Organização de Cultura e Ensino Sete de Setembro
Faculdade Sete de Setembro – FASETE
Curso de Licenciatura em Letras
ANA MARIA DOS SANTOS
A PRÁTICA DA LEITURA COMO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Paulo Afonso – BA
Novembro/2011
ANA MARIA DOS SANTOS
A PRÁTICA DA LEITURA COMO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura
em Letras, da Faculdade Sete de Setembro FASETE, como requisito para avaliação conclusiva.
Orientadora:
Paulo Afonso – BA
Novembro/2011
FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
CURSO LICENCIATURA EM LETRAS
Ana Maria dos Santos
A PRÁTICA DA LEITURA COMO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Licenciatura em Letras, da Faculdade
Sete de Setembro - FASETE, como requisito para
avaliação conclusiva.
BANCA EXAMINADORA
Professora (Orientadora)
Membro convidado 1
Membro convidado 2
Paulo Afonso – BA
Novembro/2011
Dedico este trabalho a Deus primeiramente
por ser minha força eterna e a minha família,
companheira de todas as horas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus a Força Encantada que me abençoa todos os dias,
e que me deu razões especais para continuar seguindo sempre em frente.
Aos meus professores, pela paciência, dedicação, interesse, amor, e
vontade que demonstrou em me orientar durante a realização deste trabalho
monográfico.
E a todos que contribuíram direta ou indiretamente na realização
deste trabalho e que merecem esta homenagem, que contribuíram bastante para a
realização e conclusão deste trabalho monográfico. Meus sinceros agradecimentos a
todos.
A maior parte do tempo de um escritor
é passada na leitura, para depois
escrever; uma pessoa revira metade
de uma biblioteca para fazer um só
livro.
Samuel Johnson
SANTOS, Ana Maria, A prática da leitura como exercício da Cidadania. 2011. 35
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras) – trabalho de
conclusão de curso apresentado à FASETE -Faculdade Sete de Setembro Paulo
Afonso, 2011.
RESUMO
Sabemos que a leitura é fundamental no nosso dia a dia, pois é através dela que
iremos aprender a escrever e para isso é que este Trabalho de Conclusão de Curso
vem para mais uma vez esclarecer que a prática da leitura visa à utilização de
técnicas de leitura como exercício da cidadania para o individuo. O trabalho
apresentará o resultado de atividades mediante a realização de pesquisa
bibliográfica tendo como suporte o método qualitativo em livros, revistas e artigos;
esta obra foi dividida em três capítulos assim divididos: no primeiro capítulo aborda a
leitura fazendo referência ao conceito e sua importância. No segundo capitulo
comenta sobre a literatura infanto juvenil como uma alternativa essencial para
despertar o prazer da leitura e no terceiro capitulo faz uma abordagem sobre a
leitura e escrita na construção do conhecimento, onde o discente ler com
compreensão e determinação. É apresentado também, sugestões para enriquecer
na produção textual atividades de leitura através do conto; cartaz surpresa; textos
com fichas e jogo de trilha. Nas considerações finais a pesquisa nos faz refletir e
mostrar o quanto a leitura é importante em nossas vidas.
Palavras chave: Leitura. Cidadania. Conhecimento. Escola. Aluno.
SANTOS, Ana Maria, The practice of reading as an exercise of citizenship. 2011.
40 sheets. Completion of course work (Bachelor of Arts) - completion of course work
presented to the Faculty Fasete Seven-Paulo Afonso September, 2011.
ABSTRACT
We know that reading is fundamental in our everyday life, because through it we will
learn to write and to this is that this work of Course Completion is to once again
clarify that the practice of reading aims to use reading techniques as an exercise of
citizenship to the individual. The paper presents the result of activities by conducting
literature having as support the qualitative method in books, magazines and articles,
this work was divided into three chapters divided as follows: the first chapter
emphasizes reading referring to the concept and its importance. In the second
chapter comments on the literature for young people as an essential alternative to
awaken the pleasure of reading and the third chapter is one approach to reading and
writing in the construction of knowledge, where students read with understanding and
determination. Is also presented, suggestions to enrich the textual production
activities of reading through the story; poster surprise; texts with chips and play track.
The final remarks research leads us to reflect and show how reading is important in
our lives.
Keywords: Reading. Citizenship. Knowledge. School. Student.
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
OBJETIVO ................................................................................................................ 13
METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................. 13
CAPITULO 1 - LEITURA: CONCEITO E SUA IMPORTÂNCIA ............................... 14
CAPITULO 2 - LITERATURA INFANTO JUVENIL: UMA ALTERNATIVA
ESSENCIAL PARA DESPERTAR O PRAZER DA LEITURA.................................. 18
CAPITULO 3 – A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA ................................................. 26
RESULTADOS DA PESQUISA ................................................................................ 28
CAPITULO 4 - LEITURA E ESCRITA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO . 28
3.1 - LER COM COMPREENSÃO ............................................................................ 29
3.2 - SUGESTÕES PARA ENRIQUECER NA PRODUÇÃO TEXTUAL .................. 31
3.2.1 - ATIVIDADES DE LEITURA ATRAVÉS DO CONTO ...................................... 31
3.2.2 - CARTAZ SURPRESA. .................................................................................. .32
3.2.3 - TEXTOS COM FICHAS. ............................................................................... .32
3.2.4 - JOGO DE TRILHA. ....................................................................................... .33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38
11
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa pretende expor a importância da leitura para o
desenvolvimento da linguagem escrita do aluno, ressaltando o valor da leitura em
sua vida, como meio de desenvolver a capacidade de compreensão de textos orais
e escritos, facilitando o processo de ensino-aprendizagem.
A abordagem do tema “A prática da leitura para o exercício da
cidadania”, justifica-se pela necessidade de informar ao leitor, que embora não
cabendo
aos
educadores
uma
responsabilidade
absoluta,
assume
estes
profissionais ao logo da profissão, uma luta diária em busca da melhor forma de
tornar a leitura uma prática mais atrativa e mais lúcida para os educandos.
