Prof. Dr. Alcindo Cerci Neto Universidade Estadual de Londrina Secretaria de Saúde de Londrina CONFLITO DE INTERESSES (CFM 1595/2000) GSK Chiesi Mantecorp OBJETIVOS Panorama da Asma e DPOC nos serviços públicos brasileiros Políticas de saúde no manejo da Asma/DPOC Como utilizar estas políticas? Conclusões “No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.” Carlos Drummond de Andrade Panorama da Asma no SUS As abordagens são restritas ao tratamento sintomático das exarcebações. Existe um elevado número de internações desnecessárias, alta morbidade, visitas freqüentes a serviços de urgência, além de recorrentes faltas ao trabalho e à escola, resultando em um enorme custo econômico e social na asma Existe um claro avanço no manejo da ASMA Sarinho E, Queiroz GRS, Dias MLCM, Silva AJQ. J Bras Pneumol; 33(4):365-371 Franco R, Santos AC, Nascimento HF, Machado CM, Machado AS, Loureiro S, et al. BMC public health, 2007: 7-82 Blaiss M S. P&T Digest: Asthma, 2005; 30(supl): 6-10. Panorama da DPOC no SUS Pouco diagnosticada e subvalorizada no SUS O acompanhamento é episódico e medidas de tratamento efetivo só ocorrem na atençao secundária em uma fase tardia de evolução da doença A reabilitação secundária é inexistente e as medidas de profilaxia são pequenas e inócuas O diagnóstico é difícil no âmbito do SUS e meramente clínico – a espirometria quase não é utilizada pelo médico generalista O médico generalista não conhece a magnitude do problema da DPOC Internações Doenças Respiratórias Ministério da Saúde do Brasil/SIH. Datasus, 2009 Custos 600,00 500,00 400,00 Asma 300,00 Pneumonia DPOC 200,00 100,00 0,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Ministério da Saúde do Brasil/SIH. Datasus, 2005 Global Iniciative for Asthma, GINA, 2088 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÔNICAS – 2009 Caderno 24 O manejo dos casos leves e moderados de rinite, asma e DPOC devem ser realizados pelas equipes da Atenção Primária Melhor adesão ao tratamento Maior controle dos sintomas Diminuição do número de internações hospitalares e aumento na qualidade de vida CAB/DRC (in press) CLASSIFICAÇÃO INICIAL DA ASMA Atenção persistente grave Secundária - UBS persistente moderada intermitente Atenção Primária persistente leve ABORDAGEM EDUCATIVA CONTROLE AMBIENTAL TRATAMENTO FARMACOÓGICO Reduzir ETAPA AVALIAR SIM REAVALIAR CONTROLE? NÃO AVALIAR: ·adesão ·dose ·uso correto dispositivo Atenção Primária, Secundária e Terciária CORRETOS PARCIALMENTE aumentar ETAPA CONTROLE? CRISE Atenção TRATAMENTO DA CRISE Terciária Adaptado da revisão do Global Initiative for Asthma, 2008 CONTROLADO PARCIALMENTE CONTROLADO NÃO CONTROLADO EXACERBAÇÃO aumentar reduzir NÍVEL DE CONTROLE TRATAMENTO Manter e encontrar menor degrau com controle AP Considerar subir um degrau AS Subir até controle Tratar como crise aguda AUMENTAR REDUZIR ETAPAS DO TRATAMENTO Atividades educativas + controle ambiental β2 curta duração S/N β2 curta duração S/N β2 curta duração S/N β2 curta duração S/N β2 curta duração S/N SELECIONE UM SELECIONE UM + UM OU MAIS ADICIONE CI baixa dose Dose média / alta de CI CI média/alta dose + β2 longa duração Corticóide VO antileucotrienos CI baixa dose + β2 longa duração Teofilina liberação lenta Baixa dose de CI + teofilina antileucotrieno ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 Asma intermitente Asma persistente leve Terapia adicional Mau controle persistente Uso freqüente corticóide oral CI=Corticóide Inalatório Adaptado da revisão do Global Initiative for Asthma, 2008 e British guideline on the management of asthma, 2008. CRISE LEVE/ MODERADA - β2 curta-ação 4-8 jatos cada 20 min (até 3x) (com espaçador) ou Nebulização com máscara facial - salbutamol ou fenoterol (berotec) 1gta/3kg/dose (5 a 20gts) cada 20min (até 3x). - pode associar com ipratrópio (atrovent) 20 a 40 gtas/dose (cada 4hs). RISCO DE VIDA CRISE GRAVE - β2 agonista + ipratrópio - Nebulização com O2 (6L/min) - considerar intubação - 1a dose corticóide sistêmico (VO ou EV) hidrocortisona (solu-cortef) EV: adulto 300mg x1. criança 4mg/kg x1 metilprednisolona(solu-medrol)EV: ataque: (2mg/kg)125mg. - monitorar PEF, pulso, satO2 - considerar terbutalina (1mg/ml) 0,25mg SC - considerar adrenalina 1:1000 (1mg/ml) 0,2-0,5mg IM - nebulização com O2 (6L/min) em máscara se satO2<90% (<95% em cças). SAMU 192 ATENDIMENTO HOSPITALAR reavaliar em 1 hora boa resposta boa resposta Resposta parcial em crise leve em crise moderada em crise moderada - β2 spray ou nebulização a cada 1 hora - Manter O2 - 1a dose corticóide oral (4060mg prednisona adultos; 12mg/kg cças) - 1a dose corticóide VO - manter β2 curta cada 