UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE ENFERMAGEM AUTORES: Margareth Soares Dalla Giacomassa. Docente orientadora/ coordenadora do [email protected] * alunos indígenas e bolsistas de programas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Elijane da Silva Oliveira - Julio Pesso Vilela - Ingrith Raphaelle Calças - Leticia Gomes - Ana Marcia Penaio - Luciene Antonio - Marcel Capelini Sartoretto -Isabela Prando de Figueiredo - Delaine de Souza Ferreira - Ingridi de Mello Freitas - Victor Duarte Vieira - Elizeo Alexandre Junior - Michelle Laura Magalhães da Silva CUIDANDO DE CRIANÇAS INDIGENAS: A BRINQUEDOTECA MITÃ ROKA-OVOKU KOMOHIKU KALIVÔNO. Introdução Atualmente as Brinquedotecas fazem parte da vida cotidiana das crianças em diversas situações de atividades lúdica e educativas, que oportunizam as crianças situações de aprendizagem teórico-práticas em cuidados básicos de saúde, com a comunidade e sociedade. Proporcionam as crianças desenvolver o processo de aprendizagem, a aquisição de outros e novos conhecimentos gerando o desenvolvimento de habilidades de forma natural e agradável, onde se brinca e aprende fazendo (Silva, 2007). O brincar enquanto meio de transmissão e ressignificação da cultura na qual a criança está inserida, aspectos universais da interação no brincar, incluindo semelhanças e diferenças entre os gêneros e entre diferentes contextos culturais. Essa diversidade de enfoques contempla a afirmação de acerca da natureza do brincar, que ela diz que pode ser pensado como um comportamento adaptado e adaptativo da espécie (WANDERLIND et al., 2010). No Brasil, durante o período da colonização, o universo lúdico foi revelado por meio de crônicas e gravuras, que descreviam as formas de viver de lusitanos, novos brasileiros, índios e escravos, estes últimos vistos por aqueles como revelando atitudes bastante curiosas e exóticas. A imagem da criança sendo desvelada por pesquisadores que passaram a se preocupar com esta questão, identificando o papel da criança na sociedade brasileira nos seus mais variados contextos, seja na aldeia, no engenho ou na casa grande (TEIXEIRA, 2000). Entre os sinais diacríticos que definem a infância, a ludicidade sempre se destacou uma vez que esta fase do ciclo de vida é compreendida como a fase, por excelência, da vivência do lúdico. Assim, a literatura antropológica existente sobre a infância entende que o apelo ao lúdico é uma marca da infância e sempre que for dada à criança a chance de agir ela formatará sua ação ludicamente. A importância da ludicidade para as crianças de qualquer cultura se dá pelo fato de que a infância é o momento em que se inaugura o processo de socialização na vida do indivíduo, devendo permanecer este processo ao longo de toda a sua vida. Mas é no primeiro momento, na infância, que a socialização aparece em seu furor. E esta socialização infantil se utiliza especialmente do ludismo para garantir a sua efetivação (OLIVEIRA et al., 2008, p. 1). A criança se utiliza da linguagem do brincar para apreender novas situações, elaborando psiquicamente vivências de seu cotidiano e possíveis conflitos internos. Dessa forma, o brincar facilita o acesso à atividade simbólica, já que, através dos jogos simbólicos, a realidade externa pode ser assimilada à realidade interna. (MARINHO,2004). Podemos inclusive mencionar que a criança se apropria de experiências dolorosas através do brincar, esse espaço de ilusão situado entre o real e a fantasia. Ela passa então a ser sujeito e não somente objeto da experiência (AJURIAGUERRA, 1973; apud LEITE et al., 2003). “A criança começa a andar, a falar e é aconselhado sem violência. Ela aprende por imitação: a respeitar os mais velhos, o sagrado, relacionado muito com a natureza. A idade mínima para ingressar na escola seria oito anos. Separar muito cedo da família... Toda aprendizagem da família não vai preservar: danças, rezas... Para a criança ser feliz: ter liberdade e participar de todos os eventos indígenas porque em todos esses momentos estão sendo vistos pelo Pai Nhanderu.” Léia - Serro Marangatu. Esse projeto de extensão agora abrangendo o PETI – Indígena em atender crianças em situação de risco