Há uma preocupação incessante por parte dos educadores e relação
ao uso das palavras, essa utilização de forma compreensível e proveitosa, objetiva
fornecer aos alunos a oportunidade de gerar em cada indivíduo a vontade de
exteriorizar seus pontos de vista e liberar suas ideias.
O educando não deve ser privado de expressar suas ideias, pois
elas os fará dono de sua palavra, para que haja uma estreita relação professor e
aluno. Como motivador ele será capaz de lançar desafios e sugerir novas ideias, e
ser livre de restrições.
As dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita são cada
vez mais constantes, abrangendo principalmente os alunos que não gostam de ler, e
as consequências vão se refletindo na aprendizagem dos mesmos como um todo,
dentro e fora da escola.
A evolução tecnológica deixa clara o quanto foi necessário
comunicar-se bem, para se obter formas mais ágeis de elaborar trabalhos de
maneira mais eficaz e com menos margens de erros.
12
A comunicação oral e escrita é o primeiro passo que o indivíduo dá
para torna-se um ser participativo dentro da sociedade em que vive, na medida em
que compreende a necessidade desse instrumento, torna-se mais fácil a
conscientização da importância de saber ler e compreender o texto no seu sentido
real. A criticidade sinaliza os pontos vitais a serem discutidos. E este senso crítico só
se adquire através da pratica de boas leituras e do conhecimento sobre os assuntos
pesquisados e estudados.
É necessário conhecer o cotidiano escolar, sobretudo as relações
pedagógicas que se constituem na prática de cada sala de aula, já que há uma
resistência por partes dos alunos na construção de textos seja oral ou escrito. O ser
humano pode ser dotado de senso crítico independente do acumulo de informações
que ele adquiriu ao longo dos anos.
A família é de suma importância, mas ela atribui à escola toda
responsabilidade, e os professores de língua portuguesa buscam variações textuais
para despertar a prática da leitura com sua clientela, fazendo desta um ato de
construção do conhecimento, um processo de descobrimento, criação e recriação de
conceitos, oportunizando ainda uma interação com o meio.
É a partir dessas análises que o trabalho foi dividido em três
capítulos, para melhor abordar cada situação exposta. O Capítulo 1 será
desenvolvido o conceito e a importância da leitura, no Capítulo 2 leitura e escrita na
construção do conhecimento, e o Capítulo 3 literatura infanto-juvenil: uma alternativa
essencial para despertar o prazer de leitura.
A pesquisa poderá levar os possíveis leitores a um estado de
reflexão para ajudá-los na sua própria prática pedagógica ou na sua postura
enquanto leitor, procurando apontar caminhos e alternativas para a construção de
um processo de leitura eficaz, que consiga produzir conhecimentos e que possibilite
ao educando o uso constante da palavra e da escrita.
13
OBJETIVO
A pesquisa tem como objetivo mostrar a importância da prática da
leitura na vida das pessoas, focando assim o papel não só da escola, mas da
parceria com a família que é de suma importância para o desenvolvimento do aluno.
De modo geral este estudo busca evidenciar a necessidade do ato
de ler como instrumento de formação de estudantes críticos, capazes de entender a
realidade textual apresentada no dia-a-dia.
METODOLOGIA DA PESQUISA
A utilização de métodos científicos é o elemento chave responsável
por dar validade a toda e qualquer pesquisa formal. De acordo com Lakatos &
Marconi (2001, p. 83), métodos de pesquisa pode ser definido como “o conjunto das
atividades sistêmicas e racionais que, com maior segurança e economia, permite
alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”.
Neste trabalho monográfico foi utilizado o método exploratório,
através de pesquisa bibliográfica em livros, revistas e artigos, tendo como suporte o
método qualitativo, formulando assim um arcabouço teórico direcionado para
conceitos de cidadania e leitura.
14
1- LEITURA: CONCEITO E SUA IMPORTÂNCIA
Para Solé (1987), a leitura é um processo de interação entre o leitor
e o texto em que neste processo tentam-se satisfazer os objetivos que guiam sua
leitura. Sabemos que para este tipo de afirmação existem várias consequências, em
primeiro lugar, envolve a presença de um leitor ativo que processa e examina o
texto; também implica que sempre deve existir um objetivo para guiar a leitura; em
outras palavras, sempre lemos para algo, para alcançar alguma finalidade.
O leque de objetivos e finalidades que faz com que o leitor se situe
perante um texto é amplo e variado: devanear, preencher um momento de lazer e
desfrutar; procurar uma informação concreta; seguir uma pauta ou instruções para
realizar uma determinada atividade como conhecer as regras de um jogo, por
exemplo; informar-se sobre um determinado fato, no caso ler um livro de consulta
sobre a revolução francesa como exemplo e entre outros; confirmar ou refutar um
conhecimento prévio; aplicar a informação obtida com a leitura de um texto na
realização de um trabalho, etc.
Uma nova implicação derivada da anterior é que a interpretação que
nós, leitores, realizamos dos textos que lemos depende em grande parte do objetivo
da nossa leitura. Assim, os objetivos da leitura são elementos que devem ser
levados em conta quando se trata de ensinar aos discentes a ler e compreender.
Ainda com relação ás implicações da primeira afirmação sobre o que
é ler; ressaltamos que o fato de que o leitor constrói o significado do texto. Isto não
quer dizer que o texto em si mesmo não tenha sentido ou significado; felizmente
para os leitores, esta condição costuma ser respeitada. Estamos tentando explicar o
significado que o autor quis nos repassar, mas uma construção que envolve o texto,
os conhecimentos prévios do leitor que o aborda e seus objetivos.
Ainda nesta mesma perspectiva, segundo Freire (2000), ele afirma
que é a leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita.
Nesta compreensão intervêm tanto o texto sua forma e conteúdo, como o leitor, suas
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expectativas e conhecimentos prévios. Para ler necessitamos, simultaneamente,
manejar com destreza as habilidades de decodificação e apontar aos textos nossos
objetivos, ideias e experiências prévias; precisamos nos envolver em um processo
de previsão e inferência continua que se apoia na informação proporcionada pelo
texto e a nossa própria bagagem, e em um processo que permita encontrar
evidências ou rejeitar as previsões e inferências antes mencionadas.
