Relatório Trimestral CARTA DO GESTOR 3º trimestre de 2014 Novembro/2012 Prezado investidor, Em linha com nosso compromisso de transparência, compartilhamos nossas principais estratégias de investimento e algumas considerações acerca do nosso cenário macroeconômico. Agradecemos a confiança e colocamo-nos à disposição para discutir nossos cenários e estratégias. 1 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 ARSA MACRO No 3º trimestre de 2014, o fundo ARSA Macro apresentou rentabilidade de 1,20%. Boa parte dos ganhos auferidos em julho e agosto foi revertida em setembro, quando o fortalecimento de Dilma Rousseff nas pesquisas para as eleições presidenciais provocou uma forte deterioração dos preços dos ativos nos diversos mercados. Atribuição de Performance - ARSA Macro FIQ FIM 3º Trimestre de 2014 3,0% 2,72% 0,11% -0,11% 2,5% 2,0% -0,82% 1,5% 1,20% -0,70% 1,0% 0,5% 0,0% Caixa Líq. Câmbio RV Juros Custos Total Como era previsível que o cenário eleitoral provocaria aumento da volatilidade dos ativos, iniciamos o trimestre com o risco reduzido, de forma a evitar eventuais movimentos de stop loss em cenários mais extremos de mercado. Aproveitamos o stress ocorrido em setembro para aumentar as nossas posições aplicadas no mercado de juros futuros, que seguem como a principal estratégia de investimento do fundo. Adicionalmente, montamos posições compradas em calls e puts out of the money de ações da Petrobras, com o objetivo de aproveitar o cenário binário relativo às eleições presidenciais. Detalhamos a seguir as nossas principais estratégias de investimento. 2 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 Mercado de juros O nosso cenário pessimista para a atividade doméstica, que havíamos enfatizado nos relatórios anteriores, foi confirmado. O Brasil apresentou dois trimestres consecutivos de contração do PIB, configurando recessão técnica. Projetamos um crescimento inferior a 0,5% em 2014 e ao redor de 1% em 2015. Como consequência principalmente dos erros de política econômica, os indicadores de confiança de consumidores e empresários regrediram aos patamares de 2009, quando o país sofria os efeitos da severa crise global. O fraco desempenho da atividade acarretará aumento do desemprego e menor crescimento da massa salarial real. Ao mesmo tempo, o desaquecimento da demanda, os estoques em níveis ainda elevados, a redução de utilização da capacidade instalada e os riscos ao quadro energético constituem fatores restritivos para a recuperação dos investimentos. Para os próximos anos, a palavra-chave é confiança. Uma vitória da situação nas eleições dificilmente reverteria esse quadro de estagnação econômica, pois seria improvável que ocorresse a guinada necessária da política ora vigente, e o espaço para novos estímulos monetários e fiscais é limitado. Por outro lado, uma vitória da oposição acarretaria a melhoria dos indicadores de confiança, com uma sensível recuperação da qualidade e credibilidade da política econômica e do ambiente regulatório. Esperam-se medidas tais como a correção dos desequilíbrios fiscais e parafiscais, o rearranjo da política comercial, o estímulo à ampliação do crédito e dos investimentos, e melhorias nos setores de infraestrutura para a resolução, no médio prazo, dos estrangulamentos de oferta experimentados pela economia brasileira. A combinação de dados fracos de atividade, perspectivas de aumento da taxa de desemprego, abertura do hiato do produto, juro real acima da taxa de equilíbrio, crescimento global moderado e o expressivo recuo dos preços das commodities nos mercados internacionais (com destaque para petróleo e grãos) limitam o espaço para pressões inflacionárias adicionais em 2015. Projetamos um IPCA entre 5,5% e 6%, mesmo incorporando um ajuste de preços administrados na faixa de 6,5% (vale ressaltar que a forte queda dos preços do petróleo eliminou a defasagem do preço doméstico com o internacional). O principal risco à nossa projeção residiria na manutenção da política fiscal nos moldes atuais, o que eventualmente levaria à perda do grau de investimento do país e a uma deterioração adicional das expectativas dos agentes econômicos, tendo como consequências a saída de recursos do país e uma depreciação significativa da taxa de câmbio. 