciso que dentro da escola, ela aprenda brincando. Se não
houver a ajuda de um adulto, no caso um educador para a realização dessas atividades para
fins educativos, e ficarem passando essa responsabilidade para outras pessoas, isso implicará
no desenvolvimento delas, pois o professor, que tem que ser o mediador.
O brincar é agradável por si mesmo, aqui e agora. Na perspectiva da criança, brincase pelo prazer de brincar, e não porque suas consequências sejam eventualmente
positivas ou preparadoras de alguma outra coisa. No brincar, objetivos, meios e
resultados tornam-se indissociáveis e enredam a criança em uma atividade gostoso
por si mesma, pelo que proporciona no momento de sua realização. (MACEDO,
Lino de et al, 2005, p.14)
Na entrevista com as professoras foi perguntado qual é a importância da utilização de
atividades lúdicas para o desenvolvimento da criança e da aprendizagem?
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Que acredita no brincar como uma forma de desenvolvimento e socialização da
criança. E sempre que brinca com seus alunos percebe o maior interesse em
aprender. (Luana, 30 anos)
É importante para o desenvolvimento motor, cognitivo e social da criança, todas as
vezes que digo vamos brincar, eles se motivam e desperta um interesse maior para a
aprendizagem. (Priscila,38 anos)
Pedi para as professoras citarem algumas atividades envolvendo a brincadeira que elas
utilizam em suas aulas. Ambas informaram que utilizam jogo como o da memoria, dominós e
quebra cabeças.
Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias,
estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o
seu crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se
socializando. (RAMOS, 2012)
Perguntei para as professoras se elas percebem diferença no rendimento e no interesse
dos seus alunos pelas atividades quando estas dispõem de características lúdicas?
É notório a diferença com os alunos. Estes se mostram mais envolvidos, a atividade
acontece de forma mais livre, mais espontânea e os alunos estão mais abertos a tudo
neste momento. Acho que os conteúdos ministrados desta forma têm outro
significado e fazem mais sentido de certa forma. (Priscila, 38 anos)
Quando se usa uma brincadeira é claro que a criança se interessa mais, presta mais
atenção se a brincadeira lhe agradar. As crianças ficam mais interessadas no
conteúdo e aprendem melhor por meio da brincadeira. (Luana, 30 anos)
Todos os educadores reconhecem que o lúdico faz parte do primeiro contato da
criança com a escola, faz parte da sua infância. Faz parte do perfil da criança, ter curiosidade
por novas brincadeiras e jogos. É através destes que ela se desenvolve e se relaciona com
mundo social, ampliando seus conhecimentos. É papel de a escola saber que o lúdico é um
parceiro ideal para o desenvolvimento da criança, e que deve ser utilizado diariamente.
Em jogos e brincadeiras, as tarefas ou atividades não são meios para outros fins, são
fins em si mesmos. Na perspectiva das crianças, não se joga ou brinca para ficar
mais inteligente, para ser bem- sucedido quando adulto ou para aprender uma
matéria escolar. Joga-se e brinca-se porque isso é divertido, desafiador, promove
disputas com os colegas, possibilita estar juntos em um contexto que faz sentido,
mesmo que às vezes frustrante e sofrido, por exemplo, quando se perde uma partida
ou não se consegue certa realização. Em jogos e brincadeiras, as crianças são sérias,
concentradas e atentas. (MACEDO, Lino de et al, 2005, p.17)
Continuando a conversa, perguntei se acreditavam que as brincadeiras livres também
proporcionam o aprendizado.
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Sim, a criança ao brincar, é capaz de fazer mais do que ela pode compreender e é
justamente essa ação que permite que a criança possa compreender o que move sua
ação. (Luana, 30 anos)
Sim. Durante as brincadeiras, as crianças imitam cenas de sua realidade. Imitam os
pais, a professora, os colegas, dando dicas sobre a realidade. (Priscila, 38 anos)
ATIVIDADES E EIXOS DE DESENVOLVIMENTO PROPOSTO PELO RCNEI
Durante a observação na turma de 5 anos observei que os eixos mais contemplados na
prática da professora foram: o Movimento e Natureza e sociedade.
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana.
As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle
sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de
interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam objetos, correm,
saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, experimentando
sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentar-se,
as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as
possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento
humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço:
constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e
atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor
expressivo. (RCNEI, vol.3, p. 15)
Utilizando o movimento, a professora brincou com as crianças de caça-tesouros, onde
o grupo foi dividido em meninos contra meninas. Foram espalhadas pela sala diversas letras
B, o grupo que encontrasse maior quantidade da letras, seria o vencedor. Recebendo como
prêmio adesivos, e as meninas ganharam a competição.
Os primeiros jogos de regras são valiosos para o desenvolvimento de capacidades
corporais de equilíbrio e coordenação, mas trazem também a oportunidade, para as
crianças, das primeiras situações competitivas, em que suas habilidades poderão ser
valorizadas de acordo com os objetivos do jogo. É muito importante que o professor
esteja atento aos conflitos que possam surgir nessas situações, ajudando as crianças
a desenvolver uma atitude de competição de forma saudável. Nesta faixa etária, o
professor é quem ajudará as crianças a combinar e cumprir regras, desenvolvendo
atitudes de respeito e cooperação tão necessárias, mais tarde, no desenvolvimento
das habilidades desportivas. (RCNEI, vol.3, p. 37)
Observei que os meninos se sentiram chateados por não terem vencido, mas logo a
professora conversou com eles, sobre a importância de ganha e perde, e disse que na vida ou
nas brincadeiras nem sempre eles vão vencer, mas não quer dizer que a pessoa deixou de ser
boa: naquela hora, naquele jogo, ele não estava tão bem. Também não significa que no
próximo vai ser igual. É preciso mostrar para a criança que pode dar certo em uma próxima
vez.