Lembrando que a leitura não é mera decodificação, mas, acima de
tudo, interpretação, e, segundo o pensamento moderno, a criação de um novo texto,
deve, sobretudo, viabilizar atividades que instiguem a escritura e o registro do
discurso discente, seja em forma de prosa, seja em forma de poesia. Para tanto,
pode organizar exposições e concursos literários, fomentando o gosto pela leitura e
pela escrita.
Muito mais do que um espaço educativo e um centro de recursos
documentais, a biblioteca escolar deve ser, acima de tudo, geradora de novos
talentos. Isso será possível apenas se o bibliotecário escolar abdicar de sua mera
condição de técnico e gestor da informação para assumir a posição mais ampla de
educador, compromissando-se com o corpo discente a fomentar a leitura de textos
literários infantis com o propósito de estimular o senso crítico e a veia artística da
criança-aluno.
De acordo com Bamberger (1987, p.92), o desenvolvimento de
interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que começa
no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora, através
das influências da atmosfera cultural geral dos esforços conscientes da educação e
das escolas públicas, a oportunidade de ler, ou seja, a disponibilidade de livros
representa um papel decisivo no despertar interesses de leitura.
O hábito da leitura torna a pessoa participativa e responsável pelo
seu desenvolvimento sociocultural, fazendo com que o individuo perceba-se como
ser histórico social, ao encontrar caminhos para reflexão sobre a vida e suas
necessidades, a leitura por ser uma via de acesso, também é uma das formas do
homem situar-se com o mundo de forma dinamizada.
16
E para que o individuo se torne um ser critico e veja o mundo com
outros olhos, a escola que é um ambiente para orientar o aluno, tem que fornecer
meios para que ele se torne esse cidadão participativo na sociedade.
A prática constante na escola desenvolve um incentivo e o desejo do
individuo a decifrar e interpretar o sentido das coisas que ele passa a perceber no
mundo ao seu redor. Nas atividades não adianta pedir para os alunos apenas
decodificar símbolos, mas incentivá-los a interpretar e compreender o que se lê. O
professor precisa permitir que o educando descubra o significado do texto e não
apenas decifre os signos lingüísticos.
Segundo Lajolo (1997, p.7), “como fonte de prazer e de sabedoria, a
leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos círculos da escola”.
É fundamental que a escola forme sujeito leitor, não apenas de
livros, mas um leitor interagido e compromissado com seus ideais e com sua vida
qualificada. A leitura permite o desenvolvimento do pensamento critico, e se
desenvolvi pelo desejo da sensibilidade da inteligência. Paulo Freire (1997, p.11)
ressalta que:
A leitura do mundo precede a leitura das palavras... Linguagem e
realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto ao
ser alcançado por uma leitura critica implica a percepção das
relações entre o texto e o contexto.
A leitura é algo muito importante em todos os sentidos do ser
humano, é uma forma de intenção das pessoas de qualquer área ou classe social,
ou seja, ela permite ao homem se situar-se com os outros.
Afirma Irandé Antunes (2005, p.77) que a “Leitura envolve diferentes
processos e estratégias de realização na dependência de diferentes condições do
texto lido e das funções pretendidas com a leitura”.
Nada pode substituir a leitura, pois ler é uma prática essencial para o
conhecimento, mesmo tendo tanto avanço tecnológico, e essa prática é decorrente
17
de estímulos e prazer. Aprender a ler e escrever é muito importante para o processo
ensino-aprendizagem e deve ser trabalhado de forma que o aluno manipule sua
própria linguagem.
Pois ao entrar na escola, o mesmo trás consigo sua competência
lingüística, e a mesma irá ajuda no desempenho da oralidade e adquirir a língua
escrita diante da forma culta. De acordo com o referencial curricular nacional:
Para aprender a ler, a criança precisa construir um conhecimento de
natureza conceitual: precisa compreender não só o que o código
representa, mas também de que forma ela demonstra graficamente a
linguagem. É, antes, um processo no qual as crianças precisam
resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender
de que forma a linguagem se apresenta. (PCN, 1998, p.119).
O ato de ler é um grande problema que a escola enfrenta, pois a
leitura vem assumindo um papel apenas de decodificação isso acaba afastando o
aluno do hábito da leitura.
18
2- LITERATURA INFANTO JUVENIL: UMA ALTERNATIVA ESSENCIAL
PARA DESPERTAR O PRAZER DE LEITURA
O contato da criança com mundo se faz por intermédio da leitura e
da escrita, onde ela tem acesso às varias modalidades, as culturas e a vários tipos
de linguagens. E esse contato pode ser feito através do rico universo dos livros
literários, da variedade que tem a literatura.
Por meio da literatura o professor permitirá que o aluno se exercite
na descoberta da leitura e possam propor suas obras preferidas aos colegas,
mesmo que sua escolha contrarie o gosto do professor. A esse respeito Zilberman
(2003, p.16) descreve que:
... A sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento
do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o
intercambio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito
menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar
uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da
criança.
A leitura permite ao aluno explorar mudos diferentes, reais ou
imaginários, que o aproxima de outras pessoas e de suas idéias, convertendo em
explorador de um universo construído da sua própria imaginação. Mas para que isso
ocorra o professor precisa ter conhecimento das obras literárias e do acervo
representativo destinado aos seus alunos, tendo acesso constante aos recursos
metodológicos, que possibilitará o estimulo e incentivo a leitura em todos os
momentos e situações, suscitando a compreensão e conhecimento das obras. Ele
deve aplicar atividades de leitura que estejam vinculadas com a realidade do aluno,
com as reais necessidades e habilidades de cada um.
A função da literatura é enriquecer e diversificar as práticas da
leitura, levando o aluno a ter contato com um universo lingüístico rico e propulsor de
novas práticas de leitura significativas. A escola pode e deve contar com a literatura
19
para difundir idéias, sentimentos, conceitos, atitudes e comportamentos que
inspirem no aluno a imaginação, criatividade e o senso criticam.