no NAN da aldeia bororó pela ONG Amigo do Índio e pelo PETI. A Prefeitura Municipal de Dourados, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, Habitação e Cidadania, implantou e vem desenvolvendo continuamente o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), na Aldeia Indígena Bororó, atendendo crianças e adolescentes de 7 a 16 anos de idade. Mantém jornada ampliada sócio-educativa com todos os inscritos, que recebem lanche pela manhã e almoço antes de serem dispensados na parte da manhã. Atualmente são atendidas aproximadamente 110 pessoas nos períodos matutino e vespertino, que recebem reforço escolar e participam de atividades de lazer, dança e esporte. A administração municipal desenvolve trabalhos visando a construção da cidadania das pessoas, resgatando a cultura indígena, como oferecimento de oportunidade para que possam tomar conhecimento da história de seus antepassados, principalmente da cultura dos povos que habitam essa região do Estado. Várias crianças e adolescentes que estão sendo beneficiados com o PETI indígena, antes de ingressarem no programa, viviam à margem da sociedade, muitas vezes perambulando e pedindo esmolas nas ruas de Dourados. A Secretaria de Assistência Social informou que foi feito o cadastramento dessas crianças para posteriormente conceder os benefícios. Cada criança ou adolescente inscrito, além de participar das atividades diárias e da alimentação saudável que recebem, são contemplados com uma bolsa no valor de R$ 40, oriundos de projetos municipais encaminhados ao governo federal. Além desses recursos a manutenção do programa é feita com investimentos sociais no valor de R$ 20,00 por cada participante feito pelo município e mais R$ 10,00 também de verbas federais. O objetivo da administração popular é ampliar ainda mais os trabalhos que vem realizando no âmbito social. A coordenação do PETI Indígena da Aldeia Bororó, informou que as crianças se interessam bastante pelas atividades desenvolvidas no local e coordenadas pela Prefeitura Municipal,ressaltando também que todas as crianças além do acompanhamento pedagógico recebem ainda acompanhamento psicossocial e trabalho de acompanhamento familiar. Considerando essas premissas de um programa já em funcionamento e a necessidade de proporcionar benefícios a essa população que o projeto do curso de enfermagem se faz presente para atender objetivos de formação acadêmica na peculiaridade dessa aldeia e atender a uma solicitação conjunta entre a ONG Amigo do Índio já desenvolvida anteriormente na aldeia Bororó integrando em educação em saúde as crianças do PETI. Justificativa Quando se faz referencia a questão para o desenvolvimento da criança, observamos que os diversos autores que pesquisam crianças, brinquedos, e o brincar concordam que existe uma essência na ludicidade natural e inerente a espécie humana, sobretudo na formação de ser pessoa social que interage gradativamente com o mundo entre o humano e o não humano. Portanto aos se utilizar das atividades classificadas como "lúdicas”, as crianças em diversas idades se apropriam de uma realidade exterior e vivenciam a fantasia que se apóia na construção de seu psiquismo, galgando níveis elevados de desenvolvimento geral e com isso proporcionando transformações criativas na realidade. Entretanto, nem sempre tal prevalência ocorreu, pois no início do século XX, difundiu-se na sociedade urbana uma cultura, produzida de acordo com as normas e padrões industriais - a "Cultura Industrial". Assim, surgiu uma evidente contraposição entre o tempo de trabalho e o tempo de não-trabalho (lazer). (LEITE,2003) Portanto a atividade de lazer foi intimamente vinculado a imagem do ócio. Nessa perspectiva, o lúdico tornou-se tudo aquilo que gera prazer, proporciona descanso e/ou divertimento. Com isso, ainda hoje, é possível observar a influência dessas concepções, como pode ser verificado abaixo, de acordo com Aurélio Buarque de Holanda (1986): Lúdico: - Adj. Referente a , ou que tem caráter de jogos, brinquedos e divertimento. (p.1051); Brincar: - V. int. 1- Divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de crianças. 