20 min por 1 hora - manter O2 reavaliar em 1-2 horas reavaliar em 1-4 horas ALTA - β2 spray ou nebulização (2-4 jatos a cada 4hs por 48hs) - corticóide inalatório deve ser mantido, se já estiver em uso. Referenciar para a Atenção Básica Boa resposta Resposta parcial Boa resposta Sem resposta ALTA Considerar INTERNAÇÃO ALTA ATENDIMENTO HOSPITALAR - β2 spray ou nebulização 3x/d por 5 dias - Corticóide oral por 5-7 dias - Corticóide inalatório mantido se estiver usando em dose plena. - Orientar paciente. Adaptado da revisão do Global Initiative for Asthma, 2008 e Protocolo Clínico de Asma do Programa Respira Londrina CLASSIFICAÇÃO INICIAL DA ASMA GM 3237 dez. 07 intermitente persistente leve persistente moderada persistente grave ABORDAGEM EDUCATIVA CONTROLE AMBIENTAL TRATAMENTO FARMACOÓGICO Reduzir ETAPA AVALIAR - Valor único para diabetes, hipertensão, rinite, asma e saúde mental são únicos SIM CONTROLE? -Valores de investimento pactuados em estados e REAVALIAR NÃO (MS), R$ 1,50 (E) e R$ 1,50 municípios – R$ 4,10 AVALIAR: (M) – TOTAL R$ 7,10/hab. ·adesão ·dose - Elenco de referência para asma (Rename) ·uso correto dispositivo Dipropionato de beclometasona CORRETOS Prednisona PARCIALMENTE CRISE CONTROLE? Salbutamol (oral e MDI) aumentar ETAPA Atenção TRATAMENTO DA CRISE Terciária Adaptado da revisão do Global Initiative for Asthma, 2008 CLASSIFICAÇÃO INICIAL DA ASMA intermitente persistente leve persistente moderada GM 2577 de persistente grave out. 06 ABORDAGEM EDUCATIVA CONTROLE AMBIENTAL TRATAMENTO FARMACOÓGICO Reduzir ETAPA REAVALIAR aumentar ETAPA - A cargo dos estados com repasses de verba trimestrais através AVALIAR de LME - Exigências variam de cada estado CONTROLE? -SIMComponente de medicamentos de dispensação NÃO excepcional (CMDE) AVALIAR: Beclometasona ·adesão ·dose Budesonida ·uso correto dispositivo Combinados de Budesonida/Formoterol CORRETOS Fenoterol 200 mcg aerossol PARCIALMENTE CRISE SalbutamolCONTROLE? 100mcg aerossol Formoterol 12 mcg e Salmeterol 50mcg TRATAMENTO DA CRISE Adaptado da revisão do Global Initiative for Asthma, 2008 Definição de DPOC DPOC é caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo. A obstrução geralmente é progressiva, não totalmente reversível, e não muda o padrão durante muitos meses. É predominantemente causada pelo tabagismo. Sintomas: Epidemiologia: - falta de ar - tosse crônica - expectoração regular - “bronquites” freqüentes no inverno - sibilância - acima de 40 anos - tabagistas ou ex-tabagistas - poeira ocupacional - fumaça de lenha ESPIROMETRIA (pré e pós-BD) SIM DÚVIDA DIAGNÓSTICA · Obstrução ao fluxo se: VEF1<80% do previsto E VEF1/CVF<0,7 · Obstrução geralmente não reversível NÃO Sem DPOC NÃO HÁ FINANCIAMENTO PÚBLICO ATENÇÃO ATENÇÃO PRIMÁRIA · Atividades educativas · Parar de fumar · Atividade física · Evitar poluentes · Oferecer vacinação antiinfluenza (> 60 anos) · Oferecer antipneumocócica (>60 anos) I II III IV LEVE MODERADA GRAVE MUITO GRAVE · VEF1/CVF<0,7 · VEF1/CVF<0,7 · VEF1/CVF<0,7 · VEF1/CVF<0,7 · VEF1≤80% previsto · 50%≤VEF1<80% previsto · 30%≤VEF1<50% previsto · VEF1<30% previsto ● redução dos fatores de risco ● adicionar β2 curta-ação SECUNDÁRIA ● adicionar β2 longa-duração ou anticolinérgico ● reabilitação ● adicionar corticóide inalatório se exacerbações repetidas (1 a 2 no ultimo ano após uso via oral de corticóide ou antibiótico) ● adicionar O2 ● considerar cirurgia Adaptado de GOLD, 2007 e Thorax 2004;59(Suppl I):1-232. Como utilizar as politicas de saúde pública Vontade Paciência Planejamento - Modelo Análise epidemiológica Busque um modelo Programa de asma Programa de DPOC (Sao Paulo, Goiania, Brasilia, Recife) Adapte um protocolo de atendimento à sua realidade Garanta um elenco mínimo de medicamentos Asma: utilize o financiamento público DPOC: faça parcerias, estabeleça um número de pacientes e mostre resultados Utilize ferramentas de saúde publica como ESF, AP, PACS, CR qualificada Capacite os demais profissionais que atuarao no programa Utilize projetos educacionais para os pacoientes e estimule a participaçao dos mesmos Agregue outros especialistas e crie um centro de referência para os casos mais graves Utilize formulários padronizados e que possam servir como instrumento de análise da qualidade do programa -As políticas públicas de saúde para o manejo da Asma ASMA DPOC são adequadas e trouxeram grandes mudanças para aqueles que necessitam de tratamento -As políticas relacionadas ao DPOC tem que avançar, principalmente no que diz respeito a financiamento -Mesmo assim é possível utilizar as ferramentas e exemplos existentes para construir ações nas duas doenças OBRIGADO