É importante também que a escola, dentre as suas funções e
atribuições possa incluir a familiaridade do aluno com textos para ampliar o seu
horizonte de expectativas e para aproximá-lo das diversas facetas da leitura, textos
e atividades de interpretação e compreensão baseadas apenas e tão somente no
contexto do livro didático, tendem a transformar a leitura em uma atividade
reprodutora e repetitiva, ou transformar a leitura num ato obrigatório e de punição,
quando não é cumprida pelo aluno de acordo com as expectativas e desejos do
professor. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.69-70):
A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de
seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que
sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação,
decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma
atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência
e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso
desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido,
permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão,
avançar na busca de esclarecimento, validar no texto suposições
feitas.
A literatura exige que o leitor se envolva com a leitura, pouco
adiantará o esforço de multiplicar a produção de livros se o individuo não estiver
convencido das vantagens de ler. Uma sociedade bem informada é fundamental
para o desenvolvimento do seu povo. Só lendo, o individuo tem a oportunidade de
ampliar criticamente seus conhecimentos práticos, bem como adquirir outros,
enquanto vive o prazer da linguagem. Precisa-se de um ambiente favorável a leitura
que permita o nascimento de uma sociedade consciente das vantagens de ler,
despertando o interesse pelos livros.
Uma leitura que se revela como uma aventura pelo texto valoriza o
aspecto cognitivo do leitor, torna-se um convite à inserção do mesmo nas
entrelinhas, onde já se encontra as muitas outras vozes de outros textos lidos pelo
autor, cuja intertextualidade vem se somar a do leitor. Lajolo (1997, p.106) ressalta
que:
20
(...) a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para
exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem
literária, alfabetizar se nela tornando-se seu usuário competente,
mesmo que nunca vá escrever um livro: mas precisa ler muito.
O aluno deve ser capaz de descobrir os muitos sentidos do texto,
onde cada leitura pode resultar na ampliação de um novo sentido, possibilitando a
sua emancipação, o conhecimento da língua e o alongamento das experiências
pessoais. A literatura, em suas diversas formas aumenta as possibilidades de ver o
mundo, permitindo a participação no mundo da leitura e da escrita.
E por isso que a união da escola e das famílias irá proporcionar ao
aluno o acesso ao conhecimento e a formação de indivíduos críticos, comprometidos
consigo mesmos e com a sociedade, capazes de intervir modificando a realidade,
auto motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos.
Apenas propiciando aos sujeitos leitores o prazer da leitura
poderemos construir as competências necessárias para uma produção satisfatória.
No intuito de desenvolver o hábito e o prazer da leitura, desde a
educação infantil devemos oferecer oportunidades de leituras variadas, leitura não
apenas de textos escritos, mas a própria leitura e interpretação do mundo em que a
criança está inserida.
O acesso a diferentes tipos de texto, mesmo bem antes da alfabetização, permitirá
desenvolver tais capacidades, além de apresentar à criança elementos constitutivos
do texto: vocabulário, estrutura, enredo, coerência interna, elenco de personagens e,
além disso, o uso social da escrita, elementos esses que serão fundamentais no
processo de alfabetização. Isso porque constatamos que “as crianças constroem
conhecimentos sobre a escrita muito antes do que se supunha” (MEC, 1998, p.123).
Portanto, é fundamental que a escola rompa com o tradicional e
ofereça à criança atividades de leituras que possibilitem a ela traçar seu próprio
21
caminho para tornasse um leitor crítico, criativo e feliz, que sabe se arriscar nesta
aventura que é ler.
O conhecimento de mundo é constituído pelo conhecimento
adquirido ao longo da vida de cada leitor. É o conhecimento de mundo que permite
ao leitor construir esquemas e inferir sobre o que se encontra explícito no texto, ou
mesmo antecipar acontecimentos. Para confirmar, Freire (1984, p.11) diz que: “a
leitura do mundo precede à leitura da palavra. Só assim há entendimento e os textos
tornam-se coerentes”.
Estratégias de leitura são metodologias utilizadas para abordar o
texto, as quais podem ser cognitivas, pois partem do senso comum. Fregonezi
(1993, p. 190), ao se referir sobre estratégias de leitura afirma que:
As atividades escolares de leitura realizadas em nossas escolas,
tendo como base os materiais de leitura encontrados no mercado
editorial, não conduzem os alunos a se tornarem bons leitores, isto é,
essas atividades não exercitam no aluno suas estratégias de leitura.
Essas atividades só distraem os alunos e o professor quando
proporciona uma ação crítica e reflexiva sobre o mundo, expondo aos seus alunos
uma diversidade de textos, levam subsídios aos alunos para se tornarem críticos e
funcionais. É esse o papel do professor e da escola.
Mostrar o valor da leitura aos educandos não é uma tarefa difícil,
pois esse processo precisa de união, professor e o bibliotecário, essa parceria
possibilita uma melhor forma do aluno ter o prazer de visitar a biblioteca. Entretanto
a escola precisa de formar e ter uma manutenção ativa da biblioteca.
E mesmo com essas estratégias ainda são poucos os professores
que visitam a biblioteca para conhecer os seus recursos e tentar um trabalho
integrado com os bibliotecários. Essa prática seria um meio de colaborar com os
alunos para a investigação de determinados assuntos e uma forma de interagi-los
com os livros para a formação de bons leitores. Também podem trabalhar a leitura
22
através de projetos interdisciplinares, onde todos os professores estariam
colaborando na formação de bons leitores com uma mesma finalidade.
No ensino, não basta discutir ou teorizar o valor da leitura, e sim
construir e levar a prática, que a leitura venha a ser cada vez mais presente na vida
do educando e dos professores brasileiro, que também é carente de leitura. A
compreensão de um texto caracteriza-se pela utilização de conhecimentos prévios, a
ativação do conhecimento prévio é essencial à compreensão, pois é o conhecimento
que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite fazer inferências necessárias para
relacionar diferentes partes do texto num todo coerente. Segundo Corte (1991, p.
95):
Todo nosso conhecimento de mundo está armazenado em unidades
abstratas, que são chamadas de esquemas. Os esquemas são,
portanto, uma estrutura de dados para representar todos os
conceitos genéricos armazenados na memória.
A seleção é também uma estratégia que permite ao leitor, quanto ler
um texto qualquer, usar sua mente para selecionar o que lhe interessa do conteúdo.