3 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 As incertezas eleitorais dificultam as projeções para a evolução da taxa Selic. Em caso de vitória da situação, acreditamos em manutenção da taxa ao longo de 2015, devido à preocupação com a atividade doméstica. Caso seja adotada uma política fiscal contracionista de fato, haveria espaço para a redução dos juros a partir do 2º semestre de 2015, quando o Banco Central já estaria mirando a inflação de 2016, que se beneficiaria também da provável ancoragem das expectativas em função do ajuste dos preços administrados no ano anterior e dos efeitos desinflacionários da desaceleração da absorção doméstica. No entanto, caso o governo não seja bem sucedido na restauração da credibilidade e a taxa de câmbio deprecie de forma expressiva, o aumento dos juros seria necessário para evitar que a inflação rompesse o teto de 6,5%. No caso de vitória da oposição, acreditamos que o foco inicial residiria na correção dos desequilíbrios fiscais e parafiscais. O efeito contracionista de um ajuste fiscal, aliado à apreciação cambial e à redução das expectativas de inflação que adviriam do ganho de credibilidade permitiria que, mesmo com um realinhamento de preços administrados, o IPCA de 2015 caísse para abaixo de 6% num cenário de demanda ainda fraca. Caso o BC opte taticamente, no início de 2015, por apertar a política monetária (o que consideramos como desnecessário, pois a taxa Selic já sofreu ajuste relevante e a ênfase deve ocorrer na correção dos desequilíbrios fiscais), avaliamos que o movimento seria moderado (alta de até 1 p.p.). O objetivo maior seria ancorar mais rapidamente as expectativas de inflação e não contrair fortemente a demanda doméstica, que já está bastante fraca. Em ambos os casos, haveria espaço para a retomada do ciclo de relaxamento monetário a partir do 2º semestre 2015, dado o contexto de juro real acima do neutro e de abertura do hiato do produto. Iniciamos o 3º trimestre com baixa exposição a risco, tendo em vista a perspectiva de elevação da volatilidade com a aproximação das eleições presidenciais. Com isso, além de evitarmos perdas acentuadas em momentos de stress, teríamos espaço para realizar posições táticas. No início de julho, nossa alocação estava concentrada no DI jan/21 (posição aplicada inferior a 1 PL), que embutia uma taxa Selic média acima de 12%. A decisão do BC de estender o programa de swaps cambiais até o fim do ano tendia a favorecer a continuidade do apetite de investidores estrangeiros pela parte mais longa da curva. No início de agosto, aproveitamos o stress ocorrido na curva de juros, devido às tensões geopolíticas na Ucrânia, para fazer uma posição tática aplicada no DI jan/17, que foi zerada com ganhos no fim do mês. Aproveitamos também para encurtar a posição do DI jan/21 para o DI jan/18, dado o expressivo flattening ocorrido na curva de juros, que fez com que a taxa do DI jan/21 recuasse para patamares inferiores aos dos vértices mais curtos. Em setembro, aumentamos, de forma moderada, as posições nos DI jan/17 e DI jan/18. Inicialmente, após os dados fracos de mercado de trabalho nos Estados Unidos divulgados 4 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 no início do mês e, posteriormente, com a elevação da curva de juros local, decorrente do enfraquecimento da oposição nas pesquisas eleitorais. O mês foi marcado pelo aumento da aversão a risco, o que gerou alguns movimentos de stop loss no mercado e amplificou a elevação da curva de juros local. Com isso, o fundo apresentou rendimento negativo no mês. No trimestre, as operações no mercado de juros geraram uma perda de 0,82%. Consideramos o DI jan/18 o melhor ponto da curva num cenário ainda de indefinição eleitoral pelas seguintes razões: i) distorção com relação ao DI jan/17 e DI jan/21, pois o DI jan/18 está em patamar próximo ao DI jan/17 