2 - Divertirse, recrear-se, entreter-se, distrair-se. 3- Agitar-se alegremente, foliar, saltar, dançar. (p. 286); Brinquedo: - S.m. 1- Objeto que serve para as crianças brincarem. 2- Jogo de crianças, brincadeira. 3- Divertimento, passatempo, brincadeira. 4- Festa, folia, folguedo, brincadeira. (p.286)". Essas definições desconsideram outras conceituações do lúdico. Para Prado (1991): “Lúdico” é uma categoria adjetivadora da atividade (que qualifica ludicamente), construída socialmente e de forma diferenciada em cada cultura. É um conjunto complexo de elementos especificamente humanos que cria espaços de jogo entre o "real" e o imaginário". (p159). Sendo que esta natureza lúdica transforma-se continuamente de acordo com o contexto cultural, social e histórico em que o indivíduo e o grupo de inserem. Nesta natureza, os elementos lúdicos articulam-se e são praticados nas relações humanas e não-humanas, subvertendo as estruturas de ação individual e social com sua própria lógica e razão, dimensionando uma nova qualidade de atividade. Esses "elementos lúdicos" são, basicamente: Desejo (entendido enquanto motivação intrínseca ao sujeito); A afetividade; A situação imaginária; A interação criativa (reciprocidade não passiva e criadora). Analisando esses elementos, é possível considerar que cada atividade corresponde a uma motivação do agente - ha sempre um motivo ( seja ele real ou imaginário e esteja mais ou menos ocultado), que é responsável por impulsionar a atividade, cujo componente básico é a ação. A atividade lúdica é a atividade cuja motivação é intrínseca ao sujeito, ou seja, cujo movimento está na própria ação do sujeito, e os motivos e finalidades não estão nos seus feitos utilitários ou resultados externos, mas nas variadas vivências dos diversos aspectos da realidade, significativos para quem age ludicamente. Elkonin apud Prado (1991), a orientação primária (motivação) de origem emocional que impulsiona a atividade humana está na própria origem da atividade lúdica. A criança se experimenta e se apropria da realidade social mais ampla através de suas ações lúdicas, que são impregnadas afetivamente, entendendo-se por afetividade como qualidade de relação e no sentido mais amplo de vivência afetiva compartilhada. Esta afetividade é um ponto importante nas interações que as crianças estabelecem consigo mesma e o mundo dos objetos externos (criança-meio), que são fundamentais para seu desenvolvimento, pois é assim que elas penetram e se apropriam do mundo exterior e internalizam os mediadores simbólicos. Observa-se, assim, que o desenvolvimento infantil encontra-se particularmente vinculado ao lúdico, brincar, uma vez que este último se apresenta como a linguagem própria da criança, através da qual lhe será possível o acesso à cultura e sua assimilação, num movimento dialético característico do processo de crescimento e amadurecimento. Neste sentido, o brincar se apresenta como fundamental, tanto ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua socialização, sendo um importante instrumento de intervenção em saúde, durante a infância. A criança se utiliza da linguagem do brincar para apreender novas situações, elaborando psiquicamente vivências de seu cotidiano e possíveis conflitos internos. Dessa forma, o brincar facilita o acesso à atividade simbólica, já que, através dos jogos simbólicos, a realidade externa pode ser assimilada à realidade interna. Podemos dizer que a criança se apropria de experiências dolorosas através do brincar, esse espaço de ilusão situado entre o real e a fantasia. Ela passa então a ser sujeito e não somente objeto da experiência (Ajuriaguerra, 1973; Winnicott, 1975). Santa Roza apud Junqueira (1993), nos fala de como a atividade lúdica pode funcionar como um agente reorganizador o que, por sua vez, implicaria a produção de sentido para as experiências vividas pela criança. Logo, o brincar possui uma dimensão ontológica na constituição do sujeito. Também não podemos deixar de levar em consideração o fato de que, uma vez caracterizado como linguagem, o brincar é uma forma de expressão e uma maneira pela qual a criança se relaciona com o mundo à sua volta. Winnicott apud Junqueira (1994) apresenta a idéia do brincar como espaço potencial. Como ele próprio nos diz: "A interação da mãe com a criança resulta em uma área que poderíamos chamar de território comum, a terra de ninguém que na verdade é de cada um, o local onde se oculta o mistério, o espaço potencial que pode se transformar em objeto transicional, o símbolo da confiança e da união entre a criança e a mãe, uma união que não envolve a interpretação. Portanto, não se pode esquecer das brincadeiras, onde nascem a afeição e o prazer pela experiência".