Podemos citar alguns instrumentos que se enquadram nesse sentido que são as
histórias infantis, como os contos, que além de desenvolver o interesse pela leitura,
vêm também ampliar o universo vocabular, permitir o exercício da fantasia e da
criatividade. Os contos irão despertar o mundo da imaginação e o interesse e
participações nas atividades de leitura dessas histórias são poderosas ferramentas
na formação de bons hábitos leitores.
Afirma Nicolau (1990, p. 131), o “pensamento mágico da criança traz
recursos inesgotáveis para que se exercite sua imaginação e fantasia, passando o
sonho e a realidade, muitas vezes, a se confundirem, o que reforçaria sua
espontaneidade criadora”.
O trabalho com textos informativos, encontrados, por exemplo, em
jornais, revistas, Internet e enciclopédias permitem a formação do hábito de ler para
estudar, para buscar informações, competência essencial por toda a vida. As
crianças percebem a diferença entre esse tipo de texto e os textos de ficção, pois
23
passam a perceber a realidade imediata expressa nos artigos de jornais e revistas,
que comparam com as conversas que ouvem, aquilo que vêem na rua e o que
assistem na televisão.
Os gibis hoje são aceitos para o entretenimento das crianças, pois
as histórias em quadrinhos carregam grandes possibilidades de trabalho com texto,
pois têm uma linguagem própria, aliando recursos de imagem e texto, apresentando
histórias com textos curtos e sendo muito atraentes às crianças. Para os pequeninos
que começam a perceber as letras e como elas formam palavras, e aventuram-se
pelas primeiras leituras, oferece a vantagem adicional de serem escritos com letras
maiúsculas, aquelas que eles começam a identificar primeiro.
O hábito de ler exerce uma construção da consciência, e para que
isso ocorra é necessário uma integração de diferentes maneiras de leitura nas suas
variadas formas de linguagem para que o educando tenha um enriquecimento da
sua formação.
A prática da leitura deve ser iniciada por aquilo que chame a atenção
do educando, sendo necessário levar em consideração a ajuda do educador nessa
etapa inicial cuja tarefa é despertar o prazer pela leitura, colocar o aluno em contato
com diferentes linguagens, criar espaços para a formação do leitor. Essa formação
está inserida na possibilidade do educando apresentar a capacidade de entender o
mundo de forma crítica e consciente.
Dentre as formas de exercer o hábito da leitura algumas situações
se apresentam de maneira interessante como ler jornais, revistas e autores os quais
não se conhece e que ao ler alguns títulos surge à curiosidade da busca por outros.
É interessante argumentar que quando se adquiri o hábito de ler o senso crítico é
despertado, ou seja, esse hábito não se resume apenas em decifrar sinais, mas,
sim, adquirir a capacidade de dar sentido a situações e fatos.
O hábito de ler e por sua vez a leitura é um processo complexo que
envolve situações diversificadas e certas habilidades. Saber ler é saber e entender
de forma reflexiva o que o texto diz e o que não diz, o que o constitui. Quando o
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educando tem a capacidade de captar as idéias de um texto, diríamos que esse
aluno está praticando na sua essência a leitura o que o leva a se habilitar a ler toda
e qualquer coisa.
“Leitura é interpretar uma percepção sob as influências de um
determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular
da realidade”. (SOUZA, (1992, p.5).
O leitor que de alguma forma apresenta certo entendimento e
compreensão do que lê apresenta por sua vez a habilidade e a capacidade de
transformar o texto, isto é, na maioria das vezes é extensiva a si própria,
contribuindo dessa forma para a construção de um novo texto a partir de leitura
realizada. Desse modo, a leitura se apresenta como uma prática essencial cuja
conseqüência seria uma tomada de consciência, uma forma de compreender e
interpretar textos de vários aspectos levando o educando a se sentir parte do
cotidiano no campo da leitura.
O ato de ler implica um mergulho na própria existência - esta
considerada como produto das determinações não apenas internas,
mas externas aos sujeitos - no resgate dos significados já produzidos
ao longo da vida e no confronto destes com a proposta feita pelo
autor. No processo que se concretiza, o sujeito-leitor recupera seus
conhecimentos e crenças, programa seu raciocínio e se reorganiza
internamente, marcado por uma nova interação. (apud SANTOS e
SOUZA, 2004, p.80).
Entretanto, para hábito da leitura, o educando antes de qualquer
incentivo há que passar por uma tomada de consciência no sentido de entender de
que essa prática, antes de tudo é uma necessidade. Além da tomada de consciência
por parte do educando é preciso que o educador apresente ao aluno a importância
da necessidade da prática da escrita resultante da leitura como forma de expor o
seu senso crítico. Outro fator importante é que o hábito de ler seja praticado com
competência e que não se leia simplesmente por ler.
Enfim, é e essencial e fundamental que o educador, ao inserir a
prática da leitura procure apresentar uma diversidade de textos que ofereça ao
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educando a possibilidade de interagir com uma linguagem variada, como a música,
as artes plásticas, à escrita, a arte cênica entre outros, resultando numa espécie de
formação crítica e cultural desse aluno.
26
3- A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
Ao longo da história da humanidade, todas as sociedades
desenvolveram e desenvolvem práticas que correspondem ao grau de civilização do
seu povo, e assim surgiram as tecnologias, modos de convivência e o legado
cultural de cada nação. Dentro desse conjunto de elementos culturais encontra-se a
educação e, por conseguinte a cidadania.
No que tange ao conceito de cidadania o dicionário de língua
portuguesa Ediouro (2001) afirma ser “condição de cidadão”, “qualidade de um
indivíduo no pleno gozo de seus direitos civis e políticos”. Todavia, no atual contexto
que se encontra a sociedade, se indagarmos a respeito deste tema, obviamente
encontraremos uma série de opiniões e, sobretudo nenhuma significação que possa
expressar de forma absoluta o conceito de cidadania. Deste modo pode-se dizer que
ser cidadão é ter direitos e deveres na sociedade em que se vive.