e acima do DI jan/21; ii) a taxa a termo para o período entre 2015 e 2017 (FRA 2015/2018) precifica uma taxa Selic média de cerca de 12% entre 2015 e 2017, que nos parece excessiva; iii) comparado aos vértices mais curtos, o DI jan/18 seria menos afetado caso o BC optasse em elevar os juros no início de 2015; iv) ainda considerando a hipótese de vitória da oposição, o DI jan/18 se beneficiaria da redução do prêmio de risco e da probabilidade de retomada do ciclo de queda da taxa Selic no 2º semestre de 2015 ou no início de 2016; v) caso a situação vença as eleições, os vértices mais longos (onde estão concentrados os investidores estrangeiros) seriam os mais afetados com o forte incremento do prêmio de risco e o consequente aumento da inclinação da curva de juros; e vi) a elevação do prêmio de risco no DI jan/18 em caso de vitória da situação seria compensada pela perspectiva de que o BC não voltaria a subir os juros num ambiente de atividade fraca. Iniciamos também, no fim de setembro, uma posição aplicada no DI abr/15, por identificarmos uma assimetria positiva. Além do carrego positivo de 0,09 p.p. no mês, a alocação só apresentaria perdas (e, mesmo assim, moderadas) caso o BC voltasse a subir os juros em 0,50 p.p. na reunião do Copom de dezembro e esse ritmo fosse repetido nas reuniões de janeiro e março de 2015. Num cenário de juros estáveis em 2014 e duas elevações de 0,75 p.p. nestas reuniões, a posição ainda apresentaria ganhos. Mercado de câmbio O 3º trimestre foi marcado pela significativa depreciação do real (cerca de 10%), após ter apresentado relativa estabilidade em julho e agosto. Uma parcela desse movimento é justificada pela tendência global de fortalecimento do dólar que ocorreu no período e pela deterioração dos termos de troca (com destaque para a queda do minério de ferro e dos grãos). Como o real se depreciou bem mais do que a média dos seus pares, atribuímos que cerca de 50% da variação no trimestre foi ocasionada pelo mood negativo que se instalou no país em setembro pela frustração com as pesquisas eleitorais, quando os mercados de renda variável e de renda fixa também apresentaram perdas elevadas. 5 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 Em caso de vitória da oposição nas eleições presidenciais, consideramos como bastante provável que a taxa de câmbio volte a se aproximar do patamar de R$2,20, ao contrário do consenso do mercado. Mesmo que a nova administração opte por interromper o programa de ofertas diárias de swaps cambiais e role parcialmente os lotes a vencer, o ganho de credibilidade com a nova equipe econômica levaria à reversão das posições compradas em derivativos cambiais por parte de investidores estrangeiros (acima de US$ 30 bilhões), à diminuição das posições de hedge cambial, ao aumento do fluxo financeiro direcionado a aplicações em bolsa e em renda fixa e ao aumento do volume de investimentos diretos estrangeiros. Vale ressaltar o elevado diferencial entre os juros do Brasil e os das demais economias, o que estimula operações de carry trade, sendo que esse movimento seria mais agudo caso o BC opte por subir os juros em 2015. Já em caso de vitória da situação, avaliamos, como já citado anteriormente, que o real poderia sofrer uma forte depreciação. Considerando o cenário externo, o principal risco para o real diz respeito à trajetória da política monetária nos Estados Unidos. Acreditamos que o Fed deverá começar a subir os juros em meados do próximo ano, mas o processo deverá ser bem gradual, pelos seguintes fatores: i) assimetria para o Fed, pois se a atividade voltar a decepcionar, seria politicamente custoso empreender um QE4 ou voltar a reduzir os juros; ii) a medida preferida de inflação do Fed, o core PCE, vem rodando em torno de 1,5%, abaixo da meta de 2%; iii) o dólar mais forte gera pressão baixista sobre os preços dos produtos importados, em particular os preços de commodities (ressalvando que o petróleo vem tendo o movimento acentuado devido à fraca demanda mundial e ao crescimento da oferta); iv) ainda há folga no mercado