(p89) O brincar se situa na área intermediária entre a realidade interna e a externa, entre a criatividade primária e a percepção objetiva baseada no teste da realidade (idem, 1975). Área esta que faz parte do desenvolvimento do bebê e permanece em todos nós sob a forma de criatividade, religião, enfim, tudo aquilo que não exige uma definição exata do que é interno ou externo, um espaço potencial caracterizado por fenômenos transicionais em que o relaxamento é possível. Na brincadeira, se manifesta a atividade criativa a qual, somada ao relaxamento, alcançado em vivências de confiabilidade, proporcionará à criança a experiência do sentimento do eu, fundamental ao seu desenvolvimento. Ao destacar algumas palavras-chaves do parágrafo acima, como habilidades sensóriomotoras, linguagem e criar e resolver problemas pode-se verificar que o brincar é não só um facilitador, mas é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. Brincar é uma modalidade-chave de aprender a respeito da natureza, bem como sobre os relacionamentos entre pessoas. Brincar também serve ao propósito de adaptação às situações frustradoras de vontades e desejos não satisfeitos. Quando uma criança brinca e tem prazer nisso, ela é completamente uma criança. A criança procura atuar e transformar a realidade física do seu meio. Do ponto de vista da estrutura, os jogos se caracterizam pela predominância da fantasia infantil, aquilo que nós chamamos de imaginação da criança, ou pela predominância de regras. Os primeiros jogos da criança pertencem à primeira categoria, o que não equivale a dizer que eles não tenham regra nenhuma. Há nestes jogos imaginativos uma ordem interna que podemos considerar como regras, mas a predominância, todavia, é da fantasia infantil. Os jogos, com predominância de regras, envolvem conteúdos e ações preestabelecidos que regularão a atividade da criança. Regras implicam na relação com o outro, na ação com o outro, portanto já há, neste caso, uma intenção de partilhar experiências e de participação em várias atividades. A criança possui um anseio natural para brincar, isto é, para aplicar seus poderes e habilidades que desabrocham em uma crescente variedade de maneiras para explorar a si própria e ao ambiente em que vive. Bühler (in Pikunas, 1979) enfatiza a "função prazer" que resulta de tal atividade e também atua como estímulo. À medida que a criança desenvolve a linguagem e a fantasia, a função prazer expande-se em alegria e prazer de projetar e criar. Segundo Charlotte Bühler, "as crianças que brincam, muito aumentam sua futura criatividade - um traço cultural proeminente dos seres humanos". Para Freud, a criança "leva sua brincadeira muito a sério e nisso depende uma grande quantidade de emoção". E, de acordo com Erik Erikson, através do brincar, "a criança organiza seu mundo interior em relação a seu mundo exterior. Aprendendo novas modalidades de brincar, a criança avança sua prontidão para ingressar em estados superiores de desenvolvimento". A engenhosidade da criança nas várias atividades lúdicas aumenta sua realização e acrescenta muito a seu senso, tanto de identidade como de maestria (Erikson, In Pikunas, 1979). Os autores Margoulis apud Lebovici e Diatkine (1961,28-29), fazem uma classificação de brinquedos em três diferentes tipos: inicialmente tendo o brinquedo completamente pronto, simples ou mecânico (carrinhos e seus derivados); os brinquedos criados aos poucos, que a criança deve completar (loteria, quebra-cabeça, etc); materiais de jogo ( argila, etc) ressaltando que objetivo principal é: que a criança brinque realmente, consiga efeitos, construa, faça combinações, crie; onde leve até o fim o que começou. E finalizando que compreenda a utilidade