É neste âmbito de direitos e deveres que a educação funciona como
mola propulsora na formação de indivíduos conscientes do que se deve ou não fazer
em prol do seu crescimento social e das pessoas que fazem parte do seu cenário. A
educação oriunda das escolas, famílias e demais instituições sociais deve ter pilares
capazes de transformar a complexidade e as dificuldades dos formandos em
verdadeiro instrumento de atuação social.
Desta forma é válido afirmar que para ocorrer a efetivação da
cidadania é imprescindível que as instituições e práticas sociais se engajem nessa
luta por uma nova e eficaz ética. Dentre essas práticas sociais, a educação, por seu
caráter formativo e ideológico de transmissora de conhecimentos e valores da
sociedade, interessa-nos especificamente. Assim a exclusão de um indivíduo do
sistema educacional certamente o privaria de uma gama de bens culturais e
intelectuais,
caros
em
nossa
sociedade
letrada,
capitalista
e
industrial,
impossibilitando ou prejudicando a sua integração à comunidade no que se refere a
oportunidades de trabalho e de convívio social digno (MELO, 1993).
27
O fato é que atualmente os currículos escolares, baseados no modo
de educação moderna, direcionam seus conteúdos para uma formação didática
voltada para o capitalismo, ou seja, a utilização apenas de metodologias essenciais
para o mercado de trabalho. Assim torna-se urgente a introdução e disseminação
dos conceitos e práticas da cidadania nas salas de aula, sejam de escolas públicas
ou privadas.
As considerações expostas nos parágrafos anteriores expressam
uma concepção de cidadania que transcende o real panorama da nação brasileira,
tendo em vista que existem ainda muitos indivíduos privados dos seus direitos de
cidadãos. Com base nesse pressuposto Teixeira (1999, p. 87) afirma que:
A expressão cidadania torna-se então uma palavra mágica, plástica
por natureza, servindo a uma infinidade de ideologias, adquirindo
diferentes formulações tal como o líquido que adquire a forma do
recipiente em que é posto. Cidadania torna-se com isso um eficiente
instrumento retórico, sendo utilizado tanto por defensores do status
quo, como por aqueles que desejam promover a revisão das
estruturas de poder vigentes.
Esta afirmação faz menção ao atual cenário da cidadania na
sociedade, evidenciando a necessidade de reformulações nas práticas sociais, e o
estreitamentos das relações entre escola e família na formação de verdadeiros
cidadãos, prontos para atuarem de maneira ética.
28
RESULTADOS DA PESQUISA
4- LEITURA E ESCRITA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Segundo Pan (2006, p.66), ele afirma categoricamente que ler e
escrever são atividades compulsórias para as crianças de uma sociedade letrada.
Para ela, ao começar a atividade escolar, a criança traz consigo grande parte de
suas experiências com o mundo e com a linguagem, tecendo a história do seu dia a
dia através dela, dando um novo significado ao mundo e a si mesmo neste novo
mundo cultural, reconstruindo fatos do passado e do presente, inserindo-se em um
novo tempo e expandindo o seu acervo de memórias. É nas experiências de escrita
que as crianças desvendam as características do sistema alfabético o que lhe
possibilita ler o que outros escreveram.
Cagliari (2001) considera que “ler é uma atividade complexa e
envolve dificuldades semânticas, culturais, ideológicas, filosóficas e fonéticas”. Em
sua análise, o autor continua dizendo que a leitura “é a realização do objetivo da
escrita e opera nesse universo, revelando uma interpretação que o leitor faz da
mensagem codificada pelo escritor. Tudo o que se ensina na escola está
relacionado à leitura e depende dela para ser explorado”.
O autor adverte que para a escola é essencial formar alunos leitores,
uma vez que a leitura é a extensão da escola na vida dos indivíduos e se constitui
numa herança maior do que qualquer diploma, levando em consideração que esta
habilidade amplia sobremaneira as possibilidades de aprendizagem de quem a
prática, exercitando-a no cotidiano.
Já na escrita, Cagliari (2001) alega que todo sistema tem um
compromisso direto ou indireto com os sons da língua. Para ele, conforme os sons
da língua. Para ele, conforme as línguas se modificam com o tempo, isso acaba
transformando a forma fônica das palavras e também da escrita, o que dificulta
ainda mais a sua leitura. O autor ainda acrescenta que, a escrita, seja ela qual for
29
visa, em primeiro lugar, possibilitar a leitura que esta é uma interpretação da outra e
que consiste em traduzir os símbolos escritos em fala.
Segundo ele, a fala é a compreensão linguística que se forma de
unidades, de tamanhos variáveis, chamados signos e que se caracterizam em sua
essência pela união de um significado e um significante. Adverte, ainda, que a leitura
não pode se limitar somente á decifração, mas uma atividade modificada pela sua
significação.
3.1- LER COM COMPREENSÃO
Não basta apenas ler, é necessário que haja compreensão do que
se lê, provocando questionamento e tornando um leitor critico e capaz de posicionarse como um cidadão. O leitor crítico movido por sua intencionalidade, não só
desvela o significado pretendido pelo autor, mas também se posiciona diante delas,
dando inicio a um confronto das idéias projetadas, portanto é preciso partir da
compreensão para se adquirir um grau maior de consciência e atenção.
Quando o aluno parte da compreensão do texto, o aluno será capaz
de argumentar, concordar ou não, com a idéia do autor, e iniciar daí uma
independência enquanto leitor crítico que democraticamente pode selecionar seus
textos, livros devido a sua necessidade. Magda Soares (1996, p.14) afirma que
“compreender um texto significa compreender a relação dinâmica que ele mantém,
com um determinado contexto bem como perceber criticamente a objetividade dos
fatos desses contextos, como instituída pelo autor”.
O professor deve propor leituras que levem a compreensão e
recriação, tomando-a um instrumento de participação e renovação cultural,
possibilitando reflexão e tomada de posição.
A produção de texto em sala de aula tem como objetivo formar
escritores críticos, capazes de produzir novos textos coesos, coerentes e com
30
significados, expondo suas idéias, seus conhecimentos e suas opiniões, tornando-o
cidadãos que utilizem a escrita com eficácia, produzindo novas leituras para outros
leitores, transformando assim o ato de ler em um circulo constante de
aprendizagem.