de trabalho (baixa taxa de participação, elevado número de trabalhadores em tempo parcial e, principalmente, custos salariais crescendo ainda ao redor de 2%, o que restringe o aumento da inflação e do consumo das famílias); v) com a inflação rodando abaixo da meta, o foco maior do Fed é na recuperação sustentada da atividade e do emprego, que não se beneficiarão mais dos programas de expansão de liquidez; vi) o aumento da taxa de poupança das famílias americanas restringe o crescimento do consumo; vii) as expectativas de inflação seguem bem ancoradas, sendo que a “inflação implícita” entre os 5 e 10 anos seguintes (5yr-5yr inflation breakevens) recuou para o piso do período pós-recessão; viii) a desaceleração da economia global (o FMI revisou, no início de outubro, a projeção de 4% para 3,8%) coloca riscos para a recuperação norte-americana, lembrando que este é quarto ano seguido em que as expectativas de crescimento global são frustradas, apesar de toda a política monetária expansionista em vigor; e ix) dos quatro membros do FOMC que deixarão de votar em 2015, três estão classificados dentre os mais hawkish (Charles Plosser, Richard Fisher e Loretta Mester). Se o cenário para os Estados Unidos é de crescimento moderado, sustentado pela melhora dos indicadores de mercado de trabalho e pela recuperação dos investimentos, o ritmo de 6 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 crescimento da Europa continua abaixo do esperado. Para mitigar o risco de deflação, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou, em setembro, uma política de compra de ativos privados (ABS e covered bonds). O BCE também deu ênfase à divergência entre as perspectivas de aperto monetário em outras regiões e o relaxamento na Zona do Euro, o que seria um sinal de que uma depreciação adicional da moeda seria bem vinda, pois reduziria o risco de deflação e estimularia a demanda agregada. As taxas dos bonds europeus declinaram substancialmente, com as taxas de 10 anos da Alemanha indo para abaixo de 1% a.a. e as da Espanha e da Itália situando-se em patamar próximo ao das treasuries. Iniciamos o mês de julho com uma posição comprada em dólar futuro, como hedge para a nossa posição aplicada em juros. No final do mês, quando o dólar futuro para agosto se aproximou de R$2,29, optamos por zerar, com ganhos, a posição. Em agosto, montamos uma posição vendida em euro e comprada em dólar, dadas a diferenças entre o ritmo de atividade e as perspectivas de política monetária entre os EUA e a Zona do Euro. A continuidade da depreciação do euro parece ser o caminho mais fácil para inflacionar a economia e estimular a demanda agregada (via setor exportador). O presidente do BCE, Mario Draghi, defendeu um euro mais fraco e destacou a importância da adoção de uma política monetária expansionista. Com a estagnação da atividade na Europa, o diferencial entre as taxas das treasuries norte-americanas e os bonds europeus chegou ao maior valor em 15 anos. As operações com euro geraram resultado positivo no trimestre. Finalmente, em meados de setembro, após o comunicado dovish do Fed e a divulgação de recuo da inflação ao consumidor nos Estados Unidos, abrimos um posição comprada em real (ao dólar futuro de R$2,34) no mesmo montante da operação de euro, de modo que, sinteticamente, o fundo passou a ter uma posição comprada em real e vendida em euro. A significativa depreciação do real, que fechou o mês a R$2,45, gerou perdas na posição. Ao longo do trimestre, o conjunto de operações com moedas gerou um ganho de 0,11%. Mercado de renda variável Dado o cenário binário para os mercados com relação ao resultado das eleições presidenciais, optamos, ao longo do trimestre, por operar no mercado de renda variável via aquisição de opções de compra e de venda de Petrobras “fora do dinheiro”. Em caso de vitória da situação, continuaria a percepção de que a empresa é prejudicada pelo controle dos preços de combustíveis para conter a inflação e pela interferência política em sua gestão. Já em caso de vitória da oposição, os preços seguiriam a referência internacional e seria esperada uma melhora da gestão da empresa. As operações geraram, no período, uma perda de 0,11%. 