A brincadeira em equipe propicia a introdução da criança no mundo das regras
sociais e morais. Ela aprende a lidar com as frustrações de perder, de ter que esperar
sua vez, de nem sempre poder dirigir as brincadeiras e, com isso, passa a ter uma
postura mais flexível e começa a perceber outras possibilidades de interação, sendo
levada a aprender a ceder, improvisar, usar sua imaginação e intuição em equipe.
(ARANEGA, 2006)
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O jogo faz com que a criança descubra e experimente algo novo, podendo inventar,
aprender e se desenvolver e criar novas habilidades. Estimulando a curiosidade, fazendo com
que tenha autonomia e autoconfiança. Desenvolve a linguagem e seu pensamento. Desperta a
atenção e faz com que ela fique concentrada e interessada em tudo o que faz. Sem contar que
é ideal para a saúde física e mental da criança, e estimula sua intectualidade e suas emoções.
No futuro irá ajudar para a sua eficiência e suas habilidades. O momento das atividades
lúdicas é onde a criança mais sente prazer, se sente realizada, é o melhor momento para elas.
É onde expressam seus sentimentos, e suas habilidades.
É muito importante que o professor perceba os diversos significados que pode ter a
atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para que ele possa ajudá-las
a ter uma percepção adequada de seus recursos corporais, de suas possibilidades e
limitações sempre em transformação, dando-lhes condições de se expressarem com
liberdade e de aperfeiçoarem suas competências motoras. (RCNEI, vol.3, p.39)
Outro eixo presente na aula da professora foi Natureza e sociedade. Quando a
professora contou uma história chamada a “Arca de Noé”, durante a história pediu para as
crianças que imaginassem ser um dos bichos que entrou na arca. Após a história a professora
pediu que as crianças fossem brincar livremente. Observei que nesse momento, a maioria das
crianças brincou de faz- de –conta.
O brincar de faz-de-conta, por sua vez, possibilita que as crianças reflitam sobre o
mundo. Ao brincar, as crianças podem reconstruir elementos do mundo que as cerca
com novos significados, tecer novas relações, desvincular-se dos significados
imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas significações,
imprimir-lhes suas ideias e os conhecimentos que têm sobre si mesma, sobre as
outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre lugares distantes e/ou conhecidos.
(RCNEI, vol.3, p.171)
No brincar de-faz-de-conta, a criança exercita diferentes papeis e funções sociais e
generaliza a partir da observação do mundo dos adultos. As atividades lúdicas fazem com que
as crianças se preparem para a o convívio social e o mundo, fazendo com que elas assimilem
a vida da imaginação, do brincar, a vida real, se integrando e adaptando no mundo em que
vivem. Assim aprendendo a competir, cooperar com as pessoas ao seu redor, a viver nesse
mundo real e não da imaginação.
Ao brincar sozinha ou com outras crianças, a criança se desenvolve isso é um fato. O
direito que a criança tem de brincar é esquecido, e é trocado por rotinas não adequadas para a
idade delas, como muitas atividades pedagógicas. Pois nesta idade o lúdico é mais importante
do que atividade pedagógicas, pois brincando ela aprende melhor, que escrevendo e copiando.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo nos faz refletir sobre a importância do brincar na educação infantil, e
suas contribuições para o desenvolvimento da criança, quanto no aspecto cognitivo, quanto
emocional, cultural e social.
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O lúdico é sem dúvida, uma atividade cultural, que trabalha o desenvolvimento da
criança, principalmente quando ela está na educação infantil. Nós seres humanos, sem
exceção, já brincamos e sempre iremos brincar. Faz parte ser humano, ter a necessidade de
brincar, e isso será de geração em geração. A única coisa que mudará, é a forma de brincar, o
modo, os espaços, os objetos, isso sem dúvida, vai mudando conforme o tempo vai passando,
vai se transformando a cada dia.
Conclui-se que o brincar na educação infantil constitui-se de uma estratégia
importante para o desenvolvimento e aprendizagem, como também no desenvolvimento dos
aspectos cognitivo, afetivo e psicomotores das crianças, culminando em aprendizagens.
Contudo, foi possível perceber, a partir das entrevistas que as professoras de modo geral, não
tem tempo para aplicar atividades lúdicas, pois ainda estão presos a um sistema conteúdista,
mas mesmo assim elas concordaram que o lúdico e uma ferramenta muito importante na sala
de aula.
Através das atividades lúdicas, a criança desenvolve autonomia e sua própria
identidade, e através destes atos ela é capaz de desenvolver a imaginação, a capacidade para a
memorização, atenção, e a imitação. E vai amadurecendo, se socializando com as demais
pessoas que as cerca. Passa a obedecer às regras propostas por um adulto, ou no ato da
brincadeira com as demais crianças, e as regras necessárias para uma boa vivência com a
sociedade.
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Janeiro: Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
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Jeane Soares dos Santos - Universidade Católica de Brasília