O aluno precisa ser autor de suas próprias produções, descobrindo
como é importante aprender construindo, e seu contato com o mundo se faz através
da leitura e da escrita. E para isso se devem selecionar textos que ofereça um
modelo para o aluno construir sua produção textual.
Sendo a leitura um instrumento que conduz a compreensão da
escrita, necessita ser conduzida por um professor que seja um bom leitor. E que
este possa trabalhar a fim de formar leitores eficientes, que gostem e apreciem o ato
de ler, compreendendo-o e percebendo que este apresenta fundamental importância
na aprendizagem. Lajolo (1997, p. 108) afirma que:
A discussão sobre leitura, principalmente sobre a leitura numa
sociedade que pretende democratizar-se, começa dizendo que os
profissionais mais diretamente responsáveis pela iniciação na leitura
devem ser bons leitores. Um professor precisa gostar de ler, precisa
ler muito, precisa envolve-se com que lê.
Partindo deste fundamento teórico, espera-se que o professor seja
mediador desta interação, através de diversificadas técnicas de leitura, que
proporcionarão ao aluno o contato com variados textos, os quais servirão de
subsídios para a construção e o domínio do saber intuitivo.
A leitura e a escrita são práticas sociais que comportam uma
variedade de definições e de posturas frente ao que se considera texto, tendo
significados e funções que possibilitam novas descobertas e ampliam as
possibilidades de pensar, conhecer e registrar, capaz de atuar com criticidade.
A escola como instituição responsável pelo desenvolvimento
intelectual do aluno, vem buscando ao longo do tempo em parceria com os
professores de língua portuguesa, o desenvolvimento da competência leitora em
31
seus educandos, através de sua prática a fim de que os mesmos sejam capazes de
produzir bons textos independentes de sua cultura, habilidades e experiências.
3.2- SUGESTÕES PARA ENRIQUECER NA PRODUÇÃO TEXTUAL
Não se aprende por teorias, mas pela prática, o domínio da leitura é
o resultado de prática efetivam significativas e contextualizadas. As sugestões aqui
propostas podem levar ao delineamento de melhores esquemas de ação para o
processo da prática de leitura. São atividades que, alem de prazerosas, são
certamente produtivas para desenvolver nas situações de ensino-aprendizagem.
3.2.1 ATIVIDADES DE LEITURA ATRAVÉS DO CONTO
As atividades relatadas, a seguir, foram distribuídas em quatro encontros,
organizados por etapas. Tais atividades têm como público alvo, crianças de nove e
dez anos, da quarta série do ensino fundamental.
• Primeiro encontro: o professor dialogará com os alunos sobre contos infantis e os
levará para uma visita à biblioteca da escola, para observarem alguns livros do
gênero.
• Segundo encontro: organizará a turma em círculo, contará a história “Os Três
Porquinhos”, apresentando as gravuras, e questionará os alunos sobre o
desenvolvimento dos fatos e suas opiniões. Na terceira etapa do encontro, os alunos
farão a seqüência lógica da história, colando gravuras dadas pelo professor.
• Terceiro encontro: o professor contará a história “A Bela Adormecida”. Durante a
contação, fará perguntas sobre o andamento dos fatos, de forma que desperte
suspense. Na segunda etapa, iniciará uma conversa informal sobre a obra. Na
terceira etapa, os alunos, em grupos, realizarão passatempos (pintura dos
desenhos, reprodução dos diálogos dos personagens nos balões da história em
quadrinhos, dada pelo professor).
32
• Quarto encontro: utilizando fantoches, o professor contará a história “João e Maria”.
Na segunda etapa serão feitos comentários sobre a obra. Na terceira, a turma,
organizada em grupos, recriará a história colocando-se como personagens principais
dentro do seu contexto diário (uma história renovada).
3.2.2 CARTAZ-SURPRESA
Objetivo
• Por meio do brincar, interpretar texto ou história lidos.
Procedimentos
• O professor conta uma história ou pede para os alunos lerem um texto sem
ilustração. É preciso que as crianças estejam motivadas e curiosas para descobrirem
a ilustração da história. No quadro, é preso um cartaz com uma ilustração ou comum
desenho do personagem principal.
Sobre este cartaz serão presas faixas de papel com perguntas
criativas e interessantes sobre a história. Do lado que fica para dentro estão às
perguntas e do lado exposto aos alunos é escrito um número em cada faixa. Assim,
o professor solicita que um determinado aluno diga um número correspondente a
uma das faixas presas sobre a ilustração. A faixa correspondente ao número dito é
aberta num dos lados e a pergunta do verso, lida pelo professor.
Se o aluno responder à pergunta de acordo com a interpretação feita
da história, retira-se a faixa e uma parte da ilustração é visualizada, caso contrário, a
faixa permanece. O suspense gira em torno de descobrirem qual o desenho do
cartaz sob as faixas de papel.
3.2.3 TEXTO COM FICHAS
Objetivo
• Produzir texto com auxílio de fichas com palavras
33
Procedimentos
• Usando a técnica do close, o professor apresenta um texto com várias lacunas, nas
quais estão faltando palavras importantes e sugere que retirem, debaixo do assento
de algumas cadeiras, fichas onde constam diferentes palavras (o professor deve
colá-las antes de começar a aula). Um aluno é escolhido para ler o texto, enquanto o
restante da turma vai encaixando as fichas. O interessante, nesta atividade, é que a
interpretação habitual do final da leitura não precisará acontecer, pois ela ocorreu
durante a leitura: os alunos precisaram pensar e interpretar aquilo que estavam
lendo para poderem encaixar as palavras.
Variável
• O professor poderá oferecer outras palavras que não faziam parte do texto original,
colando-as embaixo das mesas, por exemplo, aumentando assim a criatividade dos
alunos em encaixá-las no texto.
3.2.4 JOGO DE TRILHA

Objetivo
• Interpretar a história com auxílio de brincadeira.
Procedimentos
O professor conta uma história aos alunos. Ele poderá utilizar como
recurso, fantoches, cartazes, varal ou simplesmente o livro. Após a leitura, o
professor apresenta um jogo de trilha em um tabuleiro contendo vários caminhos
(que são identificados por numerais) e fichas com questionamentos criativos e
interessantes sobre a história.