7 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 ARSA CRÉDITO PRIVADO O ARSA Crédito Privado encerrou o 3º trimestre de 2014 com a carteira alocada em CDB e letras financeiras (42% do PL), debêntures (25% do PL) e cotas de FIDC (4% do PL). O desempenho do fundo no período foi de 2,76% (cerca de 101% do CDI). Um dos principais eventos para a carteira no último trimestre foi o fato ocorrido na matriz do Banco Espírito Santo. Em julho, o braço não financeiro do Grupo Espírito Santo apresentou uma série de dificuldades financeiras e ajustes contábeis, afetando o Banco Espírito Santo - BES (Portugal). No inicio do mês de agosto, o Banco de Portugal, com o objetivo de sanear a instituição em questão, determinou a criação de um novo banco, livre de ativos tóxicos e capitalizado em € 4,9 bilhões pelo governo português. O BES Investimento do Brasil e suas subsidiárias fazem parte desse novo banco. Em junho, antes dos ajustes no BES, havíamos alocado aproximadamente 5% do PL do fundo em letras financeiras da instituição, pois entendíamos que o braço financeiro do Grupo Espírito Santo manteria seus fundamentos saudáveis. Após estes ajustes, as agências Moody’s e S&P deram downgrade para a classificação de risco do BES. Em função disso, atualmente estamos com 8,6% da carteira alocados em ativos com classificação de risco BBB, mas pretendemos reduzir esse percentual o mais rápido possível para um patamar abaixo de 5%. Em setembro, o BES (Brasil) divulgou a resposta do Banco Central do Brasil sobre a consulta do vencimento antecipado das letras financeiras emitidas na última oferta pública. O pedido foi indeferido. Outra posição que mereceu destaque no período foi BR Towers. A empresa obteve a anuência necessária dos debenturistas para não declarar vencimento antecipado da debênture em circulação, após a aprovação da alienação das ações para a American Tower pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No mercado primário, alocamos cerca de 5% do PL do fundo em letras financeiras do Banco Pine com prazo de 2 anos (119% do CDI) e em letras financeiras do Banco Daycoval com prazo de 3 anos (114,8% do CDI). Além disso, iniciamos a recomposição do book de FIDC com alocações de aproximadamente 4% do PL no FIDC Sulinvest (rating AA pela S&P e meta de IPCA + 8,5% a.a.) e no FIDC Omni X (rating AA pela Fitch e meta de CDI + 2,5% a.a.). Após a liquidação do FIDC Omni, que ocorrerá em outubro, operações com prazo inferior a 60 dias, incluindo operações compromissadas de um dia, corresponderão a aproximadamente 25% do PL do fundo. Com relação a novos ativos, estamos analisando as ofertas de debêntures da Arteris S.A e Estácio Participações S.A.. Já no mercado secundário, continuamos avaliando FIDCs e oportunidades em debêntures. 8 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 FIDC Sulinvest (nova alocação): A Sul Invest Securitizadora S.A. é oriunda do Grupo AAS (factoring), que atua no mercado desde 1999. Em 2012, aprovou a constituição por Transformação de Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada em Sociedade Anônima e, consequentemente, a alteração de sua denominação de Sul Invest Serviços Financeiros LTDA para Sul Invest Securitizadora S.A., tendo por objeto específico: i) a exploração do negócio de aquisição e securitização de direitos creditórios comerciais, industriais, imobiliários e do agronegócio; ii) emissão e colocação de títulos e valores mobiliários; iii) cessão e reaquisição dos direitos creditórios; e iv) prestação de serviços relacionados a operações no mercado secundário de créditos oriundos de suas operações. A empresa também presta serviços compatíveis com suas atividades: análise de crédito, cobranças, informações cadastrais e administração de carteiras de direitos de crédito para terceiros. Os administradores são a família Silveira (Alexandre Silveira, Ana Cristina Silveira e Vilmar Silveira), e respondem pela criação do