de cada brinquedo e que cuide deles, desenvolvendo o ato de cuidar e perpetuar o brincar. Quando nos reportamos a outra cultura acresce a dificuldade de compreensão da totalidade dessa e sua relação com as outras culturas. Nesse caso podemos nos utilizar do referencial teórico de enfermagem baseada no cuidado transcultural de Madelaine Lenninger. A teoria de LEININGER foi desenvolvida a partir da Antropologia; porém,reformulada para Enfermagem Transcultural com perspectivas de cuidado humanizado. Sendo confirmado por LEININGER (1981), quando declara: "o cuidado é o domínio central e o único para o corpo de conhecimentos e prática na Enfermagem, e uma investigação sistematizada do cuidado poderá avançar a disciplina de Enfermagem e em último caso, prover cuidados de enfermagem melhores para o povo". Segundo CAMERON (1989), ao descrever o entendimento da teoria de LEININGER, afirmam que "a Enfermagem é essencialmente uma profissão de cuidados transculturais, a única que esta centrada na promoção do cuidado humano para pessoas de uma maneira significativa, congruente, respeitando os valores culturais e estilo de vida". A Teoria do Cuidado Transcultural citada por LEININGER (1985) enfatiza que há diversidades no cuidado humano, com características que são identificáveis e que podem explicar e justificar a necessidade do cuidado transcultural de enfermagem, de forma que este se ajuste as crenças, valores e modos das culturas,para que um cuidado benéfico e significativo possa ser oferecido. Os atos aplicados no cuidado cultural que são congruentes com as crenças e valores de determinada população passam a são considerados como sendo um dos conceitos mais significativos, unificadores e dominantes para se conhecer, compreender e prever o cuidado terapêutico popular na peculiaridade de cada população. Todo esse cuidado baseado culturalmente é o fator principal e significativo na afirmação da Enfermagem como curso e como profissão, e no fornecimento e manutenção da qualidade do cuidado de enfermagem prestado aos indivíduos, famílias e aos grupos comunitários,fazendo parte do perfil esperado desse profissional da área de saúde. Considerando que o cuidado de enfermagem, assim como a integralidade nos valores, crenças e padrões de comportamento relacionados a saúde e doença. Podemos inferir ainda que um dos objetivos da enfermagem transcultural transpõe a apreciação de culturas diferentes, mas de tornar o conhecimento especifico e a pratica profissional culturalmente embasada, conceituada, planejada e operacionalizada. A formação dos acadêmicos que buscam entender e praticar a enfermagem não considerarem os aspectos culturais da necessidade humana, suas ações poderão ser ineficazes e trazer conseqüências desfavoráveis para os assistidos". Objtivos Objetivo Geral • Realizar atividades lúdicas – educativas em saúde, desenvolvidas e direcionadas, com o enfoque no auto-cuidado, na prevenção e promoção da saúde com crianças no Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) Bororó, juntamente com as crianças assistidas no PETI – programa de erradicação do trabalho infantil desenvolvido na aldeia e observando o cuidado transcultural em enfermagem. Objetivos Específicos • Promover oficinas de educação em saúde através de momentos de alegria e descontração, com as crianças; • Realizar brincadeiras interativas entre educativas e lúdicas; • Aprender com as crianças participantes do projeto brincadeiras, teatro e músicas sobre os temas relacionados à saúde e doença; • Proporcionar aos acadêmicos condições de desenvolver habilidades e competências no trabalho com crianças e adolescentes e familiares em atividades de prevenção e promoção de saúde. • Desenvolver nos acadêmicos as competências de educador em saúde e a transformação social/ educacional baseado em ações da enfermagem. Metodologia Participarão deste projeto acadêmicos(as) do Curso de Enfermagem que desenvolverão atividades recreativas e educativas com as crianças/adolescentes e familiares indígenas desenvolvidas no Núcleo de Atividades Múltiplas ( NAM) Bororó. Baseado na justificativa e relevância, objetivos geral e específicos, na relação entre ensino, pesquisa e extensão