Os alunos, divididos em grupos, jogam o dado e começam o jogo.
Mas, durante o caminho, quem parar sobre os obstáculos (desenhos feitos sobre
alguns caminhos) deverá virar uma ficha e responder à pergunta sobre a
interpretação da história. Se a criança que parou no obstáculo virou a ficha, leu a
34
pergunta e respondeu de acordo com a interpretação feita da história, então, poderá
jogar novamente, caso contrário permanecerá no mesmo lugar. Já as crianças que
pararem sobre os caminhos que estão representados por números continuarão
jogando, não precisando responder às perguntas referentes à história.
O interessante nesta atividade é que o papel do professor é apenas
de observador, pois são os alunos que avaliarão se as respostas interpretativas
estão de acordo ou não com a história. A proposta da interpretação de texto de uma
maneira oposta à tradicional, que ora apresentamos, gera um pouco de trabalho e
de empenho por parte do professor. Então, ela só será realmente útil e eficaz, se
este mesmo professor estiver, de fato, motivado.
De modo geral, podemos dizer que essas atividades funcionam
como a prática da cidadania para os alunos que irão interagir nas dinâmicas, uma
vez que esta ação funcionará como ato de prazer, através de contos e brincadeiras,
além da interpretação de elementos textuais adaptados para este propósito.
A partir do momento em que o aluno passa a expor sua opinião a
respeito dos contos apresentados e dos resultados das dinâmicas, o professor está
dando o espaço de um direito social: o de indivíduo atuante e agente modificador da
sua realidade, sendo que o tutor deve orientar as decisões desses estudantes para
resultados positivos, que contribuam para a formação crítica dos demais presentes
na sala de aula.
Seguindo esta ação, o educador tem o papel de expor a real noção
de cidadania, bem como os principais fatores que dificultam e são contraditórios a
este instrumento de convivência social.
35
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Sabemos que no século XVIII, os mediadores do texto literário,
sacerdotes e críticos, cederam espaço à figura do leitor-intérprete, foram abertas
infinitas possibilidades de dar sentidos à leitura. A partir daí, ler é sempre interpretar
e a leitura tem uma dimensão social. Provoca, enriquece e encaminha à reflexão.
Mediante a isso, por si só, a questão da diversidade de interpretação
é uma forma de democracia, ao permitir que o texto literário seja o lugar da
discordância de múltiplas vozes e leituras.
Dessa forma, a leitura, enquanto oportunidade de enriquecimento e
experiência é primordial na formação do indivíduo e do cidadão. A formação de
leitores se configura como imperativo da sociedade atual. Tornando-se pessoas
aptas a penetrar os horizontes veiculados em textos mais críticos, são pessoas
capazes de melhor desempenho em suas atividades e apresentam melhor aptidão
para o enfrentamento dos problemas sociais.
Por outro lado, a leitura pode ser um instrumento de dominação, por
outro lado é um instrumento de cidadania. E, muito embora a leitura não seja o único
caminho para a cidadania, ela constrói a cidadania, à medida que o homem se
constrói dentro dessa sociedade. Para que isso ocorra, ele precisa de conhecimento,
ou seja, uma forma de poder e uma fonte de sobrevivência.
Complementam-se conhecimento, leitura e cidadania, pois sem
leitura não há formação, nem conhecimento, nem cidadania. E sem cidadania não
pode existir exatamente uma sociedade.
O ato de ler é, pois, uma ação política, e por isto pode-se dizer que o
acesso à leitura depende da organização da sociedade e do Estado, que ajuda a
mantê-la e a reproduzi-la.
36
Vale salientar que o domínio da capacidade de leitura gera maior
mobilidade dos grupos humanos, aumento qualitativo da capacidade crítica e
crescimento de seu potencial reivindicatório. A leitura, portanto, dá voz ao cidadão,
no sentido de que sua interpretação pode gerar a transformação do mundo.
Diante disto o agente disseminador da leitura, o bibliotecário de
biblioteca escolar assume o compromisso com a criança de proporcionar-lhe textos
de qualidade, que intervenham na formação das mentes e seduzam para o exercício
da reflexão.
Observamos que o resultado deste processo leva a uma análise
critica, com alguns momentos de contrariedade e ao mesmo tempo de expectativas,
sempre confiantes nas mudanças necessárias a prática de leitura e escrita na sala
de aula.
Através dessa pesquisa propõe-se analisar e dar um novo impulso
ao ato de ler, buscando neste exercício uma melhor desenvoltura na escrita dos
alunos, fundamentadas, inclusive, em pesquisas e em reflexões de autores
diversificados.
Sabemos que a leitura e escrita como prática social é sempre um
meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo a uma necessidade pessoal. Fora
da escola não se escreve e lê só para aprender a ler e escrever, pois a sua prática é
constante para desenvolvimento crítico do cidadão pensante, capaz de colocar-se
diante da realidade para interagir e inserir nela.
Assim sendo, formar leitores é algo que requer condições favoráveis
para a prática da leitura esse é o caminho que devera trilhar professores e
educadores que buscam através da educação construir bons leitores e escritores,
pois a leitura é um processo interativo entre leitor/ texto/autor. Ao ler um texto o leitor
tem um papel ativo na construção do conteúdo do mesmo, apoiando-se em sua
experiência prévia seus conhecimentos teóricos e também tornando por base os
propósitos do autor e os elementos lingüísticos que possibilitam a expressão das
ideias pretendidas.
37
Diane do exposto este registro teve como objetivo focalizar o tema:
“A prática da leitura para o exercício da cidadania” que com apoio instrumental
metodológico adequado buscou-se uma investigação e estudos sobre o tema, tendo
assim possíveis constatações e descobertas que conduziram a uma concepção mais
definida de como é possível ler com o espírito voltado para o que o texto realmente
pretende transmitir.
A pesquisa nos faz refletir e mostrar o quanto a leitura é importante
em nossas vidas, e sabemos o quanto é difícil levá-la até as salas de aula, pois o
aluno vive em total desestímulo para ler e o que se percebe é que a família muitas
vez não ajuda nessa tarefa árdua.
38
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