FIDC multi-cedente e multi-sacado Sulinvest, resultado de longa experiência dos sócios na antecipação de recebíveis para segmento industrial no Paraná. Além da alteração da denominação social, entre 2008 a 2013, a empresa consolidou sua atuação neste nicho de mercado com a abertura de novos escritórios em São Paulo e Porto Alegre em 2011, Londrina em 2012, Minas Gerais em 2013 e elevação do patrimônio do fundo para R$ 150 milhões em 2014. Na avaliação do desempenho do FIDC Sulinvest, observamos que, desde 2008, o fundo vem cumprindo seus objetivos de rentabilidade e subordinação, com inadimplência controlada, originação constante e boa folga de recursos aplicados em ativos de alta liquidez. FIDC Omni (nova alocação): A Omni foi fundada em 1968, como distribuidora de títulos e valores mobiliários, para, em 1994, ser transformada em sociedade de crédito, financiamento e investimento. Sua atuação é voltada para originação de operações de crédito para veículos usados (motos com vida útil média de 4 anos, veículos leves com 15 anos e veículos pesados com 22 anos). Dentre os produtos ofertados pela Financeira aos seus clientes, destacam-se, além do financiamento de veículos (leves, pesados e motos), os seguintes: i) o refinanciamento de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) com veículo em garantia; ii) o “Cartão de Crédito Omni”; e iii) o CDC Loja para móveis e eletrodomésticos. As operações são originadas por correspondentes bancários (100% terceirizados), por meio de uma rede de 100 pontos de venda, cobrindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, com maior concentração nos Estados de São Paulo (47%) e Paraná (25%). Os agentes seguem o modelo de correspondentes bancários exclusivos tendo como público-alvo os consumidores de baixa renda (foco nas classes C e D). 9 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 Na avaliação econômico-financeira da Omni CFI, originadora dos recebíveis, observou-se uma carteira de crédito crescente (30% entre 2012 e 2013 e 8% até jun/14), chegando a um total de R$ 1,5 bilhão em jun/14, em operações de CDC Veículos e refinanciamento lastreado em automóveis. Dado o forte crescimento das operações de crédito, apesar do aporte de recursos realizado em 2013, o seu índice de Basiléia se encontrava no limite (11,7%) ao final do 1º semestre de 2014, obrigando a Omni a buscar soluções para continuar crescendo. Quanto à captação de recursos para atender a demanda da carteira de crédito, observa-se que os instrumentos utilizados (FIDC, depósitos a prazo, letras de câmbio, e obrigações no exterior) garantiram uma boa folga nos seus índices de liquidez, com R$ 174 milhões aplicados principalmente em títulos públicos. O resultado do 1º semestre de 2014 foi tímido devido aos aumentos da PDD (reconhecida a resultado), que passou de 7,2% em dez/13 para 10,5% em jun/14 e do custo de captação, ficando o lucro final aquém do bom desempenho de 2013. Na avaliação de desempenho do FIDC Omni VII, observamos que, desde o seu início em dezembro de 2011, o fundo vem cumprindo seus objetivos de rentabilidade e subordinação, com inadimplência controlada e originação constante. 10 RELATÓRIO TRIMESTRAL 3º trimestre de 2014 GESTOR ARSA INVESTIMENTOS LTDA Av. Ataulfo de Paiva, 341/308 - Leblon Rio de Janeiro - RJ - 22440-032 Tel: 55 21 3550-5850 / Fax: 55 21 3550-5855 [email protected] www.arsainvest.com.br ADMINISTRADOR BTG PACTUAL SERVIÇOS FINANCEIROS S.A. DTVM Praia de Botafogo, 501/5º andar - Botafogo Rio de Janeiro - RJ - 22250-040 Tel: 55 21 3262-9682 / Fax: 55 21 3262-8645 SAC: 0800 7722 827 Ouvidoria: 0800 7220 048 www.btgpactual.com As informações contidas neste material são de caráter meramente informativo. A ARSA Investimentos não comercializa nem distribui quotas de fundos de investimento. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos – FGC. Os fundos utilizam estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Ao investidor, é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento dos fundos de investimento ao aplicar seus recursos. 11