será adotado como uma das metodologias a capacitação teórica e prática dos acadêmicos inseridos e envolvidos no projeto para desenvolver as atividades estabelecidas e previstas na brinquedoteca bem como o criação de brinquedos, brincadeiras, histórias e outras atividades e materiais necessários ao desenvolvimento das ações previstas com as crianças , avaliando continuamente o trabalho com crianças e adolescentes para adequação de atividades e brincadeiras observando as peculiaridades culturais de tais comunidades. A capacitação teórica terá 40 horas considerando atividades teóricas/práticas em atividades educativas sugeridas e inseridas no processo, com enfoque de instrumentalizar para o atendimento da criança e familiares, bem como propiciar aos envolvidos o conhecimento e o modo de comunidades indígenas, especialmente os Guarani Kaiwoa e participar ativamente de uma equipe multiprofissional. Após esta capacitação serão realizadas reuniões semanais de 4 horas com os grupos de atividades da brinquedoteca para confecção de materiais necessários e planejamento e desenvolvimento das ações. Os acadêmicos envolvidos obedecerão a escala para atividades de recreação e estimulação, em grupos acompanhados de um docente inserido no projeto; e o horário de quatro horas a ser destinado para as atividades de brinquedoteca no Nucleo de Atividades Múltiplas da aldeia Bororó e será compatível com o designado em calendário acadêmico. Ao aplicar essa metodologia e considerando as questões de direcionamento das atividades e o fluxo de atender as solicitações necessárias para a execução do projeto que a delimitação de funções e responsabilidades diferenciadas entre os acadêmicos participantes se faz imprescindível. A função de coordenador geral de atividades faz com que a figuração torna indispensável esse coordenador, pois supervisionaria e também promova a manutenção de todo o seu contexto. Além da higienização, que deve ser cuidadosa, a ordem e a conservação das atividades merecem atenção. As atividades lúdicas podem promover muita desordem se não forem levadas acabo com eficiência. Esses aspectos básicos para que as atividades aconteçam a contento não podem ser colocadas em primeiro lugar, pois, acima de tudo, esta o bem estar das crianças. O equilíbrio entre os dois fatores, o material e o psicológico, exige uma coordenação competente, capaz de subsidiar, apoiar e supervisionar as atividades lúdicas com alegria e sabedoria. Considerações A aplicabilidade e execução desse projeto vem atender as bases da universidade em pesquisa,ensino e extensão,bem como propiciar uma formação básica e peculiar no atendimento de crianças e adolescentes indígenas. Ressalta-se que no município de Dourados concentra-se uma razoável população indígena e a proximidade com a zona urbana e suas inter-relações entre os indígenas e não indígenas. A busca constante em aprender cada vez mais sobre sua cultural e entendimento sobre saúde e doença lembrando que esse é um dos quesitos na formação profissional de Enfermagem e cuidar de seres humanos independente de suas crenças, religião, e compreensão do mundo. Esse projeto de extensão tem caráter de continuidade e esta sendo formulada uma pesquisa-ação pela especificidade e delicadeza de tratamento que o conhecimento requer, na sua grandiosidade de atuação em cuidar e cuidados e educação em saúde. Referências AJURIAGUERRA, J.– Manual de Psiquiatria Infantil. Barcelona:Toray-Masson apud LEITE et al., O Brincar Como Estratégia Comunicativa De Promoção Da Saúde Em Crianças Hospitalizadas. VI CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO E SAÚDE São Bernardo do Campo, SP, 01 a 03 de Outubro de 2003. LEININGER, M. Caring: an essential human need . New Jersey, Thorofare , Slack .1981. p.311: The phenomenon of caring : importance, research questions and theoretical considerations . ______________. Cultural care: an essential goal for nursing and health care. In: NATIONAL MEETING OF THE AMERICAN ASSOCIATION OF NEPHR( )LOGY NURSES AND TECHNICIANS, Philadelphia, 1983. ______________. A Relevant nursing theory: transcultural care diversity and universality. 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